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História Addictive Life - Bechloe - Capitulo 18 Em Uma Imensidão


Escrita por: itsbechloe

Notas do Autor


Esse capitulo antecede muitas emoções, vulgo muito BECHLOE ♥

Capítulo 18 - Capitulo 18 Em Uma Imensidão


Sonhos, os mesmos de sempre. Conforto, o melhor que já tive. O cheiro, nunca senti nada tão convidativo. Quando acordei na manhã seguinte os lençóis enrolavam-se em meu corpo e a luz fraca batia em meu rosto. Meus pensamentos giraram logo cedo e a voz de Chloe soou ao fundo, mas era distante.

            — Cancele tudo – disse rígida.

Abri os olhos e direcionei-os a longa sacada de vidros transparentes. Chloe se posicionava de costas para mim com o celular colado no ouvido.

            — Não discuta, isso é uma ordem – disse autoritária – remarque tudo para o mais longe possível, aguardarei sua resposta.

Quando ela desligou o celular, observei-a colocar as mãos na cabeça e olhar o horizonte muito pensativa. Conheci ali outra Chloe, a que lidava com uma empresa multimilionária, a autoritária e respeitada. Outra façanha da parte dela, cada dia descobria algo novo do seu ser peculiar e enigmático.

            — Está preocupada – falei com a voz rouca olhando seu perfil de costas – por minha culpa, não é?

Ao escutar minha voz ela se assustou um pouco virando rápido em minha direção. Lançou-me um sorriso terno e caminhou até mim.

            — Percebi que você é cabeça dura – sorriu sentando-se na ponta da cama – mal acordou e já pensa besteiras. Não disse para não se preocupar com nada?

Seu sorriso, me olhando pela manhã, parecia mais intenso que nunca. Como me preocupar com a alegria em pessoa a minha frente?

            — Está certo – disse abaixando a cabeça – comecemos de novo!

            — Bom Dia – sorriu flexionando em minha direção depositando um beijo na minha bochecha.

Sua capacidade de me fazer sorrir era devastadora. Suas atitudes e gestos eram aplicados sempre na hora e momento certo.

            — Bom Dia Chloe – falei olhando-a.

            — Não me chame de Chloe, me sinto uma velha! – brincou fazendo-me sorrir.

            — Ok ruiva – enfatizei o novo apelido – O que te fez cancelar seus compromissos em plena quinta-feira?

Percebi que entrei novamente naquele assunto, foi sem intenção, mas minha mente precisava de uma resposta. Relevando isso, Chloe arqueou uma sobrancelha com uma expressão estranha.

            — Teimosa! – falou – Tenho algo mais importante para hoje, um compromisso com você.

            — Compromisso? Comigo? – espantei-me.

            — Exato! – levantou-se – Vamos trocar seus curativos e tomar um bom café. Precisaremos de energia – sorriu.

            — O que você está tramando? – perguntei sem entender.

            — É uma surpresa e não quero ouvir nenhuma reclamação! Já está decidido que você vai aceitar – falou convicta.

A entonação em sua voz era cativante. Sorria em meio às palavras mostrando os dentes perfeitos e me deixando cada vez mais convencida que mesmo se eu não quisesse aceitar seu convite iria arrastada. Afinal de contas o que iria fazer se saísse dali novamente? Não poderia voltar para boate sem uma boa desculpa do contrário estaria mais ferrada do que já estava.

            — Eu não mencionei nenhuma palavra negativa – entrei em sua brincadeira.

            — Só receio que terá que usar roupas mais adequadas – sorriu olhando-me com sua camisa – Não seria agradável você sair na rua assim!

Por mais sensata e gentil que soaram suas palavras, senti meu rosto corar.

            — Não queria sua camisa mesmo – brinquei para livrar-me do carma – Ela não é nem um pouco confortável.

            — É muito bom saber disso, pelo menos não precisarei dividi-la com você!

