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História Acordo - Lei de Murphy


Escrita por: umaescrit0ra

Notas do Autor


Boa noite!! primeiramente, mil desculpas por estar att só hoje, ontem eu tive problemas com a internet e o wattpad estava em manuntenção, e eu não posso postar apenas em um site hahaha
Boa leitura e preparen-se para rir com a Dona Mikoto.

Capítulo 11 - Lei de Murphy


A lei de Murphy nunca fez tanto sentido como naquele momento, Naruto pensou. Os olhos arregalados e a boca aberta de forma quase cômica certamente teriam feito Sakura rir, se a situação fosse outra. Ambos sabiam o que aquilo significava. Ambos lembravam perfeitamente o que haviam feito no elevador, assim como sabiam que Sasori usaria aquele vídeo para prejudicar a Haruno e também, o atual diretor do hospital Mount Sinai. Aparentemente, a vida havia dado as costas para Naruto lhe cobrando algum karma muito grave de alguma vida passada. Como ele mesmo havia dito, não se arrependia nem por um segundo do caso bastante quente de uma noite, mas – porem, entretanto – isso não incluía ter sua intimidade, ou a de alguém tão preciosa como Sakura, sendo exposta por um homem sem escrúpulos como o Akasuna.

Conhecia bem como a mídia funcionava, um suborno aqui e outro ali, uma história dramática de um homem honrado sendo traído por sua esposa dez anos mais nova – conseguia imaginar perfeitamente os vários nomes pelos quais chamariam a Haruno – claro que não esqueceriam de colocar que Sasori foi usado por uma vigarista, que escalou nas costas dele para alcançar a fama. Sem contar o "cancelamento" por parte dos internautas, que eternizariam esse inferno por vários e vários anos, pois, como todos sabem muito bem, a internet é terra de juízes, e eles – Sakura e Naruto – seriam os criminosos, sentenciados a forca.

Respirou fundo, ponderando os próprios pensamentos. Refletindo. Trocando o peso de um cotovelo ao outro. O medo estava ali, como uma nuvem cinza sobre sua cabeça esperando o momento mais adequado para iniciar um diluvio em um copo d'agua, pois, é assim como qualquer ser humano reage quando os anos de estudo, noites mal dormidas em residências mal pagas, mil copos de isopor contendo o vício da cafeína que o mantiveram acordado cirurgia trás cirurgia, entre outros milhares de sacrifícios sociais para poder chegar onde chegou – em resumo, quando toda sua vida, estava nas mãos de ser doentio como era Sasori. Por isso, quando a imagem do ruivo sorrindo descaradamente lhe veio em mente, um arrepio percorreu sua espinha e se perguntou: como ela lidou com isso por todos esses anos?

Encarou a mulher a sua frente, encontrando-a com os belos olhos verdes inundados de desespero. Sakura certamente não estava melhor que ele. Puxou o ar novamente, tentando levar oxigênio ao cérebro e obrigar seus neurônios a pensar em alguma coisa.

ㅡ Ele está te chantageando, não esta? ㅡ perguntou calmamente, esperando não piorar o estado em que a Haruno se encontrava, ela apenas balançou a cabeça positivamente ㅡPrecisamos de um advogado ㅡ disse a primeira coisa meramente inteligente que lhe veio em mente. ㅡ Um dos bons, que tenha contatos e seja influente. Não posso aceitar que ele continue te maltratando depois de tantos anos, não depois de que você finalmente conseguiu o divorcio.

ㅡ Eu sei. ㅡ Sakura respondeu para sua surpresa. ㅡ Confesso que estava perdida sobre como agir, até receber a sua ligação. Haviam muitas coisas em jogo, meu trabalho, o seu... meu deus, você é um médico importante e não uma celebridade acostumada a escândalos, sempre pensei muito sobre isso e tinha muito medo de que toda a minha historia acabasse te prejudicando. Simplesmente não podia atuar por impulso, sequer tinha coragem para início de conversa, mas agora... tem algo dentro de mim que deseja mais do que nunca ver o Sasori se fodendo. ㅡ ela se aproximou por cima da mesa e encarou os olhos azuis com determinação. ㅡ Se você está disposto a se arriscar, conheço a pessoa perfeita para nos ajudar.

