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História Acidente do Destino II - E Agora? - Perdidos na metrópole


Escrita por: KogaRin , LuisaPoison e Calixto84

Notas do Autor


Boaaaaaa tardeeeeee, gente! Como vocês estão?
Errrr.... Demoramos um pouco, né? Mas cá estamos com capítulo fresquinho dessa aventura maluca.
Aproveitando, queremos desejar um ótimo 2022 para todos, que seja um ano excelente para todos nós

Capítulo 3 - Perdidos na metrópole



Os quatro nem sabiam dizer quanto tempo havia se passado desde que foram parar naquela praça. Já tinham tentado de tudo para recuperar seus cosmos, mas não obtiveram sucesso. Aliás, quase tudo, só não tinham feito a dança da chuva porque não sabiam.

— E aí, o que vamos fazer? — Milo perguntou enquanto se jogava de qualquer jeito no banco. Estava frustrado e cansado após fazer algumas séries de polichinelo, na tentativa de reaver seu cosmo — Não podemos ficar aqui nessa praça! Temos que ao menos encontrar um lugar para dormir ou dar um jeito de encontrar as meninas.

— E o que você sugere, sabidão? Que a gente saia perguntando para todos que encontrarmos na rua se conhecem elas?! — Kanon, que também estava frustrado, ironizou.

— Talvez a gente consiga achar algum hotel aqui por perto e… — Máscara da Morte sugeria quando foi interrompido pelo geminiano:

— Você tem dinheiro? Porque sinto informar que minha carteira ficou no Santuário.

— Droga! Eu também deixei a minha, mas mesmo que tivéssemos trazido, talvez não pudéssemos usar nosso dinheiro. Não deve ser a mesma moeda.

— I-isso quer dizer que vamos ter que dormir na rua?! Era só o que me faltava! – o canceriano esbraveja, com raiva.

Aquilo foi a gota d'água para os quatro, se eles já estavam desesperados, agora estavam em pânico. Já haviam passado por diversas situações ao longo da vida, mas jamais imaginaram se encontrar em um lugar estranho, sem cosmo e sem dinheiro.

“ROOOOONC” 

O barulho do estômago do Kanon foi ouvido de longe pelos três cavaleiros que perambulavam pela metrópole sem rumo.

— Pelos Deuses, que horror! – Shaka só reclamava da sujeira da capital paulistana, dos maus modos do povo, das buzinas dos carros. — Shiva tenha compaixão de vocês!

— Dio mio… — o canceriano estava quase enfiando uma pedra na goela do companheiro, parecia uma velha reclamona! Estava pior que o Shion quando desembaraçava os cabelos de Mu, quando eram crianças — Nem parece que você é indiano para estar reclamando de tudo isso.

Shaka não respondeu seu companheiro. Agora, parando pra pensar, ele tinha razão. A Índia era pior que São Paulo, mas estava há tanto tempo morando longe de seu país natal que acabou se desacostumando de toda aquela baderna que acontecia nas ruas de Bangladesh. Máscara da Morte percebendo que havia conseguido emudecer o virginiano sorriu de lado, porque eram raras as vezes que alguém conseguia deixar Shaka sem palavras.

— Olha! — Milo apontou para uma fila de indigentes recebendo pão e suco de um furgão — Comida! — e, sem pensar, o escorpiano correu para junto das pessoas, na esperança de ganhar um pouco de comida também.

— Hey?! — o garoto que estava ajudando a distribuir parou na frente dos grandalhões — Vocês não têm vergonha, não?!

Kanon se colocou à frente já que era o mais alto de todos

— Desculpe, rapaz, mas estamos realmente com fome! Podemos trabalhar para você em troca da comida, fazer algum serviço...

Foi difícil para o geminiano dizer aquilo, afinal, os santos dourados de Athena sempre foram orgulhosos, mas há muito tempo, Kanon aprendeu que o orgulho era um sentimento ruim. Então, por mais que fosse difícil, ele não iria mais dar ouvidos a ele e a nada mais que o fizesse se afastar da ideia de se tornar um homem melhor.  Já havia perdido Koga por suas inseguranças e tinha toda a história do Santuário, sim, agora definitivamente seria alguém que ela iria se orgulhar. Voltou de seus devaneios assim que foi servido, por uns dos rapazes da van.

O motorista da van, que estava ao lado, servindo a outra fila, ia dar uma bronca no colega, mas ao ver os semblantes dos recém chegados, quase desesperados,  percebeu que diziam a verdade. Com isso em mente, foi até o furgão e trouxe mais uma porção para cada e para servir o restante das pessoas.

