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História A Vizinha. - MadaSaku - ItaSaku - SasuSaku - ObiSaku - Um novo capítulo - Final


Escrita por: witchesblood

Notas do Autor


É com muita dor no coração que venho lhes trazer o final da fanfic.
Aí meu Deus, eu vou chorar, sério. Não estou preparada para dizer tchau, me apeguei nessa história com tanta força.
...

Pausa drámatica para a autora respirar*

Quero começar com um obrigada a todos vocês que acompanharam a história seja ela como one ou long. Sem vocês não teria como eu ter continuado, não teria inspiração e muito menos vontade de escrever. Passei por dias punk, correria louca e um desanimo fudido, mas isso tudo eu consegui tirar de letra, não desistiria dessa história nem a pau.

Desde o começo eu quis fazer algo legal, não queria que tivesse um desenvolvimento "nhé" Poderia fazer mais? Poderia. Mas enfim, estou feliz com o resultado, afinal foram 55 capítulos, mais de mil favoritos e dois mil comentários. CARACA.

Obrigada, a todos vocês.

Boa leitura e nos vemos nas notas finais. <3

Capítulo 55 - Um novo capítulo - Final


Sakura Uchiha

 

Sakumo iria fazer dez anos.

Eu disse uma vez que o tempo passava rápido demais e realmente, passa mesmo. Meu filho mais velho estava para completar seus dez anos...caramba. Parece que foi ontem que eu soube da sua existência dentro de mim, que recebi seu primeiro chute e logo após, seu nascimento. Não parece ser real, é fantasioso demais, minha vida mudou completamente nesses últimos dez anos. Não, isso não é ruim, muito pelo contrário, é maravilhoso. Hoje posso olhar para trás e sorrir, tudo o que passei até chegar aqui, me tornou quem eu sou hoje. Esposa, mãe e uma mulher independente

Me remexi, precisava levantar.

Na cama, apenas eu e meus pensamentos, eles já tinham saído a muito tempo. Gostaria de dizer que nesses anos que passaram, tudo continuou na mesma, mas eu estaria mentido se dissesse isso. Tudo mudou. Muita coisa aconteceu, tivemos que enfrentar uma grande crise em nosso casamento que quase o desfez, mas sabe aquela história de que quando se tem amor as coisas podem sim se resolver? Pois então.

Deve estar se perguntando o que aconteceu, bem eu irei explicar. Nosso relacionamento diferente foi alvo de muitas pessoas ruins, o que quase causou em mim, um medo inexplicável. Onde íamos éramos alvos de críticas, julgamento e até mesmo xingamentos e agressões. É, a coisa ficou bem feia. A cidade parecia ter sido posta contra nós, isso derrubou a face de indiferença que eu costumava usar. Eu desmoronei, literalmente.

A depressão foi só um dos fatores que acarretou tudo de ruim que vivemos naquele período. Meus filhos são as pessoas mais importantes da minha vida, por eles eu iria até o fim do mundo. Faria qualquer coisa. Eu os amo, os protegeria como qualquer mãe que ama sua cria faria, nada no mundo os machucaria enquanto eu vivesse, nada.

Por isso, passei alguns meses longe com eles, mas... Não durou. Certo dia enquanto estava no pequeno apartamento o qual aluguei em Tokyo, eles bateram em minha porta. Meu coração apertou, meu corpo se rendeu completamente e eu voltei. Voltei porque as promessas feitas naquele dia não foram quebradas e eu apenas fugi por medo, por meus filhos e por mim mesma. O fato é que eles nunca deixaram de cumprir com o que prometeram, nunca deixaram de nos amar e proteger, a covarde fui eu.

A volta não foi fácil, como eu disse, muita coisa mudou. Porém, consegui me sair bem de quase todas as situações que fora me posto a frente. O hospital novamente tinha se tornado meu refúgio, Tsunade ficou tão feliz quando eu voltei para Konoha, disse que se eu ousasse ir embora novamente, ela mesmo iria atrás de mim. Minha mentora se tornou uma grande amiga, uma das mulheres que eu mais admiro em todo o mundo, ela agora é chefe do hospital, não provisoriamente como antes.

Eu consegui contornar todas essas dificuldades, tudo com a ajuda das pessoas a minha volta.

Me levantei indo em direção ao banheiro, precisava de um banho e comer alguma coisa. Assim que entrei no banheiro, olhei meu reflexo no espelho e puxa... eu mudei bastante, meu rosto agora mais maduro, havia algumas linhas de expressões as quais eu não me importava em deixar aparentar, aprendi a me amar da maneira que era. Não, não me sinto velha, nem um pouco se quer saber, nunca estive tão viva em toda minha vida.

Ainda mantenho o cabelo cor-de-rosa, ele é parte de mim, embora agora eu tenha que usar muito menos produto para manter a cor, já que o corte é acima do ombro, combinando com uma franjinha bem bonitinha. Meus amores dizem que eu estou mais menina que nunca. Gosto disso.

Retirei meu pijama curto e avaliei meu corpo, ele também mudou bastante e como eu disse, aprendi a me amar. Eu passei por um período em que, sentia um certo receio de mostrar meu corpo. Depois que me tornei mãe, ele não é mais o mesmo, não sou mais tão magra como era antes, tenho estrias, celulite e algumas gordurinhas localizadas. E quer saber? Eu continuo gostosa pra caralho.

 Depois de constatar o óbvio - porque não sou obrigada - entrei no box deixando a água do chuveiro me despertar de verdade. Me ensaboei, lavei o cabelo com bons produtos e ainda me dei o luxo de demorar mais alguns minutos, eu mereço. Assim que desliguei o registro, me enrolei numa toalha e envolvi meu cabelo em outra. Fui até o balcão da pia e peguei um creme que usava diariamente. Me mantinha vaidosa, gosto de estar sempre cheirosa.

De volta ao quarto, resolvi colocar uma roupa confortável, afinal seria um dia cheio. Depois de pronta, desci as escadas de casa, estava tudo quieto - por um grande milagre - por isso fui até a cozinha e me servi de café. Ah, essa paz é ótima, as vezes é tudo o que precisamos para relaxar, silêncio. Me sentei na mesma mesinha, ela ainda está aqui, porém agora tem mais cadeiras e está precisando de uma pintura nova, mas ainda continua bonita.

