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História ABO Originals - Hospital


Escrita por: iluvlarry

Capítulo 45 - Hospital


Fanfic / Fanfiction ABO Originals - Hospital

Quando eu te invado de silêncio, você conforta minha dor com atenção.”

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Cair no sono com Harry fazendo carinho em seu cabelo foi uma tarefa fácil para Louis. Ele sentia-se exausto, mas contente. De uma forma inusitada ele estava agradecido por toda aquela confusão desnecessária. Harry era normalmente doce, mas quando Louis chorava ele era ainda mais carinhoso. E o ômega jurava que caiu no sono em meio à uma canção que Harry sussurrava contra seu cabelo. Ele tinha uma voz bonita e que lhe passava segurança, junto ao seus braços fortes ao redor de seu corpo, aquela cama parecia uma fortaleza onde nada de ruim poderia alcançar Louis, nem mesmo sua própria mente. Já o alfa sentia-se agitado, mesmo tentando ao máximo transparecer calma. Era tudo tão complicado e difícil. Quando ele achava que tudo estava indo bem, Louis tinha alguma crise e ele sentia-se inútil. Como se ele devesse ter previsto, como se ele devesse saber tudo o que se passa na mente do ômega, todas as suas inseguranças e incertezas. E evitar que as lágrimas caiam, antes mesmo delas ameaçarem se formar.

Mas, por mais que você aparentemente conheça alguém, sempre há milhares de pequenas coisas que você nem imagina. Como cada linha de pensamento perigosa e gatilhos desconhecidos, que quando você descobre, já é tarde demais. Mas não é tarde demais para eles.

A conversa que teve com Louis ficou gravada em sua mente, e mesmo que Harry ache triste a possibilidade de seu ômega ser infértil, ainda assim ele falou sério em relação à adoção. E ele não é do tipo que desiste antes de tentar. Já está planejando conversar com especialistas. Infertilidade em alguns casos tem tratamento e até cura. E é extremamente raro um ômega ser infértil. Louis não precisa ter esse azar.

Harry ainda quer um bebê com olhos tão azuis quanto Louis, e uma alma tão amável quanto.

Depois de Louis, Harry sabe: ele só pode sentir um amor tão grande assim por um filhote deles. Não há mais ninguém que possa despertar tanto amor, senão eles mesmos.

É uma continuação do que eles sentem. Uma expansão. E ele não vai desistir de ter isso, de uma forma ou de outra.

*

Louis acorda passando mal. Muito mal. A atmosfera calma e confortável que dormir ao lado de Harry proporciona foi totalmente por água abaixo quando ele levantou-se rapidamente para correr para o banheiro. Não que ele tenha tido sucesso de primeira nisso. Harry estava em alerta, e ter o ômega fazendo um movimento tão brusco atiçou seus instintos de segurá-lo junto a si. Louis jurava que poderia vomitar ali mesmo, mas vomitar em cima de Harry não seria nada legal. Nenhum pouco. Ele já está cansado de passar vergonha e pedir desculpas, não conseguiria achar palavras o suficiente para se desculpar caso fizesse do quarto uma bagunça nojenta.

Harry o soltou quando percebeu que ninguém estava tentando tirar Louis de si, era apenas o ômega querendo levantar de maneira muito apressada e estranha. O ômega literalmente correu, então Harry obviamente foi atrás. Preocupado e ainda atordoado de sono. Sem saber que horas eram ou que dia. Sem saber de muita coisa, apenas de que Louis não parecia estar nem um pouco bem. 

"Lou?" Harry agacha-se ao lado do namorado, a mão indo em direção ao cabelo castanho, acariciando-o delicadamente. O alfa tentava ser calmo para acalmar Louis, mas seu cenho estava franzido e seu coração acelerado pelo susto. "Lou? O que você está sentindo?" 

O ômega suspira, o estômago doendo de uma maneira estranha e nova. Sua cabeça também dói. E ele realmente sente como se fosse morrer. "Eu estou morrendo..." Ele sussurra mais para si mesmo do que para Harry, mas o alfa ouve e leva ambas as mãos para o rosto do namorado, examinando-o com os olhos verdes preocupados e o coração quase saltando do peito. Louis se arrepende de imediato da escolha de palavras. "Não literalmente, Haz."