ㅡ Tem alguma coisa a ver com o carinha da Ferrari esportiva? ㅡ Naruto questionou, vendo-a ruborizar suavemente. ㅡ Deus, porque a garota que jurou que se casaria comigo quando tínhamos doze anos está sempre se apaixonando por outro cara e não por mim?

ㅡ Você tende a ser muito dramático, o que é estranho, já que a famosa aqui sou eu. ㅡ Sakura mencionou, se divertindo com as expressões do loiro. Naruto tinha um dom para faze-la esquecer dos problemas, mesmo que esses problemas estivessem prestes a engoli-la.

ㅡ Estão juntos a muito tempo?

ㅡ Hm... isso é meio complicado de responder, mas, o que eu posso dizer é que eu sei que ele vai me ajudar, Sasuke é... especial, é o tipo de pessoa que não se encontra todos os dias. ㅡ era primeira vez que falava sobre os sentimentos com outra pessoa. ㅡ É gentil e atencioso, mas não de um jeito exagerado ou programado, as vezes fala algumas coisas inconvenientes em meio a conversas que não tinham nada a ver com esse assunto, vai de um extremo ao outro, extremamente romântico e extremamente pervertido... e quando estou com ele, sinto que posso fazer qualquer coisa.

ㅡ Acho que sei o que você está sentindo. ㅡ os orbes azuis a encararam brevemente, para então desviar até a rua movimentada do lado de fora. ㅡ E ele já sabe sobre a nossa situação?

O sorriso se desfez lentamente dos lábios pintados em salmão.

ㅡAinda não... mas, eu confio nele. ㅡ assegurou.

ㅡ Então o seu namorado vai lidar com o seu ex marido abusivo, que te chantageia com um vídeo intimo onde você esta transando loucamente com o seu amante em um elevador. ㅡ Naruto resumiu, encarando-a novamente. ㅡ O que eu posso dizer? Se ele aguentar a barra quero namorar com ele também.

ㅡ Naruto!

[...]

As mãos suavam desesperadamente, sentia-se tão nervoso quanto no dia me que recebera a carta de Columbia. A ansiedade crescente a medida em que se aproximava do apartamento em que a Haruno morava. Os arranha-céus refletindo na janela do carro, luzes coloridas na avenida movimentada, nem mesmo a música alta dentro do carro era capaz de abafar a ruidosa metrópole. Apertou os dedos em volta do volante, respirando fundo pouco antes de estacionar na calçada do edifício. O celular indicava que ainda faltavam quinze minutos para o horário combinado, deveria ligar e avisar que já estava ali? Oficialmente aquela seria a primeira vez que saiam juntos, sem um acordo como desculpa para manterem contato. Encarou a entrada do local, dois seguranças olhavam em sua direção desconfiados, provavelmente por ser a primeira vez que o viam ali e bom, suspeitava que sua cara com o pânico estampado estava sendo suficiente para despertar desconfiança nos homens armados que protegiam as inúmeras celebridades que residiam no luxuoso edifício.

Sasuke: Estou aqui.

Era difícil para ele saber como deveria se comportar, casos de uma noite não eram o mesmo que buscar a mulher por quem você nutria fortes sentimentos e leva-la para conhecer seus pais e toda a sua família. O pensamento viajou para a mesa longa cheia de Uchiha's, com suas poses arrogantes e olhares de superioridade. Com sorte, Mikoto o salvaria dos comentários inapropriados que Itachi com certeza faria e das perguntas geralmente desnecessárias que Fugaku fazia.

Sakura: Está adiantado. Vermelho ou azul? Seja rápido.

Sasuke: Apreciaria um lingerie vermelho, você fica bem de vermelho.

Sakura: Porque você é assim? 
Eu estava falando de vestidos.
Vou levar o azul, obrigada.

