História Acasos do Destino - Capítulo 40

Percy POV

Foi um choque, realmente. Ares parecia estar tendo um colapso e parecia mais nervoso do que eu nunca tinha o visto. Depois de um tempo ele se recupera e respira fundo antes de começar a conversar com Sofia, a mãe do Justin.

Eu não iria me meter nessa história, afinal nem teria o que dizer. Minha irmã devia estar com Justin e eu sabia que ela conseguiria fazer com que ele se sentisse melhor. Claro que todos estavam surpresos, mas me admira que ninguém tenha percebido isso. Eles se pareciam muito, de verdade.

- Você acha que ele está bem? – pergunta Annabeth e eu sorrio fraco.

- Acho que sim, ele precisa de tempo – digo e ela assente.

- Deve estar sendo um choque pra ele – balanço a cabeça em concordância.

- Sim, pra ele e para Clarisse e Frank – aponto discretamente para os dois que estão mais ao longe conversando baixinho.

- Nem tinha me tocado disso – diz surpresa e depois sorri –, parece que você não é tão lerdo, Cabeça de Algas – sorrio.

- Acho que não – a beijo suavemente.

Parecia que a cada dia meu amor por ela crescia ainda mais, era incrível.

- Vamos pra minha casa amanhã – digo a Annabeth enquanto nos sentamos no sofá juntos.

- Por quê? – pergunta curiosa e de um jeito fofo.

- Porque quero que você conheça a minha casa, além do mais o casamento já foi e já demos muito trabalho ao meu tio – digo.

- Por quê eu tenho a impressão de que isso está com segundas intenções? – dou risada.

- Porque você é esperta – beijo sua bochecha.

- Você é impossível, Percy – diz rindo e me jogo em cima dela.

- Que você ama – digo fazendo cócegas nela.

- Amo mesmo – ela me beija, mas somos interrompidos pela minha adorável prima.

- Vão para um quarto – reclama e eu mostro a língua pra ela.

- Deixa de ser chata, punk – ela sorri.

- Sei que me ama – sorrio pois acabei de dizer isso.

O resto da noite foi meio tenso, parecia que estavam todos meio preocupados. Minha irmã e Justin não apareceram também, mas eu sabia que deviam estar bem. É claro que ainda tinha aquele ar um pouco feliz do casamento, mas parecia que tinha misturado as duas coisas e o clima ficou estranho.

***

Na manhã seguinte eu estava terminando de arrumar minhas coisas pra ir para minha casa quando Ares vem falar comigo. Ele parecia não ter dormido muito, ele tinha olheiras e uma expressão cansada.

- Eu preciso falar com você – me diz com um olhar sério.

- Olha, se é sobre o Justin... – começo, mas ele me interrompe.

- É sobre Anfitrite, ela morreu – diz direto e isso me choca, de verdade. Respiro fundo antes de voltar com a minha fala.

- Como? – pergunto apenas.

- Ela pegou algum tipo de doença e se entregou – diz e eu percebo que ele está tentando me deixar melhor, não enrolando muito e sendo direto. Mesmo que eu não gostasse dela, mesmo que não gostasse de lembrar dela, eu não queria que ela morresse.

- E Tritão? – pergunto agora preocupado. Meu irmão estaria bem? Onde ele estava?

- Arrasado, mas bem. Acho que você deveria ligar pra ele, acho que ele precisa de apoio – concordo com a cabeça ainda surpreso. Eu me preocupava muito com meu irmão e sem dúvidas ligaria pra ele quando pudesse.

- Quem sabe? – pergunto mais sério. Ele suspira.

- Só você e seu pai – aceno com a cabeça, isso era um assunto complicado e eu entendia perfeitamente.

- Tudo bem, obrigado Ares – agradeço sincero e ele me dá um meio sorriso – e sobre o Justin...

- Deixa – ele acena com a mão – eu sei que vai ser difícil dele aceitar que eu sou pai dele, na verdade eu ainda estou processando isso. Não se preocupe – assinto.

- Você é um cara legal, acho que vai dar tudo certo – ele sorri de canto com um suspiro.

- Talvez – diz e apenas me deixa ali.

Bomba atrás de bomba. Parecia que essas férias não estavam sendo nada amigáveis pra mim e para meus amigos. Eu realmente precisava saber como estava meu irmão.

