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História Abstinence - Eternity


Escrita por: repxtation

Notas do Autor


Boa leitura :)

Capítulo 53 - Eternity


Fanfic / Fanfiction Abstinence - Eternity

Detroit, Michigan.

Dois meses depois…

POINT OF VIEW JULIETA SMITH

100, 200, 300, 350, 400, 570...

As notas verdes trocavam de lugar rapidamente, tão rápido que era difícil identificar o seu símbolo. O valor delas era sussurros em meus lábios. Juntei todas elas, endireitando-as e sorri para Luke, recebendo meu salário, que era torno de dois mil dólares por mês.

— Tudo certo? – Assinto. — Preciso de um favor seu.

— Diga. – Guardei o dinheiro em minha carteira.

— Hoje o bar não abrirá, preciso que venha comigo para uma das boates. – Arqueei a sobrancelha.

— Achei que já tivesse garçonetes o suficiente.

— E tem. Ultimamente muitos homens estão forçando as meninas ou sendo brutos. Você será a segurança delas. – Parei para absorver suas palavras, antes de rir.

— Como?

— Isso mesmo, segurança. Por uma noite, acompanhará elas desde que estiverem se arrumando até durante a festa, se tiverem problemas ou algo assim. – Explicou. — Você é uma ótima lutadora, sabe se defender e percebi isso durante esses meses. Os homens te respeitam depois que mostrou o que sabe fazer.

— Entendo.

— Muitas delas são novas no ramo, eles tentam se aproveitar da situação.

— Homens... – Revirei os olhos.

— Exato. Não poderei ficar hoje, preciso cuidar de Heather.

— Posso fazer isso. – Sorrio.

Despedi-me de Luke e entrei em meu carro, apenas jantei algo antes de ir para a sua boate e estacionei o carro, eu vestia uma regata branca, calça escura e meu coturno. Alguns dos seus homens me cumprimentaram, outros nem fizeram questão. Eu conhecia bem aquela casa noturna, entrei no corredor, abrindo uma porta e encontrando as meninas se arrumando. Eu conhecia algumas, outras nunca tinha visto.

— Ora, ora... Se não é a primeira dama! – Stefanie se levantou e sorriu, me abraçando e retribui.

— Quanto tempo.

— Muito mesmo! – Riu. — Você continua linda, Julieta.

— E você, Ste.

— Não como antes. – Bufou. — Estou ficando velha, logo não poderei mais ficar nesse ramo. Os homens agora querem meninas mais novas.

— Está treinando elas? – Apontei e ela assentiu.

— Você é a nova segurança?

— Eu mesma. – Cruzei meus braços, encostando-me no batente da porta.

— Meninas, essa é a Julieta Smith. Ela é quem vai cuidar de nós, qualquer coisa que precisarem, é com ela. – Ste disse. Uma das meninas se levantou, parecia ser uma das mais novas, em torno de 19 anos.

— Você é mulher.

— É. – Ri. — Eu sou.

— Como vai nos proteger?

— Passei cinco anos presa, tive que aprender a me proteger e Luke já viu isso, por isso me pediu pessoalmente para fazer isso hoje. Não significa que sou mulher, que eu sou fraca. – Seu olhar mostrava dúvida. — Eu não entro em briga alguma para perder, querida.

— Acho que reconheço você. – Outra diz, olhando-me através do espelho enquanto penteava seus cabelos loiros. — Julieta, certo?

Assenti.

— Você é a mulher do Bieber! – As meninas, ao mesmo tempo, viraram-se para me olhar com curiosidade. — Eu estava na festa em que você ganhou aquela coroa maravilhosa.

— Você é uma lenda entre as meninas, Julieta. – Stefanie disse, rindo. — Primeira e única mulher a conquistar o Bieber. Perderam o tempo em que namoravam, era uma graça. Ainda estão juntos?

— Sim. Ele é quem me ajudou a sair da prisão, sou babá do seu filho e então voltamos.