Sasuke: Porque me perguntou se no final vai usar o que você quer?

Sakura: Porque eu quero passar uma boa imagem. Você escolheu vermelho porque é um pervertido, então eu vou levar o azul.

Soltou uma risada anasalada rolando os olhos para cima, não era como se fizesse muita diferença. Sakura poderia estar usando um terninho sem graça e comportado, mesmo assim, para Sasuke, ela continuaria incrivelmente sexy. A cor era o de menos.

Alguns minutos depois, viu a movimentação na portaria do edifício, os guardas abriram caminho e quando as portas de vidro de abriram, o Uchiha esqueceu até mesmo que deveria continuar respirando.

Sakura estava simplesmente deslumbrante. O vestido azul e solto de tecido leve envolvia o corpo de forma sutil, sustentado por duas alças finas amarradas atrás do pescoço. O comprimento deixava a mostra o belo par de pernas e nos pés uma sandália de salto médio. Era incrível como em qualquer outra mulher aquele vestido pareceria vulgar para uma ocasião como aquela, mas a elegância com a qual ela desfilava até Sasuke davam um toque refinado a todo o conjunto. Rapidamente ele saiu do carro e a alcançou em meio a calçada, os flashes disparavam em direção do casal que parecia estar absorto em uma pequena bolha apenas deles.

A Haruno abriu um largo sorriso quando Sasuke lhe estendeu a mão e fez uma leve reverencia, como se ela fosse da realiza. E talvez para Sasuke ela realmente fosse.

ㅡ Me pergunto como é possível você conseguir ficar ainda mais bonita. ㅡ ele disse, enlaçando a cintura fina, beijando a ponta do nariz pequeno ㅡ Se sua intenção era manter os pensamentos impuros longe de mim esta noite, saiba que falhou miseravelmente.

ㅡ Talvez eu não queira. ㅡ sussurrou piscando um dos olhos.

ㅡ Sakura... não me provoque, facilmente posso ignorar as ligações de dona Mikoto e te arrastar para a minha casa.

Ela apenas riu alto, separando-se dele para ir até o carro. As luzes das câmeras continuavam disparando sem parar, enquanto ele abria a porta do carro atenciosamente para ela. Não se importava mais com aqueles abutres sedentos por saber mais sobre eles, mesmo que admitisse sentir falta de sua privacidade, ir de comprar sem ser alvo de uma manchete idiota como: "Namorado de Sakura Haruno foi visto comprando uma pasta de dentes". Sinceramente, não entendia no que aquele tipo de "informações" seria útil na vida de outras pessoas, soube até mesmo que haviam perfis gigantes no Instagram e Twitter dedicados a falar sobre eles como um casal, outros que eram contra o relacionamento pois esperavam a volta de "Sasosaku". Porque as pessoas acreditavam ter algum direito em opinar sobre o que eles deveriam ou não fazer? Ser uma figura pública dava aos energúmenos com internet direitos para ofender e humilhar livremente, como se fosse algo normal? Mas, quem se importa com comentários de ódio? Eles estavam bem e era tudo o que ele precisava no momento.

Sentou no banco de motorista dando uma breve e faminta olhada na mulher ao seu lado. Sakura era incrível e ele um maldito sortudo, pensou.

Conversaram calmamente pelo trajeto, Sasuke contava como era sua família, preparando a Haruno para entrar no campo de batalha.

ㅡ Então Itachi é o piadista da família? ㅡ perguntou ela, vendo o homem ao seu lado bufar. ㅡ Não se preocupe, acho que consigo lidar com isso. Sobrevivi a Ino e Tenten tentando me arranjar encontros durante os últimos anos, uma noite sendo bombardeada por sua família não deve ser tão difícil.

Ah se ela soubesse...

ㅡ Izumi é legal, mas ela quer que Itachi se torne presidente mais do que o próprio Itachi, então ela vai jogar sujo usando a gravidez. ㅡ comentou Sasuke. ㅡ É uma guerra silenciosa, até mesmo alguns primos meus estão tentando convencer o meu pai de que eu não sou uma boa escolha...

