A semana passou rápido, uns estiveram mais ocupados que outros, eu, pessoalmente, não fiz nada, passei a semana completamente aborrecida.
Segundo Levy, eu estava carente e com falta de macho.
Os garotos passaram a semana estudando, em aulas, ou a fazer testes, quase ninguém viu nenhum deles. Só vi Gray no supermercado, porque ele trabalha lá, Natsu vi algumas vezes, por escassos minutos, na Universidade.
Hoje, sexta-feira, todas as aulas da tarde foram suspensas, e de manhã, as pessoas encarregadas de tratarem de coisas para o festival, tiveram passe livre para faltarem às aulas.
É nesses momentos que realmente questiono se vale a pena participar em algo só para faltar a aulas.
Rapidamente chego à conclusão que não, não vale a pena.
- Está pronta? - chego no quarto de Levy, está tentando vestir um vestido roxo, não está conseguindo passar a bunda enorme pelo tecido - Está difícil.
- Nem me diga nada. - dá um jeito de fechar o fecho e se vira para mim, sorrindo orgulhosa - Feito! - me olha da cabeça aos pés - Estou orgulhosa, nem precisei falar nada para você se vestir decentemente.
Decentemente? Ela só quer que eu mostre pele, nada mais, e é o que estou fazendo. Vesti uns shorts jeans pretos, não demasiado curtos, e uma camisola de manga comprida azul bebê, o tecido é fino então julgo que não terei calor, o decote é um pouco mais fundo do que o que normalmente uso.
- Vai pastar. - brinco - Sua mãe? Já falou algo?
- Não. - abana a cabeça para os lados - O turno dela acaba às 19, ela falou que tentaria vir, mas não sei se vai rolar.
- Levy... - caminho até ela e a abraço, mesmo que não fale nada sei que está triste, Levy não vê muito a mãe, já que esta raramente está em casa, é enfermeira e mãe solteira, acaba pegando muitos turnos para poder pagar a Universidade da filha.
- Cai fora, ainda borra minha maquiagem. - afasta-me reclamando, está se fazendo de forte, como sempre faz.
Combinamos nos encontrar com as garotas à entrada do campus, os garotos foram primeiro já que precisavam tratar das coisas para o leilão, os nossos pais só chegarão mais tarde então teremos tempo de curtir antes.
Nos pusemos a caminho, não tardou a chegarmos perto o suficiente para notarmos a cabeça ruiva da Erza nos esperando.
- Demoraram. - falou - Que horas chegam os vossos pais?
- Por volta das 19, talvez 20, eles só vêm depois de fechar a pastelaria. - respondo.
- A minha mãe não vem, o turno acaba tarde e depois ficaria tarde para ela voltar, já que também vai trabalhar amanhã de manhã. - Levy diz cabisbaixa.
- A Juvia lamenta. - a peituda se aproxima e abraça Levy brevemente - Os pais da Juvia também não vêm, não é como se isso me surpreendesse.
- Seus pais não vêm mesmo? - nega com a cabeça - Que otários... Só porque não gostam do Gray não quer dizer que você deixe de ser filha deles.
- Tudo bem, mesmo. - reafirma - Se eles viessem tenho a certeza que haveria confusão então é melhor assim.
Não sei se é melhor, mas se elas acham isso quem sou eu para dizer o contrário?
- Chega de conversa triste. - Erza decide, batendo as palmas como se nos quisesse acordar - Vamos ver se encontramos os garotos por aí.
- Sei que Gajeel está dando os últimos retoques no carro modificado, mas que andam as princesas do Basquete fazendo? - indaga a azulada menor quando começamos a andar.
- Foram ver a que horas precisam se apresentar para o leilão.
Não tem muita gente por aqui ainda, é cedo, maior parte dos visitantes só vem mais perto da hora dos eventos.
Isto nem parece a mesma Universidade, o festival decorre no exterior, envolta do edifício principal, uma aura festiva inundou o lugar.
À medida que vamos caminhando, adentrando a festa, começo a notar algumas das atividades como tiro ao alvo, aposto que sou ruim nisso, pesca de patinhos, parece divertido, um jogo de cordas, você puxa uma corda e fica com o presente que sair, nesse eu vou de certeza.
É bonito, as luzes decorativas botam um ambiente suave e acolhedor, e as pessoas estão vestidas para impressionar, pelo menos aquelas que estão participando.
Maior parte dos eventos começam mais tarde, no palco principal, como o leilão e a exibição do carro do curso de Gajeel.
Mal posso esperar para ver o que o meu querido cunhado fez, que orgulho no meu rapaz.
À meia noite vai ter o que mais estou esperando, o fogo de artifício.
Agora estamos passando na melhor parte, a comida. O cheiro é divinal, o aspeto me dá fome só de olhar, e a variedade? Bom, acho que poderia comer uma coisa diferente todos os dias por um ano.
