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História Abismo - Capítulo 02


Escrita por: RLS1982

Notas do Autor


Olha o segundo capítulo aí, gente!!! Vou deixar só um aviso aqui: a fanfic será postada uma vez por mês, tá bom? Não gosto de ficar falando muito, não gosto de incomodar a leitura da galera, hihihi! Boa leitura!

Capítulo 2 - Capítulo 02


No dia seguinte...

A manhã era gélida naquela segunda-feira de outono. Em breve, o inverno se iniciaria e, com ela, os preparativos das Festas de Fim de Ano. Shiryu permaneceria no Japão até as festa terminarem, ao lado de sua amada Shunrei. No ano anterior, envolvidos com as obrigações junto a Athena no Santuário, não tiveram como comemorarem, também devido a recuperação de Seiya. Mas este ano, Saori organizava o almoço de Natal, que seria no orfanato. Shunrei adorava aquele lugar. Estar com as crianças e com as amigas a deixava feliz e Shiryu se comprazia com essa alegria.

Shunrei tinha o costume em acordar cedo e já estava de pé. Saori faria uma reunião com eles para deixá-los a par de como agiriam de agora em diante. Essas reuniões sempre eram longas e, para a chinesa não ficar entediada, a amiga Eiri ficaria na mansão, fazendo-lhe companhia.

- Desculpe por não passar o dia com você, Shunrei. Se não fosse essa reunião, eu te levaria para conhecer melhor a cidade.

-Temos todo tempo para isso, meu amor.-Ela sentou-se na cama e o mirou.-Ainda com essa carinha de angústia?

Ele a olhou com a expressão que ela apontou. Segurou na mão dela e disse:

- Você me conhece mesmo, não é?

- Mais do que você imagina.

Olhando para o teto agora, Shiryu desabafou:

- Preciso saber como isso aconteceu. Até ontem eu não tinha uma família sanguínea, só tenho você, meus amigos e meu saudoso mestre... E agora chega um comunicado sobre uma senhora que diz ser minha mãe...

Flashback

Tal carta que atormentava Shiryu havia chegado há mais ou menos duas semanas. Ele achou estranho, pois o remetente era de um desconhecido. Shiryu também desconhecia o endereço, que vinha de Osaka. No tal momento, Shunrei estava ao lado dele, sentada no sofá da mansão Kido. Lhe perguntou:

- Não vai abrir o envelope?

- Não. Não sei de quem se trata. - Respondeu ele.

-Osaka? Que lugar é esse? É aqui no Japão?

- É, sim. - Confirmou Shiryu. - Outro estado, um pouco longe daqui.

- Shiryu, melhor você abrir essa carta. - Shunrei estava curiosa.-Se quiser, faço isso para você.

-Por favor.-Shiryu entregou-lhe a carta.

Shunrei abriu. Era uma caligrafia difícil de compreender. Havia muitos erros da língua japonesa.

- O que diz? - Shiryu estava ansioso. Shunrei começou a ler.

"Sei que você nunca vai lembrar de mim e muito menos reconhecer essa carta vinda de tão longe. Vivo em Osaka, como diz o envelope dessa carta a você remetida, em uma cidade nada bonita. Kamagasaki é o nome e aqui moram pessoas tão miseráveis como eu. Só queria que soubesse de uma coisa: foi aqui que você nasceu. Dentro de uma casa caindo aos pedaços, eu te pari sem ajuda de ninguém. Um dia qualquer, te entreguei na mão de uma pessoa e eu só queria me livrar de algo que me fazia muito mal. Fiquei muitos anos sem saber onde você estava, até que, pela televisão, o vi participar de um torneio de lutas. Eu identifiquei você pela semelhança que você tem com seu pai. Uns investigadores para os quais eu me entrego de vez em quando resolveram ir atrás de informações sobre você. Não sei exatamente como te acharam, mas conseguiram seu endereço. Por isso mando essa carta. Preciso conhecer melhor meu filho. Preciso te reencontrar. Venha até Osaka nesse endereço que está destinado."

A chinesa terminou a leitura da missiva, olhando Shiryu, incrédula.

-Diz aqui que... A pessoa diz que é a sua mãe.

Shiryu ficou incrédulo. Como assim, uma senhora se dizendo ser sua mãe? Há muito acreditava que seus pais haviam morrido e que era solitário no mundo até encontrar sua família chinesa! E agora uma senhora lhe escreve, dizendo que era sua mãe?

- E o que mais ela diz, Shunrei?