"Você mal comeu, não pode ter sido algo que te fez mal." Harry ainda examinava seu rosto, buscando respostas. 

Louis apenas quer vomitar novamente, então vira o rosto para fora das mãos do alfa e bota tudo para fora. Mas realmente, não há muito o que por para fora, com exceção de sangue

Harry quase surta em desespero. Louis sente-se fraco demais para qualquer coisa, então ele apenas concorda quando Harry determina que eles estão indo para um hospital neste exato momento.

Eles vão vestidos como estão, Harry apenas lembra-se de pegar o essencial como casacos mais grossos, chaves, carteira, documentos e celular. Ele tem que caçar os documentos de Louis em sua mochila, e tenta fazer tudo rapidamente, mas Louis não se importa com quanto tempo ele leva, ele ainda está se sentindo miserável, vomitando pouco, mas em vezes seguidas. 

O ômega fica preocupado sobre vomitar no carro de Harry e sujar tudo. Ele mal quer se mover. Ele está fraco, envergonhado e mal. Sente realmente como se pudesse morrer ali. Harry é quem o carrega, dando-lhe uma toalha e repetindo que não importa se Louis pode acabar sujando o apartamento, a roupa ou o carro.

Nada disso importa, a única coisa que importa é Louis ficar bem.

*

"Eu vim o mais rápido que eu pude. Oque aconteceu? Onde ele está?" Gemma questiona o irmão enquanto o abraça apertado. Harry estava atordoado e sabia que não podia passar por aquilo sozinho. Ele estava com medo, irritado e preocupado. Tudo isso mais intenso do que nunca. Louis falou em morrer, Harry só conseguia reviver essa palavra e sentir seu coração afundando com a possibilidade. Ele não podia perder seu ômega. Ele não aguentaria. Ele não lida bem nem com a possibilidade, imagina se isso se tornasse real?

"Eu não sei. Eu não sei! Ninguém me diz nada aqui. Entraram com ele e não me deixarem ir junto. Me mandaram preencher papéis, ir dar uma volta... Você acredita? Eu quase bati, quase briguei. Mas era uma mulher me dizendo isso, com cara de dó... Eu não sei o que está acontecendo. Eu acho que é grave e não querem me dizer." Ele se atropela com as palavras, Gemma segurando firmemente em sua mão. Lhe dando apoio, não o deixando agir inconsequentemente. Ela era muito melhor nessa coisa de lidar com as emoções fortes. Harry sentia-se como o alfa que sempre tinha que aprender com a irmã mais velha, porque Gemma sempre pareceu ser muito melhor do que ele com esse status. Ela costuma dizer que como mulher alfa, as coisas eram diferentes. Ela era bem controlada, mas entendia as explosões de Harry. Era do status deles intensificar tudo o que sentem, Harry só precisava se lembrar disso. Nada é tão grave quanto ele sente que é.

"Harry, me escuta!" Gemma chama sua atenção, segurando o rosto do irmão e o examinando. Ele está obviamente transtornado, mas não está bravo, se estivesse com certeza estaria brigando com funcionários e se recusando a sair do lado de Louis. Algo lhe diz que Harry sabe que não pode fazer isso, que é melhor assim. "Há quanto tempo você está esperando aqui?"

"Eu não sei... Meia hora?" O alfa mais novo diz e espera que Gemma confirme. Que ela lhe diga o que fazer. Que o acalme, que diga que tudo vai ficar bem e que Louis não irá morrer.

Mas ele também sabe que sua irmã não pode garantir nada dessas coisas.

"Meia hora e ninguém te disse nada? Qual o quadro dele, a sala? O que pode ter feito ele passar mal? Nada?" São muitas perguntas para a mente do alfa. Gemma não está o ajudando como ele quer. 

"Eu não sei de nada, Gemma. Eu já te disse."

