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História BEA, Jasper Hale - Mother


Escrita por: bellacruellax

Capítulo 89 - Mother


Mãe


Narradora


O retorno para casa é um tanto quanto frustrante. Como se eles estivessem nas nuvens e de repente perdessem a capacidade de voar. A queda é drástica. Tem muita gente esperando eles, o casal odeia profundamente ter que aturar tamanha responsabilidade dado que eles estão nessa situação por culpa de outros, mas fazer o que, não é mesmo?

— Só temos um dia— Benjamin os recebe assim, Jasper se incomoda sentindo o nervosismo de todos, é sufocante. Beatrice olha ao redor.

— Vamos treinar enquanto der— fala tentando não soar insegura, já imagina parte de seu mini exército se separando, mas ninguém faz menção de ir embora. Pelo menos no primeiro momento, ela pensa, se recusando a ter esperança.

— Tivemos uma ideia que pode te incentivar a... levar mais a sério o compartilhamento do escudo, mas você não vai gostar— Kate fala olhando para Benjamin e Zafrina, cautelosa. Beatrice e Jasper também trocam olhares, confusos.

— E seria?— Jasper incentiva a loira a continuar. O trio o encara com pesar, Kate suspira, aponta para ele e então para ela mesma, Beatrice levanta a sobrancelha não gostando nada do que entendeu. Jasper leva um minuto para entender— Ah— ele faz careta de dor adiantada.

— E isso é o que eu estou pensando?— Beatrice solta a mão de Jasper para agarrar seu cotovelo e o puxar para trás de si— Ele não. Não.

— E quem mais seria?— Zafrina pergunta, é novidade ver os três em concordância.

— Quem mais te invocaria o instinto de proteção de todos aqui?— Benjamin aponta o redor. Os burburinhos começam, "ela deve fazer isso" eles dizem, claro que eles querem que ela se foda, a merda não vai chegar até eles, ela se irrita fechando a cara que já nem era tão amigável.

— Tris..— Jasper chama, a ideia tampouco o agrada, mas ele vê sentido.

— Não. Ninguém vai te machucar— ela sibila entre dentes recuando com ele completamente na defensiva.

— Eu vou ficar bem— Jasper faz ela parar de andar, Beatrice balança a cabeça, um rosnado sobe pela garganta quando Kate dá um passo na sua direção, a loira rapidamente volta para trás. Isso é uma das coisas mais inaceitáveis da situação toda. Todo o propósito dela estar treinando é exatamente para que em momento algum Jasper seja ferido.

— Eu odeio admitir, mas Benjamin está certo— Kate diz erguendo as mãos— Não é bom se ligar às emoções, mas a raiva é um excelente gatilho. Estamos sem tempo, Beatrice.

— Outra pessoa, outra!— Beatrice diz.

— Um dos cachorros? Carlisle poderia...

— Eles são só crianças!— o céu se escurece rapidamente— Não ouse chegar nem perto deles! Eu juro por Deus que eu mato você!

— Antonella— Jasper segura o ombro dela, voltando a garota para si— Vai ficar tudo bem comigo.

— Vai ser culpa minha se eu não conseguir te proteger! Ninguém deve te machucar! Você não... Eu não..— ela perde as palavras de tanta raiva que sente, Jasper segura o rosto dela com as duas mãos.

— Nunca foi, nem será culpa sua. A gente tem que fazer isso, querida— ele fala sério, sabe que vão encarar algo difícil em breve.

— Isso vai me deixar louca— ela resmunga, Jasper sorri, beija suas bochechas e a solta.

— Só tente não matar Kate— ele fala indo em direção a loira.

— Eu ficaria muito grata— Kate sorri arregaçando as mangas de Jasper. Beatrice respira fundo, se controla aos poucos, encara apenas Jasper. Ela só tem um dia para aprender a expandir seu escudo.

— Como eu faço isso?


Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ


Horas tensas exigem muito de Jasper e sua capacidade de aguentar a dor sem deixar escapar nenhum gemido, mas a determinação de Beatrice cresce como um tsunami e depois Jasper nem reage mais aos toques eletrizantes de Kate, tampouco a manipulação de Zafrina. A gratidão e o alívio do loiro são enormes, a tortura não é tão excitante quanto ele gosta de brincar.


