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História Acerto de Contas. (RPG O Segredo Na Floresta) - Capítulo Único. O Encontro.


Escrita por: chapadodcafeina

Notas do Autor


Oi, oi!

Sejam bem-vindos. Eu escrevi isso por gostar bastante do RPG criado pelo Cellbit, O Segredo Na Floresta.

Atenção, eu não sei se isso pode despertar algum gatilho, mas caso se sinta mal lendo a história, pare, beba água, e procure outra história.

Essa história não se passa na realidade de OSNF, ok? Boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo Único. O Encontro.


Joui Jouki era um assassino profissional. Por mais que não parecesse, havia um excelente lutador por trás de sua aparência inocente. O garoto, de apenas 25 anos, já havia se tornado um dos melhores agentes da Ordem, uma organização secreta que protegia o mundo e combatia criminosos do mais alto nível.

Sua missão atual era eliminar um certo hacker.

Liz e Thiago, seus mentores, passaram todas as informações de sua missão. Descobriram a localização do rapaz, e Thiago iria até lá para finalizar aquele cyberterrorista que estava dando bastante dor de cabeça para Ordem, porém Joui insistiu para ir em seu lugar. Tinha contas para acertar com o rapaz. Apesar de ser alguém extremamente alegre e sempre querer entender o lado de todos, o rapaz havia machucado Joui e seus amigos, o que não seria facilmente perdoado. Liz colocou a mão sobre o ombro de Joui e falou que estaria o esperando para irem no bar Suvaco Seco, o preferido daquele trio. Joui sorriu e assentiu, indo em direção ao carro com Thiago, que conversava descontraidamente com o mesmo.

Joui teria que ir até o prédio daquele hacker, e o matar. De preferência, sem fazer muito barulho, então Joui escondeu sua adaga em sua cintura. Provavelmente teria um porteiro, então ele também estava com uma sacola com alguns remédios para insônia, qualquer coisa, estava levando para o “seu amigo do 404, que tinha bastante dificuldade para dormir, e que o havia pedido para levar aqueles remédios para ele”. Cristo, até o número do apartamento anunciava algo ruim.

E ele nem mesmo pediu desculpas. Ele continuou fazendo aquilo, seus atos vão ter consequências, César. —Pensou o asiático. Thiago o havia levado de carro e o deixado a dois quarteirões de seu alvo, então ele seguiu caminhando.

Sempre foi instruído a agir racionalmente, e não por seus sentimentos. Mas era impossível para ele evitar de pensar em suas razões emocionais. Sabia que isso poderia o atrapalhar em sua missão, então suspirou fundo e começou a fazer um exercício de meditação. Joui olhou o grande prédio e, após respirar fundo, seguiu animado para dentro, e foi em direção ao porteiro.

—Opa, boa tarde! Bem-vindo a Santo Berço! —O porteiro o cumprimentou com uma saudação estranha, e fez a Saudação Vulcana, estendendo o polegar, enquanto os quatro dedos se separaram no meio, com dois dedos juntos de cada lado.

—O quê? —Joui perguntou confuso, mas sorriu de lado. O que ele não precisava agora era de um porteiro que gostava de conversar, estava no meio de uma missão. Porém foi amigável, porque era assim que ele era. —Santo Berço?

—É que eu ‘tava assistindo essa série aqui, aí eu acabei me empolgando, misturei Star Trek também, eu meio que gosto muito das duas coisas, me desculpe! —O porteiro se explicou, rindo divertido. O barulho da pequena TV que estava em sua cabine agora fazia sentido, e Joui reconheceu como alguma série de suspense que ele havia assistido um episódio uma vez. —Enfim, como posso ajudá-lo? —Ele se endireitou em sua cadeira e abaixou o som da TV.

—Ah, eu trouxe uns remédios ‘pra um amigo do 404, eu só vou deixar com ele. —Joui estendeu um pouco a sacola e balançou. —O Cesinha ‘tá passando muito tempo no computador e ele ‘tá sofrendo um bocado por causa disso. —Completou, torcendo para ter sido convincente o bastante.