"E você não perguntou?" Ela rebate, revirando os olhos internamente pela mal-criação do irmão mais novo.

"Eu–" Harry tenta, mas as palavras morrem. Os olhos agora deixando escorrer as lágrimas que ele tentou segurar por todo esse tempo. Desespero o invadindo. A verdade bem exposta em seu rosto.

Gemma o abraça.

Ela não precisa de mais palavras para saber que Harry não brigou ou questionou funcionários porque na verdade ele está com medo das respostas.

E ela está ali para ajudar. Por isso ela o conforta, abraça e o pede para comprar um lanche na cantina do hospital ou algo do tipo. "Estou com fome, tem noção de que horas são? Eu acordei e vim sem comer nada." Ela brinca, e mesmo que Harry não acredite totalmente, ele segue suas ordens.

Gemma aproveita o momento para se inteirar da situação de Louis, explicando que o mesmo é o ômega de seu irmão, e usando de toda sua calma para entender a situação. Harry provavelmente interromperia o médico a cada palavra de tanto nervosismo.

Ela concluí que a situação não é grave, mas poderia ter sido. Louis tem péssimos hábitos. Hábitos terríveis e ele que aprontou aquilo para si mesmo. O médico o entregou, e Gemma meio que ficou feliz por ter sido ela a ouvir aquelas coisas e não Harry. Ela já poderia imaginar a bronca sobre irresponsabilidade que o alfa daria em seu ômega. Ele fazia coisas perigosas demais para a própria saúde, e Harry com certeza acabaria falando demais e discutindo de um jeito que só magoaria ambos.

A loira até pensou em conversar com Louis, mas ela ainda não o conhecia e um hospital em uma situação assim não parecia o encontro ideal. Principalmente considerando as coisas que ela diria, que se assemelhariam com os as broncas e conselhos do médico. Louis era adulto, havia passado por um susto e já tinha tido o médico lhe dando lição de moral. Já estava de bom tamanho.

Harry volta com lanches em mãos para o vazio. Gemma simplesmente sumiu e ele se senta ansiosamente no mesmo assento de antes. Tentando adivinhar onde estaria Gemma, mas já ciente. Quando ela reaparece Harry salta de seu lugar, ansioso. "E então?" Questiona enquanto estende-lhe o lanche. Gemma sorri e pega a comida. Ela meio que está com fome de verdade. "Está tudo bem." Ela afirma e começa a desembrulhar seu lanche, dando uma mordida primeiro antes de continuar, matando Harry de curiosidade. Mas ele sabe que ela está fazendo uma cena, e se ela disse que está tudo bem é porque é verdade. Isso o relaxa um pouco, apesar das respostas que ele ainda precisa obter.

"Sente-se, Harry. Vamos conversar." Ela diz enquanto senta-se e bate no lugar ao seu lado. Harry a obedece sem questionar, nervoso com tudo aquilo. "Ele está bem, eu conversei com o médico. E ah, claro, vamos fingir que quem conversou foi você. Acho melhor que Louis não saiba que eu estive aqui, pode ser meio constrangedor, ou sei lá... Talvez ele considere que isso é pessoal?"

Harry concorda, mesmo que isso pareça com uma mentira, é só omissão de fatos, e ele também acha que Louis pode não gostar de Harry ter compartilhado o que aconteceu hoje com sua irmã.

"O que o médico disse?"

"Primeiro, você tem que me prometer que não vai brigar com Louis." Gemma pede e Harry franze o cenho. 

"Por que eu faria isso?" Harry não promete nada e sua irmã suspira.

"Escuta, vocês estão em um bom momento do relacionamento, não é mesmo? Não estrague isso por bobeira, Harry. O médico já deu uma bronca nele, ele não irá precisar de outra."

"Você não está dizendo nada com nada, Gemma!" 