— Vocês merecem toda a felicidade do mundo. – Sorri para a Ste. — Me chame para o casamento.

Ri.

— Como você se sente sabendo que quando estava presa, Bieber fodeu com todas nós? – Uma delas disse, de cabelo rosa e outras riram.

— Tranquila, eu também fodi com outro. – Pisquei e ela se calou. — Aliás, Justin está comigo agora, então eu não preciso me preocupar com nada.

— Toma essa, Cookie! – Ste disse.

— Vamos ver quanto tempo mais ele ficará com você. – Ela resmungou. — Bieber precisa de uma mulher de verdade.

— É, isso eu não posso confirmar, talvez dure três meses no máximo. Mas não se diminua desse jeito tentando me afetar. Uma das coisas mais baixas que existe é uma mulher rebaixando outra para se erguer. Eu amo Justin e ele me ama. Eu sou uma mulher de verdade, assim como você e espero que essa situação não se repita. – Sorri. — Qualquer coisa que precisarem estarei lá fora, o show começa em quarenta minutos.

Fechei a porta e respirei fundo. Fiquem próximo ao bar, esperando pelas meninas e Stefanie me avisou que estavam prontas. Começou a encher depois de alguns minutos e fiquei perto do palco, a música começou e algumas meninas iniciaram sua dança sensual, deixando os homens eufóricos e loucos. Coloquei as mãos para trás, vendo que se aproximavam do palco, mas não chegavam a toca-las, apenas jogavam dinheiro e caminhei entre eles. Um dos homens tentou puxar a perna de Cookie e ela caiu, ofegando de dor.

O segurei pelo colarinho da camiseta, o empurrei com força, fazendo-o cair contra a mesa.

— Toca em uma delas e eu acabo com você, ouviu?

— Vadia! – Acertei um soco em seu rosto.

— Anda na linha ou eu te coloco para fora. O que você prefere? – Ficou em silêncio, limpando o sangue em sua boca. — Também prefiro essa opção. Se uma delas se machuca, adeus diversão, para você.

Estendi minha mão para ajuda-lo a se levantar, ele não aceitou, dei as costas para o homem, caminhando para perto do bar, observando de longe. Olhei para a entrada, vendo Justin chegar com seus amigos, roubando toda atenção e ri disso. Seus olhos pousaram em mim, como se sentisse minha presença e ele parecia confuso, quando caminhou em minha direção, as pessoas abrindo espaço para o Bieber.

— Ei, baby.

— Que diabos faz aqui?

— Que diabos você faz aqui? – Devolvi.

— Preciso falar com Luke. E você?

— Ele não está, foi cuidar de Heather e ele me pediu para ficar aqui hoje, cuidar das meninas. – Franziu o cenho. — É, como segurança.

— Ele é louco? – Gritou.

— Até que é divertido. – Dei de ombros. Olhei para as meninas e a apresentação havia acabado. Elas se misturaram entre os homens, algumas já indo para o quarto, outras apenas bebendo e dançando para eles.

— Ficarei lá em cima. – Justin disse e assenti. Ele segurou minha mandíbula, colando seus lábios no meu e pediu passagem, cedi no mesmo instante o beijando, era algo ardente, intenso e louco. Seus lábios esmagaram os meus, Bieber parecia necessitado daquilo e acariciei sua nuca, o ar nos faltou e ele me beijou mais uma vez, antes de ir para a área vip.

— Uau! – Um dos barmen disse. Ri, pedindo uma água e ele me entrou.

A noite era calma. Eu sentia o olhar de Justin sobre mim o tempo todo e quando eu olhava, ele não fazia questão de desviar. Seus olhos eram negros, cheios de desejo e precisei me conter para não ir até lá. Eu caminhava entre a boate, indo ás vezes em outros andares e quando voltei para a pista, vi o mesmo cara segurando uma das meninas, com força e ela parecia apavorada.

— Algum problema aqui? – Ele me olhou com raiva.

— Vaza daqui! – A agarrou, segurando seu pescoço com força.