Aquela paz toda que eu sentia, foi tomada pelo barulho da campainha tocando. Deixei a xícara de café em cima da mesa e fui atender, sabia quem era e apenas sorri. Abri a porta dando de cara com dois furacões loiros, um deles correu para dentro da minha casa e o outro deles ficou parado na porta, me olhando com um sorriso gigante nos lábios. Eu senti tanta sua falta.

- Inojin! Para de correr! – Ino gritou, da porta mesmo e sem se importar se meus vizinhos ouviriam. – Esse garoto é ligado no 220. – Reclamou, enquanto eu dava espaço para que entrasse. – Meu deus, eu que saudade! – Finalmente, a loira me abraçou.

- Para de reclamar do seu filho, ele é um amor. – Apertei mais Ino em meus braços. – Saudade também, loirinha. – Beijei sua bochecha. – Mas nós nos vimos ontem à noite. – Ino e seu marido estão em Konoha desde ontem de tarde. Ou seja, quinta-feira.

- Não estou reclamando, eu amo aquela criança. Mas ela não desliga! – E ainda diz que não está reclamando. – Eu sempre sinto saudade de você. – Ela se distanciou de mim, enquanto íamos para a cozinha.

- Bem vinda a maternidade real. – Eu acabei por rir, a agora Otsutsuki, também riu com gosto.

- E Ashura ainda quer ter mais filhos, eu não posso nem com o que eu já tenho. – Ela sentou numa banqueta e apoiou a mão esquerda no queixo, me encarando. – Como você consegue? – Perguntou, logo após um longo suspiro.

- Eu não sei loira. – Dou de ombros, me sentando também. – Nem sempre é fácil, mas tenho um suporte e tanto. – Bom, eu sou bem amparada e não posso reclamar.

- Deus, as vezes sinto que irei enlouquecer. – A loira alcançou o pote de biscoito que fica em cima da bancada e retirou um de lá dentro.

- Quem não estava reclamando mesmo? – Provoco, também tirando um biscoito e comendo.

Ela apenas revira os olhos, logo após ouvimos um barulho vindo da lavanderia e Ino sai correndo. Fui atrás, já sabendo exatamente quem era o causador daquele barulho. Encontramos Inojin sentando em meio a uma bonita bagunça de pregadores, eu acabei por rir. Ino pegou o filho de dois anos nos braços, o tirando daquela arte, a loira deu uma bela de uma bronca no garotinho.

- Vem com a tia Saky, meu amor. Deixa a mamãe arrumando a bagunça. – Tirei meu afilhado dos braços de Ino e sai caminhando com ele de volta para cozinha. A loira bufou.

Passei pela cozinha pegando um biscoito e fomos para sala, onde só então o soltei no chão. Havia alguns brinquedos espalhados pelo tapete, então ele poderia se distrair por um bom tempo. Enquanto o garotinho brincava, eu acabei o admirando por algum tempo. Ele é parecido demais com minha amiga, até os olhos azuis. Arrisco dizer que a única coisa que puxou do pai, foi o sorriso. Largo e bonito.

- Quando o pessoal vai chegar? – Minha amiga perguntou, voltando da lavanderia, logo sentando ao meu lado.

- Ás quatro. Não queria fazer muito tarde, a maioria dos amigos de Sakumo são mais novos que ele. – A respondi, me acomodando melhor no sofá. – Logo as decorações começaram a chegar, quero só ver a bagunça que essa casa vai virar. – Suspirei.

Meu filho mais velho faria dez anos e eu não podia deixar passar em branco. A ideia inicialmente foi de Obito, eu concordei, assim como meus outros maridos. A festa estava sendo organizada a alguns dias, e isso me rendendo uma pequena dor de cabeça, mas valia muito a pena. Meu filho sabia, não era uma surpresa e mesmo que tentássemos tal, ele descobriria. Sakumo é esperto demais.

- Acho que vai começar agora. – Ino soltou uma risada, assim que a campainha tocou.

Respirei fundo e logo soltei o ar preso de meus pulmões. Me levantei preguiçosa e fui em direção a porta e ao abri-la, havia alguns homens carregando objetos os quais escolhi a dedo para o aniversário do meu filho. Dei passagem para entrarem, indiquei os fundos onde aconteceria a festa e eles foram para lá e já começaram a montar tudo conforme eu havia pedido.

Meu resto de manhã foi exatamente assim, apenas dando alguns toques sobre a decoração e por fim, ficou tudo do jeitinho que eu imaginei. Sakumo me deu passe livre para escolher, meu filho não é muito ligado a personagens de super-heróis ou desenhos, ele gosta de tudo bem neutro. Exatamente como Madara.

Estava indo até meu quarto, precisava pegar minha carteira, porém fui surpreendida por alguém me agarrando antes mesmo de conseguisse chegar até as escadas da minha casa. Meu corpo foi pressionado contra a parede e ficou entre algo quente, alto e me olhando como se fosse me devorar, logo minha boca foi ocupada.

Itachi me beijava com avidez, sua língua adentrava minha boca e experimentava cada canto dela. Em todos esses anos, o Uchiha conseguia me desestabilizar completamente, essa sensação jamais passaria e eu tenho a plena certeza disso enquanto me desfazia em seus braços fortes e firmes. Assim que os beijos foram tomando uma proporção menos intensa, consegui sentir um sorriso bonito brotar nos lábios avermelhados dele, esse homem é tão maravilhoso.

- Eu quero te levar para o meu quarto. – Ditou, sorrindo de canto e voltando a beijar-me.

- Iria para qualquer canto dessa casa com você. – É real, eu iria mesmo. – Mas... - Comecei, e meu policial suspirou. – Temos visitas amor, Ino está aqui e Inojin também... – Não era uma desculpa idiota, eu queria e muito transar com ele. - E nossos filhos logo chegam, seus irmãos... – Eu poderia continuar a listar, mas Itachi entendeu.

- Eu sei. – Aos poucos, fui sentindo os braços do Uchiha me soltarem. - De noite você não me escapa, entendeu? – Amo. Adoro e simplesmente perco as minhas estruturas quando Ita soa mandão.