— Força total— Kate diz mais uma vez, apertando o antebraço de Jasper, ele nem muda a feição. Os outros vampiros estão claramente muito surpresos com a facilidade de Beatrice em se controlar, só deixa Jasper mais orgulhoso.


— Ela aprende o que ela quiser bem rápido— ele diz, soa como se estivesse se gabando— Eu não sinto nada, Kate.


— E também não vê nada, suponho— Zafrina sorri, não que seu dom sendo barrado a alegre tanto, mas isso significa que Beatrice poderá proteger mais gente além dela mesma e de Jasper.


Beatrice sente-se borbulhando para dentro, puro êxtase que mal demonstra, mas por trás dos sorrisos calmos, ela está ansiosa para dar pulinhos e abraçar Jasper com alegria. Ninguém vai a superar! Com a exibição, ela é elogiada pelos outros, ganha tapinhas nas costas de parabéns.


Um dom não se ligava a outro, ela nota, não era tão difícil mas não quer dizer que seja simples. Fazer os céus protestarem era algo natural, ligado a sua raiva, ela sentia isso como se fosse sua alma, a ligação era absurda. A água, a eletricidade, era fácil de controlar, moldar. Agora o escudo? Exigia mais de seu pensamento, é mesmo necessário visualizar e ainda há a sensação estranha de que sua pele está se esticando. Ela estava literalmente dando um pouco de si para proteger Jasper. Tentou então com Jasper e Peter, conversou com Charlotte enquanto fazia com que Zafrina não mexesse com a cabeça da garota de olhos vermelhos e desconfiados.


A chegada de Charlotte foi bem discreta, como ela preferia, mas por ser amiga de Jasper acabou sobrando para ela um pouco da luz de holofote que ela tanto odeia. A garota não demonstrou isso, é claro, por educação e já que seu namorado estava tão afim de ajudar Beatrice, ela acabou sendo mais uma protegida da Swan ajudando a confiança a ser instaurada e, com mais treino, logo foi visto como Beatrice poderia proteger cada um deles ali. Beatrice foi adorada com uma salva de palmas, ela e Benjamin fizeram um show se exibindo com água da chuva que ela fez acontecer no fim da tarde.


— Beatrice, minha querida, posso falar com você um momento?— o chamado em meio a comemoração suave — que deu a todos um pouco mais de confiança — surpreende Beatrice. Ela gira nos calcanhares e se depara com Esme, as roupas elegantes e cinzas encharcadas pela chuva, a mais velha parece envergonhada. Beatrice hesita já pensando do que se trataria essa conversa, ela realmente não quer mais discutir isso.


— Hã, claro— ela sorri timidamente, procura por Jasper, o encontrando mais para trás, apoiado no melhor amigo a olhando com cautela e curiosidade. Esme nunca foi de se impor em assuntos sérios para valer, esse era o único aspecto de mãe que lhe faltava, ela sempre deixava para Carlisle cuidar das lições de moral dos filhos e também para que ele expressasse o que ela queria falar. O uivo dos lobos rompe pela floresta. Era esperado, eles estarem chamando, Jasper iria com Emmett, Alice e seus dois amigos para que eles discutissem como o dia seguinte seria. Como e quando os lobos poderiam entrar em cena para que eles não interrompessem a visão da vidente em nenhum momento vital.


Os lobos estão assustados, mas são valentes e andaram treinando entre si com o que tinham observado com Jasper na clareira. Eles vão ficar ansiosos se nos atrasarmos, Emmett diz quando o único ansioso é ele mesmo. Jasper corre para perto de Beatrice e beija a cabeça da esposa.


— Já volto— ele promete, hesita antes de se afastar e acaba cedendo a vontade de abraçar a sua mãe— Vamos caçar logo, logo! Se preparem— ele avisa as duas, precisam estar fortes.


Esme e Beatrice seguem o loiro com o olhar e só fazem menção de se afastar dos outros quando o perdem de vista. Esme vai na frente guiando sem rumo, as duas andam em silêncio, não fazem questão de preenchê-lo. 