Sorrimos uma a outra ao mesmo tempo conservando o olhar por longos segundos. Em seguida, sem Chloe por perto, troquei de roupa e ajeitei a juba que estava meu cabelo. As mãos machucadas dificultavam cada ato que tentava fazer, de escovar os dentes ou arrumar a cama. Quando ela voltou ao quarto para trocar o curativo manchado por bolas de sangue, seus cabelos estavam penteados para trás em um coque desajeitado, dando a impressão que tomara banho. Sem falar muito substituímos as ataduras e ela me levou para tomar café. Sem muita fome evitei as cerimônias e terminei rápido. Quando me dei conta do tempo, entravamos no elevador rumo ao estacionamento.

            — Você não tem vizinhos? – perguntei curiosa vendo os poucos carros estacionados.

            — Não, nenhum na verdade – me surpreendeu – Projetei esse prédio para ter alguns no começo, mas preferi manter a cobertura apenas.

            — E os outros apartamentos – perguntei curiosa – quer dizer, tem outros não é?

            — Tem sim, aliás Aubrey ocupa o andar de baixo, mas ela está mais viajando do que em casa – riu – E os outros preferi mantê-los vazios até.... bom, quem sabe.

Decidi não questionar isso, afinal não era da minha conta. Seguimos até o carro e Chlo deu a partida pegando estrada sabe-se lá pra onde. Não discutiria aquilo apesar de estar invocada com o mistério. Pensei em várias possibilidades e a maioria era ruim. A boate, o hospital, a policia e até a casa de Luke. Quando o medo começava a se apossar de mim o carro parou frente a um cais. Chlo desceu do carro abrindo a porta pra mim. Sai ainda mais desconfiada.

            — Porque viemos aqui? – perguntei olhando as fileiras de lanchas.

            — Gosta de barcos? – sorriu guiando-me até eles.

            — Você não está...

            — Sim estou – cortou-me – vamos passear em alto mar.

Certo, Chloe só poderia estar maluca. Tanto problema que eu tinha pra resolver ela decide me levar em um passeio de barco? Ela tinha problemas só podia ser isso.

            — Bom dia Sra. Beale – cumprimentou-nos um homem – Sua lancha está pronta como pediu.

            — Obrigado Henrique, esta é Beca! – apresentou-nos – fez tudo que eu pedi?

            — Tudo sim, como a senhora pediu.

Com um aceno de cabeça Chloe puxou-me para uma lancha pouco mais a frente. Não preciso descrever como meus olhos arregalaram-se tamanha a surpresa em ver aquilo boiando, era simplesmente incrível. Chloe pulou pra dentro e virou-se pra mim esperando que entrasse.

            — Você não vem? – despertou-me.

            — Você tem um barco? – perguntei.

            — É uma lancha na verdade – sorriu.

Pra mim dava na mesma, estando sobre a água era um barco. O que me impressionava era ela ter um só dela. Beca, ela é podre de rica!

            — Quem é o motorista?

            — A capitã? Sou eu mesma!

O que? Ainda por cima ela sabia pilotar?

            — Não vou entrar nisso – cruzei os braços olhando-a indignada – E se afundar?

Chloe caiu na risada olhando-me pasma com meu medo. Era idiota eu sei, mas tinha receio só em pular pra dentro no pequeno espaço, imagine lá dentro, não sabia nadar definitivamente.

            — Não afundara confie em mim – arqueou uma sobrancelha de leve.

Ela já descobriu o jeito de me convencer, bastava soltar as palavras certas e lançar-me aquele olhar onde podia sentir todas as outras coisas se dissiparem. Não entendia esse efeito que ela causava sobre mim, mas algo existia.

            — Venha sem medo – estendeu os braços pra que eu pulasse pra dentro da enorme lancha.

Pensei um pouco antes de dar um passo a frente e cair em seus braços. Chloe me girou sem esforço me colocando pra dentro, o movimento causou uma aproximação desnecessária entre nós. Olhei-a sem graça afastando meu corpo para trás.

            — Espero que você saiba pilotar isso mesmo – quebrei o clima que havia ficado.

            — Sou a melhor capitã que existe – brincou – Fazia muito isso com meus pais.

