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História Acerto de Contas - Boneco Assassino


Escrita por: Clara-kane

Capítulo 14 - Boneco Assassino


Acordei e... Não sabia o que pensar, então simplesmente eu fiquei olhando para frente, porque eu não sentia nada. Não sentia a dor da perda, confusão ou raiva. Era como eu estivesse vazia ou entorpecida, era algo totalmente diferente do vazio de emoções que eu fui obrigada a me acostumar e de alguma maneira, esse sentimento era gostoso ao ser comparado com o que eu deveria sentir.

Eu estava em paz.

Embora eu nunca tinha sentido isso antes. Era raro e único.

Nem me questionei sobre o lugar em que eu estava, apenas queria aproveitar a luz so sol que deveria ser quente, ar puro, a grama pinicando a minha pele, mas eu não tinha a sensação de ser picada. Acho que estava entorpecida até demais.

Até que eu comecei a sentir o meu lado lógico surgindo e me atormentando.

- Será que morri? - murmurrei olhando para os lados enquanto sentava. A pergunta parecia tão certa ao reparar que eu estava no meio de um prado brilhante e colorido demais. Cheia de flores e árvores. -  Como é possível? Levei apenas um tiro no ombro e nas costas, isso não causaria hemorragia, causaria? Que morte mais besta e idiota, fui treinada para não morrer assim, para aguentar qualquer tipo de dor. Idiota! Sério se fosse para morrer deveria ser épico, não uma porra de hemorragia! Se eu tivesse viva, realmente me mataria por ser uma burra e fraca!

- Acalme-se, minha filha. Você está apenas sonhando.

Virei procurando dono da voz e ele estava sentado ao meu lado do qual eu sequer tinha percebido a sua chegada ou ter estado ali antes. Sinceramente, eu estava lerda e odiava isso. Não controlei a cara feia que fiz para ele e ele apenas sorriu. O tal sorriso estava evidente por causa da barba escura e fazia minúsculas rugas ao redor dos olhos azuis.

Suspirei ao estudar o tal intruso e  pensei no que aquele homem ao meu lado disse. Considerei em continuar na ideia.

- Estou sonhando? Isso explica por eu estar aqui. Porque tenho absoluta certeza que vou direto para o inferno quando isso acontecer. - ri um pouco e não importava se saiu horrível, pois sabia que era verdade. Olhei ao redor novamente só para contemplar o paraíso calmo que minha mente fizera ali.

- Não é para lá que você irá se morrer.

- Sério? Acho que está errado. Não se muda o passado e eu matei muitas gentes... - não sou uma pessoa religiosa, mas uma parte de mim acreditava na história do bem contra o mal, juízo final. O meu destino já estava traçado e em algum momento não me importei mais e aceitei. Subitamente de alguns nomes surgiram em minha mente. Eu tinha contas para acertar. Que bom por eu não estar morta, poderia arrastá-los comigo. - E farei isso quando acordar.

- Você foi obrigada.

- E isso justifica? É claro que não. Eu tinha escolha e eu escolhi ser egoísta. Escolhi a minha vida ao in...

- Sobrevivência não é um ato de egoísmo. Fez o que tinha que fazer. Agora você tem o poder de mudar isso.

Olhei bem para o homem, estranhando ele. Afinal de contas, o que ele estava fazendo ali? Nunca tinha visto o seu rosto em toda minha vida e não justifica o fato de estar sonhando com ele.

- Quem é você? É a minha consciência? Se for está fazendo um péssimo trabalho.

- Não. - ele disse entre um riso. - Me chamo Chuck.

- Chuck? Igual o boneco assassino? É, realmente é a minha consciência.

Ele riu mais e isso me deu vontade de o acompanhar.

- Eu gosto de você, é verdadeira, autêntica.

- Claro que tem que gosta, eu sou você e você é eu.

Ficamos em silêncio aproveitando o lugar. Deitei na grama e fiquei olhando novamente para o céu azul sem uma nuvem branca, não fiz muito esforço para manter minha mente num vazio totalmente, parecia ser fácil ali. A parte boa do sonho, era que esquecemos os problemas pelo menos por algum momento.

- Quando acordar, não fuja das pessoas que estão com você. Eles vão ajudar a descobrir o que você é capaz de fazer. Controle-se em tudo, escute o Castiel e... tenha cuidado com ele.

- Você não está falando coisas com coisas. - resmunguei querendo a minha paz novamente.

Olhei para ele, mas Chuck continuava sentado ao meu lado, ele se apoiou pelos cotovelos aproveitando o meu sol imaginário. Revirei os olhos e o deixei de lado, afinal eu não deveria confiar na minha mente doida.

- Devo ir. Nos veremos em breve.

- Até amanhã. - simplesmente me despedi.

Mesmo de perfil, notei o levantar da bochecha por causa de um sorriso antes que ele desaparecesse, como se a brisa o tivesse dissipado como as nuvens. Eu estava sozinha de novo, eu podia me levantar e explorar aquele lugar ou ficar onde estava, decidi pela preguiça já que era só esperar até eu acordar de vez.

Acho que isso não demorou muito, pois num piscar de olhos eu estava deitada numa cama dura demais para o meu gosto. Sentei enquanto avaliava o local que eu estava, era um quarto tipo de hotel na beira da estrada, só que desta vez tinha um tema ridículo de velho oeste. Quase me deu uma vontade de fazer uma exclamação caipira após de ver muitas estampas de animais em quase todo lado. Só faltava o cheiro do campo para completar.

Sai pronta para saber onde eu estava e descobrir o paradeiro do corpo de Dira e Paul. Eu ainda tinha que fazer o velório deles antes de ir atrás de Marco. Eu deveria dar um tempo para minha dor que estava aparecendo devagar, embora eu soubesse que era pouco tempo. Para ser sincera, eu queria que tudo tivesse sido um sonho ruim e que eu tinha adormecido em algum momento depois de chegar em casa e que Dira ainda estava vivendo ao lado de Carlos e Paul não sei onde, se é que eu poderia chamar isso de vida, para eles. Mas eles estariam vivos.

- Ela é o quê? - escutei a voz alterada no outro lado da porta. Sério? Eu tinha privacidade e não sabia?

- Dean fale baixo, vai acordá-la.

- Pouco me importo, Sam. Ela é maluca e pelo o que Castiel está falando ela é uma bomba relógio, sem a droga do relógio!

Estava me sentindo tão amada, tão querida que quase prendi a respiração, de tanto carinho que eu estava recebendo pelas minhas costas. Sai do quarto para que ele soubesse o quanto eu tinha adorado a sua declaração de amor.



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