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História Abstinence - Call Girl


Escrita por: repxtation

Notas do Autor


Call Girl: Garota de Programa

Capítulo 45 - Call Girl


Fanfic / Fanfiction Abstinence - Call Girl

Detroit, Michigan.

POINT OF VIEW JULIETA SMITH

Tomei um gole da minha água, fechando a garrafa e assim que chego em frente a minha casa, tiro meus fones de ouvindo, parando a música que escutava vendo Blair sair do seu carro com Austin em seu colo, abro um sorriso me aproximando e beijando suas bochechas rosadas.

— Oi, amor. – Segurei sua mão. — Como está?

— Bem! – Ele disse, entretido com o meu fone.

Ajudo Austin, segurando sua mão e entramos em minha casa. Blair vai em minha frente, subindo os degraus para chegar em meu quarto e vou em passos lentos para acompanhar seu filho que não conseguia subir os degraus altos. O coloquei sentado em minha cama e entrei no banheiro, retirando minha roupa e deixei a porta encostada, para ouvir Blair melhor.

— Terá algo amanhã?

— Sabe que não. – Ri. — Por quê?

— Marquei o batizado de Austin para amanhã. – Abro o chuveiro, deixando a água fria cair, eu sentia a presença de Blair cada vez mais próxima e sabia que ela estava sentada na privada.

— Mesmo? Ok.

Ela ficou em silêncio e franzi o cenho.

— Diga logo, Blair.

Soltou um suspiro pesado.

— Sabe que você é a madrinha de Austin, não é? – Murmurei uma concordância. — Esperei cinco anos para isso e você não pode mais recusar, tinha que ser você a madrinha do meu filho. Foi você a primeira pessoa a saber da minha gravidez, a me apoiar, me acalmar, me ajudar!

— Você faria o mesmo por mim.

— Sim. – Tirei o shampoo do meu cabelo. — Chris escolheu Justin como padrinho de Austin, ele vai estar amanhã!

Despejou e fechei meus olhos, apenas deixando a água me acalmar e eu absorver a informação. Eu não queria ver Justin tão cedo depois de ontem, foi um reencontro desastroso e tudo que eu mais queria era não ter que cruzar com ele novamente, deveríamos esquecer o que tivemos e deixar para trás, eu ainda guardava muita mágoa e ressentimento. Sabia que Blair confiava em nós dois para cuidar de Austin, teria que fazer isso por ele.

— Tudo bem.

— Tudo bem? – Abriu a porta do Boxe com brutalidade, sua expressão era hilária e comecei a rir, passando o creme. — Tudo bem?

Ela repetia aquilo com descrença.

— Sim, tudo bem. É apenas um batizado. – Arqueou a sobrancelha. — Não posso esquecer que eu e ele tivemos um passado, mas eu não quero mais problemas Blair, tudo que quero é seguir minha vida e construir meu futuro, apenas isso.

— Ainda ama o Justin?

Soltei um suspiro.

— Eu sempre vou amar. – Ela me ouvia atentamente. — Mas isso faz malditos cinco anos! Eu preciso seguir em frente, por que ele já seguiu. Justin nunca foi capaz de me amar e eu notei isso tarde demais.

— Ele te ama, Julieta.

— Se ama ou não... Isso não importa mais. Eu não quero mais nada com ele, na verdade, tudo que eu quero é distância. Mas irei amanhã por você e por Austin. – Sorriu abertamente.

— Obrigada! – Soltou um gritinho, fechando a porta e saindo do banheiro. Balancei a cabeça, pensando o quão ela ainda era.

Vesti meu roupão, saindo do banheiro e vendo Austin agarrado em um urso meu enquanto tomava um suco. Entrei em meu closet, trocando de roupa e deixando o roupão na cesta de roupa, deixei meus cabelos molhados enquanto sentava na cama.

— E como estão indo as coisas? – Perguntei para Blair que usava meu notebook.

— Chris mal para em casa, ele parece estar enlouquecendo com esse lance de casamento, acho que está arrependido. – Deu de ombros.

— Mas ele te ama.

— Mas amava ainda mais a vida de solteiro dele. – Revirou os olhos. — Eu acho que ele possa estar me traindo.

Arregalei meus olhos, pensando em tal coisa. Eu entendia que Chris nunca teve um relacionamento sério, mas ele e Blair sempre foram apaixonados um para o outro.

— Por que acha isso?