— A noite está gostosa— Esme murmura depois de um longo tempo.


— Sim, está— Beatrice concorda, ainda nem escureceu. São o que, seis horas? 


— Jasper alguma vez já te contou minha história, Beatrice?— Esme pergunta parando de andar, ela continua de costas para Beatrice e contorce os cabelos com as mãos encarando o chão. 


— Na verdade, não... Nenhum de nós fala muito da família— Beatrice cruza os braços se encostando na árvore mais próxima de si.


— Compreensível— Esme esfrega as mãos tentando escolher as palavras com cuidado— Bom... a minha história não é tão feliz quanto a de qualquer um de nós— ela dá de ombros— Eu fui casada, sabia? Antes de Carlisle... Eu tive uma família, mas não deu certo— a mulher fala, a voz é frágil como tudo nela. Esme dava uma sensação estranha a Beatrice de proteção. Ela quer protegê-la como uma filha protege a mãe.


Beatrice não vê nada de sua mãe em Esme. Ela tem inveja de não ter tido essa mãe no passado, uma carinhosa e que mostra que se importa, mas ela logo pensa como a vida de Esme é limitada a casa e seus filhos e isso a bota num conflito. A alma de sua mãe é livre, ela precisa de espaço. Beatrice puxou bem a Renée nesse quesito, como poderia tirar a liberdade dela assim? É um assunto complicado e que ela jamais resolveria, então Beatrice arquivou o caso, jogou no fundo da gaveta mental e o esqueceu lá.


— Eu tinha um marido, mas o perdi para uma enfermidade, entrei em depressão e isso matou também o filho que eu estava gerando a tantos meses— Esme leva a mão ao ventre como se ainda pudesse sentir o feto se mechendo dentro de si e sorri com tristeza— Eu tentei me matar. Pulei de um penhasco para acabar com a dor inigualável que é a de perder um filho... Mas Deus viu como ainda não era meu tempo e mandou Carlisle como meu anjo para me salvar. Ele me deu uma segunda chance e eu fiquei tão grata que me apaixonei— ela se volta para Beatrice, os olhos dourados cintilam pedintes— Segundas chances não acontecem o tempo todo. É algo que você dá, algo que foi recebe, mas ainda precisa ter disposição para fazer isso. A maior parte das vezes... força.


Beatrice encara o chão, sem respirar. Está cansada de ouvir isso, todos tem algo para pedir dela, mas sabe que não tem como lugar contra uma família desesperada pela proteção de seu primogênito.


— Carlisle se tornou meu novo amor, Edward se tornou meu filho. Por tanto tempo, foi apenas nós três. Mas ainda havia mais amor para dar e minha família cresceu. Você faz parte dela agora.


— Esme, por favor...— não me implore, Beatrice não consegue completar.


— Eu sei, eu sei— Esme se aproxima da mais nova e pega as mãos dela— A sua cicatriz é nova. Vai demorar para sarar e eu sei que você já tem muito nas suas costas, criança, mas eu preciso te pedir mais esse favor. Sei que deu sua palavra. Se Jasper confia, eu confio, mas eu preciso tirar isso do meu peito... Eu não te peço que perdoe meu filho Edward, mas peço para que o dê uma segunda chance— Beatrice não quer ouvir isso. De novo e de novo. É como se sua dor valesse tão pouco. Ela está se esgotando— Meu filho está passando por uma... alguma coisa de lavagem cerebral, duvido que ele saiba quem é, ou o que fez!— Esme leva a mão ao rosto de Beatrice, quer obrigar a mais nova a encará-la e pode ver na cara de Beatrice o quanto aquilo a está doendo— Como uma mãe e uma amiga, eu peço que você fique longe de Edward— ela implora, nervosa e trêmula— Porque meu filho vai voltar para casa, eu vou ter Edward de volta e preciso que você... se afaste— ela completa, suas mãos liberam Beatrice, sua voz diminuiu ainda mais nas últimas palavras— Eu sinto muito, Beatrice, mas eu preciso que você fique longe quando tudo acabar.



Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ


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