- Sim senhor. – Não poderia mesmo perder a chance de dar uma boa provocada. Mordi meu lábio inferior ouvindo meu marido rosnando e procurando minha boca novamente.

Como eu disse, depois de anos essa brincadeira ainda causa efeito nele e em mim também. Em poucos segundos, já me encontrava em seus braços novamente, sendo amaçada e coberta de beijos deliciosos que me fazia flutuar, quase que literalmente. Mas, como nada que é bom dura... meu celular tocou, atrapalhando meu momento com meu maridão lindo e gostoso.

- Alô? – Atendi, ainda recebendo beijinhos no pescoço.

- Senhora Uchiha? – Ouvi uma voz feminina do outro lado.

- Sim, sou eu. Quem está falando? – Perguntei, tentando não gemer com meu marido esfregando aquele corpo em mim.

- Aiumi, diretora da escola onde Sakumo e Inari estudam. – Franzi meu cenho, acabei afastando Itachi de mim e meu marido me olhou confuso.

- Ah, olá senhora Aiumi. Algum problema? – Algo não estava certo, porque ela estaria me ligando?

Itachi a minha frente também parecia não entender nada.

- Estou ligando senhora Uchiha para lhe informar que seus filhos se envolveram em uma briga. – Eles o que? Não acredito nisso.

- Como é? A senhora tem certeza disso? – Questionei, séria e um tanto zonza com a informação.

- Absoluta. Seu filho mais velho bateu em alguns colegas de aula e o outro também estava envolvido. – Eu não podia acreditar, Inari e Sakumo brigando? – Hoje é sexta senhora Uchiha, por isto eu peço que segunda-feira a senhora venha até a escola para tratarmos desse assunto. Não admito esse tipo de comportamento em minha escola e espero sua colaboração! – Seu tom de voz era totalmente ríspido.

- Claro. Segunda-feira eu estarei aí, sem falta. Tenha uma boa tarde. – Me despedi, ouvindo a mulher fazer o mesmo, contragosto.

Assim que a chamada se encerrou, encarei meu marido a minha frente. Eu estava desacreditada no que tinha acabado de ouvir, meus filhos brigando na escola... quando foi que eles se tornaram essas pessoas? Não, eu não posso agir impulsivamente, não ouvi a versão deles e preciso ser compreensiva de alguma forma. Respirei fundo.

- O que aconteceu? – Itachi perguntou, seu rosto contorcido em uma careta preocupada.

- Sakumo e Inari se envolveram em uma briga na escola.  –  contei, vendo-o estreitar os olhos.

- Não acredito nisso. - Ele passou a mão pelo rosto.

- Foi meu primeiro pensamento. Precisamos conversar com eles. – Meu marido assentiu, parecendo chocado.

O choque é real porque meus filhos são crianças muito calmas, desde muito pequenos nós os ensinamos que violência não leva a nada. Ao contrário de seus pais e até de mim mesma, minhas crianças não eram agressivas. Apesar de Sakumo as vezes perder a paciência com alguma coisa, nunca mesmo meu filho partiu para a agressão. Algo não está certo nessa história e eu preciso tirá-la a limpo.

E como se meus pensamentos fossem atendidos, a porta de casa foi aberta e por ela Sakumo e Inari passaram. Os dois estavam quietos, Inari mais quieto que o normal, meu filho mais novo é a calmaria em pessoa, me lembra muito Itachi nesse quesito e claro, as marquinhas abaixo dos olhos são um bônus, assim como os olhos num tom acinzentado e o cabelo liso e bem escuro.

- Podem ir parando aí. Os dois. – Antes que pudessem subir as escadas, eu os chamei. – Nós precisamos conversar. – Ditei, cruzando meus braços.

- Venham até aqui. Agora. – Itachi se pôs ao meu lado.

Os dois se olharam, como se pudessem conversar com apenas um olhar. Inari foi quem virou primeiro, seu rosto estava sério, mas ao mesmo tempo via um certo receio em seus olhos negros. Assim como o irmão mais novo, Sakumo virou, então pude ver algo que confirmou o que a diretora da escola disse.

- Filho! – Fui até ele, segurei seu rosto em minhas mãos, analisando o roxo abaixo do olho verde igual ao meu. – Então é verdade, vocês brigaram mesmo na escola? – O olhei séria, não podia acreditar mesmo no que via.

- Respondam a mãe de vocês. – Ita exigiu, sua voz soou calma, mas ao mesmo tempo tinha uma certa rigidez.

- Não foi nada de mais, mamãe. – Quebrando o silêncio, depois de alguns segundos o mais novo falou.

- Não? O olho do seu irmão está roxo e não foi nada demais? – Perguntei, estreitando meus olhos.

- Eu tô bem. – Sakumo deu um passo para trás, fazendo-me retirar as mãos de seu rosto. – Não tem porquê se preocupar, acabou. – Tinha certos momentos em que o sangue Uchiha me irritava e muito.

- Pode nos dizer o que aconteceu? – Meu marido questionou.

Vi olhares entre os dois novamente, Inari parecia pedir permissão para contar, mas Sakumo apenas negou com a cabeça. Fiquei intrigada com a cena que eu via, são mesmo filhos dos pais deles, porque não é possível.

- Só estava me divertindo e o idiota acabou dando com o rosto no meu punho, nada de mais. – Abri a boca não acreditando no que aquele moleque disse.

Depois disso, Sakumo subiu as escadas correndo e nos deixando para trás. Eu, com a boca aberta ainda e Itachi furioso com certeza querendo subir e fazer sabe sei lá o que com nosso filho. Inari não demorou a segui-lo, provavelmente sabia que sobraria para ele se ficasse.

- Mas que... – Respira, Sakura. – Esse garoto passou dos limites, viu a forma como ele falou? – Olhei para Itachi que só faltava soltar fumaça pelas orelhas.

- Ah, mas isso não vai ficar assim. Ele vai aprender a nos respeitar! – Segurei o braço de meu marido, impedindo-o de ir fazer alguma coisa com a cabeça quente.

- Não amor. Não é bom falarmos com eles agora. Deixe as coisas esfriarem. – Pedi, estava tentando ser compreensiva quando na verdade eu queria ir até lá e puxar aquela orelha até ficar vermelha.