Na última vez que desconfiaram dele, precisou dar um mata-leão em uma velhinha, que quase a matou mesmo. Apesar de seus amigos rirem muito sempre que essa história é citada, ele se sentiu muito mal quando aconteceu. Até visitou ela no hospital depois, ela se recuperou bem e não se lembrava dele, nem como foi parar no hospital. Seu marido acreditava que um ladrão havia feito aquilo, por sorte ele não se encontrou com Joui sem querer no hospital.

—Ah, o menino que não sai de casa! —O porteiro comentou. —Eu nem sabia que ele tinha amigos. Pode subir lá, é no quarto andar, como você deve imaginar.

—Aham, obrigado porteiro. —Joui fez uma pequena referência e se virou para subir, amaldiçoando mentalmente o número quatro e o hacker por fazê-lo passar por isso.

—Ei, menino. —O porteiro o chamou, e Joui gelou pensando que de alguma forma havia sido descoberto. —O elevador ‘tá quebrado, vai ter que ir de escada. —Ele informou e aumentou o volume de sua TV, voltando a apreciar sua série.

—Certo, sem problemas! —Joui falou, suspirando aliviado, e foi em direção as escadas, dessa vez amaldiçoando mentalmente as escadas também.

Subiu os quatros andares, fazendo uma pequena oração quando chegou no último. Era o momento. Foi até o apartamento com a numeração 404, e encarou o número terrível.

Foco, Joui, você vai lá, termina o serviço, volta ‘pra casa, e fica tudo bem. Vai dar certo, ele nem vai chegar a te ver. —O mesmo se consolou. A porta parecia trancada, teria que dar um jeito de entrar. Talvez se passasse a lâmina da adaga no vão da porta, poderia forçar a tranca a abrir. Olhou o corredor, ninguém perto. Nenhum sistema de segurança, além daquele porteiro, isso se ele poderia ser considerado assim, Joui passou tão facilmente que se questionou se aquele cara realmente gostava de todo mundo, ou queria ser demitido. Encostou na maçaneta para se apoiar, e a porta abriu lentamente, rangendo um pouco.

—Mas o que...? —O rapaz olhou aquilo extremamente confuso e desconfiado. Estava em alerta, esperando ser atacado em qualquer momento. Estava tudo dando certo demais para ser otimista.

Joui empunhou sua adaga e entrou silenciosamente no apartamento, analisando a sala. Fechou a porta atrás de si e cuidadosamente procurou algum sinal de alguém escondido, mas nada. Deixou a sacola com remédios em cima do sofá, e com cautela e silêncio, foi procurando seu alvo pela casa. Encontrou uma porta entreaberta e quando olhou lá, viu César dormindo calmamente em sua cama. Um alvo fácil. Ele nem saberia o que havia o atingido.

O asiático deu a volta na cama, ficando do lado de César. O pouco de luz que entrava no quarto iluminava um pouco o ambiente, e Joui reparou que agora o rapaz usava o cabelo na altura do ombro, e que ele usava várias blusas de frio, além de cobertas.

Quando Joui ergueu sua adaga e a dirigiu para o pescoço do rapaz que dormia, César abriu os olhos e se levantou rapidamente, apontando uma pistola para cabeça de Joui, então ambos pararam seus movimentos antes de se acertarem.

—Bom dia, Joui. Não sabia que é falta de educação sair entrando assim na casa dos outros? —César falou, sorrindo. Sua mão estava sobre o gatilho, porém sem pressioná-lo.

—E desde quando você entende sobre ser educado, Cé-sar-kun? —Joui respondeu, falando o nome do outro de forma pausada e ironizada.

—Olha só, o japonesinho ‘tá cada vez mais parecido com seus senpais. —César riu. —Me diz, a que devo a honra de sua visitinha? Não me diz que você ia me matar sem nem se despedir antes. —O maior fez biquinho. —Poxa, não acredito, nem um beijinho de despedida? —César continuou a provocação, e Joui fez um semblante bravo.