Ela desviou o olhar e sua voz ficou embargada.

— Na semana passada ele chegou bêbado e com marca de batom na camiseta. Eu só quero que Christian seja sincero, se ele não quiser continuar esse casamento, era só me dizer.

— Por que não conversa com ele? – Parecia pensar. — Vocês são adultos, Blair. Tem um filho junto. Merecem tirar essas conclusões precipitadas e pensar no que é melhor para Austin.

— Então por que não segue seu conselho e vai falar com Justin? – Riu e eu joguei minha almofada nela. — Vocês também têm coisas a esclarecer.

— Nós não temos um filho.

— Bom... Ele tem. – Deu de ombros e isso me deixou intrigada, era estranho saber que Justin tinha um filho, na verdade, eu não sabia se estava pronta para vê-lo com sua, seja lá o que for, e seu filho, juntos como uma família. Desde que nos conhecemos eu pensava que teríamos um filho juntos, que seríamos uma família, mas sonhos são apenas sonhos e a expectativa era uma vadia.

— Não deseja saber como ele é?

Neguei.

— Eu não quero mais saber nada que seja de Justin e podemos parar de falar dele?

— Ok, você quem sabe. Desculpa.

Blair ficou para o almoço, minha mãe e Scott haviam saído para um café juntos e Henry desceu as escadas, olhei no relógio vendo que novamente ele não foi para a escola e coloquei um prato para ele.

— Compromisso com a formatura de novo? – Desviou o olhar e olhei para Blair, que ajudava Austin a comer.

— Ér...

— Qual é, Henry? Somos irmãos. – Fiz careta e ele riu. — Parentes, talvez. Pode me contar o que quiser. Sei que não é só a formatura.

Soltou um suspiro pesado, deixando de comer.

— E-Eu estou me envolvendo com alguém... – Suas bochechas coraram. — Só que essa pessoa não quer que eu conte para ninguém.

Franzi o cenho, não entendendo e ele respirou fundo, mexendo as mãos em sinal de nervosismo e a segurei por cima da mesa, mandando um olhar compreensível.

— Eu não vou te julgar, sabe disso. Olhe para mim, sou a última pessoa que poderia fazer isso. – Ri. — Namorei um traficante e fui presa.

— Eu sou gay. – Ele esperou alguma reação minha e abri um sorriso. — E ele é do time de basquete, ele sempre foi o cara pegador e tem vergonha até de falar comigo em público, mas às vezes a gente... Fica juntos.

— E...?

— Semana passada eu apanhei de alguns amigos dele e ele estava lá, ele viu e ficou rindo, não me defendeu e depois venho me pedir desculpas, dizendo que não tinha coragem. – Limpou algumas lágrimas que escorriam.

— Sabe o que faz? – Negou. — Mande esse cara se foder. Ser gay não é motivo de vergonha para ninguém, quem você se relaciona só desrespeita á você e mais ninguém. Esse cara não te merece e se não tem coragem de te defender e te assumir, então não é homem o suficiente.

Ele riu, apertando minha mão.

— Tem razão. – Voltou a comer.

— Você é do grêmio estudantil, faça a melhor formatura da história, vá com alguém que realmente goste de você e dane-se ele.

— Por que eu não te conheci antes?

— Por que eu estava na prisão? – Rimos. — Somos irmãos e irmão é para isso.

— Obrigada, Julieta. – Henry se levantou e me abraçou fortemente.

Sorri para Henry, voltamos a comer e Blair entrou na conversa. Ajudaram-me a lavar a louça e meu irmão foi para a escola, ri desse pensamento, eu tinha um irmão. Blair foi embora depois de um tempo e eu peguei meu Notebook, vendo se tinha algum e-mail e entrei em minhas redes sociais, contudo me arrependi no mesmo instante.

Tinha comentários maldosos em minhas fotos do Instagram.

“Assassina!”

“Espero que você morra na cadeia!”

“Vadia!”

“Sabia que não podia confiar nessa vagabunda.”

Assim como eu tinha mais de cinquenta notificações no Twitter, menções em alguns tweets e pessoas tentando me diminuir. Respirei fundo, deletando minhas contas e fechei meu notebook, indo tomar uma água para me acalmar.

Meu dia ocorreu normalmente, eu continuei entregando currículo e através do site, consegui ver minhas notas, eu nunca tirei um F e muito menos cheguei ao C, todas eram altas e excelentes, contudo não completei meu ensino médio devido os últimos três meses e isso me entristeceu. Na manhã seguinte, acordei cedo por conta de Blair que invadiu meu quarto, nervosa e estressada.