O jovem continuou o trabalho, contudo, não deixou de reparar naqueles homens. Nunca os havia visto nas redondezas, espremeu os olhos violetas prestando um pouco mais de atenção. Estranho, tinha a sensação de que os conhecia de algum lugar.

Ao mesmo tempo, Kanon prendeu os olhos no rapaz. Havia algo nele que não sabia dizer, algo familiar, mas achou melhor deixar pra lá, devia ser a fome, e as novas circunstâncias, que estavam fazendo ele ver coisas onde não existia. 

— Muito obrigado mesmo, moço! E como nosso colega aqui disse, podemos trabalhar em troca de comida! — Milo confirmou com seu jeito alegre e carismático.

— Eu vou ver o que posso fazer por vocês, aguardem um minuto. — o jovem loiro que havia servido Kanon foi atrás do motorista da van.

O motorista disse que havia a possibilidade do dono de um barzinho em que fazia entregas achar um bico para eles, lembrava que o homem havia mencionado que estava entrevistando alguns homens para fazer a segurança do bar, mas que estava com dificuldades. 

— Desculpe a intromissão — Shaka interrompeu a conversa dos dois jovens. Podia estar sem cosmo, mas permanecia com os sentidos aguçados — Eu e meus amigos temos experiência em artes marciais e luta corpo a corpo. 

O rapaz analisou o loiro por um instante e através do vidro da van, fez o mesmo com os outros três. De fato, ele tinham bom porte físico e até um porte altivo, quase autoritário. 

— É, vocês parecem servir para o cargo — disse, por fim, para o virginiano — Vou dar esta força! — iria voltar para a mesa e seguir servindo as pessoas quando cessou os passos ao lembrar de algo — Suponho que vocês não têm onde ficar, estou certo? — perguntou e com a confirmação, falou que eles poderiam ficar no quartinho que havia nos fundos do barzinho. O dono tinha um coração enorme.

O indiano agradeceu, voltando para junto dos companheiros, onde relatou a conversa que tivera há pouco com o jovem rapaz.

— Finalmente as coisas começaram a dar certo pra nós! — Milo falou e em silêncio agradeceu à Athena.

— Agora só precisamos encontrar as bambinas… — murmurou, Máscara da Morte. 

— Uma coisa de cada vez. Agora que temos onde ficar e um trabalho, poderemos focar em procurá-las — Shaka falou ao colocar a mão sobre o ombro do canceriano. 

Ele, assim como Mu, podia enxergar o coração das pessoas, por isso sabia o quanto seus amigos estavam sofrendo com a ausência daquelas que tornaram-se seus amores. Para falar a verdade, até ele sentia falta delas, principalmente de Koga, que recebeu em sua casa por tanto tempo. 

— Você tem razão! — Milo, Máscara da Morte e Kanon disseram ao mesmo tempo. Em seus semblantes, estava estampado o quanto ficaram esperançosos.


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No Santuário...


— Senhorita Saori!  — Shion chamava desesperado pela jovem deidade, que agora estava deitada em sua cama, pois acabou desmaiando após sair do transe.

Ele já se preparava para chamar algumas servas, quando finalmente a garota começou a recobrar os sentidos.

— Graças aos Deuses! Senhorita, está tudo bem? 

— O que aconteceu? — Saori perguntou tentando lembrar o que havia acontecido. Porém, só recordava até a parte de estar chorando e depois era tudo um borrão.

Ao perceber que a jovem deidade realmente não se lembrava de nada, o Grande Mestre se pôs a explicar tudo. Saori não sabia o que pensar, pois, de fato, não conseguia imaginar por que aquilo havia acontecido, por um momento se inquietou, porque julgou que poderia ser uma nova ameaça. Percebendo a mudança corporal da moça, o ariano logo tratou de tranquilizá-la. 

— Mas, então, o que pode ter acontecido? 

Shion não teve tempo para seguir a conversa com a deusa, pois sentiu o cosmo de alguns cavaleiros no salão do seu templo. Antes de se dirigir até lá, respirou profundamente, pois já imaginava que a conversa não seria agradável.

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— Grande Mestre, o que aconteceu a pouco? Estava voltando para Gêmeos quando vi a manifestação do cosmo de Athena. É uma nova ameaça? — Saga cerrou o punho. Estava visivelmente irritado com a possibilidade de uma nova Guerra estar surgindo.

— Calma, Saga, não vá tirar conclusões precipitadas. Primeiramente temos que tentar entender por que Kanon, Milo, Máscara da Morte e até mesmo Shaka sumiram. — Mu, disse assim que chegara acompanhado de Aldebaran.

