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História A Walking to the End - Bons amigos colocam a conversa em dia


Escrita por: fercarol03

Capítulo 9 - Bons amigos colocam a conversa em dia


-Desculpe, todos os ingressos acabaram há uma hora. -O atendente do cinema falou com ar cansado e entediado.

-Todos? Todos mesmo? -Draco choramingou curvando os ombros. O atendente deu um suspiro.

-Desculpe, moço. Mas as sessões do primeiro dia estão todas lotadas.

-Será que não tem como resolver isso? Talvez alguém que esteja disposto a vender o ingresso? -Draco lançou um olhar malicioso para o homem. -Ou talvez você poderia dizer a alguém que a sessão foi cancelada…

-Você está tentando me subornar? -O atendente crispou os lábios, uma sobrancelha levantada com ar ofendido. 

-Não, é claro que não. -Draco passou a mão pelo rosto se sentindo envergonhado. Aquilo parecia funcionar muito melhor nos desenhos animados. -Será que eu não poderia assistir esse filme na escada? Eu juro que não conto pra ninguém!

-Moço, outras cinquenta pessoas tiveram essa mesma ideia.

-Droga. -Draco suspirou desanimado. -Tudo bem, caso alguém desista do ingresso, você poderia me ligar?

-É claro. -O rapaz pegou um caderno escolar velho, com a espiral larga e folhas que pareciam já ter sido molhadas em algum momento. O rapaz procurou um espaço em uma folha que tinha anotações por todos os lados. -Você é o número cento e oitenta e três na lista de espera.

-CENTO E OITENTA E TRÊS? -Draco ecoou indignado. -Tem cento e oitenta e três pessoas na minha frente?

-Cento e oitenta e dois, senhor. Você é o número cento e oitenta e três. -O homem respondeu parecendo muito entediado. Draco fuzilou ele com o olhar.

-Ótimo. Por favor, não passe ninguém na minha frente, deus me livre ser o número cento e oitenta e quatro.

-Não faríamos isso, senhor. -O menino respondeu de forma irônica e Draco bufou, marchando para fora do cinema.

Draco caminhou desanimado e frustrado até a casa do padrasto. O filme de seu herói favorito iria estrear naquele fim de semana e ele não poderia assistir. Segunda, quando chegasse na escola, provavelmente Crabbe e Goyle iriam lhe encher de spoilers e ele seria obrigado a distribuir patadas e ameaças a qualquer um que ameaçasse lhe contar qualquer coisa sobre o filme. Suspirou.

Deveria ter saído mais cedo, deveria ter fugido da escola na hora do recreio para comprar os ingressos, mas teve medo. Se fosse pego escapando da escola, a mãe jamais o deixaria ir ao cinema e todo o seu esforço teria sido inútil. Amaldiçoou-se por sua covardia. Se tivesse saído para o cinema no começo do intervalo e voltado em dez minutos ninguém teria sentido sua falta e ainda teria o ingresso. Maldição.

Entrou em casa sem anunciar sua chegada. Ouviu a mãe na cozinha e olhou em seu relógio de pulso. Narcisa provavelmente havia saído mais cedo da galeria, uma vez que era sexta-feira. 

Draco ouviu o barulho de algo caindo na pia da cozinha e alguém murmurando xingamentos em voz baixa. O garoto fez uma careta. Aparentemente a mãe não estava em seu melhor humor. Talvez atraída pelo pensamento do filho, a mulher colocou a cabeça pela porta para encará-lo.

-Draco, que cara é essa? -Narcisa perguntou secando as mãos em um guardanapo de pano. Apesar da pergunta direcionada ao filho, era óbvio que tinha algo de errado com ela.

-Oi, mãe. -O menino respondeu sem vontade de falar a respeito da tragédia que havia sido seu dia e ainda na dúvida se deveria ou não perguntar qual era o problema dela.

-Comprou o ingresso para o filme que você queria assistir? -A mulher ergueu as sobrancelhas ao perceber seu humor.

-Não, já tinha acabado. -Ela falou se encaminhando para as escadas, desistindo de aprofundar o assunto.

-É uma pena, mas você pode assisti-lo na semana que vem. -Draco podia ouvir a indiferença em sua voz e bufou. Quando ela voltou a falar, a indiferença deu lugar ao desgosto. -Hermione já chegou. Ela está descansando em seu quarto.

-Já chegou? -Draco virou-se olhando novamente o relógio, antes de erguer uma sobrancelha. -Chegou cedo.

