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História BEA, Jasper Hale - Treasure


Escrita por: bellacruellax

Capítulo 17 - Treasure





Tesouro


Beatrice passou a noite acordada, queria terminar seus planos logo e faria tudo na quarta-feira. Tinha um dia para imprimir todos os papéis e tagarelava no ouvido de Jasper todo o caminho para a sala de aula. Eles tinham posto uma distância invisível entre eles, para que ele pudesse respirar e evitavam se encostar o tempo todo apesar de isso parecer irresistível.

— Eu estava pensando na frase de impacto, pode me sugerir alguma?— ela pediu querendo que ele falasse também. Jasper tinha um sorriso Monalisa permanente nos lábios e se pôs a pensar.

— O que quer que as pessoas entendam?— perguntou.

— Quero que vejam nas entrelinhas que ele é um bosta e que poderão maltratá-lo para o resto de sua vida repugnante e desgraçada.

— Você é um ser humano terrível— Jasper observou, Beatrice levou a mão ao peito fazendo como se tivesse recebido um elogio.

— Muito obrigada— ela sorriu maliciosa.

— Dá para ver o rosto dele na foto?

— Está questionando o meu trabalho?— agora ela se ofendeu.— Eu nunca faço nada pela metade, Jasper.

— Tudo bem então, senhorita fodona. Deixe-me pensar um momento...

— Pense como homem, o que mais lhe doeria se alguém falasse de você?— a morena instruiu, penteando os cabelos com os dedos.

— Eu não sou de porcelana— Jasper a olhou com tédio, Beatrice revirou os olhos.

— Então vira porcelana, Cinderela— ela gesticulou com a mão para que ele se apressasse.

— Cinderela?— ele repetiu, confuso. Beatrice conteve o riso.

— É uma piadinha, sabe. Você sempre tem que ir antes da meia noite— Beatrice riu quando o loiro revirou os olhos— Combina com você. Ah, vai! Foi uma boa.

— Acabo de achar o que mais me ofende— disse, balançando a cabeça e fingindo estar incrédulo.

— Não tá com nada, princesa— Beatrice zombou entrando na sala na frente do garoto. Jasper se permitiu rir baixinho quando teve certeza que ela não estava olhando.

Sentaram-se nos lugares de sempre, e Beatrice estava mais tentada que nunca a se inclinar na direção dele e puxar assunto, mas eles ainda tinham aulas para prestar atenção, bom, apenas ela nesse caso.

— Jasper— ela chamou num sussurro— vamos matar as próximas aulas?

— Pra que?— perguntou ele por cima do ombro, os olhos fixos na lousa.

— Queria dar aquela volta de novo— ela sorriu puxando a touca dele.

— E não é que você está mesmo me usando de rato de laboratório?— ele cerrou os olhos na direção dela, Beatrice revirou os olhos.

— Não, não estou te usando, talvez ontem, na minha missão, mas hoje a gente poderia se divertir por mais tempo— ela insistiu— Vamos, princesa, vai ser legal, nem precisamos falar nada sério.

Jasper revirou os olhos sabendo que ela ainda via que ele fugiria caso ela perguntasse coisas que mexem muito com ele. E sabia que ela não estava errada.

— Para onde iriamos?— perguntou o loiro, ela bateu palminhas animada.
— Todo e qualquer lugar— ela disse controlando a voz.

— Especifique— pediu ele. Ela bufou na nuca do rapaz e puxou sua orelha.

— Me use de mochila e vamos fazer uma trilha— ele teve de disfarçar o riso numa tosse. Não foi bem sucedido.

— Ok— cedeu, deliciando-se com o ânimo da garota— Mas há uma condição.

— Qual seria, senhor?

— Vamos falar de você.

— Af, claro!— ela bufou, mau humorada— mas eu não tenho nada legal ou revelador para falar, sou uma garota comum.

— Eu também sou um cara comum— Jasper disse.

— Rá! Só se for no seu mundo— ela deu um tapinha na nuca dele, zombando.

A professora lhes chamou a atenção e eles não puderam se falar até o fim da aula, saíram juntos, a uma distância segura e seguiram o fluxo de alunos até um metro da porta de entrada da próxima aula, se encararam, ela sorriu erguendo as sobrancelhas, incentivando-o e arrumando a mochila no ombro. Ele bufou e deu meia volta nadando contra a maré. Beatrice se agarrou a manga da blusa de frio do loiro para não o perder de vista, foi como um reflexo, uma coisa que fazia com Katlyn, quando notou o que fazia até pensou em soltar, mas a ideia não foi muito para frente, Jasper hesitou, mas esticou a mão para que ela tivesse algo a que se segurar, mesmo sendo sua mão fria e sem vida. As coisas pareceram ter mais cor quando ela envolveu seu indicador ao dele. Era um falso entrelaçar de mãos, mas aquilo mais do que bastou para fazê-los sorrir.