Itachi assentiu, mesmo desejando ir para aquele quarto tanto quanto eu. Subi com meu marido – que ainda estava fardado – para o nosso quarto, ia pegar minha carteira e ele precisava tomar um banho, queria sua ajuda assim que descesse, para me dar um help a com os preparativos da festa, se ainda tivesse festa, porque depois dessa malcriação eu estou pensando sinceramente em mandar tudo para puta que pariu. Ok, não tanto.

O fato é, meu filho nunca foi de falar dessa maneira, nem comigo e muito menos com os pais dele. Então quando digo que tem coisa errada é porque tem mesmo.

Desci novamente, e assim que peguei o que queria em meu quarto.

Encontrei Madara juntamente com Obito entrando em casa com dois pacotinhos nos braços. Eu esbocei um sorriso tão largo, espontâneo e completamente involuntário. Minhas filhas são a sem sombra de dúvidas minhas luzes. Eu jamais em toda minha vida achei que coisinhas tão lindinhas pudessem ser reais. Minhas garotinhas tem quatro aninhos de idade e são minhas cópias. Quero dizer, quando eu era tinha a idade delas, bem loirinha de olhos claros.

 Midori e Oyumi foram minhas surpresas, quando Obito me contou sobre o que Sakumo disse, que havia sonhado com duas menininhas eu surtei, real. E surtei mais ainda quando confirmei que sim, eu estava grávida de gêmeas. Meus filhos mais velhos ficaram tão felizes com a notícia que não ganharia apenas uma, mas duas irmãs.

 Porém, os papais Uchiha já ficaram preocupados, aquele ciúme de pai, sabe... Mesmo comigo explicando que faltava muitos anos ainda para nossas menininhas saírem de casa, eles ficavam preocupados do mesmo jeito.

Midori é parecida demais comigo, cabelo loiro e olhos verdes do mesmo tom que o meu. Oyumi também é loirinha, mas os olhos vacilam entre um verde quase acastanhado, bonito demais. Já falei que elas são minhas luzes? Pois então.

- Mamãe! – Midori se remexeu no colo de Obito, para que ele a soltasse no chão. – Você não vai acreditar, aprendi a escrever meu nome inteirinho sem ajuda da professora! – Peguei minha filha em meus braços.

- Ah, é? Parabéns meu amor, a mamãe quer ver isso mais tarde, tá bem? – Ela assentiu diversas vezes com a cabeça, sorridente. – E você meu bebê? - Perguntei indo em direção a Oyumi que estava no colo de Madara. – O que fez hoje?

- Eu já sei escrever meu nome, mãe. Mas fui eleita a líder da minha turma. – Minha mais velha respondeu. Oyumi nasceu uns minutinhos antes da irmã.

- Isso é incrível, filha. – Beijei seu rostinho.

- Nossas mocinhas são muito inteligentes. – Madara se aproximou de mim, beijando-me. - Saudades, amor. – Eu também, amor.

- Eca. – Midori que estava em meu colo, falou esboçando uma careta.

- Porquê eca? Papai só está mostrando o quanto ama a mamãe. – O Uchiha mais velho a tomou de meus braços, ficando com as duas em seu colo.

Depois de todos esses anos, é ótimo ouvir da boca dele que me ama. 

- Quando eu posso fazer isso também? – Oyumi perguntou, virando-se para o pai.

- Quando tiver trinta anos e a altura do papai. – Obito foi quem respondeu, enciumado. Eu acabei rindo e Madara também, antes de concordar com o que o irmão disse.

- Tenho uma surpresa, amores. Está lá nos fundos, porque não vão até lá? – Desceu minha mais nova do colo, Madara fez o mesmo com a outra.   Sem demora minhas meninas correram para a parte de trás da casa.

Acabei sorrindo. A gravidez delas foi bem diferente, como eram duas eu pesava muito mais e não dormia direito desde o quinto mês de gestação, minhas meninas eram agitadas demais e acredita que a única forma de fazer com que se acalmarem, era com Obito colocando a trilha sonora de Star Wars? Descobrimos isso uma noite, quando entrei na sala de jogos/local de trabalho do meu marido, para justamente reclamar disso, que não conseguia dormir e puf, elas se acalmaram com a musiquinha da tevê. Mas voltaram a se agitar assim que voltei para a cama, então fizemos isso mais vezes. E continuamos desde então, a marcha imperial é praticamente a musiquinha de ninar delas.

 E infelizmente, dessa vez eu não consegui um parto normal gemelar, mas a questão é que eu tive um parto humanizado por cesárea e foi lindo. O temperamento delas é totalmente diferente um do outro. Midori é mais doce, já Oyumi é mais independente, mas, minhas meninas são ligadas demais uma a outra, se eu tentar separa-las seja pelo motivo que for, a choradeira é certa.

- Vem cá. – Sussurrei para o meu nerd e ele realmente veio até mim.

- Está tão cheirosa. – Seu rosto encaixou em meu pescoço, logo após abraçar-me.

Amo ficar agarradinha com Obito, gosto da forma como seus braços me envolvem, me protegem. Meu nerd sempre foi assim, essa pessoa carinhosa e que faz meu coração pulsar toda vez que chega pertinho de mim. 

- Os meninos já chegara? – Madara perguntou, observando a cena.

- Já e nós precisamos conversar. – Tobi para o que estava fazendo - beijando meu pescoço - e me encara.

- O que aconteceu? – É incrível como ele ainda continua medroso para certas coisas.

- Parece que Sakumo e Inari brigaram na escola com alguns colegas. – Conto, ouvindo suspiros nada contentes com a informação.

- Eu vou falar com ele. – Foi o que Mada disse pronto para subir as escadas, mas eu o parei.

- Não, acho melhor esperar um pouco. – Meu marido olhou-me sem entender. – Ele está um pouco nervoso, deixa as coisas se acalmarem, tá? – Pedi, fazendo minha melhor carinha pidona.

- Sakura tem razão, se formos lá agora vamos acabar discutindo. Vamos esperar o Sasuke chegar. – Meu nerd me apoiou, pelo menos ele.