-Pois é, ela não quis me dizer porque, mas parece que precisava falar com você. -Ela sacudiu uma mão no ar tentando fingir falta de interesse. -Bata na porta para conferir se ela está acordada.

Draco não ouviu o que a mãe falou por último, pois já havia disparado pelas escadas. Também não havia ouvido o estalar de língua e os murmúrios da mulher ao retornar para a cozinha. Ele bateu uma única vez na porta antes de abri-la e colocar a cabeça para o lado de dentro.

Ele encontrou uma Hermione adormecida ainda com os fones de ouvido enfiados na orelha e tocando música estridente. Draco parou ao lado de sua cama, com as mãos no quadril enquanto ele lhe encarava parecendo frustrado. Sabia que Hermione iria rir de sua falta de sorte e do fato dele não ter conseguido os ingressos, mas, ainda assim sentia a necessidade de dividir com alguém suas amarguras. Entretanto, ela estava dormindo e Draco não sabia se era certo ou não a acordar. 

Quer dizer, é claro que ele poderia simplesmente chamar o nome da garota, lhe dar um chacoalhão para que ela acordasse, mas hesitou. Antes que pudesse perceber, estava sentado aos pés de Hermione e a encarava enquanto dormia. Cruzou os braços e suspirou. Se ela acordasse naquele instante, certamente faria um escândalo, mas ele não se sentiu tentado a ir embora. Apenas se levantou quando percebeu que a garota estava dormindo profundamente e provavelmente só acordaria para o jantar. Suspirou.

Ao levantar para sair, no entanto, a ponta de seu pé enroscou em parte do edredom que havia caído no chão e se amontoado em uma montanha fofa. Ao tentar se afastar da cama, Draco tropeçou, caindo no chão com um estrondo horrível. Ele praguejou.

-Mas que mer…

-Draco? -Hermione chamou abrindo os olhos e erguendo a cabeça. Os cabelos castanhos estavam amassados em volta de sua cabeça. -O que está fazendo aqui?

-Eu...

-Draco? -Narcisa chamou subindo as escadas de forma rápida. Havia um tom de preocupação em sua voz.

-Maldição. -Draco rosnou tentando desprender o pé do cobertor no mesmo momento em que  a mulher colocou a cabeça para dentro parecendo desconfiada.

-Está tudo bem aqui? -Narcisa perguntou olhando do filho para Hermione que parecia mal-humorada enquanto esfregava os olhos.

-Está, eu só tropecei quando entrei para acordar Hermione. -Ele resmungou mostrando o edredom no chão. A mãe assentiu por um instante, parecendo um tanto incerta.

-Objetivo atingido. -Hermione resmungou fazendo careta. 

-Que bom que não foi nada então. -A mulher forçou um sorriso parecendo sem graça e depois saiu. Hermione ficou em completo silêncio até que ouviu os passos da mulher no andar de baixo.

-Não parece que você estava vindo me acordar. -Hermione notou olhando o menino ainda sentado no chão. -Na verdade, parece que você estava saindo sorrateiramente do meu quarto. Estava me espiando dormir, Malfoy?

-Em seus sonhos, Granger. -Draco bufou, mas lançou a menina um olhar de canto, tentando descobrir se ela sabia ou não da verdade. -Ouvi o seu ronco e achei que fosse um animal selvagem que tivesse invadido a casa.

-Idiota. -Hermione lhe jogou o travesseiro e o garoto riu colocando-se em pé. -Muito bem, o que o fez vir ao meu quarto então?

-Minha mãe falou que você queria falar comigo. Não é por isso que chegou mais cedo hoje?

-Ah, claro. -Ela ergueu as sobrancelhas e jogou as pernas para fora da cama. -Passe minha mochila, por favor.

Draco caminhou até o canto do quarto e pegou a mochila verde de listras azuis com inúmeros botons e pins pendurados. Ele fez uma careta ao perceber que a bolsa era muito mais pesada do que ele esperava.

-Está carregando tijolos, Granger?

-Eu passei na biblioteca no intervalo. -Ela explicou abrindo a mochila olhando para dentro. Draco fez uma careta ao se lembrar do que deveria ter feito em seu intervalo, mas não fez. -Aqui!

-O que é isso? -Draco perguntou olhando desconfiado para os dois pedaços de papel.

-Bateu a cabeça, Malfoy? Olhe direito! -Hermione sacudiu os dois pedaços de papel e Draco segurou sua mão com seus dedos. Ele arregalou os olhos.