­—Calado. —O asiático o cortou. —Você não o direito de falar nada. Não depois do que você fez. —Joui, inconscientemente apertou um pouco mais a faca no pescoço do maior, que em resposta pressionou sua arma mais forte em sua cabeça. —Que tal a gente ir ‘pra sala, huh? Lá vai ser mais fácil de limpar qualquer tipo de sujeira. —Eles seguiram, ainda na mira um do outro, até o outro cômodo, que havia mais espaço.

—O que eu fiz, Joui? —O hacker questionou, irritado. —Tem certeza de que a culpa é minha? Sim, claro, como se você não tivesse feito nada demais. —César se exaltou.

—Eu perdi meus amigos! —Joui falou alto, e inconformado.

—E eu perdi meu pai! —O hacker gritou. —E eu tinha acabado de conseguir melhorar nossa relação. Então não vem me dizer que é só você quem está sofrendo, porque por um erro idiota meu, eu destruí tudo o que tinha conquistado! —César soltou, irritado. Joui percebeu lágrimas se formando no canto dos olhos do maior, mas que ele não deixou que rolassem.

—César... —Joui escolhia as palavras. Apesar das recomendações, era impossível não ser sentimental quando se tratava de César, afinal. —Por que você fez aquilo? Por que você ainda ‘tá fazendo isso? Sabe que eu ‘tô aqui ‘pra te matar, né? Por consequência das suas ações. —Joui suspirou. Nem ele nem César moveram suas armas de lugar.

—Você acha que eu não sei? Ou você acha que eu quis fugir aquele dia? Eu sou um puta covarde, pode falar. —César riu, sarcasticamente. Ambos estavam machucados, ambos haviam machucado, porém ninguém queria de fato ter aquela conversa. Talvez, por isso, acabaram nesse extremo.

—Ei, ei, sem palavrão. —Joui fingiu estar bravo, e César riu. —Eu entendo que você não queria fugir César, eu estava tão assustado quanto você. Eu só não entendo o porquê de você ter se juntado a esses caras, não faz sentido ‘pra mim. Você é inteligente demais, sabia que aqueles cientistas estavam fazendo alguma coisa. —Joui comentou, e soltou um pouco a faca do pescoço de César, que fez o mesmo com a arma. César estremeceu um pouco quando Joui citou “os cientistas”, mas logo se recuperou.

—Eu queria achar um jeito de concertar tudo. —O maior admitiu, rindo de si mesmo. —Esses caras ‘tavam estudando umas paradas muito interessantes, sabe? Viagem no tempo, coisa louca. Eu não dei muito crédito, mas eles pareciam saber o que estavam fazendo. Se eu conseguisse voltar, eu poderia concertar tudo. —César pareceu, mesmo que pouco, animado com a ideia. —Eu sei das consequências, sei que não se deve mudar o passado porque isso traz várias consequências ‘pro futuro, mas talvez eu pudesse o ver de novo, eu teria falado pra mim mais jovem, “ei, seu pai é um herói, não fica assim com ele, ele te ama, demonstra seu amor pra ele”. —César suspirou. —Eu me arrependo tanto, Joui. De não ter conversado com ele. De ter fodido com tudo, até nossa relação. Eu fiquei tão feliz quando você me pediu em namoro, que eu quase tive um treco. —Os dois riram da expressão de César, e ambos abaixaram as armas.

—Eu fiquei muito feliz quando você aceitou, achei que ia me rejeitar, ou não sei. —Joui sorriu nostálgico. —Sério, a Liz-senpai teve que me ouvir muito falar de você, ela até bebeu e ameaçou a jogar a garrafa em mim se eu não calasse a boca. —Joui fez uma expressão assustada, o que fez com que César risse.

—Cara, se ela ameaçou a jogar a tão querida garrafa dela em você, você deve ter falado muito mesmo.

—Oh, se falei. O Arthur ficou me zoando muito esse dia. Mas eu ‘tava tão empolgado que nem me importei. —Joui coçou a nuca, envergonhado.

—Me desculpa por ter ido embora. —César falou, sério. —Eu critiquei tanto meu pai e acabei fazendo a mesma coisa. —Ele suspirou frustrado.