"Ele passou mal porque tomou de uma vez muitos comprimidos, e ele mal se alimentou nesse meio tempo." Gemma diz observando a reação do irmão, continuando a falar para tentar convencê-lo a se acalmar. "O que ele fez foi errado, e poderia ter sido pior. Mas não foi, Harry. Ele vai ficar bem. O médico apenas disse que seria melhor ele ficar um tempinho em observação. Acontece que o corpo dele não está saudável, toda droga que ele ingeriu, o jeito que se alimenta, tudo isso o deixou fraco. Eu não quero que você brigue com ele, mas isso que aconteceu hoje foi culpa dele mesmo."

"Eu não iria brigar." Harry defende-se, sentindo-se um pouco ofendido. E ainda preocupado com tudo que a irmã está lhe contando.

"Eu conheço você." Gemma ri levemente, tentando descontrair o ambiente. Não tinha sido algo tão grave, mas hospitais davam toda aquela carga negativa em cima desse tipo de coisa. Como se estar ali fosse sinônimo de uma situação de vida-ou-morte.

"Eu não vou brigar... Ele não me escuta." Harry desvia o olhar, largando o corpo contra o recosto do assento e sentindo-se perdido. Sua voz é magoada e a fala cortante, Gemma segura sua mão.

"Não é como se ele tivesse feito de propósito..."

"Eu sei, Gems... O pior é que eu sei... Mas mesmo assim, ele deveria se esforçar mais, sabe? É tanta coisa para lidar... Do lado psicológico, e agora físico. E ele fuma, você não sabe o quanto eu odeio isso." Ele suspira, irritado, desabafando com a irmã todas as coisas que ele não diz a Louis, porque aparentemente não adianta nada. "Ele não se alimenta direito, ele fuma, ele passa mal atoa, vem parar no hospital por superdosagem de remédios... E ele acha que é infértil enquanto faz essas coisas que só prejudicam cada vez mais a saúde dele e ainda chora por isso. É frustante. Eu só queria que ele se cuidasse melhor, entende? Eu sei que não posso ditar regras, que a vida é dele. Mas eu o amo. Amo pra cacete, e dói ver ele se tratar tão mal assim. Eu não quero assistir ele se matar na minha frente."

É sincero, pesado e ao mesmo tempo aliviador dizer todas aquelas coisas. 

Harry se sente novamente sendo negligenciado, e o pior é que não é nem de propósito, nunca é... Louis faz as coisas sem perceber. Harry ainda se pergunta: como o ômega pode se apaixonar por ele se ainda nem aprendeu a amar à si mesmo?

"Eu sinto muito por isso tudo, Harry... Mas lembre-se que o que você sente é intensificado, as coisas não precisam ser tão extremas assim, para ele é só um relaxo com a saúde. Muita gente não se preocupa com isso, comer fast food é um exemplo. Todo mundo faz e ninguém se importa."

"Quem me dera o único problema fosse um big mac e um copo de refrigerante. É muito pior, Gemma. Até onde a saúde dele está prejudicada? Até onde dá para reverter as coisas?"

"Se ele tomar juízo agora, ainda há tempo. O médico pediu alguns exames, ele vai ficar em observação. Logo vai dar para saber direitinho como está a saúde dele e o que precisa melhorar." A alfa sorri e aperta a mão do irmão de forma reconfortante. Tentando ser positiva.

"Ele já pode fazer um teste de infertilidade?" Gemma franze o cenho dessa vez. Ela ouviu tudo que Harry disse, mas não entende essa preocupação em específico.

"Os remédios não vão deixá-lo infértil, Harry. Ele botou tudo para fora, de qualquer maneira. Vai desregular o corpo inteiro, provavelmente, mas logo volta ao normal."

"Não... Não é isso. Ontem.... Ontem ele me disse que–" Harry começa, mas a morde a própria língua. Sentindo-se como se estivesse ultrapassando limites. Contar exatamente tudo para Gemma era demais. Louis não ficaria feliz com aquilo. "Que achava que não podia ter filhos. Não sei direito o motivo, mas é o que ele acha." O alfa conta, já havia se entregue, mas tenta omitir alguns fatos.

Dizer que Louis acredita que não pode por causa de seu passado de abusos parecia pessoal demais.

Perturbador demais.