ㅡ E porque você quer o cargo? Quer dizer... sei que é um cargo importante, mas, você não parece do tipo que faz tudo por poder. ㅡ ela o interrompeu.ㅡ Não consigo imaginar você competindo com o seu irmão apenas por status.

ㅡ Ah... de fato, eu nunca fui uma pessoa muito ambiciosa durante a minha infância e adolescência, isso acabou criando uma imagem errada sobre mim diante dos meus familiares, fazendo-os pensar que sou relaxado e desinteressado pelo escritório. Veja bem, eu realmente quero o cargo, não por ambição ou status e sim como uma realização pessoal, eu quero mostrar a eles que não sou apenas um idiota com dinheiro que resolve casos por pura sorte. ㅡ explicou. ㅡ Por anos eu vivi na sombra do meu irmão, mesmo que eu me esforçasse e tivesse um currículo mais do que impecável, toda a minha família continuava me subestimando, como se eu não fosse capaz de fazer algo útil. Mas, aos poucos eles entenderam que eu realmente sou bom no que faço, muito mesmo. Eu amo o meu trabalho, para ser sincero. ㅡ confessou sorrindo brevemente. ㅡ E saber que eles podem me tirar esse cargo só porque Itachi se casou primeiro... é injusto, não acha? Ter uma família agora ou em dez anos não vai afetar o meu desemprenho.

ㅡ Acho que você deveria falar isso para eles, ao em vez de sair fazendo acordos com alguma desconhecida em algum bar. ㅡ Sakura respondeu, sorrindo para ele ao colocar as mãos sobre as dele no volante. ㅡ Eu vou fazer o possível para que você consiga esse cargo... quer que eu finja estar gravida? Posso vomitar nos sapatos do seu irmão...

ㅡ Sakura! ㅡ a risada alta acalmou sua ansiedade, e sem muito a ser feito, acabou rindo também. ㅡ Esta de bom humor hoje... posso saber o motivo?

ㅡ Digamos que estou tentando resgatar a verdadeira Sakura, espero que continue gostando de mim mesmo assim.

ㅡ Não existe nada que me faça deixar de gostar de você.

A mansão Uchiha era digna do império que a família havia construído nos últimos cinquenta anos. O portão de grades douradas e muros brancos que abraçavam os vários metros quadrados da propriedade escondiam em seu interior a vastidão verde de jardins meticulosamente cuidados, o caminho de pedras era bem iluminado, guiando-os até a entrada principal da – nada humilde – mansão. Um homem elegantemente vestido os esperava, pronto para levar o carro até o estacionamento. Sakura sabia que Sasuke era alguém que havia nascido em berço de ouro, mas não tinha ideia da magnitude e peso daquele sobrenome até aquele momento. Como um perfeito cavalheiro que era, o Uchiha desceu primeiro para abrir a porta do carro para ela e ajuda-la – mesmo que não fosse necessário. Mas, quem era ela para impedi-lo de ser como era?

ㅡ Preparada? ㅡ ele perguntou apertando a pequena mão e entrelaçando os dedos.

ㅡ Tem certeza de que não quer repensar na falsa gravidez? ㅡ propôs, vendo-o negar e rir daquela ideia certamente estupida.

Ela nunca havia visto tantas pessoas parecidas reunidas em um lugar. Homens, em sua maioria. Cabelos negros, olhos intensos e vastos como o céu noturno sem estrelas, altos e esguios, de sorrisos sedutores e boa lábia. Talvez tudo aquilo fosse uma característica marcante daquela família de genes invejáveis, pensava, enquanto era cumprimentada educada e polidamente por todos os que ali estavam. Era possível contar com os dedos de uma única mão a quantidade de mulheres, eram apenas quatro e todas elas bonitas, elegantes e com vestidos caros e formais.