—Eu te desculpo. Você foi embora ‘pra não me machucar, eu sei disso. —Joui segurou a mão do rapaz. —Mas César, me desculpe também. Eu acabei descontando minha frustração em você. Aquele dia, não foi sua culpa. Você queria nos afastar disso e eu que insisti. Se a máfia dos Assombrados fez aquilo com meus amigos... E com seu pai, foi porque eu vim atrás de você. Eu quem deveria estar pedindo desculpas aqui. Gomen. —Joui fez uma pequena referência em pedido de desculpas.

—Ei, cara, ‘tá tudo bem. Você ‘tava preocupado comigo. —César colocou a mão sobre o ombro de Joui, que levantou a cabeça e sorriu, segurando o choro.

—O quão quebrado mentalmente a gente ‘tá ‘pra ter chegado nesse ponto? —O asiático se sentou no sofá, em posição fetal, prendendo suas pernas rente ao corpo com os braços.

—Muito. Muito mesmo. —César concordou, se sentando ao lado do amigo. —Você não pode voltar sem terminar seu serviço aqui, não é? —Questionou, olhando nos olhos de Joui.

O asiático negou com a cabeça. —E você, se aqueles cientistas loucos souberem que eu vim aqui? —Joui perguntou, em tom preocupado.

—Ah, eu já ‘tava cansado de trabalhar com eles mesmo. Acho que é meu fim. —O maior explicou. Ambos ficaram em silêncio por alguns minutos.

—E se a gente fugir, César-kun? —Joui perguntou, encarando César.

—Ir ‘pra onde, Joui? Onde a gente for, eles vão nos achar. —O maior respirou fundo. —Essa é a vida que a gente escolheu. Não tem saída. —César colocou as mãos no rosto.

—Não tem saída... —Joui repetiu.

Mais alguns minutos de silêncio. Ambos estavam presos nos próprios pensamentos, tentando achar algum jeito, mas sem saída, nada, aonde eles pensassem em ir, poderiam ser encontrados, o que seria pior. Joui sofreria consequências gravíssimas se fugisse com um criminoso, e César não teria chances de fugir daqueles caras que tinham influência em todos os lugares.

—Que tal um... Suicídio a dois...? —Joui sugeriu, tão baixinho que mais parecia um sussurro.

—Acho que é nossa melhor opção. —César concordou.

—Espera, que? —Joui perguntou confuso. Não esperava que César tivesse escutado, muito menos aceitado!

—É... Sei lá. Eu ‘tô tão fodido mentalmente... —Joui lançou um olhar de reprovação pra César, que deu um sorriso. —Ferrado mentalmente que me parece uma ótima opção.

—É, eu também... —O asiático comentou. —Sinto como se minha sanidade tivesse em zero. Como se minha personalidade estivesse definhando... Eu não gosto de me sentir assim.

—É, exatamente isso. —César riu e deu a mão para o menor. Ele puxou Joui para o mesmo ficar de pé. —Você é bom com facas, então se me acertar em um ponto específico, eu nem vou sentir dor. E é o mesmo comigo, se eu te atingir em um ponto específico, você não vai sentir nada. —César pensou alto, pegando a adaga de Joui e entregando para ele.

—Bem.... Assim, na próxima vida, eu espero que fiquemos juntos, César-kun. —Joui falou, segurando o choro.

—Eu também, meu JoJo. —César o chamou pelo apelido carinhoso que havia criado a muito tempo atrás e o puxou para um beijo. Havia vários sentimentos depositados naquele gesto, principalmente saudade e amor. Quando se afastaram, os dois estavam em lágrimas.

—Um... —Joui começou a contagem.

—Dois... —César falou, sorrindo.

—Três.

Joui nunca ouviu o barulho do tiro que deveria matá-lo. Quando abriu os olhos, percebeu que César jogou a pistola fora, antes de fazê-lo. E Joui caiu em lágrimas quando viu César no chão, inconsciente e sangrando, o maior havia se sacrificado por ele.

 

FIM.


Notas Finais


O RPG acabou e vai demorar meses para a continuação. Rolem um dado de sanidade pra mim.


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