— Eles sumiram? — Alguns dos dourados perguntaram, surpresos. Não tinham se dado conta do sumiço dos companheiros. 

— Sim! Não sei explicar como, mas assim que o cosmo de Athena cobriu o Santuário, senti eles desaparecendo, era como se nossa deusa estivesse banindo eles deste mundo — o ariano explicou, calmamente.

Todos ficaram em silêncio, ruminando as palavras de Mu, inclusive Shion, mas este não demorou para começar a encaixar as peças do quebra-cabeça.

— Senhores, acho que já sei o que aconteceu — o Grande Mestre atraiu a atenção de todos para si e começou a explicar pacientemente tudo o que aconteceu minutos atrás. — Então… — Shion cruzou o salão apontando para o teto, onde havia um grande afresco com o tema do céu noturno com as constelações e planetas em ouro, e olhando com seus profundos olhos azuis continuou — eu acredito que Milo, Máscara da Morte, Kanon e Shaka foram enviados para a dimensão a qual as garotas pertencem.

— De fato, isso faz sentido! — Shura disse, sentando no degrau diante do trono, relaxando as pernas fazendo com que sua armadura tilintasse chamando a atenção dos demais — Mas, se foi isto o que aconteceu, por que Shaka foi enviado junto? — fez um bico. 

— Será que é por que ele consegue andar por entre as dimensões? — Afrodite foi quem se manifestou

Desta vez, Shura tinha uma grande gota na testa, imaginando o quanto Shaka deveria estar reclamando nos ouvidos dos irmãos de armas. Pois, ele sabe o quanto o virginiano odiava quebra de rotina, novos ambientes, Shaka sofria uma grande resistência com mudanças drásticas

— Verdade… — a fala saiu meio arrastada pelo gêmeo de Kanon, parecia que conseguia ouvir os pensamentos do capricorniano —  Também não estou conseguindo compreender o motivo dele ter ido junto.

— Talvez tenha sido porque ele tem um apego pela Koga. Desde que elas voltaram para casa, ele ficou mais azedo que já era, talvez ele tenha uma ligação muito maior com elas do que imaginamos —  Aldebaran, que até então se mantinha quieto, disse, deixando os demais pensativos por causa da hipótese.

— Eita, mas o Shaka é tipo um encosto? — o libriano disse tentando segurar o riso e fazendo o ariano revirar os olhos, fingindo que não ouviu.

— De fato! Essa pode ter sido a razão, mas preciso lembrar vocês que Shaka pode andar por entre as dimensões, mas não consegue levar ninguém com ele. — Mu explicou, reavivando a memória do ocorrido na batalha das Doze Casas. 

— Então voltamos à estaca zero! — o brasileiro falou, resignado. — Mas uma coisa é certa. Se foi isso realmente que aconteceu, não podemos fazer nada, além de aguardar um possível contato deles. 

— Pelo visto, sim! — Shura disse ao passo que se levantou e parou de frente aos companheiros — acho que devemos ir, não adianta ficarmos aqui, pois não temos certeza de nada.

Saga estava tão absorto em seus pensamentos, que nem percebeu a saída dos companheiros. No início, ele não tinha lembrado do portal que ele havia descoberto, mas assim que lembrou, muitos questionamentos começaram a permear seu pensamento. Se aquele portal não era a ponte entre as duas dimensões, por que ele estava lá? E, principalmente, ele havia sido acusado injustamente? O geminiano só se desprendeu de seus pensamentos, porque Mu o chamou para descer as escadarias, o que ele  fez em silêncio. 

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De volta a São Paulo. 

Manhã do dia seguinte


"Caramba eu tô morta", Calisto olhava a lista de afazeres da semana, algo que nem ela sabia dizer porque fazia, já que nunca seguia nada e depois se arrependia. Um ciclo sem fim. Estava sentada na mesa da padaria tomando o café da manhã, havia passado a noite em claro, pois deu um problema no equipamento de som do bar e ficou lá resolvendo.  O equipamento precisava estar funcionando já que à noite teria outra apresentação.

A garoa caía de leve e ela ficou parada prestando atenção nas gotas que escorriam pela janela, fazendo a imagem da rua ficar distorcida. Deu mais um gole no café quente e voltou a olhar, o farol fechava e os carros paravam bem ao lado de sua janela, ficou ali distraída, tentando não pensar em nada, até que uma van da Ki Doçura parou ao seu lado com Andy conversando ao lado de um moço bizarramente familiar ao Kanon…

— KANON! — sua mente gritou, apertou os olhos, esfregou com as mãos suas pálpebras, abriu os olhos e a van não estava mais lá…

"Nossa! Preciso dormir, urgente!"