Anfitrite já tinha errado muito, mas eu sabia que ela amava meu irmão. E Tritão também a amava muito, ele devia estar muito mal e sozinho. Me sinto culpado porque não tinha falado com ele nesses últimos meses, quando isso tinha acontecido?

Suspiro me sentando na minha cama.

***

Chegamos a minha casa já era quase hora do almoço e como sempre acontecia, minha mãe fez uma comida deliciosa pra gente. Estávamos eu, Annabeth, Lucy, Justin, Calipso e Leo. Nós tínhamos dividido quem ia ficar em cada casa e como a Caly é a melhor amiga da Lucy, ela ficou aqui.

- Mano, agora eu sei de onde vocês herdaram o dom na cozinha. Isso aqui está muito bom – diz Leo apontando pra comida, rimos.

- Está bom mesmo sen... Sally – diz a Annabeth e minha mãe sorri.

- Que bom que gostaram queridos – minha mãe não é um amor?

- Você é a melhor mãe – digo comendo. Minha irmã sorri.

- Concordo – diz Lucy e minha mãe apenas ri.

- Amor, você sujou o rosto – diz Caly a Leo limpando seu rosto com o guardanapo depois lhe dá um beijo. Leo olha pro meu pai depois com uma expressão engraçada, como se esperasse que ele os repreendessem.

- Não sou meus irmãos, não ligo que se beijem – meu pai diz quase rindo –, não é como se vocês não fizessem coisas piores em NY – eu e minha irmã rimos sabendo que era verdade enquanto nossos amigos coraram.

- Pai, você está envergonhando eles – diz Lucy sorrindo de lado. Meu pai sorri também e os sorrisos deles são iguais.

- Não vejo motivo – sorri ainda mais –, e vocês dois tratem de me dar netos, estou ficando velho – diz risonho fazendo com que eu, Lucy, Annabeth e Justin corássemos muito.

- Pai! – dissemos juntos, mas apesar de constrangidos acabamos rindo.

- Mas é verdade, estou ficando velho – diz sorrindo.

- Querido, você está deixando os jovens sem graça e não estou falando dos nossos filhos – diz se referindo à Annabeth e ao Justin que estavam muito vermelhos. Calipso e Leo estavam meio constrangidos, mas prendiam a risada.

- Desculpa – pede sem realmente estar se desculpando.

- Tudo bem – responde os dois ainda vermelhos.

***

Graças a tudo que era mais sagrado, ou o que quer que seja, Tritão estava bem, arrasado, mas bem. Fora por isso que não viera no casamento, mas de certa forma ele parecia feliz e estava até namorando, o que me deixou feliz também.

Eu me preocupava com ele e sabia que Lucy também, ele até mandou lembranças a ela. Mas com toda essa história com o Justin acabei nem contando pra ela sobre Anfitrite, ela já tinha muito no que se preocupar.

Era a primeira noite em casa e Annabeth ficaria junto comigo no meu quarto. Minha cama era de casal, mas eu sabia que a abraçaria no meio da noite. 

Antes de dormir eu tomo um banho relaxante e deixo que todas as surpresas e revelações desses últimos dias deixassem meu corpo. Fecho os olhos e tento respirar ritmadamente durante todo o processo de lavar e enxaguar.

Depois que vou pra minha cama, apenas sinto quando Annabeth se infiltra por baixo da coberta e se aconchega em meu peito nu, já que eu não costumava dormir de camisa em casa. Seu nariz gelado roça em minha pele e isso me faz estremecer levemente.

Ela logo percebe que seus toques me atiçam e então passa a beijar a extensão de meu peito pra depois subir para o meu pescoço. Suas carícias são suaves e quando percebo já estou totalmente envolvido sobre ela.

- Você está me provocando? – pergunto sussurrando em seu ouvido e sorrio quando ela se arrepia.

- Não estou não – seus lábios formam um biquinho involuntário e eu o mordo, rápido e suave. Minhas mãos seguem o caminho da sua camisa de pijama macio e param em sua cintura, onde aperto forte.

- Eu acho que está – murmuro esfregando nossos lábios e nossas coxas fazendo com o atrito entre elas se torne mais íntima.

- Aham – seus lábios se encaixam no meu, se movendo e começando um tipo de dança entre eles. E todo o clima amoroso e aconchegante que antes tínhamos se dissipa, e se transforma em algo quente.

- Eu te quero tanto – digo ouvindo minha voz rouca e sabendo que isso a afeta. Puxo sua camisa pra cima a tirando e logo passo a beijá-la com fervor e paixão que parecem incontroláveis.