— Julieta... – Ela sussurrou e assenti.

O puxei pela nuca, virando-o e acertando um chute em seu membro, ele caiu gritando e segurei seu rosto, batendo contra o meu joelho e fiz um mata leão nele, fazendo-o se debater. Parei antes que morresse, agarrando seu braço e o empurrando.

— Eu disse que não era para fazer nada com as garotas! – Grunhi e passei pela pista, o jogando na rua. — Se entrar aqui de novo, sairá daqui morto. Ouviu?

— Sim.

— Filho da puta! – Cuspi. Olhei para os seguranças na porta. — Não o deixem entrar.

— Sim senhora!

Voltei para dentro e falei com a menina, que se chamava Marie e ela respirou um pouco, antes de voltar ao trabalho. Subi as escadas, perto dos amigos de Justin e ele.

— Caralho, Julieta! – Chaz disse. — Pode ser minha segurança se quiser.

— Cale a boca, Charles. Antes que eu te dê um tiro! – Justin disse, com a mandíbula travada. — Odiei esse trabalho que Luke deu para você, falarei com ele amanhã.

— Eu não me envolvo nos seus serviços e você não se envolve nos meus, Bieber. – Mandei uma piscadela para ele. — Se aceitei, é por que sei que sou capaz.

Segurei na barra de ferro, me apoiando para observar melhor tudo que acontecia. A noite estava acontecendo calmamente, em minha opinião, as meninas não tinham algum problema e poucos homens tentaram algo, não ao caso de eu ter que expulsa-los da boate. Apenas alguns que resultou em eu virar o punho no rosto, deixando meus dedos vermelhos. Quando amanhecer, as meninas foram se trocar e descansar, contei o dinheiro que a boate havia recebido e dividi entre o número total de mulheres, entregando para elas, que pareciam não acreditar na quantidade de dinheiro.

— Luke deixou?

— Ele me deu livro árbitro. – Ri. — E vocês merecem, passar por homens que não as respeitam e ainda sim ter que prosseguir, é o mínimo que poderiam ganhar.

— Nossa, vou conseguir comprar os remédios da minha irmã. – Uma delas disse sorrindo. — Obrigado, Julieta.

— É, obrigado e me desculpe por como eu e outras meninas agimos ontem. – Cookie disse e dei de ombros.

— Sem problemas, vocês não são as primeiras a me dizerem algo assim.

— Obrigado mesmo! – Ste disse, me abraçando e abracei outras meninas.

— Luke tem dinheiro até para os bisnetos dele, alguns dólares não farão falta.

— Vi que Bieber ainda está te esperando. Ficou a noite toda te cuidando. – Bufei.

— Ele pensa que não sei me defender. – Me despedi delas. — Até.

Mandei uma mensagem para Luke, o avisando do que fiz e ri, guardando o celular no bolso e me despedi de alguns seguranças, coloquei minha jaqueta e encontrei Bieber me esperando encostado em sua Ferrari. Ele tinha uma expressão enigmática. Cuidando-me, cada mínimo movimento e me aproximei. Bieber segurou minhas mãos, vendo os machucados e travou a mandíbula. Afastei-me dele.

— Isso vai passar.

— Você não deveria ter aceitado fazer isso. – Rolei os olhos.

— Você deveria aceitar que essa é a nova Julieta. – Caminhei para perto da minha caminhonete, abrindo e tirando um maço de cigarro, coloquei entre os lábios e acendi, tragando. — Daqui á pouco estarei com Tristan.

— E não deveria usar essa porcaria. – Ri, soprando a fumaça em seu rosto. — Desde quando fuma?

— Talvez uns dois, três anos. – Traguei novamente. — Não sou viciada se quer saber, apenas uso ás vezes.

— Você não precisa destruir sua vida como eu faço. – Retirou o cigarro dos meus lábios e tragou, tentei pegar novamente e Bieber se afastou.