- Tudo bem. - O mais velho suspirou. – O certo era cancelar essa festa... – Murmurou, eu sei que meu marido é irritado o suficiente para fazer as coisas sem pensar.

- Não querido. Sakumo vai ter sua festa e nós vamos ouvir a versão dele. – Ditei, mais séria dessa vez.

Nada mais foi dito e gostei assim. Depois de garantir que o mais velho fosse no quarto do nosso filho, voltei para a parte de trás de casa e lá encontrei minhas meninas brincando com Inojin. Finalmente paguei os rapazes que estavam montando a decoração e logo eles foram embora. Ino me elogiou, dizendo que estava tudo muito bonito e que finalmente eu tenho bom gosto. Não preciso nem comentar, né?

Finalmente Sasuke voltou para casa e trazendo consigo Indra e Ashura. A loira se agarrou no marido com unhas e dentes, até parece que não vivem grudados o tempo todo.  Cumprimentei Indra alegremente, bom o moreno nunca mais tentou nada comigo e eu agradeci por isso.

 Sasuke foi reto para a pequena biblioteca que temos aqui. Diferente da que eles tinham na casa da minha sogra, aqui realmente tem livros que o interessam e ajudam com sua criatividade. Meu marido tem alguns livros publicados, contos e histórias de ficção, mas aquela história ele também publicou.

A Vizinha

Fui até ele e contei o acontecido com nossos filhos, meu marido ficou louco de vontade de ir conversar com Sakumo e Inari, mas eu também consegui impedi-lo. E assim, fizemos todos juntos, meus maridos e eu.

O primeiro foi Inari, meu menino disse que não iria contar nada e que protegeria o irmão mais velho. O que tivemos que fazer... bem, reunimos os dois no mesmo local e começamos a tentar conversar, mas os dois pareciam um tanto birrentos.

- Ok, já chega. Essa festa está cancelada. – Madara ditou, sem dar mais abertura para nada.

- O que? – Sakumo perguntou, já se exaltando. – Não pode cancelar, já convidei meus amigos e...

- Então nos conte o que aconteceu. Quem sabe assim sua festa fica de pé. – Itachi cruzou os braços, sério e encarando o menor.

- Eu não posso... – Murmurou, abaixando a cabeça.

- E porque não? Você sabe que pode falar qualquer coisa conosco, filho. – Sasuke foi até ele, colocou sua mão direita no ombro de Sakumo e deu uma leve apertada.

- Tudo bem, eu falo. Mas... – Ele olhou diretamente para mim. – Não quero que a mamãe ouça. – O que? Me senti completamente jogada de lado, para escanteio.

- O que? Porque? – Ok, eu me exaltei um pouquinho.

- Sakura... – Obito chamou minha atenção. – Porque não desce e conversa com Ino? – Sugeriu, como quem quer nada.

- Tudo bem. Já que não precisam de mim mesmo. – Dei de ombros, completamente birrenta.

- Não seja dramática, amor. Nós conversamos mais tarde. – O mais velho abriu a porta do quarto e eu finalmente sai.

Queria dizer que desci e fui conversar com Ino, mas não foi o que fiz. Fiquei plantada do lado de fora do quarto, torcendo para ouvir alguma coisa. Por sorte, Madara não fechou totalmente a porta, deixou um pouquinho aberta e eu pude dar uma boa espiada no que acontecia dentro do quarto, até que comecei a ouvir as vozes.

- Sua mãe já foi, pode falar. – Quem iniciou a conversa foi Obito.

Ouvi um suspiro vindo do meu filho mais velho.

- Andem. Porque brigaram na escola. – Madara, como sempre, impaciente.

- Não foi bem assim que aconteceu, pai. – Não foi Sakumo quem falou, e sim Inari.

- E então como foi, Inari? – A atenção do Sasu foi toda para o mais novo.

- Uns garotos estavam implicando comigo por conta de um desenho que eu fiz. – Conta, realmente Inari tem um lindo dom de desenhar.

- E o que aconteceu, filho? Pode falar. – Itachi o incentivou.

- A professora passou uma atividade onde teríamos que fazer nossa árvore genealógica e desenhar nossos pais. Eu desenhei toda a nossa família e ganhei um dez por isso. Eu pedi se podia trazer pra casa e mostrar para vocês o meu desenho e a minha nota e ela deixou, então uns garotos mais velhos viram e tomaram o desenho de mim. Começaram a falar coisas e eu me exaltei, os empurrei. – Meu coração apertou, apertou tanto com a vozinha de choro do meu bebê. – Sakumo viu e bateu neles. E por isso ele ganhou um olho roxo, por isso ele está encrencado, por me defender. – Eu suspirei, controlando a vontade de entrar no quarto e pegar Inari nos braços e abraça-lo com força.

- Eu sei que nos disseram para não brigarmos. – Finalmente, Sakumo começou a falar – Mas eu não me aguentei, eles estavam falando da nossa família. - Sakumo suspirou, alto e irritado, como Madara costuma fazer.

- O que eles estavam falando? – Perguntou Obito, podia sentir em sua voz uma certa irritação.

- Eles nos chamaram de aberração! – Abri meus olhos, arregalando-os, juntamente com a minha boca logo em seguida. – Eu não pude aceitar isso, eu não acho que sejamos uma aberração, eu gosto da nossa família. Gosto de ser filho de vocês e da mamãe. – Meu menino mais velho estava bem exaltado, respirando pesado. – Por isso eu não queria que ela estivesse aqui, porque eu sei que a mamãe ficaria triste. – Fechei meus olhos com força, deixando minhas lágrimas caírem, tapei a boca com a mão para que eles não ouvissem o meu choro.

- Estou orgulhoso de você filho, defendeu seu irmão e isso me deixa feliz. Mas da próxima vez que algo assim acontecer, você vai falar direto com a professora ou algum adulto, ok? – Espiei mais uma vez, pude ver Sasuke com um joelho no chão, falando cara a cara com Sakumo.

- Eu não vou agir como um como um covarde. – Eu acabei soltando um riso, bem baixinho. Aquele sangue Uchiha...

- Não é ser covarde. Nem sempre as coisas se resolvem brigando, vai por mim. – O mais velho entre os irmãos falou, para a minha surpresa.