Harry ainda odeia pensar nisso.

Odeia que tudo isso tenha acontecido. Odeia não poder fazer nada. Ser totalmente inútil em tantas situações.

"Acho que se pedir, o médico pode fazer um exame específico para isso... Talvez agora você queira conversar com o doutor?"

"Sim, sim... Claro."

Gemma o abraça de lado, ambos ainda sentados.

"Obrigada por me ligar, maninho. Pense bem antes de fazer qualquer coisa e lembre-se que você pode sempre contar comigo. Em qualquer horário, para qualquer coisa." Harry sorri verdadeiramente pela primeira vez em algum tempo, agradecendo pela existência da irmã mais velha.

"Amo você, sua chata que sempre está certa." 

*

Louis fica um dia inteiro no hospital. Ele acha loucura. Uma loucura desnecessária ao que ele já se sente bem melhor. Porém, ele teve que fazer diversos exames, e ele nem sabe mais para quê aquilo tudo serve, mesmo que o médico tenha explicado cada um. Ele não entende muito o que o doutor diz, e não se interessa pelas palavras complicadas. Ele só se importa com Harry, que demorou muito para vir vê-lo, e parece distante.

Na realidade, Harry parece com um pai bravo. Ou chateado, Louis não sabe dizer, mas ele se desculpa.

Se desculpa por tudo e qualquer coisa. Ele nem sabe, só deseja que Harry volte a sorrir e eles possam esquecer esses últimos momentos ridículos que Louis tem causado para os dois. Porque é tudo culpa do ômega, o médico mesmo disse. Louis quase chorou quando o médico disse que ele quase se matou. Ele poderia ter morrido mesmo, e apesar disso ser algo que ele desejaria há algum tempo, hoje era algo impensável. Ele queria viver. Viver feliz e com Harry.

É por isso que ele continua se desculpando. Ele é um ômega horrível.

"Eu sinto muito, Haz..." Ele repete pela décima vez, mas dessa vez o alfa faz mais do que apenas lhe olhar de forma chateada e desviar o olhar, ele o responde.

"Eu sei, Louis." Harry o chama pelo nome, e o ômega sente como se isso fosse uma briga. "Você já disse várias vezes..." Ele suspira, percebendo o quão duro está soando e lembrando da promessa que fez à Gemma sobre não brigar. "Eu acredito... Sei que sente muito, mas agora já foi... É só não fazer mais, okay?"

"Eu não vou, eu juro. Vomitar tantas vezes seguidas é horrível, não quero nunca mais." Louis afirma sorrindo levemente, em paz por Harry finalmente ter reagido aos seus esforços para se desculpar.

"Se você se cuidar não vai mais acontecer." Harry diz desviando o olhar. Pensando em como sugerir aquilo... Suspirando.

"Eu vou melhorar, é sério." Louis afirma, decidido a deixar Harry contente.

"Você quer mesmo melhorar, Lou?" O alfa levanta do sofá confortável para visitantes e chega perto de seu ômega, a mão esquerda deslizando suavemente pelo rosto do menor.

"Claro que sim." 

"Então... Talvez a gente possa fazer visitas mais frequentes por aqui..." Harry tenta sugerir, observando a expressão confusa de seu ômega. "Eles tem uma psicóloga ótima..." Styles diz de uma vez.

"Você quer que eu venha ver uma psicóloga? O que tem a ver? Eu já disse que vou me alimentar direito e tomar a medicação como o médico ensinou, eu nunca mais vou tomar vários em um mesmo horário. Eu–"

"Não é por isso, Lou." Harry o corta.

E Louis se afasta de seu toque.

"Eu acho que seria bom..." Harry continua, ignorando como Louis está se fechando para o assunto. "Você passou por muita coisa, seria bom conversar com uma especialista e–"

"Eu não sou louco!" Louis o corta, os olhos marejados e uma sensação ruim no peito, sentindo-se diminuído, exposto. Questionando porque Harry está tocando neste assunto... Aquele não era o problema no momento.