— Justin, aquela Julieta não está mais aqui. Eu não vou corar se disser que quer me foder ou chorar por segurar uma arma. Eu não sou mais a garota que correria de uma briga e pediria para parar. – Ouvia atentamente o que eu dizia. — Todos os dias minhas mãos ficam machucadas de entrar em alguma briga, quando não volto com o olho inchado. Eu escuto baixaria todos os dias e não fico quieta. Eu não sou mais a menininha frágil inocente, eu sou uma mulher foda pra caralho, em minha opinião.

— Eu sei. Apenas é difícil.

— Aprenda a lidar com isso ou não me procure mais. – Me encarou surpreso.

— Acho que gosto dessa Julieta também. – Sorriu. — Vamos, eu te levo para casa.

— Preciso tomar um banho, Tristan não gosta muito do cheiro de cerveja em mim. – Ri

— Quando vai vir morar com a gente?

— Eu sou babá do seu filho, não seria muito adequado isso. Além do mais, acabei de comprar minha própria casa. – Segurei em sua camiseta, ele soprou a fumaça para o lado e escovou meu cabelo para o lado.

— Estou orgulhoso de você. – Sorri. — Você se tornou uma mulher maravilhosa, independente, forte.

— Mesmo? – Assentiu e o abracei, beijando seus lábios rapidamente.

— E só me fez se apaixonar ainda mais por esse seu jeito durona.

[...]

Alguns meses depois...

— Terminamos mutações gênicas. – Josh disse, colocando as folhas em uma pasta. — Entendeu bem?

— Sim, no começo foi confuso, mas então eu entendi. A Evolução do Homem eu consegui entender, foi fácil e a minha professora, na época, já falava disso.

Ele sorriu.

— Então fechamos biologia. – Sorri. — Apenas leia este livro sobre a ecologia.

— Tudo bem.

— Por hoje é só. – Ele levantou e caminhamos até a porta. — Confesso Julieta, que quando recebi seu e-mail seria complicado, mas na verdade não foi. Você é realmente inteligente e tenho certeza que a faculdade não vai querer perder uma aluna como você.

— Ah, isso me deixa realmente contente Josh.

— Já pensou em qual vai querer? – Mordi meus lábios e abri a porta. — Por que falei com um amigo de Yale e ele está interessado em você.

— Mesmo? – Assentiu e sem pensar o abracei. — Meu Deus! Desculpe, mas obrigado.

— Eu sei que isso é meio inconveniente. – Riu, coçando a nuca. — Mas somos adultos e... Se... Eu gostaria de saber, se quiser é claro, senão gostaria de ir jantar comigo? Ér... Então?

Eu fui pega totalmente de surpresa. Josh era engraçado, mas o engraçado que faz piadas inteligentes e geralmente envolvendo algo da história. Ele tinha olhos azuis, cabelos pretos e sempre usava algum blazer. Eu nunca tinha o visto dessa maneira, muito menos reparei se teria interesse em mim.

— É que, eu...

— A resposta é não. – Ouço uma voz rosnar e olhamos ao mesmo tempo, vendo Justin nos observando. — Ela é minha.

— Ah! – Suas bochechas coraram. — Sinto muito, n-não sabia que namorava.

— É, eu iria te contar agora. Sinto muito.

— Não, sem problemas, nos vemos amanhã. – Acenei e ele passou rapidamente por Justin, caminhando nervoso e ri disso.

— Quem era ele?

— Meu professor particular.

— Não posso sair do seu lado que sempre tem alguém. – Gargalhei e ele entrou em meu apartamento, fechei a porta.

— Não tenho culpa se sou irresistível. – Dei de ombros. — Quer algo?

— Você. – Jogou-se no sofá e me chamou. Ele tinha um sorriso presunçoso nos lábios e aproximei-me, sentando-me em seu colo, com uma perna de cada lado.