- Nossa família não tem nada de aberração, entenderam? Nós todos nós amamos. Amamos vocês e suas irmãs. Não há nada de errado nisso, ok? – Sorri, Itachi sempre sabe o que dizer.

Respirei fundo, não precisava ouvir mais nada, mas agora eu tinha um lugar para ir. E por isso, sai em passos rápidos até meu quarto e me troquei, então desci. Encontrei Ino no começo das escadas me perguntando onde eu estava indo, disse que já voltaria e que se perguntasse por mim, pedi para que ela dissesse que eu tinha esquecido algo da decoração.

Atravessei a garagem e peguei minha moto.

Cheguei na escola onde meus filhos estudam e estacionei a Katsuyu. Desci e sem demora segui para a entrada, arrancando olhares de algumas mães e pais que estavam indo buscar seus filhos. Percorri um longo corredor cheio de portas e cuidei cada uma delas, precisava achar a diretoria. Veja bem, eu nunca precisei ir até a sala da diretora, isso é novidade para mim. Depois de alguns minutos, achei o que eu queria. Puxei o ar de meus pulmões e dei duas batidas discretas e ouvi um entre.

Assim que girei a maçaneta, dei de cara com uma mulher loira e vestida completamente impecável.

- Senhora Uchiha? - Perguntou, surpresa.

- Gostaria de falar com você. - Tentei não soar ríspida.

- Nosso encontro era na segunda, não? - Soltou uma risada, sem graça.

- Era. Mas o que tenho para falar não podia esperar. - Falei seriamente.

- Então por favor, sente-se. - Indicou uma das duas poltronas que estavam a frente de sua mesa.

- Não obrigada, serei rápida. - Comecei. - Chamou a mãe dos outros garotos que brigaram com meus filhos? - Perguntei, sem rodeios e direta.

- Bom, não vi necessidade, já que quem iniciou tudo foi seus filhos e...

- Não importa. - Interrompi - Deveria ter notificado as mães das outras crianças, porque só eu? - Questionei, levemente me irritando.

- Não me leve a mal, senhora Uchiha mas seu filho mais velho quem agrediu um colega. Então cabe a você tomar a devida providência. - Eu quis controlar a risada falsa que soltei, mas não consegui.

- Pelo menos perguntou o que aconteceu? Ou apenas deduziu o que aconteceu? - Eu estava ficando muito, muito brava. Antes que ela abrisse a boca grande novamente, eu voltei a falar: - Não, não perguntou. Se tivesse perguntado, saberia que não foi meu filho que iniciou tudo, ele só estava defendendo o irmão mais novo do bullying que estava sofrendo por conta da família não ser tradicional. - Ela abriu a boca, parecendo chocada.

- Senhora Uchiha... Crianças não sabem diferenciar certas coisas e desculpe-me por isso, mas sua família é...

- Minha família é maravilhosa. - Pontuei. - Ninguém é obrigado a aceita-la, mas sim, a respeita-la. Meus filhos foram criados para respeitar qualquer coisa. Eles não tem qualquer tipo de preconceitos ou repugnam algo que é diferente. Os pais devem ensinar isso em casa, mas as escolas é quem devem reforçar isso. - Eu já estava ficando ofegante.

- Olhe... desculpe-me eu realmente não...não fazia ideia do que havia acontecido. Deveria ter agido melhor, investigado melhor. - Ela soltou uma risada nervosa, claramente estava ficando mais sem graça ainda.

- Eu só espero que isso não se repita. Nem com meus filhos, nem com os filhos de mais ninguém, senhora Aiumi. - Eu tremi um pouco, sentindo minha garganta fechar.

- Claro. Mais uma vez, desculpe-me. Irei chamar as mães das outras crianças. - Assenti, encarando-a.

- Tudo bem. Segunda-feira estarei aqui. - Voltei a ter uma postura ereta. - Obrigada por sua atenção. - Ela sorriu, acho que dessa vez foi verdadeiro.

- Seus filhos são crianças maravilhosas, senhora Uchiha. Perdoe-me mais uma vez. - Pediu, eu realmente acho que ela se arrependeu.

- Tudo bem. - Sorri, passando tranquilidade a ela.

Me despedi dela e sai da sala com uma leveza, eu precisava fazer isso, despejar essas palavras, senão fizesse, ficaria entalado em minha garganta durante todo o final de semana.

Assim que cheguei em casa, um desespero subiu por meu corpo, havia alguns carros estacionados na frente de casa. Eu perdi totalmente a noção do tempo e a festa estava começando. Puta que pariu, hein, Sakura. Estacionei, deixando a moto na calçada de casa mesmo, sem me preocupar com nada.

Fui em direção a entrada de casa e entrei, estava subindo de fininho, precisava tirar essas roupas de motoqueira e vestir algo mais confortável. Entrei no quarto, encontrando Sasuke abotoando uma camisa preta em seu corpo.

- Onde esteve? – Foi a primeira coisa que meu marido perguntou.

- Eu tive que resolver uma coisa sobre a decoração e...

- Foi até a escola? – Direto como um raio, hein?

- Fui... – Suspirei, meu marido veio em minha direção.

- Eu sabia que você tinha ouvido a conversa. – Seus braços circularam meu corpo. – Está triste? – Perguntou, acariciando meu rosto com o seu.

- Fiquei na hora. Mas fiquei mais feliz por saber que eles se defendem e são unidos. – Sorri, antes de receber um beijo na ponta do meu nariz.

- Eles são incríveis. Não se preocupe com essas coisas, elas vão acontecer nós querendo ou não. É inevitável. O importante é isso, Sakura, que eles continuem unidos e defendendo uns aos outros. – Mordi o lábio, a vontade de chorar veio à tona. – Não chora, pequena. – Ele me abraçou, um abraço intenso e necessitado.

- Nossa família é maravilhosa, Sasuke. – Foram as únicas coisas que consegui dizer, antes de deixar algumas lágrimas escaparem.

- Claro que é. Agora vai se trocar e vamos descer, alguns convidados já chegaram. – Assenti, meu marido me deu um beijão gostoso e eu fui toda feliz me trocar.

Eu estava gata para um caralho, ok, certas coisas não mudam. Me admirei no espelho e aprovei o look, agora só falta curtir a festa do meu filho e torcer para que no fim dela seus pais tirem esse vestido de mim. Acabei soltando uma risada dentro do banheiro, mas faz parte.