— O que houve? – Ela parou de gritar, andando de um lado para o outro.

— Minha mãe tinha razão, eu nunca deveria ter me casado.

— Vai me dizer o que aconteceu?

Blair enxugou suas lágrimas com violência, respirando fundo e sentando na ponta da minha cama.

— Christian abriu o jogo, ele estava me traindo. – Entreabri meus lábios. — Disse que foi um deslize, um erro, me pediu desculpas e eu o mandei ir embora de casa.

— Mas... Mas... E Austin?

— Ele prometeu que estaria lá, eu vou pedir o divórcio.

— Sinto muito. – Afaguei suas costas e ela me abraçou fortemente, chorando em meu ombro. — Nunca pensei que Christian faria algo assim, ele te ama tanto!

— Amava.

— Apenas faça o que te fazer feliz, Blair. E se não estava feliz com Chris, então era para ser. Vocês começaram tão jovens, você tem uma vida pela frente. E independente do que escolher, eu sempre vou te apoiar. – Limpei suas lágrimas e tudo que ela fez foi começar a chorar ainda mais. Franzi o cenho, não entendendo. — Eu disse algo de errado?

— Você me apoiou quando ninguém mais fez isso. Você esteve ao meu lado quando eu entrei em pânico com a gravidez e agora com o meu casamento. E-E o que eu fiz por você? Eu abandonei no momento que mais precisava, tudo para tentar manter meu casamento seguro. – Seus soluços invadiam o quarto. — Me perdoe!

— Eu não posso dizer que está tudo bem, Blair. Por que me magoou muito. Quando todos precisaram eu estava lá, mas...

— Eu sei! Eu sou uma pessoa horrível! – Se afastou, escondendo o rosto com as mãos.

Soltei um suspiro pesado.

— Isso já passou, eu estou livre agora.

— Acho que deveria conversar com Justin. – Limpou as lágrimas. — Ele sabe de coisas.

— Que coisas? Eu não disse que não queria mais falar dele?

— Eu sei, eu sei, me desculpe! – Segurou minhas mãos. — Ele sabe quem é seu doador.

— O-O que? Co... Como ele sabe disso?

— Conversa com Justin. – Sorriu de canto. — Acha que eu deveria perdoar Christian?

— Você é tão aleatória. – Riu. — É o que você quer fazer? Então faça. Dê um tempo para por suas ideias no lugar.

— Eu amo ele! – Sorri.

— Então já sabe o que fazer e por favor, se ele fizer isso novamente... Não insista. Se ele realmente te ama e te respeita, não deveria ter feito isso e se quer salvar o casamento, não vai cometer o mesmo erro. – Assentiu.

— Você está tão mudada...

— Não esperava que cinco de prisão me deixasse a mesma garotinha, não é? – Ela parecia pensar e ri disso.

— Estou orgulhosa da mulher que se tornou, Julieta.

— É, eu também.

— Só não precisava ter se tornado por causa da prisão.

— Tudo acontece como deve acontecer, Blair. Nada é por acaso, nada. Nem um mínimo grão de areia muda de lugar sem um motivo.

— Tem razão.

— Eu sei.

Tomei um banho rápido e Blair escolheu minha roupa, coloquei um vestido leve e rodado, e calcei meus saltos, tendo dificuldades para andar no começo. Eu deixei meus cabelos soltos e fiz uma maquiagem leve. Antes de ir para a igreja, Blair foi para casa arrumar Austin e fomos para o local. Quando chegamos, o padre já estava em seu lugar e Christian estava chegando junto com Justin, Ryan e Chaz estavam sentados na primeira fileira.

— Porra! É muito ver você novamente. – Chaz me abraçou fortemente, avaliando. — O tempo é realmente gentil com você, gatinha.

Revirei os olhos, rindo e o abraçando de novo.

— Estou feliz em ter ver, Charles. – Fechou a cara por eu ter o chamado pelo nome e apertei suas bochechas.

— É bom tê-la de novo. – Ryan disse me abraçando. — Você está linda pra caralho.

O padre repreendeu Ryan e ri disse, caminhei para perto de Christian, o cumprimentando. O encarei, segurando-o antes que saísse.

— Não a magoe novamente ou eu vou voltar para a cadeia por ser realmente culpada. – Chris assentiu, chocado e abri um sorriso.