Seus lábios roçaram nos meus, enquanto ele acariciava meu rosto. Pedi passagem e ele cedeu, era algo calmo, mesmo quando suas mãos apertaram a polpa da minha bunda, fazendo qualquer espaço entre nós quebrar-se. Apertei sua nuca, não tínhamos pressa em fazer nada, eu gostava do seu toque e como mostrava ser que eu tudo que ele mais precisava em todos os momentos.

— O que acha de ir comigo e Tristan ao parque? – Sussurrou.

— Por mim, ok. Quando?

— Hoje. – Sorri, fechando meus olhos ao sentir seus beijos por meu pescoço.

— Feito.

Levantei em um pulo, fazendo-o abrir os olhos sem acreditar e corri para trocar de roupa. Ele ainda me esperava no mesmo lugar, parecendo incrédulo, o que me fez gargalhar.

— Depois serei toda sua. – Bufou, se levantando e segurou minha mão. — Como estou?

— Linda, como sempre. – Beijou meus lábios novamente.

— Ele vem falando desse parque faz dias. – Assentiu e fechei meu apartamento, peguei apenas minha bolsa e desci junto com Bieber. Ele abriu a porta do seu carro para mim e agradeci, entrando. No caminho fomos ouvindo uma música desconhecida e seus seguranças autorizaram a entrada antes mesmo de pararmos na frente do portão. Justin novamente abriu a porta, entrei em sua casa e subi as escadas, batendo na porta do quarto de Tristan e ele gritou um “Entre”.

— Olá. – Sentei-me ao seu lado na cama, vendo que estava jogando algum jogo no vídeo game. — Como está?

— Bem e você? Quer jogar?

— Acho que não sei jogar isso. – Murmurei. — O que acha de irmos ao parque? Tipo, agora.

Ele deu pause no jogo, largando o controle e me encarando perplexo.

— Mesmo? – Assenti. — Sim! Sim! Finalmente!

— E seu pai irá junto. – Os olhos dourados brilharam, isso me fez sorrir e o abraçar fortemente quando pulou em mim. — Se arrume e estarei esperando lá embaixo.

Desci as escadas e sentei no sofá. Tristan não demorou muito e chegou, com outra roupa e Bieber tomou o volante novamente, dirigindo até o parque de diversão. Era possível, mesmo alguns metros de distância, a montanha russa, a roda gigante e todas as cores. O parque está muito cheio quando chegamos e os olhos de Tristan brilharam quando entramos.

Senti minha boca salivar apenas de ver o algodão doce e comprei um para mim e para Tristan, Justin ás vezes pegava um pedaço e colocando na boca.

— Olhe! Vamos à roda gigante! – Tristan apontou e fomos até lá. Poderia ser de trio, já que ele ainda não tinha o tamanho suficiente e sentamos. Começou quando as cabines estavam cheias e Justin riu da minha reação, quando apertei sua mão com força.

— Ei, olá! – Gritei acenando para as pessoas embaixo. — Oi!

Algumas pessoas acenaram rindo e olhei para Tristan, que ficou com medo no começo, mas depois se soltou.

— O que acontece se eu balançar? – Bieber arqueou a sobrancelha e joguei uma pipoca nele.

— Nem ou... – A roda gigante parou e estávamos no topo. Olhei para baixo, vendo todos em miniatura e balancei as pernas no ar, sentindo meu coração bater rapidamente.

— O que aconteceu? – Tristan perguntou.

— Acho que deu algum problema técnico. – Murmurei. O ar estava gélido, mas nada que me causasse frio. As estrelas eram visíveis ainda mais de cima, tudo parecia estar entrando em perfeita órbita quando nossos olhos se encontraram.

— Eu estou pronto para dar um passo grande com você. – Meu coração saltou. — Desde o começo eu sempre estive pronto para esse passo, no começo me assustou como o inferno.

Riu e Tristan nos olhava.

— O que quer dizer?

— Você só tinha 17 anos quando nos conhecemos, um futuro incrível pela frente e ainda tem. Eu estou orgulhoso da mulher que se tornou e a amo ainda mais por isso. Por muito tempo me enganei dizendo que não era amor, mas era e é, desde o princípio, desde que entrou naquela boate e dançou comigo sem nem saber quem eu era.