Harry bufa e Louis o olha com estranheza, com certeza não espera uma reação assim. No entanto, Harry está cansado.

"Não fale besteiras. Psicólogos não são para loucos. Eu costumava ir a minha infância inteira em um. É bom poder contar as coisas para alguém que entende de verdade o que você está passando, que realmente pode te ajudar."

"Por que você iria em um?" É o que mais chama a atenção do ômega.

"Alfa original, Louis. Eu tinha problemas de comportamento, eu era uma criança agitada. Ainda tenho que tentar me controlar em muitas situações, mas eu tenho noção de que não posso resolver tudo sozinho." Harry diz como uma alfinetada. "Foi só uma sugestão, de qualquer maneira... Se você estivesse realmente afim de melhorar." Harry anda pelo quarto, desviando o olhar do ômega ainda deitado e em observação, precisando tomar um ar.

Louis fica quieto por um tempo, Harry também. Até o ômega decidir falar.

"Eu não me sinto preparado para contar tudo aquilo pra mais ninguém."

"Não é assim que funciona, Lou... É aos poucos... Hoje você poderia conhecê-la... Depois começar a vir... Esse tipo de coisa é você quem decide quando contar. Mas eu sei que te ajudaria... Até eu estou querendo voltar a ter consultas regulares." Harry diz tudo lentamente, ainda sem olhar direito para Louis. Pensando em como seria tudo mais fácil se ele aceitasse ajuda.

Louis o observa atentamente, tentando tirar aquela situação de cima de si e focar em Harry. Nas palavras finais dele... Na confissão... Ele era uma criança agitada, agora ele quer voltar a ter consultas regulares... Estaria Louis o agitando novamente? Comprometendo sua saúde mental? Tomlinson sabia que era uma pessoa complicada, uma carga pesada para qualquer um, talvez até para si mesmo, mas ficava extremamente triste por ser a causa da desestabilidade de Harry.

"Você quer ir junto em uma consulta?" Louis pergunta com a voz pequena, quase tímida. Como se o delicado do assunto ali fosse Harry.

E talvez fosse, talvez o foco maior ali não seja Louis. Não naquele momento.

"Você me quer junto à você?" Harry questiona de volta e encara os olhos azuis que o observam cautelosamente.

"Sempre, Harry." Louis não hesita em responder e aquilo de certa forma acalma o alfa.

"Então a gente pode agendar uma... A primeira juntos, depois as individuais. O que for melhor para gente, como pessoa e como casal." 

Louis estende a mão e chama Harry para se aproximar, o alfa vai e segura sua mão e aquilo alivia Louis de um jeito que ele não esperava. 

"Eu amo você." O ômega diz encarando os olhos verdes, querendo transbordar verdade em suas palavras, querendo provar algo.

"Eu também amo você, Lou. Eu só quero que isso dê certo, que a gente funcione bem juntos, que a gente se ajude, melhore. Que nem eu, ou você, tenha vergonha de pedir ajuda, para terceiros ou profissionais. Eu não me importo em dizer que erro, mas eu estou tentando muito acertar. Eu quero muito ficar com você." Ele se inclina e deposita um beijo na testa de Louis. "Eu amo você."


Notas Finais


oi, bebês 🌻 estou vivinha hehehe, I'm sorry pela demora e o capítulo curtinho, mas é o que deu pra ser feito. eu travei um tempão nesse capítulo, fiquei tanto tempo sem att que me perdi, nem sabia mais como escrever kk :(


eu gostaria que isso aqui fosse mais longo do que só 3,7k, mas quero deixar um assunto por capítulo. esse aqui diz uma ou duas coisas importantes dos nossos larry... e bem, att agora de madrugada pra já acordarem com att e tbm pq quero ver quem ainda acompanha e oq acham da história, dos rumos e tal


gosto de ler os comentários de vcs e me basear nas perguntas em aberto pra poder escrever dps esclarescendo


sei que essa demora toda foi maldade, mas não abandonei nada, nois trupica mas não cai, pode botar fé que desse jeito vai


Xoxo, Juju💖🐻


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