— Oi, baby. – Respirei fundo assim que Justin se aproxima.

— Olá, Justin. – Tentei sorrir. — Como você está?

— Melhor agora. – Seus olhos brilhavam em diversão.

— Jura? Essa cantada é meio ultrapassada, não acha?

— Concordo, desculpe. Eu estou bem e você?

— Bem, obrigado. – Dei as costas para ele rapidamente e fiquei ao lado de Blair, próxima ao padre.

O padre começou a falar, recitando versos da Bíblia e senti o olhar de Justin a qualquer momento. Ficamos lado a lado, quando ele segurou Austin e dizemos algumas palavras, molhando um pouco sua cabeça e o abracei fortemente, Austin segurou meu rosto rindo e beijou minha bochecha.

— Você é uma moça bonita. – Todos riram.

— Obrigada, querido. – Ajeitei sua roupa. — Você é lindo, saiba disso.

Entreguei Austin para Justin e fiquei ao seu lado, não percebendo que estávamos agindo como se fosse um casal. Ele segurou a criança, mostrando para mim enquanto Austin mostrava suas covinhas enquanto ria.

— A titia Julieta é linda, não? – Ele assentiu. — Eu sei, também acho.

— Não escute ele, Austin. – Apertei suas bochechas rechonchudas.

— Você está tão grande... – Justin sussurrou, o olhando e Austin balançou as pernas, querendo descer do seu colo e Bieber deixou. — Nossa!

— É, eu sei. Tenho uma foto dele quando era bebê, me assustei quando vi seu tamanho agora. – Sorri, observando Austin correr para Blair e como ela e Chris faziam um casal bonito.

— Puta merda, o tempo é uma...

— Sem palavrões da igreja, Bieber. – Ele se desculpou e caminhamos para a saída. — Julieta... Eu gostaria de te pedir desculpas, por tudo. Por nunca ter ido vê-la, e-eu fui...

— Justin. – O cortei. — Já falamos sobre isso, você seguiu sua vida, beleza.

— Eu te amo.

— E daí? – Franzi o cenho, aquilo me atingiu também. — Desculpa por isso, mas é realmente necessário. Você nunca foi capaz de me amar, me abandonou na prisão e teve um filho! O seu amor, pelo visto, não foi tão forte assim.

— Espere! – Segurou meu braço, impedindo-me de ir. — Podemos conversar? Eu só quero te explicar!

— Não há o que explicar. – Dei de ombros. — Eu esperei todos os meses, alguma visita sua, carta, qualquer coisa! Por meses criei desculpas para amenizar a dor que eu sentia. Dizia que estava ocupado, que talvez não soubesse como me ver ou achando uma maneira de me soltar, mas uma hora eu vi a verdade. Você me deu as costas como todos fizeram.

— Não é bem assim...

— Chega, Justin! – Gritei. — Estou farta das pessoas estarei me pedindo desculpas e querendo que eu veja o seu lado. Veja o meu lado! Eu fui presa, merda! Presa, paguei cinco anos por algo que nunca fiz e você ao menos me deu apoio.

— Me deixe...

Seus olhos marejaram, aquilo me quebrou, mas não tanto quanto eu estava.

— Quer me ajudar? Não fale mais comigo ou apareça na minha vida novamente. – Respirei fundo. — Você, o que tínhamos, nós... Morreu para mim.

— Amor...

— Você perdeu o direito de me chamar assim. – Balancei a cabeça, espantando as lágrimas. — Me esqueça, por favor.

— Eu não posso fazer isso, não quando tudo que eu quero é ter você de volta. Por favor, me escute! – Apertei minhas pálpebras, procurando paciência. — Eu te amo! Eu quero você, sempre.

— MAS EU NÃO! – Gritei, sem me importar. — VOCÊ ACABOU COMIGO, JUSTIN! ESTÁ FELIZ? FEZ JUS AO SEU TÍTULO DE FILHO DA MÃE DESTRUIDOR DE CORAÇÕES! Chega! Faça como sempre fez nesses anos, me esqueça! Eu estou te implorando. Por muito tempo eu queria o seu amor, mas eu não preciso mais dele. Agora eu é quem não quero mais.

— Não faça isso com comigo, com nós.

— Espera, existiu um nós? – Ri e lágrimas escorreram dos seus olhos. — Não existe nós.

— Você sabe que sim, o que tivemos não foi uma mentira!