Fugaku Uchiha, era o fundador do escritório de Advocacia, apesar da idade continuava conservado, tão bonito quanto qualquer outro membro da família. Ao lado dele, com um sorriso gentil e o olhar sereno estava a matriarca Mikoto Uchiha, uma mulher de quase sessenta anos, porém, facilmente despertaria inveja em uma adolescente de dezoito. Quando pararam frente a eles, Sakura engoliu seco ao ter os orbes sérios de Fugaku sobre si, analisando-a dos pés a cabeça como se não passasse de um inseto insignificante.

ㅡ Então essa é sua namorada? ㅡ o homem questionou, desviando os olhos da Haruno para o caçula. ㅡ Eu pensei que você fosse gay.

ㅡ Fugaku! ㅡ Mikoto lhe deu um tapa no ombro, completamente envergonhada pela falta de tato do marido, claro que nada se comparava com o rosto contorcido em fúria de Sasuke. ㅡ Desculpe querida, é a primeira vez que nosso amendoim fofinho trás uma mulher em casa.

ㅡ Mamãe!

ㅡ Amendoim fofinho? ㅡ Sakura queria muito poder ajudar Sasuke, mas, quanto mais o casal Uchiha falava, mais impossível se tornava aquela tarefa.

"Pelo amor e deus, onde está o Itachi quando eu preciso dele", momentos desesperados exigem medidas desesperadas. Sasuke mal conseguia encarar a Haruno, mas sentia pela vibração do corpo dela que ela estava se controlando para não rir.

Amendoim fofinho era seu apelido carinhosamente dado pela matriarca da família, claro que isso era fofo quando ele tinha dois anos, mas, a mulher continuava chamando-o assim mesmo agora com seus 32 anos.

Um garçom se aproximou naquele momento, Sasuke não pensou duas vezes em pegar duas taças de champanhe para tentar controlar os nervos, bebendo o espumante rapidamente e ficando com a outra taça na mão.

ㅡ Eu estava tão ansiosa para te ver. ㅡ Mikoto soltou o marido, já pulando para cima da Haruno. ㅡ Você ficou ainda mais bonita depois de todos esses anos, saiba que eu sou uma fiel seguidora sua. Acompanho todos os seus trabalhos, provavelmente você não se lembra de mim, mas, nós já nos conhecemos.

ㅡ Hã? ㅡ os verdes e confusos olhos se voltaram para a mulher empolgada. ㅡ Sinto muito, mas, tem certeza? Eu acho que me lembraria se a tivesse visto antes.

ㅡ Oh, claro que sim. Eu sou amiga intima de Kurenai, comprava todos os catálogos e revistas dela, você ainda era tão novinha quando trabalhava para ela, lembra? Ainda tenho todas as revistas... ㅡa mulher se aproximou, como se quisesse segredar o assunto, mas Sasuke estava atento a aquela conversa. ㅡ Na verdade, Sasuke roubava todas elas e culpava Itachi.

Sasuke cuspiu o champanhe que tinha na boca, tendo o rosto tingido em vários tons de vermelho. Sakura não estava muito diferente. Claro que ela lembrava daquelas revistas, foi assim como ela entrou no mundo da moda aos dezessete anos. Aliás, foi através de uma dessas revistas onde a descobriram e foi chamada para trabalhar na agencia de Chiyo Akasuna. Ela fazia bicos para catálogos e revistas de marcas pequenas de lingeries, Kurenai era a dona de uma loja de bolsas de grife onde trabalhava a maior parte do tempo, mas, também a ajudava a vender as peças intimas.

Até aquele momento, Sasuke não lembrava que a musa a quem várias vezes havia homenageado no banheiro durante a adolescência, era a mesma mulher que estava ao seu lado. Lentamente, as memorias vergonhosas invadiram sua mente, trazendo a tona o inicio de sua vida sexual. Mesmo que durante mais de um ano essa vida sexual se resumisse em sua própria mão.