Desci sorridente e fui até os fundos de casa. Ao chegar lá, admirei a decoração linda que havia escolhido, ficou como eu queria e muito mais. Da porta, podia ver Tenten e seu marido Neji, juntamente com meu afilhado Yuno, esse garoto é igualzinho ao pai. Ele é alguns meses mais velho que Inari e os dois são muito amigos.

- Tudo está incrível, sério. Você arrasou. – Ela me elogiou, assim que chegou até mim.

- Obrigada. Ficou demais mesmo. – Admirei mais uma vez todo o local. – Como vocês estão? – Perguntei, acariciando a barriga da minha amiga que logo teria uma menininha vindo por aí.

- Estamos enormes e com fome o tempo todo. – Ela reclamou, risonha.

- Aí amiga, eu passei por isso três vezes. – E estava...

- Sakura! – Ouvi a voz de minha sogra.

- Eu vou lá. Qualquer coisa me chama, ok? – Tenten assentiu, e eu saí indo em direção a dona Mikoto.

Desviei das crianças correndo de um lado para o outro e acabei soltando uma risada. Minha sogra estava ao lado da mesa de doces, checando se estavam tudo do jeito que ela queria. Afinal, quem cuidou do bufê foi ela, não poderia ter escolhido pessoa melhor para me ajudar com isso.

- Os meninos me contaram o que aconteceu, tudo bem? – E tinha dessas, meus maridos contavam algumas coisas para Mikoto e eu não me incomodava nenhum pouco.

- Está sim, eu já resolvi isso. – Pisquei travessa para ela.

- Ótimo. Deve se mostrar sempre forte, senhora Uchiha... – Devolveu a piscada, de uma forma bem marota. – Fugaku, vai derrubar a menina! – Gargalhei, com a minha sogra indo em direção ao marido e brigando com o mesmo por estar com Midori em suas costas.

Meus sogros ficaram literalmente nas nuvens quando souberam da minha terceira gravidez, e mais ainda quando souberam que eram duas menininhas. Fugaku se tornou um avô mais babão ainda e ciumento também, é de família.

Observei minha mãe e meu pai ao longe, tirando foto de tudo. Eles também ficaram felizes com a minha família, hoje em dia é mais fácil. Sinto que minha mãe está menos relutante com tudo isso, e fico feliz.

- Tsuna! – Minha mestra apareceu, linda como sempre e no salto quinze. Fui até ela a abraçando, ainda bem que ela conseguiu uma folguinha do hospital. – Ficou feliz que esteja aqui. – Murmurei.

- Eu também. Trouxe uma coisinha para seu pequeno. – Atrás de si, vinha Jiraya, carregando um presente enorme.

- O que tem aí? Um carro? – Brinquei, e ela soltou uma gargalhada.

- Pelo peso, é o que parece. – O homem reclamou, e ganhou uma olhada feia da Senju.

- Ele vai gostar. Mas agora minha querida... – A olhei curiosa, para que continuasse. – Eu irei me aposentar do cargo de chefe do hospital, não aguento mais é responsabilidade. – Me conta, suspirando.

- Sério? Eu não esperava por isso, mas, já que é sua decisão...eu entendo. – Comentei, eu realmente fiquei surpresa.

- Que bom! – Exclamou, sorrindo de orelha a orelha. – Porque eu indiquei você para me substituir. – Tsunade alcançou uma taça de espumante e brindou no ar, saindo de perto de mim e me deixando ali.

Como é? Ela fala isso e sai? Larga a bomba nas minhas mãos e sai de fininho? Pisquei diversas vezes tentando absorver aquela informação que chegou completamente de surpresa. Agora quem precisa de uma taça de espumante sou eu, um não, umas cinco de preferência.

- Sakurinha! – Só sai do transe porque fui abraçada e levantada por um loiro gritante e sorridente.

- Naruto! – O repreendi, ele tem essa mania esquisita.

- Desculpa, desculpa! – Me soltou, rindo feito um tonto. – Eu chamei você, mas parecia no mundo das nuvens. – Revirei os olhos sorrindo.

- Fico feliz que tenha vindo, onde está Hinata e Boruto? – Perguntei, mas logo vi a morena de olhos claros se aproximar. – Hina... Você está tão linda... – Elogiei, ela estava quase ganhando a pequena Hima. Não demorou para que Boruto soltasse de sua mão e saísse correndo em direção as outras crianças.

- Obrigada. – Agradeceu, sorridente e ao mesmo tempo corada. – Logo minha menina estará correndo com as suas por aí... – Comentou, podia ver o brilho em seus olhos.

A morena me ajudou muito, como minha babá quando ainda era uma estudante de pedagogia, por isso Hinata manda bem demais com crianças. Nos tornamos amigas, Ino adora ela e a atenta de uma forma sem igual e bem... Hinata é irmã de Neji, então estamos todos entre amigos.

Entramos em alguns assuntos, até meus olhos alcançarem um casal e junto a eles, uma menininha de cabelo claro e olhos negros, ela se parecia muito com o pai, mas o olhar doce remetia muito o de sua mãe.

Kakashi e Rin também são grandes amigos, Obito e eu somos padrinhos de pequena Yui Hatake. Meu marido chorou quando fomos convidados, eu sabia que isso iria acontecer. Tobi é apaixonado na doce menina de cinco anos.

- Você está linda. – Rin me elogiou, sorrindo abertamente.

- Você também. Que bom que vieram. Yui, porque não vai brincar com as outras crianças, hum? – Abaixei-me para ficar na altura da garotinha. Ela era um pouco tímida, mas logo assentiu sorridente e correu em direção as outras crianças.

- Aqui, para o Sakumo. – O Hatake estendeu um pacote bonito de presente e eu o peguei.

- Obrigada. Por favor, aproveitem a festa e sintam-se à vontade. – Eles sorriram, eu queria ter ficado mais, porém a campainha tocou.