— Mas pelo visto foi um jogo, me diz, por acaso era uma aposta se você conseguia transar comigo?

— Eu jamais faria isso com você. – Disse em um tom irritado. — Minha intenção nunca foi te magoar.

— Não sua intenção, mas foi exatamente o que você fez. – Ele tentou se aproximar, contudo recuei. — Adeus, Justin.

[...]

— Me ajude a tirar as coisas do carro? – Henry perguntou assim que chegou e assenti, fechando meu livro e levantei, indo atrás dele e vendo seu carro estacionado, dentro do porta malas havia diversas sacolas.

— Compras, uh.

— Sim, comprei algumas coisas para você também. – Tirei as sacolas restantes, entrando em casa.

— Para mim? Saiba que não precisava.

— Igual eu comprei. – Deu de ombros e entrei em seu quarto, vendo diversos pôsteres da Rihanna. Larguei as sacolas em sua cama e sentei na ponta, ele procurou em algumas até me entregar três.

— Vi um vestido lindo e pensei “Cara, Julieta tem um corpo de dar inveja. Então é esse”. – Gargalhei, pegando o pacote e vendo um vestido brilhante preto, de mangas compridas e aberto nas costas.

— E me diz, no que eu usaria isso?

— Duh! – Revirou os olhos. — Em uma festa hoje.

Arqueei a sobrancelha.

— Festa?

— Sim! Você já está quase um mês sem sair direito, precisa se divertir, arejar a cabeça.

— Eu posso me divertir lendo um livro, assistindo uma série ou comendo.

— Nada disso! Vai ser legal e além do mais, alguns colegas meus estão lá então preciso do seu apoio.

— Eu não sei se é uma boa ideia, Henry. – Deixei meus lábios em linha reta.

— Vai querer passar sua vida trancada? Julieta, você é linda e está recomeçando sua vida, nada melhor do conhecer gente, se divertir, dançar... – Pensei um pouco.

— Ok, eu vou!

— Graças a Deus! – Ergueu as mãos e ri. — Agora, vá se arrumar e nos encontramos lá embaixo em duas horas.

Balancei a cabeça, saindo do seu quarto com as sacolas e termino de ver as roupas. Deixei separado o vestido e um salto, tomei um banho e troquei de roupa. Alisei meus cabelos e fiz uma maquiagem, colocando um batom vermelho. Quando parei em frente ao espelho, respirei fundo e passei a mão por minha roupa, não conseguindo acreditar que eu estava usando algo assim depois de tanto tempo. Não era fácil voltar a sua rotina, cinco anos não eram cinco horas, cinco anos eram 60 meses. Eu sentia como se pudesse ficar em casa o dia inteiro, porém sabia que precisava sair, conhecer novas pessoas, me divertir e viver.

Eu sabia, mas como eu disse: Não era fácil.

— Terminou? Uau! Você vai tirar toda atenção assim! – Gargalhei.

— Estou pronta e você?

— Sempre estive.

No caminho fomos ouvindo uma música desconhecida por mim, chegamos em questões de minutos na boate, tinha centenas de pessoas na fila e muitos carros, a música era evidente de fora. Um manobrista pegou o carro de Henry e ficamos na fila, no entanto, estava demorando demais. Ele bufou, batendo os pés.

— Mas que droga! Desculpe por isso.

— Sem problemas, podemos ir para casa.

— Casa? Nunca! – Agarrou minha mão e fomos andando, passando por todos ouvindo reclamações. — Hen...

— Julieta Smith, certo? – Assenti. — Podem entrar.

Franzi o cenho e Henry soltou um gritinho animado.

— Que poder é esse?

— De quem é essa boate? – Perguntei ao segurança.

— Do Senhor Bieber, é claro.

— Ah sim, obrigado. – Agradeci e bufei.

— Seu ex? – Assenti. — Vamos beber!

Henry segurou minha mão e fomos até o bar, meu olhos vasculharam o lugar na esperança de não ver Justin, já estávamos nos vendo muito para uma semana inteira. Henry pediu duas vodcas, mas antes que eu pudesse negar, tinha sido entregue. Respirei fundo.

— Ao recomeço. – Levantei o copo.

— Ao recomeço. – Ele disse, brindando comigo e virei, sentindo o líquido passar rasgando por minha garganta.