- Leia você mesmo.

Ela entregou a carta para ele, que começou a ler com ansiedade. A cada palavra, seu coração saltitava e ele não sabia explicar que era seu sentimento.

- Shunrei... Ela quer que eu vá até Osaka encontrá-la.

-Eu nem sei o que pensar, Shi. É tudo muito confuso, mas, se você resolver ir, estarei com você.

- Eu tambem não sei. - Shiryu estava em estado de choque. - Até ontem eu não tinha ninguém além de você, meu mestre e meus amigos... E agora me aparece... Uma mãe!?

Fim do flashback

- Isso está te angustiando muito, não é? - Perguntou Shunrei.

- Eu não quero conhecer essa senhora.

- Mas, Shi, não seria maravilhoso, depois de tudo o que você passou, ter sua mãe ao seu lado?

- Ela não é a minha mãe, diz ser que é. E, se for, por que aparecer justo agora?

- E se realmente for, Shiryu? Você não gostaria de saber os motivos dela ter te deixado, assim que nasceu?

- Te confesso que tenho medo.

- Medo de quê?

- De algo que nem eu mesmo sei. Só sei que se essa mulher for minha mãe, muita coisa vai mudar na minha vida.

- Shiryu, temos que viver um dia de cada vez. Não adianta se martirizar assim.

- Eu sei, mas...

- Shi, não há motivos para ter medo. As batalhas que nós, pessoas comuns enfrentamos, são exatamente essas e você irá precisar vencê-las, sendo forte e corajoso, como é nos campos de batalhas. E eu estarei junto de você. Eu também tenho curiosidade em conhecê-la.

Depois de longo suspiro, ele a abraçou amorosamente e disse:

- Eu te amo. Não sei o que seria de mim sem você.

- Peço que pense com carinho sobre isso. O Seiya, Hyoga, Shun e Ikki conhecem as origens deles. Só está faltando você conhecer a sua.

- Está bem. - Decidiu ele. - Vou fazer isso porque você incentivou. Mas, na verdade, não me importa.

- Bom, vamos tomar café da manhã? Já devem estar nos esperando.

Depois de se higienização e de se trocarem, finalmente desceram. Apenas Hyoga e Eiri estavam sentados à mesa.

- Bom dia! - Disse Shunrei.

- Bom dia! Está um dia perfeito para ficarmos na cama, mas Saori marcou essa reunião. E logo no meu dia de folga...-Lamentou-se Eiri.

- Bom, se a Saori marcou, é porque é algo realmente importante. - Afirmou Shiryu.

- É, mas tomara que não seja tão longa. Também quero aproveitar a folga da Eiri.- Hyoga olhou galanteador para namorada.

- Eu também quero mostrar a cidade a Shunrei. - Disse Shiryu.

- Poderíamos fazer isso juntos. - Propôs Eiri.

- Sim, mas hoje quero sair sozinho com ela. Outro dia saímos juntos. Vamos ficar bastante tempo no Japão.

- Está bem.

Os outros Cavaleiros desceram. Somente Ikki apareceu depois, denunciando uma cara de maravilhoso pernoite. Não ousavam perguntar o por quê e nem com quem.

Tomaram um desjejum farto que os empregados da mansão ofereciam e conversaram amenidades, com maior foco na vida pessoal. Somente Shiryu e Shunrei iriam voltar para China. Os demais permaneceriam no Japão, inclusive Hyoga que pretendia alugar um apartamento para viver com Eiri.

Após a refeição, Shunrei puxou Shiryu para a varanda e lhe disse:

- Não acha que foi um pouco indelicado com a Eiri? Ela apenas nos propôs companhia para sair.

-Acho e não queria ter sido. Desculpe-me, Shu, mas esse assunto está me afetando de mais.

- Ficaremos aqui até o término das festa de fim de ano. Seria melhor ir conhecê-la. Assim diminui essa angústia!-Vendo a recusa dele, Shunrei insistiu.-É só uma conversa, para poder tirar essas dúvidas.

Dragão respirou fundo, analisando tudo que a namorada dissera. Por fim, deu um longo e cansado suspiro, disse:

- Eu vou.

- Nós vamos. - Corrigiu Shunrei.

Ele a abraçou e a beijou. Por mais que fosse um Cavaleiro muito poderoso, sem o seu porto seguro não era nada.