— Não tenho culpa se você tem esse dom de me fazer esquecer-se do mundo. – Sussurrei.

— Você me deixa louco, Julieta. – Riu, olhando o céu e voltando a me encarar. — Chega a me deixar doente. Tenho um medo tão grande de te perder que me esqueço de pensar, ajo como um completo idiota e te magoo. Tenho medo de te assustar ou tinha. Você agora é uma mulher tão forte e isso me assusta. Antes você precisava de mim e tenho medo de agora não precisar. Eu sempre vou te defender e fazer de tudo por você. Não posso prometer ser perfeito, por que não sou e não me conheceu fingindo ser algo que eu não era.

— Eu amo você do jeito que é.

Ele sorriu.

— Sempre disse para você que sou errado, possessivo, egoísta, minha vida vive ao redor do perigo e sempre correndo contra o tempo. Você aceita o perigo, Julieta? – Retirou uma caixa de veludo do bolso e abriu, perdi o fôlego, não conseguindo desviar do anel de diamante. O encarei, sem acreditar, sem conseguir pronunciar mais nada, perdendo a capacidade de raciocinar e dizer um sim. — Aceita correr contra o tempo? Aceita minhas loucuras e irracionalidades? Você aceita ser minha pela eternidade?

Engoli á seco, o choro, a perda da fala, o medo, a mágoa. O casamento era um passo grande, respirei fundo, seria passar a vida ao lado de uma pessoa. A menos que tenha uma interrupção conhecida como divórcio. Quando era pequena, via meus pais dançando na sala enquanto pensavam que eu dormia, tão apaixonados, como se nada existisse lá fora. Como se nunca tivessem brigado, como se nunca um dia tivessem se magoado. O casamento era um passo grande, poderia ter muita mágoa por trás dele, mas muita felicidade e amor. Eu correria esse risco, como corri um dia perguntando-me se Justin valia a pena.

Balancei a cabeça.

— Sim. – Ri, sentindo meus olhos marejarem. — Claro que sim.

É, ele valia muito a pena.

[...]

Fitei aquela aliança em meu dedo, pela décima vez na noite, enquanto Justin estava no volante. Eu sentia seu olhar em mim, o tempo todo. Ele estacionou na frente de sua casa e abriu a porta para mim, agradeci e o mesmo carregou Tristan que estava sonolento. Caminhei na frente de Bieber abrindo a porta e cheguei ao quarto do seu filho, arrumando a cama e retirando seus sapatos.

— Boa noite, querido. – Dei um beijo no topo de as cabeça. — Eu te amo.

Tristan resmungou algo, se virando para o lado e deixei o abajur ligado, encostando a porta e encontrando Justin nos encarando.

— Estamos noivos. – Pensei em voz alta, Bieber riu e me puxou pela cintura. — Ainda não acredito.

— Sim, estamos noivos. – Beijou meus lábios. — E prometo fazer você a mulher mais feliz do mundo.

— Você já faz. – Retribuo.

— Irá dormir aqui? – Nego e ele desfaz o sorriso. — Por quê? Por mim você poderia trazer suas coisas.

— Por você já teríamos casado hoje mesmo, eu estaria morando aqui e provavelmente grávida. – Ri e ele resmungou, me soltando.

Ele me deu as costas e o abracei por trás, beijando sua nunca e vendo o efeito que eu causava em Justin. Deitei a cabeça em suas costas, suas mãos apertaram as minhas sobre seu abdômen.

— Quero falar com Lucy, ainda hoje. – Soltei um suspiro pesado. — Acho que chegou a hora.

— Quer que eu vá? – Me puxou para ficar na sua frente.

— Não, acho melhor não. Isso precisa ser entre nós duas. – Assentiu.