Andaram atraindo olhares chocados dos outros alunos, Beatrice acenou para quem conhecia gentil, os conhecidos acenavam de volta, sem conseguir esconder a cara de incrédulos. Os dois riram ao estarem fora da escola, sabendo que seriam alvos de fofoca principais daquele dia.

— Esse pessoal é tão fácil de impressionar!— Beatrice disse, entrelaçando mais dedos aos de Jasper segurando bem a onda da emoção; ele fingia não notar, nenhum enganava o outro, o que os deixava ainda mais contentes.

— Nem me diga— ele riu, a puxando na direção do bosque, olhando para trás repetidamente, não por estar com medo de que fosse pego por um professor ou coisa do tipo, não queria que Rosalie soubesse. Ela anda dificultando sua vida e ele está perdendo a paciência cada vez mais fácil, eles estão muito próximos de uma briga séria. E ele perderia a cabeça com sua falsa gêmea se ela falasse sobre machucar Beatrice de novo. Não podia machucar sua família, mesmo que Rose não fosse lá a mais adorável da casa.

Ele andou mais devagar para que a morena pudesse acompanhar. Ela, por sua vez, não perdia o ritmo, gostava do desafio e o alcançava sem muito drama, diferente de sua irmã mais nova, tinha o equilíbrio normal. Quando atravessaram o estacionamento, os dois olharam para trás, mas é claro que Jasper não precisava olhar muito para ter certeza que não foram seguidos nem notados, então ele olhou Beatrice de rabo de olho, dando um sorrisinho, o coração dela batia alto e ela estava ansiosa. Não precisava de Edward para entender que era porque queria ficar com ele a sós o mais rápido possível. Beatrice encarou a escola, se xingando por estar matando aula em época tão acirrada para terminar o ensino médio, mas logo esqueceu disso ao voltar o olhar na direção do loiro e ver que ele já a encarava.

Sorriu boba, e ele a puxou para suas costas, com certa pressa para a aproximação.

Ela montou nas costas dele, ficando tonta e colocando o rosto na curva do pescoço do loiro.

— Está com medo de olhar a viajem senhorita?— Jasper acusou quase perdendo a cabeça com o cheiro intoxicante dela, seu calor o envolvendo.

— Me lembre de só olhar quando você der uma de macaquinho— ela riu sem erguer o rosto. Ele sorriu e correu em direção ao fundo da floresta, após jogar sua mochila num galho alto junto com a da morena. Se lembraria de buscá-las mais tarde.

O loiro fez o mesmo processo do dia anterior, subindo morros e procurando pela arvore mais alta nestes.

Pensava como nunca tinha se dado conta como o som de um coração poderia ser tão... pacificador. Talvez porque aquele coração fosse dela. Era ótima a sensação. Jasper sorriu, se deixando levar pelo nervosismo do sentimento que ela lhe despertava. Irritante e pequena, ela parecia tão simples, mas tão complicada ao mesmo tempo. Se divertiu com a excitação da garota quanto ela finalmente descobriu o rosto.

As coisas se moviam com muita pressa, ela não conseguia acompanhar a velocidade e para se livrar da tontura, encarou o rosto do garoto, os olhos cerrados por causa do vento forte que a fazia ter que piscar com uma frequência frenética.

Apesar da falta de ar, ela deu um sorrisinho, fascinada pela beleza dele, imutável e exalando calma com o seu sorrisinho Monalisa, os olhos concentrados no caminho adiante, o nariz reto, o maxilar marcado — mais por tensão do que qualquer coisa, a proximidade mesmo com o vento ao seu favor exigia muito de Jasper — e a boca que dava a desejar. Beatrice baixou o olhar até as cicatrizes no pescoço do loiro, não se aguentaria por tempo demais, segurar a própria língua, ficar sem saber da sua história e de suas marcas era uma tortura, mas tentaria ao máximo, o relógio em sua mente podia bater meia noite a qualquer momento. A morena se prendeu mais ao garoto, voltando a fechar os olhos e esconder o rosto na curva do pescoço dele, desta vez tocando-o com o nariz e os lábios, suavemente. Mesmo através da sua blusa, Jasper pôde sentir o calor do contato, não pôde resistir se não querer mais. Por isso, alongou sua corrida, se movimentando em círculos sutilmente, sem que ela percebesse, pois ele já havia encontrado um local perfeito para pararem dois minutos antes, mas não queria afastá-la de imediato.