Naquele mesmo dia, partiram para Osaka. Desembarcaram no aeroporto principal e de lá tomaram um táxi que os levaria a tal cidade, um pouco longe do aeroporto. A cada distância menor, mais Shiryu ficava apreensivo. Shunrei o sentia e tentava tranquilizá-lo. Até que, chegando em Osaka, perguntou aos transeuntes sobre o endereço do remetente, até descobrir que se tratava de um hospital.

Shiryu e Shunrei trocaram olhares. Ele comentou:

- Será que essa mulher está... Internada?

-Vamos entrar pra saber.

Entraram. Se direcionaram para a recepção.

- Boa tarde! Em que posso ajudar? - Perguntou a recepcionista.

- Estamos procurando por essa senhora. - Shunrei mostrou o envelope à atendente. - Saberia nos informar se ela estar internada aqui?

Depois de conferir, a recepcionista confirmou. Shiryu sentiu um frio na barriga e olhou para Shunrei. Ela segurou a mão dele e assegurou:

- Vamos encarar isso juntos.

Shiryu voltou a olhar para a recepcionista, identificou-se como um amigo dela e ela deu-lhe uma etiqueta de visitante. O casal tomou um elevador e subiu.

A infraestrutura do hospital não era das melhores. Logo se via que o descaso do órgão público. Chegaram à entrada informada e viram que era um quarto coletivo. Entraram e foram direto ao leito.

Deram de cara com uma senhora não muito idosa, mas com cabelos bem grisalhos e pele muito maltratada. Via-se que era castigada pelo tempo. Ela olhava para cima. Viver ali era como contar os dias para morrer. Shunrei perguntou:

- Boa tarde. Você é a senhora Tamiko Harano?

-Quem quer saber?-Retrucou com outra pergunta a mulher.

-Meu nome é Shunrei, senhora Tamiko e este daqui é o meu namorado. O nome dele é Shiryu.

Foi a vez do Cavaleiro de Dragão falar:

-Recebi uma carta, dizendo... Viemos aqui para saber se o que está na carta é verdade.

- É verdade. - Foi a seca resposta da senhora. - Eu sou sua mãe.

Os namorados se entreolharam, Shiryu ainda não acreditando nas palavras da mulher.

-A senhora tem plena certeza disso? Tem como provar?-Perguntou a chinesa.

- Eu chamaria vocês aqui se eu não tivesse certeza, menina?

- A senhora está sendo grosseira com a minha namorada! - Ofendeu-se Shiryu.

- Calma, Shiryu. - Shunrei tentou contemporizar - Ela está acamada. Normal que esteja fora de si.

- A prova que tenho é o dia que você nasceu e a pessoa que recebeu você naquele orfanato. Na época, eu não tinha como te criar. O bicho do teu pai me batia muito e me obrigava a me prostituir para colocar dinheiro em casa. Quando engravidei, ele chegou a achar que não era dele. Mas você era dele, sim. Seu rosto mostrava. Depois que você nasceu, eu tive uma psicose pós-parto. O imbecil do teu pai não ligava a mínima pra nós dois. Depois de uma briga, eu peguei uma faca e enfiei nele. Nisso você só tinha uma semana de vida. Sem saber o que fazer, te deixei no primeiro orfanato que vi. Uma cuidadora te recebeu e eu fugi dali. Hoje vivo aqui, em Osaka, porque não tenho condição de viver em Tokyo. E agora eu estou muito doente. Por isso eu estou internada. Preciso de alguém que cuide de mim.

Foi preciso que Shiryu voltasse a si depois de algum tempo após o relato. O silêncio dizia por ele. Shunrei ficou muito comovida, mas não sabia o que Shiryu estava sentindo. Pelo que conhecia dele, também estaria tocado, pois tinha um coração bondoso. No entanto, o sentimento de abandono poderia ser maior do que isso.

- E por que acha que eu faria isso? Eu não tenho mesmo certeza que você é o que diz que é! - Confirmou Shiryu a segunda hipótese de Shunrei.

-Shiryu, meu amor, por favor, precisamos resolver isso com calma. - Shunrei virou-se para a mulher. - A senhora escreveu que o reconheceu quando assistiu a Guerra Galática. Esse homem que te ajudou tentou entrar em contato com a Fundação Graad alguma vez depois dessa descoberta?

- Que merda é essa de fundação? Não sei o que é, mas deve ser por tal fundação aí que meus clientes investigaram. - Mostrou Tamiko seu jeito grosseiro.

-Entendemos... O que poderemos fazer pela senhora agora é auxiliá-la no que for preciso. Mas teremos que pedir um teste de DNA, para que tudo seja esclarecido. A senhora aceita? - Perguntou Shunrei.