- Percy... – suspira assim que eu tiro seu short e passo a acariciar suas coxas torneadas.

- Sua pele é tão macia – digo baixinho e começo a morder sua pele sensível. A pele esquenta sobre meus dedos e o fato de eu lhe proporcionar prazer me excita.

***

Os dias em casa foram legais, eu sentia falta de casa. Meu pai parecia sempre arranjar de envergonhar todo mundo, mas era até divertido. Nós sempre acabávamos rindo no final das contas.

Nós encontrávamos meus primos de vez em quando durante as férias, como no meu aniversário e da Lucy. Nós fizemos uma festa em casa que foi bem divertida, nós rimos, jogamos e conversamos bastante.

Justin, Clarisse e Frank começaram a interagir entre si, a relação deles parecia estar indo bem. Ares ainda não estava muito confortável pelo que reparei, mas estava se adaptando aos poucos junto com os filhos.

Meu aniversário foi cheio de emoções, digamos assim.

[...]

- Pai – chamou Nico com Will ao seu lado.

- Sim Nico – responde olhando pra ele e depois para Will que sorria calmo.

- Eu... bem, esse é o meu namorado – ele apresenta Will. Nico foi mais sutil que Bianca, pelo menos.

- Namorado? – pergunta confuso depois sorri.

Tudo bem, isso foi estranho.

- É pai, esse é o meu namorado Will – então Hades faz algo que surpreende todos, ele abraça Nico.

- Contanto que você seja feliz, filho – Nico retribui o abraço muito surpreso, mas esconde um pequeno sorriso. Hades estava sendo sincero como eu nunca tinha o visto.

[...]

Sabe quando você é pego de surpresa? Esse foi o caso, meu tio disse que já sabia. Como? Nossa falecida tia tinha contado a ele e pedira para que esperasse o tempo que Nico precisava pra contar. Todos nós sorrimos com essa declaração, pelo visto meu tio não tinha um coração tão frio, ele podia ser até carinhoso quando queria.

Fora isso foi um aniversário comum, com bolo azul e tudo mais. Mas como tudo que é bom dura pouco, nós tivemos que voltar pra NY no fim do mês. Eu gostava muito de ficar com os meus pais, apesar dos repórteres e disso tudo. Na verdade já tinha me acostumado, mas acho que ainda era estranho para os outros tirar fotos com paparazzi.

Então teríamos que voltar para o lugar que chamamos de escola. O mais difícil era ficar longe da minha Sabidinha, eu já tinha me acostumado a acordar todos os dias com ela do meu lado.

Quando chego em casa eu me jogo na cama pensando. Lar doce lar. Até que eu tinha sentido falta daqui. Só esperava que as coisas continuassem bem durante o restante do ano.

Annabeth POV

Percy havia ido comigo naquela tarde buscar meu irmão no aeroporto e estava mais que na cara que eu estava extremamente ansiosa, já que não parava de andar. E ele, muito paciente, ficava ao meu lado e apenas sorria.

- Fica calma, Annie – beija minha testa passando um braço pela minha cintura.

- Ele está atrasado, não está? E se tiver acontecido algo? – pergunto preocupada e Percy apenas me trás pra mais perto dele.

- É normal um atraso ou outro, fica calma – diz suave, mas ainda estou tensa.

- Como pode ter tanta certeza? – pergunto inquieta.

- Meu tio tem uma companhia aérea, sei como funciona essas coisas – relaxo um pouco e deixo que minha cabeça repouse em seu ombro.

Alguns minutos mais tarde o voo de Malcolm é anunciado e logo ele está caminhando até a gente com um grande sorriso. Ele não parece muito diferente da última vez que o vi. Apenas seu rosto parece mais velho, ele estava mais alto e mais forte, mas além disso era o meu maninho de sempre.

Me solto de Percy e abraço meu irmão forte, o apertando bastante, porque estava morrendo de saudades dele. Malcolm retribui o abraço e me ergue do chão, sorrindo.

- Senti sua falta – fora mais de um ano longe.

- Eu também, mana – ele alarga o sorriso e se vira pra cumprimentar Percy – Olá.

- Olá – Percy diz com uma expressão simpática e um sorriso.

- Ah. Percy esse é meu irmão Malcolm, Malcolm esse é meu namorado Percy – eles trocam um aperto de mão sorrindo e isso me deixa completamente feliz.