Henry me puxou para pista e tomei um último gole da bebida, ficamos de costas um para o outro e rebolei, balançando os quadris. Tombei a cabeça para trás, gargalhando de quando meu irmão fez um passo esquisito, mas sensual e tentei imitar, o que foi um completo desastre por eu quase cair. Muitos homens se aproximaram de mim, contudo eu recuei e depois de muito tempo, eu me sentia livre e bem, dançando sem me importar com o que diriam ou os comentários sobre o meu passado.

Sentei na cadeira na frente do bar, pedindo uma água e o barman riu, me entregando a garrafa.

— Julieta Smith! Quem é vivo sempre aparece. – Olhei para o lado, vendo uma mulher de lingerie, cabelos castanhos e olhos claros. Franzi o cenho, não reconhecendo. — Ok, esqueceu-se de mim.

— Me desculpe.

— Sou Kayla, trabalho para o Justin.

— Kayla? – Kayla, Kayla, Kayla, Kayla... — Oh! Meu Deus! A garota do dia da piscina, sim!

— Venho para ver seu homem? – Pedi uma bebida e o barman me entregou um Martini, brinquei com o guarda-chuva.

— Justin e eu não estamos mais juntos. – Ela arqueou a sobrancelha, surpresa. — Eu apenas vim me divertir com o meu irmão.

— Uau! Nunca pensei que o grande casal não estaria mais junto.

— É! As coisas mudam. Agora minha única meta é arranjar um emprego. – Ri, bebericando um gole.

— Não está fácil para ninguém. – Concordei. — Se quiser um emprego, tem aqui. Heather foi embora depois que se casou com Luke.

— Aqui?

— Julieta, você é uma ex-presidiária que não completou o ensino médio e todos sabem que matou um cara, acha mesmo que vai conseguir um emprego? – A olhei. — Por mais que seja inocente, as pessoas são más.

— E como seria esse trabalho?

— O que você acha que eu sou? – A olhei. — Garota de programa.

— Eu... Eu não posso fazer isso.

— Todas nós temos uma história antes disso tudo e a maioria, se chama falta de oportunidades, como você. – Kayla pediu uma bebida.

Eu sabia que em partes ela tinha razão, eu larguei centenas de currículos e ninguém havia me ligado, aceitado ou pensado. As notícias corriam rápido, mas não tanto quando se tratava de eu ser inocente e mesmo assim, as pessoas ouviam o que queriam. Olhei algumas garotas dançando, com homens e senti um nó se formar na minha garganta. Fitei Kayla, antes de ver uma das meninas passarem com um rapaz, ela ria de tudo que ele falava. Eu não tinha estômago para isso, minha vida não poderia seguir esse rumo.

Mas e se só tivesse essa escolha? Poderia ser por apenas alguns meses antes de eu conseguir algo, porém dormir com um homem que ao menos conhecia me causava náuseas.

— Se quiser, pode tentar por um dia e ver no que dá. Depois você se acostuma. – Deu de ombros.

— E-Eu não sei se consigo fazer isso, Kayla.

— Você tem dinheiro?

— Um pouco.

— Dinheiro não dura para sempre, Julieta. – Era verdade, mas eu não podia se tornar uma garota de programa. Eu lutaria pelo meu futuro, mesmo se todos me negassem, eu correria atrás e mostraria ser capaz de realizar um sonho. Eu tinha dinheiro, poderia investir nisso.

— Vamos, eu te ensino.

— Não, Kayla, não... – Balancei a cabeça, me soltando dela. — E-Eu sinto muito, mas não posso aceitar. Eu não quero ser isso.

— Mesmo?

— Certeza absoluta.

Eu encontrei Henry com alguns amigos e me despedi, pegando um táxi e voltando para casa. Toda a conversa com Kayla havia me deixado com dores de cabeça, aquilo martelava em minha mente e eu não queria ter que recorrer á esse tipo de coisa. Era um trabalho digno, todas aquelas mulheres mereciam mais chances e mais respeito, porém, eu também sabia que o futuro me reservava outras coisas.

 


Notas Finais


Continuo ou paro? Julieta tendo momentos com o irmão, Kayla oferecendo um emprego, briga com o Justin... Ah, vai ter cada treta ainda, vocês nem imaginam, mas o que estão achando? Espero que gostem e obrigada por cada comentário lindo, vocês são demais e eu amo vocês. Deus abençoe a todos!

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Outras histórias minhas: https://www.spiritfanfiction.com/perfil/smile_bieber_/historias

Com amor, Nikolle.


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