Ansioso que ela fosse estranhar a demora— embora ela não desse o mínimo sinal de estar incomodada— ele desacelerou ao pé de uma arvore e esperou até que a garota notasse que a viagem havia acabado. Ela estava tensa, presa à ele com firmeza por conta do medo de cair no meio do caminho então demorou para se soltar, talvez também houvesse o motivo de ela não querer se afastar. Jasper fingiu não notar a relutância da morena quando soltou a mão dela para tomarem uma distância segura.

Ela olhou para cima, a copa da arvore, e bufou.

— Vai ser vacilo da sua parte me fazer escalar isso sozinha— apontou, Jasper abriu um sorriso malicioso e, agindo com certa infantilidade, pulou a metros do chão no galho mais firme que encontrou, deixando a garota sozinha no pé da arvore, o encarando indignada— Jasper!— ela censurou, revoltada, ele deu uma risadinha, adorava ouví-la o chamando. Ela cruzou os braços, mais infantil ainda, e se sentou no chão com a cara amarrada olhando para cima.

— Vamos, macaquinha— zombou ele— eu sei que consegue— incentivou. Beatrice revirou os olhos e desviou o rosto o ignorando. Jasper riu, contente e ansioso por irrita-la mais um pouco. Olhou ao redor e busca de algo para provocar a ira da garota. Arrancou um pedaço da casca de arvore, quebrando-a em pedaços pequenos e começou a jogá-los nos cabelos selvagens da morena. Ela franziu a testa o fulminando com o olhar. O sorriso dele se alargou e ele continuou a jogar pedaços de madeira na garota, ao passo que ela sacudia o cabelo para se livrar deles— Vai, Tris, fale comigo, você prometeu.

— Não prometi nada— resmungou.

— Não faz assim— ele riu se ajeitando nos galhos para se prender pelas pernas, de ponta cabeça. Ela sorriu de canto com o truque, mas logo se concentrou em manter a cara de emburrada— Tris— Jasper chamou, repetidamente, ainda jogando mais e mais cascas de árvore na direção dela, errando algumas de propósito— Eu posso fazer isso o dia todo— ele falou. Beatrice deu de ombros o encarando como se o desafiasse, ele cerrou os olhos— aposto que você não aguenta tanto tempo.

— Me ajude a subir que eu te conto o que quiser— ela sugeriu, um pouco impaciente. Jasper deu um "cessar fogo" soltando os braços, se balançando distraidamente.

— Não... ainda não sou sua mula— falou, mostrando a língua para a morena que se fez de ofendida levando a mão ao peito.

— Eu acho que não te treinei direito— ela riu quando ele revirou os olhos, Jasper notou um movimento perto da mão da garota e então a encarou com um sorrisinho malicioso.

— Está bem, senhorita domadora de animais, por que não doma esta aranha aí?— apontou com o queixo. Beatrice, desacreditada olhou na direção se deparando com o ser de oito pernas gordo e asqueroso. Ela gritou e se levantou com pressa, correndo para a direção oposta de onde Jasper estava. Enojada, se debateu na intenção de livrar de qualquer coisa que pudesse ter subido no seu corpo. Jasper ria enquanto ela se abraçava fazendo cara de choro, os olhos grudados na aranha enorme.

— Jasper— ela chamou num gemido— Eu odeio aranhas!— choramingou, sacudindo de novo o cabelo, assustando-se com os pedaços de casca de árvore que ainda estavam no mesmo.

— Bom, isso responde a uma curiosidade— concluiu ele. Para se exibir, deu uma cambalhota maestral no ar ao para descer da árvore, esmagando a aranha com seus pés, de graça, se curvou para Beatrice, como quem havia acabado de dar um show e esperava por aplausos.

A garota ainda não se moveu, olhando como uma paranoica para todos os lados em busca de outra aranha aterrorizante. Jasper a observou com divertimento.

— Então não gosta de aranhas, é?— perguntou, saindo de cima do corpo que restara do animal, Beatrice contorceu a cara em nojo.

— Odeio, desprezo, enojo, quero que todas morram e evaporem— ela disse depressa, se remexendo— O que você está fazendo?— olhou para Jaspe enfim, o loiro erguia o corpo estraçalhado do bicho sem vida e estendia-o na direção da morena que deu um gritinho agoniado, levantando os braços para se defender. O sorriso de Jasper se tornou maléfico— Não...— ela balançou a cabeça— Jasper, por favor...

— Não está ouvindo, Tris? Ela quer se desculpar por ter te assustado— ele provocou, dando um passo na direção da garota que recuou três.

— Para, Jasper!— ela pediu, agoniada. Ele riu e correu atrás dela numa velocidade que ela poderia competir e escapar. Ela não perdeu a oportunidade.

— Façam as pazes, Tris!— ele gritou atrás da garota— Só assim ela encontrará paz.