Deixei o presente de Kakashi juntamente com os outros que Sakumo havia ganhado e fui para dentro de casa novamente. Acertei usar um calçado baixo, não aguentaria muito se tivesse colocado um salto ou algum sapato mais elaborado. Fui em direção a porta e nem me preocupei em olhar pelo olho mágico e a abri. Acabei sorrindo largo, eu o convidei, mas não fazia ideia de que ele viria mesmo.

- Tobirama... Você veio. – O homem sorriu, um sorriso contido, mas não menos bonito.

- Na verdade, apenas vim deixar meu presente. – Franzi o cenho.

- Não vai entrar? – Perguntei, eu queria que ele ficasse.

Depois de tudo, o Senju e eu somos amigos.

- Na verdade eu estou indo para o aeroporto, meu voo sai daqui a uma hora. – O olho sem entender, para onde ele vai? – Estou indo fazer uma especialização em New York. – Conta-me.

- Isso é incrível. Estou feliz por você. – Realmente, estou mesmo.

- Aqui. – Entregou um embrulho prateado. – Deseja feliz aniversário para o Sakumo por mim. – Sorriu, o mesmo sorriso contido.

- Obrigada. Gostaria que ficasse pelo menos um pouco, mas entendo que não pode perder seu voo. – Torci meu lábio, e ele olhou diretamente para minha boca.

Doutor bonitão, não podemos mais brincar, sou uma mulher casada. Muito bem casada.

- Nós nos veremos de novo, afinal eu espero que como chefe do hospital de Konoha, você possa me dar uma mão, quando voltar, não é? – Ele sabia...não aguentei, comecei a rir.

- Pode contar com isso, doutor carrancudo. – Ah, lembranças!

Tobirama se despediu de mim e eu o desejei boa sorte nessa nova jornada. Fechei a porta toda sorridente. Voltei para dentro com o presente em mãos e com um sentimento muito bom dentro do meu peito que eu não sabia direito o que era.

Mas, eu soube exatamente o que era quando cheguei aos fundos novamente e vi todas aquelas pessoas que completaram minha vida nesses anos aqui em Konoha. Para uma pessoa que não queria nem mesmo sair de Tokyo, agora não me vejo mais longe de cada um aqui, cada um que contribuiu para o meu crescimento pessoal e profissional.

- Hora de cantar parabéns e cortar o bolo! – Minha mãe apareceu ao meu lado, toda sorridente e segurando uma câmera nas mãos. – Vai filha, fica no meio de seus maridos e seus filhos! – Eu iria desobedecer?

 

Nunca.

 

 

 

 

Autora

Naquela manhã, a família Uchiha tinha uma importante viagem para fazer. Os carros, que eram dois, iam com destino a Tokyo. Todos estavam acomodados e prontos para partir, seria uma longa viagem e cansativa também. Não lembravam de quando tinham saído todos juntos, sem deixar nenhum membro da grande família para trás. Talvez nunca. A rotina de trabalho e obrigações eram tantas, mas naquela manhã não. Naquela manhã eles deixariam tudo para trás, pelo menos por alguns dias.

O tempo não fora muito bom com os adultos, por ter de aguentar e conviver com a maioria das críticas e preconceitos que recebiam diariamente, porém, aprenderam a levantar suas cabeças e viver a vida deles que não era perfeita, mas bastava pois tinham um ao outro.

A viagem se iniciou tranquila, e em poucas horas já estavam em Tokyo. O hotel foi ocupado e divido de maneira que Sakura pudesse ficar de olhos em todos os seus pequenos. Claro que prezavam por privacidade, por esse motivo o maior e mais caro quarto fora alugado para os adultos.

Na tarde, estavam todos prontos e bem vestidos, estava quase na hora. Foram até o local que aconteceria o evento, podiam já ver a multidão a frente do estabelecimento alugado, apenas esperando o que aconteceria ali.

Acomodaram-se todos em seus devidos lugares, os mais novos estavam ansiosos, as menores não entendiam muito bem o que acontecia a sua volta, porém, tinham noção de que era algo para se festejar.

Assim que as portas foram abertas, a comoção e o falatório fora grande. Ele estava nervoso, e ao mesmo tempo eufórico. Os fleches em sua direção o irritavam um pouco, não era para menos, era a primeira vez que expunha seu rosto.

- Senhor Uchiha, porque o pseudônimo? – Perguntou, um dos que segurava um gravador nas mãos.

- Para manter a integridade e a privacidade de minha família. – Respondeu, sorrindo cordialmente.

- Porque agora o senhor resolveu se mostrar como Sasuke Uchiha e não mais como Susanoo? – Outro perguntou, levantando-se da cadeira.

- Porque não tenho o que esconder. Eu amo minha família e eles me apoiam. – Olhou em direção aqueles dos quais falava. – Faço tudo por eles. – Ressaltou.

- A Vizinha se tornou um dos livros mais vendidos em todo o mundo, como se sente com isso? Afinal, é a história de sua família. – Sasuke suspirou, e pegou em mãos um dos exemplares.

- Sinto orgulho. Jamais imaginei que chegaria até aqui. – Apertou a capa dura em seus dedos, só para ter a certeza de que sim, era real.

- Pode por favor ler um trecho do livro? – Sasuke o respondeu com um “É claro”

- "Não posso dizer que sinto orgulho de algumas coisas que fiz e que estão gravados nessas páginas, afinal todos os acontecimentos agora, estão registrados para sempre. A Vizinha se tornou uma paixão, um amor intenso que te rasga por dentro e logo depois te costura... que te afoga, mas que te salva tão depressa que você nem ao menos sente a água em seus pulmões. Te leva para o inferno, para então te fazer enxergar os céus. 

Gostaria de dizer que esse é o capítulo final, porém, nossa história ainda não terminou. Agora um novo capítulo se inicia...

 

 

 

 

- Seja bem vinda, Sarada. "


Notas Finais


Eu caí no clichê de combinar os nomes, AI MEU DEUS, NÃO ME BATAM.
E ESSE FINAL COM MAIS UM BEBÊ A CAMINHO, HEIN?

Espero que tenham captado quem é filho de quem, senão conseguiram eu vou colocar em algum comentário, mas se leram com atenção, vão saber.

Espero que tenham gostado, enrolei para postar porque eu simplesmente travei nesse último capítulo, eu o escrevia e aí não gostava.. Enfim, obrigada novamente.



Até. <3


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