Enquanto isso, Luisa estava batendo perna na rua, segurando seu guarda-chuva vermelho. Havia decretado que não ia mais chorar por Milo e por sua situação. Agora ela seria mãe e devia se preparar para receber Scarllet, por isso, não iria mais lamentar seu passado.

Parou diante de uma vitrine, ficou fazendo contas, tantas coisas lindas onde ficava imaginando sua menininha as usando, mas estava dura, devia comprar apenas o necessário…

"Droga, tenho certeza que se estivesse no Santuário com Milo, não estaria passando por nada disso" Bufou, mais uma vez estava se sabotando, apertou os olhos na tentativa de fazer aqueles pensamentos sumirem de sua cabeça.

— Hahahahhhaha — de repente era como se a risada do Milo estivesse pairando pelo ar.

"Milo?" — os olhos azuis arregalaram — "não pode ser?!" — se virou rapidamente procurando a imagem de seu amado, mas havia apenas carros passando na avenida. Nervosa passou a mão nos cabelos.

— Luisa, se controla! — voltou a olhar a vitrine, mas no segundo seguinte bufou, frustrada por não ter conseguido cumprir o que tinha planejado e resolveu voltar para casa.

Não muito longe dali

— Kika, preciso dar uma saída! — Koga disse pegando as sacolas retornáveis — Vou no atacadista. Acabou o açúcar e a farinha e sem isso a Ki Doçura não faz sua mágica. — Koga estava se sentindo alegre, havia acabado de receber um grande pedido do bar em que Calisto cantava. Graças às Deusas que a amiga havia indicado os serviços da doceria, agora a Ki Doçura tinha pedidos contínuos, e a sua cozinha nunca mais ficaria parada.

— Não esquece da essência de baunilha —  a irmã mais nova estava ajudando a secar as formas de bolos.

— Já deixa elas untadas com a farinha que sobrou que logo, logo já estou de volta. Ainda falta uma fornada de 5 pra gente levar até as 21hs.

— Oba! Hoje a gente consegue ouvir a Cá cantar, faz tempo que não a prestigiamos, não é? – A mais nova disse, alegre.

Koga estava se sentindo tão leve e feliz, fazia muito tempo que não se sentia assim, que assentiu para a irmã que deu um pulinho de alegria. A bela saiu pela porta dos fundos ao mesmo tempo em que o sininho da porta da frente tocou avisando novos clientes.

Kika já se preparava para ir atender as pessoas que haviam chegado, mas logo Andy entrou na cozinha avisando que tinha trazido uns amigos para tomar café da manhã. A garota não precisava perguntar ao irmão quem eram, pois tinha certeza que eram pessoas necessitadas. Algo que Andy sempre fazia e ela apreciava muito essa atitude dele. 

— Quer ajuda? — perguntou ao ver o irmão colocando numa bandeja quatro xícaras e talheres. 

— Você poderia aquecer o leite e a água? Não perguntei que tipo de café eles gostam — respondeu à irmã ao passo que ia até a área da frente onde seus convidados estavam sentados. 

Logo em seguida, o rapaz foi até os balcões e em outra bandeja, colocou alguns salgados e também fatias de bolo. 

— Vocês podem ficar à vontade! — Andy disse aos quatro dourados assim que Kika chegou trazendo as jarras com água quente, café e leite — enquanto vocês comem, eu vou ali conferir umas listagens e já volto.

Os quatro comiam com gosto, mas Kanon na hora que começou a comer o bolo, começou a ficar introspectivo, pois ele tinha o mesmo sabor que os que Koga fazia. Ele então soltou o garfo, olhou em volta e ao ler o nome da confeitaria achou que já havia lido ou escutado em algum lugar e para piorar, a mocinha que estava no balcão atendendo parecia muito com sua bombom. Sem dizer nada, se retirou do lugar, preferindo esperar os amigos do lado de fora. 

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No Santuário

Saga não conseguiu dormir pensando sobre o que tinha acontecido na noite anterior. Não estava apenas preocupado com o irmão e os amigos, mas também queria ir até onde o portal estava, mas decidiu não ir durante à noite para não preocupar Aldebaran e Mu.

Ao chegar ao tão conhecido local, Saga acendeu seu cosmo disparando em seguida sua técnica, porém, diferente das outras vezes, o portal não apareceu, deixando o geminiano mais confuso do que nunca.


Notas Finais


Confesso que fiquei com pena dos meninos, os coitados iam ter que dormir na rua, mas pela glória de Athena tudo se resolveu no fim.
Uma perguntinha que não quer calar, se não foi o Saga o responsável por abrir o portal entre as dimensões. Quem foi?


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