— Tudo bem, boa sorte com ela. – Bufei rindo e o beijei, antes de me despedir com muita dificuldade, já que Bieber não jogava limpo e apenas atravessei a rua, apertando a campainha. Quem abriu a porta foi Henry, que quase se engasgou com a maça e deu passagem para eu entrar.

— O que faz aqui? – Sussurrou.

— Vim falar com Lucy.

— Você é louca ou o quê? – Ri disso. Ergui a mão, mostrando a aliança e sua boca caiu, Henry soltou um gritinho animado e me abraçou fortemente. — Deus! Estou tão feliz por você, finalmente porra!

— Quero contar para ela. – Se afastou. — Pode chama-la?

— Boa sorte.

— Vou precisar. – Henry sumiu da minha vista e dei alguns passos, vendo porta retratos meus de quando eu era pequena, assim como eu não via mais fotos do meu pai espalhadas pela sala e segurei um cartão, que havia escrito para Lucy meses antes de sair da prisão. O reli, mordendo meus lábios e percebendo que o tempo realmente voava. Ouço passos na escada e vejo minha mãe descendo as escadas, com olheiras fundas e trajando um vestido. Coloco a carta no lugar e seu olhar parece se iluminar quando cruza comigo.

— Filha! – Ela corre, me abraçando fortemente e retribuo, não percebendo o quanto sentia sua falta até isso escapar dos meus lábios:

— Senti sua falta. – Sussurrei, a abraçando.

— Querida! Como você está? Graças a Deus que voltou. Eu senti saudades! – Limpou suas lágrimas, segurando minhas mãos. — Espero que me perdoe por tudo que fiz, eu te amo tanto Julieta!

— Eu sei, mãe e é por isso mesmo que vim aqui. Acho que está mais do que na hora de conversarmos. – Assentiu e me puxou para sentar no sofá.

— Sobre o que?

— Mãe... – Respirei fundo e sorri. — Eu... Eu estou noiva e, queria que fosse a primeira pessoa a saber. Sabe tudo que Justin e eu passamos, não foi fácil, mas...

— Espera, Justin? – Seu olhar era incrédulo. — Noiva? Você está noiva daquele... Daquele homem?

— Eu não estou entendendo sua reação. – Ri. — Ele me pediu em casamento hoje e aceitei. Queria que conhecesse Tristan, ele é tão adorável e não sei, mas me sinto mãe dele.

— Pelo amor de Deus, Julieta! – Soltou minhas mãos. — Justin é um traficante! Você viu tudo o que esse homem fez na sua vida! Você foi sequestrada por causa dele, torturada e presa! Que vida acha que teria ao lado de um homem como ele? A mãe de Tristan era tão ruim quanto o pai. Aquele menino carrega o mesmo sangue ruim de Bieber!

Sua voz continha nojo e me afastei, sentindo uma raiva crescer em mim ao ouvi-la falando do meu menino. Tristan era simplesmente a criança mais incrível que poderia existir, não existia nada no mundo como ele e nunca existiria. Eu amava cada pedaço dele. Cada qualidade e defeito.

— Mãe, não fale de Tristan assim na minha frente. – Rosnei. Ela se calou, encarando perplexa. — Nunca mais coloque o nome dele na sua boca para falar assim, nunca mais!

— Ah, santo Deus! Aquele menino vive rodeado de gente ruim, acha que se tornará o que? Corra enquanto tem tempo, Julieta. Justin só causou estragos na sua vida. Olhe como está, olhe sua vida agora e tudo por culpa dele. Eu prefiro morrer ao ver você se casando com um bandido! – Minha boca secou e perdi as palavras, não entendendo como ela tinha coragem de me dizer aquilo. — Pelo visto gostou bastante da prisão, já que quer voltar para lá.

— Pelo menos ele não me abandonou como você. – Murmurei, tentando controlar minha raiva. — Eu me tornei uma mulher muito mais forte desde que entrei naquela prisão e agradeço por tudo que aconteceu comigo. Eu não tenho medo, eu me sinto livre e sou feliz. Serei uma grande médica um dia e terei o maior orgulho de ser chamada de mãe por Tristan, direi sim naquele altar para Justin e estou disposta a tudo que vier com isso.