-Como você…?

-Planejamento, meu querido. -Ela sorriu diabolicamente. -Você conseguiu os seus?

-Não, eu só pude ir depois da escola e todos os ingressos haviam acabado. -Ele piscou abismado.

-Mas que pena. -Ela meneou a cabeça com uma inocência fingida. 

-As vendas só começaram hoje. Você matou aula para…

-É claro que não. Eu não quebro regras, Malfoy. Eu serei advogada, lembra? -Ela parecia vitoriosa enquanto sorria.

-Eu não estou vendo a relação aqui, mas isso não explica como você conseguiu os ingressos. -Ele tentou pegar os papéis da mão da menina, mas ela foi mais rápida, os escondendo em suas costas.

-Eu reservei depois que voltamos da casa de veraneio. -Ela deu de ombros. -Imaginei que você não faria o mesmo.

-Você fez… Você comprou isso pra mim? -Draco arregalou os olhos sentindo todo seu corpo dormente. De repente, apesar do cabelo desgrenhado, aquela menina havia se tornado o que havia de mais lindo no mundo para ele.

-Mas é claro que não. Comprei para mim e Luna, é claro.

-O QUE?

-Isso mesmo. -Ela deu de ombros e deu um sorriso, mas suspirou assim que viu a decepção no rosto do outro. -Estou brincando, eu comprei pensando em você. É seu aniversário semana que vem, não é?

Ela ergueu os ingressos e colocou na mão de Draco que ainda olhava embasbacado dos ingressos para a menina a sua frente. Hermione sorriu suavemente, parecendo bem satisfeita consigo mesma.

-Por que você comprou dois? -Ele a olhou por um instante piscando os olhos. Hermione deu de ombros parecendo hesitante.

-Bom, que graça tem ir ao cinema sozinho? Agora você pode levar alguém.

-Que bom! Levarei a Pansy Parkinson então. -Ele falou dando uma gargalhada ao ver a careta que Hermione havia feito.

-Eu vou pegar esses ingressos de volta! -Ela bufou e Draco gargalhou ainda mais alto.

-Amanhã às 18h, Granger! Sem atrasos. -Ele falou estendendo um dedo no ar ao deixar o quarto da garota. Hermione piscou os olhos.

-Isso é um convite?

-Não se atrase, Granger! -Ele repetiu gargalhando.

-Você precisa aprender a convidar uma garota para sair, Malfoy! -Hermione falou para o corredor vazio e depois voltou para o seu quarto, trancando a porta sem conseguir evitar um sorriso.

(...)

Hermione encarou o imenso prédio no centro da cidade. Era um edifício muito bonito, inteiro feito em mármore, vidros e aço. Hermione não sabia ao certo como Luna havia acabado ali, nada naquele prédio parecia combinar com a imagem que tinha da adolescente distraída que lhe fazia companhia durante a escola. Ainda assim, caminhou até a recepção e apertou os botões modernos do interfone. Uma voz, entretanto, a fez dar um pulo, chamando sua atenção.

-Pois não?! -A voz no interfone falou fazendo franzir a testa.

-Vim visitar a Srta. Luna Lovegood, apartamento 302.

-Um minuto. -O interfone ficou mudo e Hermione olhou sobre o ombro para a rua.

Estava em uma rua movimentada de um bairro rico da cidade. Hermione certamente não sabia muito sobre a vida atual de Luna, mas certamente as coisas pareciam estar indo bem para ela. Sorriu. Luna foi uma garota peculiar na adolescência, mas era alguém especial. Se havia uma pessoa que merecia todo o sucesso do mundo, essa pessoa certamente era Luna.

-Pode entrar. -O porteiro avisou, abrindo o primeiro portão. 

Hermione deu um passo para dentro, percebendo que havia ficado presa em uma espécie de gaiola. Olhou em volta desesperada. Apenas quando o portão que dava para a rua se fechou, o próximo se abriu dando espaço para que a garota entrasse. Hermione caminhou mais alguns passos para dentro, dando de cara com uma porta de vidro que abriu automaticamente quando ela se aproximou. Suspirou. Não estava acostumada com os novos sistemas de segurança e certamente o pai parecia estar atrasado nesse quesito.

Hermione começou a se sentir desesperada quando o elevador abriu diretamente em uma espaçosa sala privativa, com um quadro genérico e um vaso de flores de plástico. Hermione arregalou os olhos sem saber ao certo o que fazer. Poderia muito bem estar no meio da sala de um desconhecido.

