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História Acerto de Contas - Madrugada de fúria


Escrita por: Clara-kane

Capítulo 2 - Madrugada de fúria


Espalhei tudo que vi a minha frente e quando não foi o bastante comecei a quebrar todas coisas que tinha na minha frente as jogando nas paredes enquanto praguejava em inúmeras ameaças ao desgraçado. Sem me importar, é claro, em acordar aos inúteis dos meus vizinhos.

Só fui me controlar, quer dizer, fui somente controlada quando Marco se interviu arrancando de minhas mãos a arma que eu deixara escondida próxima a cama e isso só aconteceu por ter batidas irritantes na porta, acho que ele pensou que eu poderia dar um tiro na cabeça de quem quer que seja.
Eu realmente estava indo para fazer. E como Marco me conhecia o bastante para intervir quando sentisse ser necessário, acho que foi por isso que não lhe fiz nenhum mal quando tomou a arma de mim.

- Aceitou bastante bem a notícia. - falou sarcástico assim que se livrou de quem quer que seja. 

- Eu quero a arma. - estiquei a mão. 

- Guarde sua raiva para alguém mais importante.

- Tipo Crowley? Não se preocupe com isso, pois eu vou ter e o que vou fazer com ele não será nada comparado com o que já fiz antes.

- Você sai dos negócios, mas os negócios não saem de você. - comentou ele enquanto examinava a minha arma, era nesses momentos que eu odiava quando Marco brincava. - Uma pistola Taurus de serie PT 938 de calibre 38, cano curto, acabamento inox e com silenciador? Como conseguiu um desses?

- Pelo que eu saiba isso não lhe interessa. Dar a droga dessa arma!

- Gentil como sempre, princesa.

Tomei o revolver dele e o travei antes de colocar no cós da calça, respirei profundo enquanto finalmente olhava para o que restara das minhas coisas e quebrar o restante não iria trazer Dira de volta. Sempre quis que ela tivesse vindo comigo, sair de vez daquela vida cheia de crimes e mortes, mas Dira além de ser a esposa do chefe da máfia, ela também o amava e não queria ficar longe dele.

Eu sempre a considerei uma louca quando me dava essa resposta ao fazer a proposta.

- Há uma coisa que eu não entendo. - respirei fundo tentando amenizar pelo menos um pouco a minha raiva. - Como esse Crowley conseguiu passar um bando de seguranças numa mansão cheia de câmeras para tirar uma pessoa sem ser notado?

- Essa foi a mesma pergunta que Carlos fez. Só que com mais convicção, raiva e desespero, tinha que ter visto todos ficaram com medo e com dó de quem estava responsável pela vigilância. Nem tanto, eu não queria estar na pele deles.

- É de esperar.

- Crowley somente deixou um DVD no quarto do chefe com instruções precisa sobre o serviço. 

Respirei fundo novamente querendo me acalmar enquanto escutava atentamente as palavras de Marco dizia. Todos os integrantes da máfia estava espalhados em Saint Louis procurando por Crowley.

Mas eu sabia que ele não seria louco o suficiente para permanecer tendo sequestrado Dira. Se estivesse era um louco completo.

- Quando isso aconteceu? - questionei.

- Três dias. 

Se Marco estava ali na minha frente e isso só havia um motivo. Eu estava sendo chamada para substituir os incompetentes que não conseguiriam achá-la. Fazer o que, né? Afinal, era esse o meu serviço na máfia e não querendo me gabar, eu era o que Carlos tinha de melhor.

Fui para o guarda-roupa e retirei as poucas roupas que tinha jogando no chão até que finalmente encontrei o fundo falso onde tinha minha estimada coleção ficava escondida e era como Marco disse: você saiu do negócio, mas os negócios não saem de você". É o que dá eu ter feitos inúmeros inimigos tanto quanto dentro daquela família que fui criada, embora aprendi a gostar de estar no poder enquanto segurava uma.

Escutei um assobio atrás de mim, sorrir por ter feito o meu antigo instrutor baba pelo meu conjunto dos mais variados tipos de armas, ia de pequenas adagas à facões e armas de grande porte, sem contar da bela katana que consegui no mercado negro do qual nunca te a oportunidade de usar e ainda não era tarde demais para usar, aquela pequena coleção era o meu motivo de viver endividada.

- Lembre-me de não ter uma briga com você.

- Você mesmo irá se lembrar caso acontecesse. 

Fui escolhendo as armas que faria um grande estrago numa carne humana e adagas sutis e finas, embora não deixavam de ser mortais.

- Quer uma?

- Não. - respondeu.

Dei de ombro, afinal Marco não usa nada além de sua escopeta adorada.

- Devo deduzir que irá se juntar a nós?

- Somente por uma única vez, por Dira. - dei uma grande ênfase na frase, pois a ideia de retornar para aquele lugar que um dia fora o meu lar não descia a garganta.

- Não sabe o quanto isso me deixa feliz. 5 mil mais feliz.

Olhei feio para Marco por cima do ombro, apesar de toda a situação ele ainda conseguia tirar sarro de qualquer coisa, mas se ele não fizesse eu diria que era outra pessoa de tanto tempo que o conheço.

- Me deve a metade, se não fosse por mim não ganharia. - disse e pelo o jeito que sua expressão ficou deduzi que não veria nem a cor do dinheiro.

Passei pelos cacos espalhados e roupas jogadas, só para pegar o que era realmente necessário e colocando de qualquer jeito na mochila esfarrapada que possuo, mesmo assim ela ficou pesada. 

Logo já estávamos fora do apartamento e descendo para o hall de entrada do qual encontrei o maldito porteiro me lançando um olhar malicioso cheio de luxúria, seria um eufemismo dizer que não gosto dele e como eu ainda possuía uma grande vontade de acabar com qualquer um. Nada melhor do que me livrar daquele ser, o faria comer seus olhos.

- Continue andando, não precisa sujar suas mãos com esse ser. - sussurrou Marco. 

- Já sujei com coisas piores.

Sai do prédio praticamente escoltada por ele para um mustang preto escondido no beco, era um lindo carro modelo 2005 especial Califórnia antigamente que foi adquirida numa dívida de jogos. Lembro o quanto Marco ficou feliz em exibir praticamente pela cidade toda, parecia uma criança com um doce. Agora possuía uma cor desbotada e cheio de arranhões.

Assim que entrei um cheiro característico agrediu o pobre do meu olfato, não sei como ainda conseguia distinguir depois de tanto tempo esse odor de podridão que só um corpo morto exala. 

- Quanto tempo esse corpo está no porta malas? - perguntei quando Marco entrou.

- Cinco dias ou mais. Não sei.

- O que o cara fez?

- Estava devendo e não tinha dinheiro. O resto você já sabe.

- Não poderia pelo menos ter tirado o corpo do carro ao invés de deixar o fedendo desse jeito? Já basta esse carro ser velho que não pega de jeito nenhum e agora fedendo desse modo é o fim.

- Não reclame dele... - protestou Marco, mas logo ficou em silêncio enquanto o tentava fazer pegar. Só na terceira vez deu certo. - Deveria ter mais consideração, uma vez que foi você que o bateu em inúmeras vezes enquanto aprendia a dirigir, além de safá-la em várias ocasiões.

Assenti e abri o vidro permitindo o vento frio afastar o fedor para longe. Permaneci olhando pelo o mundo lá fora, procurando saber em que ponto a minha vida de uma vira volta desse modo. Pois lá estava eu no carro do meu antigo treinador voltando para minha antiga vida e tudo o que eu mais queria dessa madrugada era estar na minha cama. 



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