"Acabava de deixar Suigetsu e Karin no pequeno apartamento que haviam alugado, a faculdade já havia começado e os três decidiram estudar juntos. Mikoto adorava a Uzumaki e se dispôs a cuidar da pequena Sarada, ela havia se tornado a avô adotiva da criança e nenhum dos três ousou reclamar, não existia ninguém no mundo capaz de ganhar uma discussão contra a senhora Uchiha. Claro que em troca, Fugaku exigiu que os três se esforçassem e se dedicassem no escritório, nenhum deles se opôs, muito pelo contrario, estavam mais do que agradecidos. Mesmo que Sasuke não precisasse, ele queria ter o próprio dinheiro para poder mimar a pequena Hozuki.

Mas, depois de um dia cansativo entre faculdade, trabalho e algumas horinhas brincando com o terremoto a quem chamavam Sarada, Sasuke apenas desejava sua cama e varias horas de sono.

Atravessou a sala vendo sua mãe conversando animadamente com algumas amigas, por tanto, apenas se aproximou o suficiente para cumprimenta-las e seguir para o quarto. No entanto, Hanna, uma das mulheres, o chamou:

ㅡ Sasuke querido, venha até aqui. Faz tempo que não te vejo, está tão bonitinho. ㅡ Hanna disse, espremendo-o contra os grandes seios deixando-o sem jeito, depois, o soltou apenas para poder apertar as bochechas. ㅡ Oh meu deus, vocês crescem tão rápido, parece que foi ontem quando eu te carreguei no colo e agora você já tem quase dezenove anos.

ㅡ Deixe ele, mulher. ㅡ uma outra voz feminina ecoou docemente, esta era Kurenai, quem vivia salvando o pobre Uchiha das garras de todas aquelas senhoras escandalosas. ㅡ Sasuke, pode entregar essa revista para sua amiga? Ela havia dito que queria comprar algumas peças intimas, mas, quando cheguei ela já havia ido embora.

ㅡ Karin recuperou o corpo tão rápido, nem parece que acabou de ter um bebe. ㅡ Mikoto disse com os olhos brilhando. ㅡ Vou falar para que ela pegue uma daquelas peças vermelhas...

As vozes continuavam ecoando pela sala, mas, Sasuke não ouvia mais nada. Os olhos estavam fixos na imagem estampada naquela revista, apenas um corpo sem rosto. Ele engoliu seco, disfarçando o rosto corado e subindo rapidamente as escadas. Céus! O que sua mãe tinha na cabeça para lhe dar uma coisa como aquela?

Folheou as páginas a procura do rosto, mas não havia nada além do belo par de pernas, cintura fina e seios escondidos atrás do pequeno pedaço de renda. Voltou a procurar, e então encontrou o par de esmeraldas. Os olhos mais bonitos que havia visto em toda sua vida. O cabelo rosa estava preso em um rabo de cavalo alto, e um sorriso tímido brincava nos lábios pequenos.

Nunca havia visto nada parecido antes.

Ele não era do tipo que se sentia atraído por qualquer mulher, confessava ser um pouco exigente e para ser sincero, ainda era virgem porque não conseguia se aprofundar em nenhuma relação. No entanto, nunca havia sentido necessidade alguma, estava bem consigo mesmo. Até aquele momento.

O calor que subia pelas pernas e se concentrava dolosamente entre elas era a prova de que não era tão imune as mulheres como imaginava.

E foi assim, como Uchiha Sasuke pela primeira vez, bateu uma"

O silencio constrangedor tomou conta do ambiente. Mikoto parecia finalmente haver percebido que falou mais do que deveria e era necessário, Fugaku tossia nervosamente engasgado com a própria saliva, Sakura se encontrava de olhos arregalados e forçando um sorriso. E Sasuke... ele apenas desejava cavar um buraco até o inferno e nunca mais sair de lá.

ㅡ Boa noite. ㅡ a voz alegre causou arrepios em Sasuke, se antes desejava que Itachi estivesse ali para salva-lo, agora apenas implorava aos deuses para que ele não dissesse nada constrangedor. ㅡAh, é a garota das revistas que Sasuke colecionava.

Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

 



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