- Pra quê DNA, garota? Deixa de burrice! Acha que procurei meu filho para quê?

-Eu aceito fazer.-Disse o Dragão, encarando a mulher.-Quero tirar essa história a limpo. Se a senhora não aceitar, ficará claro para mim que está mentindo.

-Senhora, é o melhor que a senhora tem a fazer. Entenda que para ele tudo isso é bastante confuso. Ele cresceu sem saber ao menos de onde veio. Do nada, uma carta chega a ele revelando toda essa história.-Shunrei dizia, segurando a mão de Tamiko.-Aceite, sim?

Depois de uma bufada, Tamiko confirmou:

- Está bem.

Shiryu e Shunrei ficaram mais uns dias em Osaka, aguardo a tramitação dos documentos de Tamiko para levá-la para Tóquio, uma vez que o hospital passou a ser praticamente a residência dela. Quando Tamiko finalmente recebeu alta do hospital, os documentos já estavam prontos. Era um caminho inseguro para Shiryu, que exigiria muitas mudanças e preparo psicológico. Estavam no aeroporto, com Tamiko sentada na cadeira de espera, quando Shiryu puxou Shunrei para um canto e falou:

- Não sei se é uma boa levar essa mulher para Tóquio. E se ela não for minha mãe?

- Bom, Shi, temos que correr o risco. De qualquer maneira, se ela não for sua mãe, pelo menos em Tokyo ela poderá ter uma vida melhor, com mais dignidade. Quem sabe a Saori não arruma um emprego mais digno para ela?

-Não sei... Sinceramente, Shunrei, estou ainda confuso com toda essa história. Por um lado, me agradaria descobrir a minha origem, mas, por outro, o sentimento de abandono insiste em falar mais alto.

- Vocês ainda terão tempo de conversarem melhor. De qualquer maneira, ela deu a versão dela sobre os fatos. Você terá de lidar com isso dentro de você.

Shiryu segurou o belo rosto de sua amada e depositou um beijo em seus lábios.

-Não sei o que faria sem você aqui, meu amor... Acho que perderia o controle se estivesse só.

Enquanto se beijavam, Tamiko os olhou de maneira asquerosa e da mesma forma os repreendeu:

- É com essa sem-vergonhice que vocês namoram?

-Isso não é sem-vergonhice, é demonstração de amor. Algo que, talvez, a senhora nem deva conhecer. - Se irritou Shiryu.

O vôo deles foi chamado. Shunrei ajudou a conduzi-la a entrar no avião e a se sentar no assento. A garota de longos cabelos negros tratava a mulher com muita gentileza e paciência.

-Está confortável, senhora Tamiko?

- Gostei bastante disso aqui. - Tamiko estava deslumbrada. - Quando fui pra Tóquio, fui de carona com um cliente meu.

-Eu também fiquei bem assim na primeira vez quando fui para o Japão, a mando do mestre Ancião...

-Mestre Ancião? Quem é este sujeito?

-Uma longa história. Qualquer dia, o Shi te contará. Vou me sentar, o avião já está pra decolar.

Shunrei sentou-se ao lado de Shiryu. Ele estava de braços cruzados, olhando pela pequena janela do transporte aéreo. Comentou:

- O jeito dessa mulher não me agrada nem um pouco. Você está tendo muita paciência.

-Porque é assim que tem que ser, Shiryu. E está na hora de você ter paciência com ela, também. Ela está enferma, precisa de apoio, mesmo que ela não te agrade, tenta demonstrar compreensão.

- Prometo que vou tentar. - Ele segurou na mão dela. - Por você. Mas se ela continuar sendo hostil com você, não vou querer fazer droga nenhuma.

-Isso seria uma maneira muito infantil de se encarar a situação, não acha?

- Eu nunca fui infantil, Shunrei. Você sabe disso. Minha infância é marcada por uma grande sensação de abandono por causa da ausência dos meus pais.

- Eu sei. Mas você teve o mestre que criou você como um pai e a mim, que te amo mais que tudo. Você precisa tirar esse rancor de dentro de você.

Enfim, chegaram a Tóquio. O casal a hospedou em um hotel. Saori se ofereceu para custear com todas as despesas do hotel. Era inegável a tamanha surpresa que todos os amigos sentiram, assim que ele terminou o seu relato. Após um tempo de silêncio, o Cavaleiro de Pegasus foi o primeiro a tomar a palavra.