Acabamos pegando uma mesa, sentamos e pedimos algumas bebidas. Andamos um bom bocado ainda, e nenhum sinal deles.
- E então? Já mudou de ideias quanto ao festival? - Titania me perguntou ao notar que estava olhando tudo à nossa volta.
- Tá, admito, é bem legal. - rio - Mas mesmo se eu não mudasse de ideias tinha que ficar aqui na mesma. - encolho os ombros, ao ver a sua cara confusa continuei - Perdi uma aposta com o Natsu, o prêmio era eu vir ao festival com ele.
- Entendi. - as bebidas chegam - Então é oficial? Vocês dois?
- Acho que sim. - encolho os ombros sorrindo - Ainda não estou 100% de volta, mas é para isso que Natsu está comigo, para me mostrar o que eu iria perder se continuasse fugindo, ele me faz bem, reconheço isso.
- Leve seu tempo, seu machucado é fundo, não vai curar de um dia para o outro. - aconselha.
- É, eu sei, ainda dói, acho que vai doer sempre. - bebo um pouco do meu suco de laranja e fico a olhar para o copo.
- Vamos! - Levy, que está sentada a meu lado, coloca o braço à volta dos meus ombros apertando-me - Hoje é festa, tal como a Erza falou, não quero reflexões sobre a vida, estamos aqui, agora, e é isso que importa.
- Brindemos a isso! - Juvia, para minha surpresa, sugere.
Rio e, assim como as outras três, levo o meu copo de plástico ao centro, o choque fez com que derramássemos um pouco do líquido na mesa. Meio ridículo brindar com suco, mas é o que temos.
- Parece que estão se divertindo sem a gente.
Nos viramos na direção de onde veio a observação, no caso para o lado esquerdo da nossa mesa.
Ora se não são os desaparecidos.
O comentário veio de Jellal, atrás do azulado estão os outros dois tristes. Estão bem vestidos, todos, muito bem vestidos até.
Jellal está usando calça de terno preta, com a camisa social branca metida para dentro das calças, Gray usa um terno azul escuro com uma camisa social preta, e Natsu veste calça jean pretas e uma camisa social vermelha.
Sentam-se conosco, acho que nem preciso falar ao pé de quem, o esquema é sempre o mesmo.
- O Gray está tão bonito! - a peituda se joga ao gelinho, abraçando-o.
- O-Obrigado... - agradeceu baixinho.
- Está querendo vender mais, desgraçado? - Erza, puta, se vira ao namorado - Precisava se vestir tão bem? Nem quando foi conhecer meus pais se vestiu assim.
- Me desculpe... - não parece nada arrependido, está aproveitando, masoquista da merda.
A verdade é que estão bem. Não é segredo nenhum que todos eles são gatos, e assim vestidos... Algo me diz que o leilão vai ser quente.
Me viro para Natsu, que sentou do meu lado esquerdo, está... Nem tenho palavras, está gostoso, pronto, é isso, dizer mais para quê?
- Está me secando? - pergunta ao notar o meu olhar sobre si, sorrindo de lado.
- Talvez. - tem os primeiros 3 botões abertos, exibindo um pouco do seu peito.
Começo a não gostar dessa ideia.
- Bom. - chega mais perto de mim, mais perto do meu ouvido - Cadê meu prêmio? - pergunta num sussurro.
- Estou aqui, não estou? - ele ri.
- Tá, mas o combinado era vir comigo, e não com o bando todo atrás. - continua falando de jeito que apenas eu possa ouvir.
- Eles são nossos amigos. - argumento - Não quero deixar eles assim, de novo.
- Casados. - Gray chama - Estamos apostando, querem participar?
- Apostando em quê exatamente? - indago.
- Eu aposto que a Juvia vai licitar pelo Gray, e que a Erza vai tentar matar alguém, e acho que você também vai acabar perdendo a cabeça e vai licitar pelo Natsu. - Levy fala.
- Todo o mundo concordou, só precisamos das vossas, cada aposta são 5$. - acrescenta Jellal.
- Eu aposto que a Juvia vai tentar matar alguém. - aponto para a azulada que me olhou confusa - Você é, literalmente, louca. - rimos - E acho que a Erza vai licitar assim que vir outra garota licitando. E eu não vou licitar, simples. - encolho os ombros.
- Pois, claro. - Erza não soa convencida, parece que não me conhece ruiva - O que diz Natsu? Acha que a Lucy vai licitar por você?
- Nunca na vida. - o rosado responde, chocando nossos amigos - Ela acha o leilão boa ideia.
- Pensei que me conhecessem melhor. - finjo um tom dececionado.
- Essa é que é essa. Nós te conhecemos bem demais, você vai licitar. - Levy assegurou - Mesmo que não queira.