— Que se foda ela!— Beatrice gritou de volta, acelerando o passo— Que queime no inferno!

— Não seja rude— Jasper censurou segurando a risada— Ela não quis dizer isso— fingiu consolar a aranha morta. Disfarçou a careta, também não era seu ser vivo favorito.

— EU QUIS SIM!— Beatrice gritou. Jasper riu e disparou na frente dela. Beatrice freou de repente ao ver o garoto praticamente se materializar na sua frente, e, sem controle, tropeçou nos próprios pés caindo nos braços do loiro. Consequentemente, Jasper a agarrou, e acabou encostando o corpo morto da aranha no braço da garota, ela desviou o rosto cheia de repulsa, havia sentido o contato e não queria olhar para conferir— Tira isso perto de mim, tira, tira, tira!— ela pediu, batendo o pé, fechou os olhos com força abraçando a cintura de Jasper e escondendo o rosto no peitoral do garoto. Ele congelou por um momento, surpreso que a primeira reação dela tenha sido se envolver mais com ele ao invés de voltar a correr. Ele se livrou da aranha, e ainda assim Beatrice não o soltou, ainda nervosa e com nojo do que poderia ter restado no cotovelo do seu casaco, qualquer resquício que fosse do ser que mais odiava.

— Pronto, pronto— ele passou uma mão no cabelo dela enquanto a outra permanecia tensa e imóvel ao lado do corpo. Não sabia se a consolava ou pedia desculpas. Logo se desesperou por causa do cheiro dela— Passou, querida, já me livrei dela— ele disse, tentando se manter calmo e engolindo o próprio veneno que enchera sua boca.

— Eu odeio aranhas— ela repetiu, o mesmo choramingo. Jasper riu, tenso.

— Está anotado— garantiu. Beatrice suavizou o abraço, se sentindo envergonhada pelo surto que teve na frente do loiro. Suas mãos escorregam pelo quadril dele e ela deu um passo de distância para que ele pudesse se manter racional. Beatrice levou as mãos ao pescoço e Jasper fez outra nota mental que ela fazia isso quando estava tímida ou desconfortável— Me desculpe— ele pediu, mas no fundo não lamentava por causa do resultado, o abraço estranho que compartilharam no final.

— Eu devia matar você— ela se sacudiu para livrar a mente do sentimento de que seu corpo estava sendo escalado por mil aranhas. Ele, se sentindo culpado, a livrou do medo com seus dons. Ela logo se acalmou. Ele esticou o braço para tirar mais um pedaço de casca de arvore do cabelo dela, se demorando um pouco ao descer os dedos pelos fios, apenas para sentir a textura.

— Tem medo de uma aranha qualquer, mas não tem medo de mim— ele observou, franzindo a testa, controlou o sorriso ao ver as pupilas dela se dilatando. Adorava quando isso acontecia, sentia que poderia olhar essa mudança mil e uma vezes. Nunca enjoaria— Eu não entendo— murmurou deixando o braço cair.

— Você pode não estar planejando dominar o mundo, mas aquela desgraçada está— ela não resistiu em fazer a piada, seu peito encheu quando Jasper riu.

— Seria um governo de terror para você— comentou ele.

— Essa foi a curiosidade número um sobre Beatrice Swan— ela resmungou cruzando os braços. Jasper sorriu.

— Beatrice Antonella Swan— ele falou como se a estivesse corrigindo, Beatrice o olhou torto.

— Não gosto de Antonella— falou o nome com desprezo, Jasper riu— Como ficou sabendo do meu sobrenome?

— Dei uma espiadinha na chamada. Não entendo como pode não gostar, é um nome bonito— ela fez careta de horror.

— Você está louco então, é péssimo!

— Você que é chata, Tris— ele riu quando ela o olhou incrédula levando a mão ao peito— Seu nome tem um significado que... é justo para você, na verdade.

— Qual?— ela quis saber, agora curiosa, nunca tinha procurado por isso. Jasper deu um sorrisinho e desviou o rosto.

— Não... não acho que você precisa saber— ele gesticulou.

— Não dificulte as coisas, Jasper— Beatrice bufou, impaciente.

— Sabia que meu nome significa tesoureiro?— ele disse, fazendo-se de distraído— Tem algo haver com seu, Antonella. O que eu pessoalmente acho muito irônico.

— Vamos, Jazz, me fale!— ela insistiu pegando a mão dele. Ele sorriu docemente.

— Vamos— ele a puxou para si, com facilidade a colocando nas costas— Vou te levar ao topo.

— Você é insuportável— ela resmungou. Jasper apenas sorria, ela sabia que ele não abriria mais a boca sobre aquele assunto.

Mas logo descobriria, ela era o tesouro de valor inestimável que ele sempre cuidaria.






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