-Hermione. -A voz suave lhe chamou e a garota se tranquilizou. Luna se aproximou, saindo de uma grande porta lateral que parecia pesada, lhe dando um abraço apertado. A garota sorriu.

-Luna, jamais imaginaria você vivendo aqui. -Hermione confessou dando uma olhada em volta.

O apartamento era completamente monocromático, todas as paredes e móveis eram em tons de branco e cinza. As únicas cores que via vinham do lado externo, pela janela. Hermione franziu a testa. Luna costumava ser uma artista, era impensado que escolhesse viver em um lugar que parecesse tão vazio como aquele.

-É diferente, não é? -Luna riu conduzindo a amiga até o sofá de couro branco. -Meu marido também acha que tudo é muito branco.

Hermione arriscou mais uma olhava em volta. Os sofás brancos combinavam com o tapete de pelos longos de mesma cor e a mesa de centro feita de  mármore claro. Era um ambiente bonito e sofisticado.

-Marido? -Hermione arregalou os olhos, lhe voltando a atenção.

-Sim, eu me casei há dois anos. -Luna sorriu e foi até um aparador, abrindo uma gaveta e retirando algo de lá. Ela estendeu o porta-retrato em direção a Hermione. -Esse é Rolf Scamander, meu marido.

-Luna, eu não sabia… -Hermione sacudiu a mão encarando a imagem do homem que nunca havia visto em sua vida.

Na imagem, Luna, vestida de um belo e clássico vestido de corte reto, sorria ao lado de um homem alto e moreno. Ao lado da menina, Rolf Scamander parecia quase como um monumento, um enorme homem de peito largo que parecia pronto para se atirar em frente a uma bala pela menina. Hermione não pôde evitar um sorriso.

-Tudo bem, acho que ninguém ficou sabendo. Somos um casal discreto. -A loira deu de ombros. 

-Como vocês se conheceram? -Hermione sorriu ao devolver o porta-retrato.

-Você sabe que eu me tornei uma artista de webtoons? -Luna perguntou de repente mudando de assunto. Hermione meneou a cabeça.

-Webtoons?

-São histórias em quadrinhos que são publicadas online. -Luna explicou voltando a guardar o retrato e tirando outra coisa da gaveta. Ela entregou um grosso livro de capa colorida. -Eu comecei um webtoon há alguns anos e acabou fazendo algum sucesso. Essa é uma edição especial que foi feita há três anos.

-Luna, isso é incrível! -Hermione arregalou os olhos para os desenhos do livro. Tudo era delicado, suave e perfeito. As cores vibrantes e harmônicas combinavam mais com a memória que tinha da menina. Hermione sorriu. -Eu sabia que você se tornaria uma grande artista.

-Acho que você era a única que acreditava nisso. -Luna riu. -De qualquer forma, o livro foi lançado em um único volume físico e eu fui convidada pela editora a comparecer em uma feira. Rolf era fã da história e acabamos nos conhecendo.

-Parece a história de um filme. -Hermione sorriu mais abertamente. -Já pensou em contar a história de vocês em um Webtoon? Tenho certeza que faria sucesso!

-Acho que Rolf discordaria veementemente. -Luna suspirou e se aproximou da mesa de centro de mármore branco, pegando uma xícara de porcelana da mesma cor. -Você gosta de leite em seu chá?

-Sim, por favor. -Hermione sorriu.

-E você? Achei que jamais sairia de Londres.

-Eu também achei. -Hermione então começou a atualizar a amiga sobre sua vida.

Ela não hesitou. Esse era o tipo de relação que sempre havia tido com Luna. Ela não precisava pensar muito, não precisava se preocupar com o peso de suas palavras ou se seria mal interpretada. Hermione e Luna eram muito diferentes, com objetivos completamente distintos e haviam se afastado no decorrer do tempo, entretanto, Hermione jamais seria capaz de considerar Luna menos que uma boa amiga.

Luna ouviu tudo com muita atenção, desviando o olhar apenas para alcançar a xícara de chá para a outra. Hermione não havia percebido, mas era a primeira vez que falava com alguém que não estava diretamente ligado àquele assunto. Apesar de a mãe não estar mais tão próxima do pai, ela ainda era sua ex-esposa. Não podia a considerar exatamente como uma opinião neutra. Luna era a única pessoa que conhecia que não tinha qualquer relação, qualquer ligação com o pai e com o que estava acontecendo.