— Sinceramente, Julieta! – Gritou. — Orgulho de ser mãe daquela criança? Seu pai estaria decepcionado de te ouvir falando isso. Uma mulher mais forte? Você é uma ex-presidiária, acha que irá até onde com esse título que vai carregar a sua vida inteira? Desista dessa vida ou nunca mais entre nessa casa.

— Meu pai, mesmo não aceitando minhas decisões, jamais teria me deixado! – Fiquei de pé. — Ele sim teria ficado ao meu lado. Você não é a minha mãe, Lucy. A minha mãe jamais teria me deixado, jamais teria me dito isso, que merda você fez da sua vida? Criando uma família por cima de sujeiras. Sim, eu fui presa e tenho orgulho de dizer que enfrentei aquela porcaria. No meu lugar, você não passaria de um dia.

Meu rosto ardeu quando sua mão atingiu minha bochecha com força. Mexas do meu cabelo cobriram, mas eu sabia que ela havia me batido. Ergui o olhar, ignorando a dor e travei a mandíbula.

— Nunca mais entre na minha casa de novo! Principalmente para falar isso. Eu ainda sou sua mãe e você vai acabar tudo com aquele bandido!

— Se não aceita minhas decisões, faça o que fez todos esses anos, esqueça que sou sua filha. – Minha voz saiu baixa. Acima de tudo, Lucy ainda era minha mãe e sempre seria, mesmo que não mostrasse respeito, eu a respeitaria antes de qualquer coisa. — Sinto muito se não fui o que esperava e sinto muito se agora deve se arrepender de ser minha mãe. Mas queiro que saiba que nunca pensei que você fosse ser a pessoa que mais me decepcionou nessa vida. Adeus, mãe.

Abri a porta e saí, descendo os degraus da casa e eu parecia sem rumo, quando um dos seguranças de Bieber me deu carona até o meu apartamento.

— Por favor, não conte para ele do meu estado. – Assentiu e desci do veículo, entrei no prédio e subi as escadas, procurando pela chave do meu apartamento e abrindo o mesmo.

Apertei minhas pálpebras com força, me sentindo cansada, decepcionada e um bolo se formou em minha garganta. A minha vida toda eu tentei fazer o que minha mãe dizia. Eu era educada, inteligente, carinhosa, nunca julguei as pessoas pela forma que pensavam ou se vestia, ela sempre fez questão de abrir minha mente e me fazer entender o conceito de perdão, de amar, de respeitar. Porém, aquela mulher não era a minha mãe. Não era a mulher que me ensinou que amar estava acima de qualquer coisa. Não era a mulher que respeitava minhas decisões e independente de tudo, estaria sempre ao meu lado. Não era.

 


Notas Finais


Olá, amores. Como estão? Desculpe não ter postado antes, era por quê eu realmente não estava legal, mas agora estou melhorando e espero que tenham gostado. Foi realmente muito legal escrever esse capítulo, por que eu amo escrever essa Julieta forte e decidida. Eu amo escrever como ela trabalha e como ela ainda lida com tudo. Sei que muitos não gostaram do Hayes se tornar um "vilão" e acreditem, ele não é, existem coisas a serem descobertas ainda. A escolha é plenamente de vocês confiarem nisso. Sei que muitos também não gostam do Justin e da Julieta juntos novamente, mas tudo que aconteceu até agora era para acontecer na história, foi todo o enredo que criei e não pretendo mudar, muitas coisas acontecerão, coisas realmente difíceis de perdoar, de esquecer e de superar. Eu estou dando meu máximo nessa história e espero que estejam gostando dela tanto quanto eu. É isso. Amo vocês e obrigado por tudo.

Quem quiser me perguntar algo: https://curiouscat.me/hailsystem
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Outras histórias: https://www.spiritfanfiction.com/perfil/smile_bieber_/historias

Com amor, Nikolle.


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