Deixei-a ir até os comandos para ligar a lancha, enquanto isso entrei pelos cômodos e analisei cada canto. Parecia uma casa flutuante sobre o mar. Havia uma sala, vi um quarto e uma cozinha, tinha até um banheiro com hidromassagem ali. Espantei-me com tanto luxo em um simples barco. Quando sai ao ar livre percebi que já tínhamos caminhado mar adentro deixando o cais para trás. O vento começou a golpear meus cabelos trazendo a maresia em meu rosto. A sensação foi tão boa que me esqueci onde estava ou que tinha problemas fora dali. Resolvi aproveitar o enriquecimento que a natureza estava me dando. Caminhei alguns metros e vi Chloe em uma pequena sala com vários comandos a sua frente segurando um enorme volante.

            — Já viu tudo? – perguntou sentindo minha presença.

            — Quase me perdi de tão grande que é!

            — Está se sentindo bem? – perguntou sem tirar os olhos do enorme painel.

            — Se pensou que estaria vomitando por algum canto enjoada vai precisar mais que isso.

            — A maioria das pessoas faz isso – riu.

Me aproximei dela curiosa com o monte de botões que tinha ali. Comecei a perguntar o que cada um fazia e Chloe me respondeu com paciência a função de cada um. Está ai mais uma descoberta da sua personalidade. Percebi o quanto ela estava entretida em me explicar cada canto daquela sala, compreendi que ela gostava disso e que aquilo era um hobby para ela.

            — Depois dessa aula você já pode comandar se quiser.

            — Muito obrigada, mas prefiro só olhar.

            — Deixa de ser medrosa, é mais fácil que bicicleta – afastou-se um pouco do volante indicando que eu o pegasse.

            — O medo não tem a ver com isso, e eu odiava andar de bicicleta sempre caia – falei fazendo Chloe rir.

            — Venha Beca é fácil e além do mais só iremos afundar se você bater em um iceberg – brincou.

            — Claro, assim congelamos na água como Titanic, se antes não me afogar!

            — Você está com medo!

            — Não é medo

            — Porque não tenta então?

Porque estava com medo, mas não iria confessar isso a ela, não mesmo.

            — Você é insistente – disse sem mais o que argumentar.

Chloe indicou o volante mais uma vez, bati o pé olhando a extensão do mar com receio. Não tinha nada ali afinal, que custava tentar? Me aproximei dela parando ao seu lado olhando fixa a roda de alumínio.

            — Coloque as mãos aqui – indicou levando minhas mãos em que antes estavam as suas – não precisa fazer força alguma.

Tentando me ensinar os movimentos certos, Chloe acabou encaixando-se atrás de mim com suas mãos sobre as minhas dando-me auxilio. Sentia sua respiração bater meu rosto e seu queixo deslizar em meus cabelos, seu corpo praticamente colado ao meu. Ignorando este fato tentei concentrar-me em olhar pra frente relaxando os ombros.

            — Até que é fácil – disse virando um pouco o mastro.

            — Viu? Podemos aumentar a velocidade!

Falando isso ela esticou a mão para um controle puxando-o para frente, senti a força dos motores aumentando nossa velocidade e a pressão do objeto em minhas mãos crescer um pouco.

            — Estamos quase chegando ao nosso destino – disse em seguida voltando a colocar suas mãos sobre as minhas de leve.

            — Mal saímos!

            — Você está pisando sobre muita potencia! – me olhou por trás no momento que virei-me para olhá-la também.

Perto demais eu diria, perigoso demais e aquilo não era bom. Mirei seu rosto tão próximo do meu sentindo o aroma de sua boca. Seus olhos miraram fixos os meus enquanto seu corpo colava-se ao meu com carinho. A pressão de seu peito em minhas costas confortou-se de um jeito tão traiçoeiro que me dava vontade de virar e afundar a cabeça em seu pescoço pra nunca mais sair dali. Era surreal as sensações que ela me dava com um pequeno gesto, com um simples olhar.

            — Espero que tenha água pra onde vamos – desviei de seu olhar antes que fizesse uma besteira.

Chloe me olhou por mais alguns segundos e voltou olhar a frente.

            — Tem muita sim, não se preocupe – percebi que ela sorria.

Seu corpo continuou grudado ao meu e não tive forças pra sair daquele aconchego, Chloe não fez menção de soltar minhas mãos tão pouco. Depois de mais um tempo andando sobre as águas do mar ela finalmente parou o barco.


Notas Finais


Obrigada por comentarem meninas ♥


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