- Vou fazer um churrasco com toda a grana que vou ganhar às vossas custas. - informo - Falando em churrasco, cadê o meu cunhado?
- Está ocupado ainda. Falou que viria assim que pudesse. Mas o que Gajeel tem a ver com churrasco? - ri.
- Lembra de quando tivemos que escolher um texto de uma área de especialidade? - a pequena assente - Eu acabei escolhendo um texto sobre mecânica, e pedi ajuda ao Gajeel, como agradecimento falei que lhe pagava um churrasco.
- Sua moeda virou churrascos? - Juvia brincou, rimos.
Ficamos falando mais um tempo, pedimos alguns petiscos e aperitivos, tudo extremamente delicioso, nossos colegas de Culinária estão de parabéns.
Notei Natsu me olhando, durante algum tempo, não retribui o olhar, o acordo era vir com ele ao Festival, e eu estou aqui, e ele também.
Okay, estou sendo meio merda, eu sei.
Toco o braço de Natsu, com a ponta do meu dedo, algumas vezes, até que ele me voltou a olhar.
- Vamos?
Como resposta ele se levanta e diz:
- Já voltamos.
- Estava na hora. - Erza acena rindo - Divirtam-se.
Natsu pega a minha mão e me puxa, aceno aos nossos amigos que apenas riram do jeito que fui, literalmente, arrastada para fora dali.
Agora já tem mais pessoas aqui, não está completamente cheio, mas não deve faltar muito.
- O que quer fazer? - pergunto assim que paramos, perto da zona das barracas, é o seu prêmio, claro que vou deixar ele escolher.
- Hum... - olha em volta, analisando, como se estivesse avaliando qual a mais divertida - Pesca de patinhos?
- Sério? - assente sorrindo, não estava à espera dessa - Tudo bem. - encolho os ombros e deixo ele me guiar, sua mão continua na minha, com os seus dedos entrelaçados nos meus, melhor aproveitar antes que meus pais cheguem.
Fomos na barraca e pagamos, 1 minuto para apanharmos o maior número de patinhos possível.
- Você... É bem ruim. - comento ao ver a caixa de Natsu completamente vazia, o tempo está quase acabando.
- Vejo mal ao longe. - mentiroso, e isso nem está assim tão longe.
- Não fique triste, eu te dou o meu prêmio. - sorrio divertidamente, me gabando, a minha caixa está quase cheia.
O tempo acabou, Natsu acabou pegando 3 patinhos, eu enchi a caixa e continuei apanhando, mas esses não contaram, porque já não cabiam, droga.
- Pode escolher um. - falou a moça da barraca.
- Escolha. - me dirijo a Natsu, está amuado, visivelmente, meio engraçado vê-lo assim - Se não quiser escolher eu escolho, e aviso já que tenho péssimo gosto em bichos de pelúcia.
- Tá, eu escolho. - desiste, fazendo biquinho - Quero o gato azul. - aponta para a criatura, um gato azul com asas brancas, e eu pensando que eu é que tinha mau gosto.
A moça entrega o bicho e ele sorri inocentemente.
- Dê um nome para ele.
- Isso é obrigatório? Parece meio infantil dar um nome para um bicho de pelúcia. - infantil? Está quase babando para cima da criatura rapaz.
- Me esforcei para ganhar essa coisa. - argumento - Ele merece ao menos um nome.
- Então... - pensa um pouco, olhando para o sem nome - Ele parece feliz, então Happy. - decide.
Desde quando bicho de pelúcia parece feliz?
Pouco me importa, ele parece feliz, e isso já me importa.
- Vou ganhar algo para você também. - garante - Tenho ótima pontaria, vamos no tiro ao alvo.
- Eu espero aqui, não gosto do barulho que as armas fazem a disparar. - ele assente e começa a se afastar, não é muito longe, vejo-o bem daqui - É bom que seja um ótimo prêmio! - como resposta ele levanta o braço, fazendo joinha.
No final me deixou com o bicho... Happy, é? Até que é fofo, estranho, mas fofo.
Sou tirada dos meus pensamentos por um choque, alguém bateu em mim, sem intenção, esbarrou no meu ombro.
- Oh, me desculpe. - fala de imediato.
- Tudo bem. - assim que viro a cabeça para encarar quem me bateu viro gaga, o que ele faz aqui? - D-D-Dragão?
O homem é alto, atrevo-me a dizer mais alto que Natsu, também de cabelos rosados, são estupidamente parecidos, me olha confuso, não sabe quem eu sou, isso é bom.
- Luce, veja o que eu peguei! - ouço Natsu correr na minha direção, parando a meu lado, com a mão no meu ombro, também olhando o sujeito na nossa frente - P-P-Pai?!
Parece que não sou a única gaga.
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