- Estou realmente surpreso, mas, também, feliz por você, Shiryu. De todos nós, você era o único que não sabia nada sobre sua origem.

- Eu não sei se estou feliz. - Confessou Shiryu. - Achei essa mulher muito arrogante e grosseira. Por várias vezes ela foi rude com a Shunrei lá em Osaka.

-Por tudo que ela passou, tornou-se uma mulher amarga. Também por causa da doença que ela tem. Por isso estou pedindo para o Shiryu ter bastante paciência, tratá-la bem, mesmo que ela seja grosseira.- Falou Shunrei.

-Nesse tipo de situação, Shiryu, o certo é você ter paciência, como a Shunrei disse. E providenciar o mais rápido o exame de DNA. Irá demorar alguns dias para o resultado sair, por isso tem que ter calma.-Falou a reencarnação de Athena.

- Vou ter que fazer. - Shiryu estava sentado, com os braços cruzados, olhos fechados e expressão impassível. Não queria aceitar a história.

No dia seguinte, foram levados ao laboratório. Tamiko estava deslumbrada com a cidade e com a riqueza de Saori. Embora quisesse ficar hospedada na mansão, estava feliz no hotel. Nunca fora tão bem atendida.

Ao chegarem ao laboratório, Shiryu permanecia sem olhar para ela. Shunrei estava ao dele, deu um bom dia a Tamiko e foi solenemente ignorada. A senhora tinha olhar somente para o Cavaleiro.

- Como está o garotão da mamãe?

-Ainda não sabemos de fato que sou mesmo seu filho. Por isso, não me chame desse jeito.

- Eu sei que você é. É perda de tempo fazer esse exame.

A paciência de Shiryu estava prestes a explodir. Shunrei notou e o conteve.

-O exame logo ficará pronto, dona Tamiko. Não se preocupe.

- Norinha, por que não fica quietinha? Eu não pedi sua opinião!

-Eu já disse que não permitirei mais grosserias com a Shunrei! Estou fazendo tudo isso porque ela me pediu! Se eu pudesse, eu nem estaria fazendo essa droga de exame!

-Meu amor, está tudo bem. Não me senti ofendida.

Logo foram atendidos. O primeiro para sacar a coleta foi Shiryu. A injeção em seu braço não foi nem uma cócega, se comparada ao seu desgosto de estar ali. A curiosidade sobre seu passado já havia terminado há muito tempo. E não entendeu por que raios surgiu essa mulher, ainda por tão ríspida.

Tamiko foi a próxima a entrar. De tanto que já foi furada por agulhas do hospital de Osaka, aquela ali nao era nada. Talvez até fosse a chave que lhe abriria a porta da felicidade.

Os três saíram dali. Shunrei propôs que todos almoçassem em um restaurante, pois deveriam estar com fome.

Sentados à mesa, depois de ter feito seu pedido, Tamiko falou:

- Espero que a comida daqui seja boa. Mas com certeza será a melhor do que a que eu comia lá naquele barraco de Osaka.

- Toda comida é boa, dona Tamiko, pois são bençãos concedidas por Deus. - Foi suave Shunrei.

- E Deus lá existe, menina?

- Claro! Por que não existiria?

- Em que mundo você vive? Você foi até onde eu estava e viu o que tinha lá? Acha que aquilo é obra de Deus? Deixa de ser tão romântica!

-A questão não é ser romântica, é acreditar. A senhora somente não acredita porque teve uma vida muito sofrida. Mas isso já está começando a mudar. E é Ele que está mudando toda a sua situação.

- Pois é. Basta seu namorado acreditar que sou mãe dele, sem precisar dessa porcaria de exame para confirmar.

Shiryu não teve paciência para se meter na conversa entre as duas. Depois do almoço, o casal deixou Tamiko no hotel e seguiram para a mansão Kido.

Ao chegarem lá, se abraçaram. Shiryu podia até dizer que não, mas queria que o resultado desse negativo. Não queria ser fruto de uma mulher tão rude.

No entanto, com Shunrei ao seu lado, pode ser que as coisas se tornassem mais brandas.





Continua...


Notas Finais


A vida é assim. Quando tudo parece estar tudo bem, tudo maravilhoso, vem algo que vira as nossas vidas pelo avesso. Shiryu soube bem enfrentar inimigos extremamente poderosos. Mas a batalha da vida real é muito mais difícil do que derrotar um deus...

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No próximo capítulo:


Coração ou atração? O dilema de Ikki.



Até a próxima!


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