Luna deixou que Hermione falasse tudo e continuou imóvel ouvindo. Ela não bebeu nem sequer um gole de seu chá até o fim da fala de Hermione. Quando a garota terminou de falar, Luna permaneceu em silêncio por algum tempo e depois suspirou.

-Hermione, eu sinto muito.

-Obrigada. Na verdade eu também. Eu sinto muito por não ter te procurado antes, mas eu não estava conseguindo encontrar minha disposição.

-Eu entendo completamente. -Luna assentiu. -E como você está?

-Eu? -Hermione piscou os olhos surpresa.

Pela primeira vez, em muito tempo, alguém lhe fazia aquela pergunta. Até então, sempre que contava a história de seu pai, tudo o que as pessoas falavam era sobre ele, como estava, qual era sua condição no momento, se havia algo que pudesse ser feito. Hermione era muito grata pela preocupação de todos, não era aquilo que a incomodava. O que a deixou sem reação foi o fato de que, pela primeira vez, Hermione era incapaz de dar a resposta automática, o simples “estou bem” ou “estou levando”.

A forma como Luna a encarava, tão cuidadosamente, como se estudasse sua expressão e reações, não permitia que Hermione falasse nada além da verdade mais profunda do mundo.

-Eu estou destruída.

-Eu imagino. -Luna assentiu. -Como está aguentando?

-Eu tento me segurar, eu tento me manter em pé porque sei que é o que eu preciso fazer. -Hermione abaixou a cabeça para sua xícara de chá, a visão de repente embaçada. -Draco tem me ajudado também.

-Draco, o filho de sua madrasta? 

-Sim, ele está ao meu lado. -Hermione deixou que um sorriso de alívio escapasse. -É absurdo, mas não sei o que faria sem ele.

-Isso é impressionante. Como aconteceu?

-Acho que o problema em comum nos uniu.

-Isso é bom, Hermione. É bom ter alguém que entende o que você está passando.

-Sim, de fato.

Luna e Hermione continuaram falando sobre a vida e o que havia acontecido no tempo em que estiveram distantes. Por fim, se despediram prometendo que iriam se ver na semana seguinte, o mais breve possível.

-Acho que no próximo fim de semana irei para a casa de veraneio de meu pai. Ele quer passar algum tempo longe da cidade. -Hermione revirou os olhos, justificando o motivo de não poder encontrar Luna no próximo sábado.

-Isso parece agradável. -Luna assentiu levando Hermione até o elevador. -Irá toda a família?

-Acho que sim. Só meu noivo não irá. Vai estar trabalhando, para variar. -Hermione revirou os olhos parecendo incomodada. Luna sorriu.

-Não sabia que Malfoy havia se tornado tão responsável.

-Sim, ele se tornou. -Hermione suspirou. -Mas provavelmente tirará um tempo para ir conosco no fim de semana.

Houve um silêncio incômodo e Hermione não conseguiu entender o motivo. Luna piscou os olhos várias vezes, parecendo confusa, Hermione meneou a cabeça para a amiga em uma pergunta muda.

 -Seu noivo…

-Ronald. -Hermione sorriu fraco. -Ronald Weasley. Nos conhecemos durante a faculdade.

-Ah, meu deus. -Luna piscou os olhos rapidamente e cobriu a boca com as mãos. -Eu fiquei esse tempo todo achando que seu noivo era Malfoy.

-Malfoy? -Hermione arregalou os olhos dando um passo para trás. -Por que eu estaria noiva do Malfoy?

-Eu não sei, nós passamos a tarde toda falando dele, eu achei que… Bem, isso é confuso.

-Luna, eu não estou noiva do Malfoy. Nós não temos nada.

-Eu sempre achei que vocês tivessem alguma coisa quando éramos mais novos. -Luna admitiu encolhendo os ombros como se pedisse desculpas.

-Nós éramos amigos. -Hermione sorriu fraco, quase de maneira triste. Luna havia acompanhado a parte mais confusa de sua vida.

-Me perdoe, Hermione.

-Não tem problema, você não tem culpa!

-Eu quero conhecer Ronald então! -Luna falou com um sorriso.

-Bom, vamos ter que conseguir um horário em que vocês estejam livres. -Hermione meneou a cabeça. -Até lá vamos alegar incompatibilidade de agendas.

-Sim, você está certa.

 


Notas Finais


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