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História Adeus... Bakugou-kun - A traidora


Escrita por: Mileninha_Fics

Notas do Autor


Boa noite!!
Mais notas ao final do capítulo~
Aproveitem a leitura!

Capítulo 1 - A traidora


“Não há mais necessidade de seus serviços na U.A., a ordem é que você volte e junte-se a nós.”

A voz fria soou na mente da jovem futura-heroína, enquanto ela fechava os olhos e permitia que o vento brincasse com seu cabelo castanho, encobrindo seu rosto. Parada sobre os destroços que anteriormente formavam uma boa parte da cidade, Ochako cerrou ambos punhos, sentindo o corpo tremer, tanto pela dor de seus ferimentos, quanto pela angústia das palavras que ouviu somente em sua cabeça. Ela não podia voltar... Não agora.

– Uraraka! Encontrou alguém!? – uma voz aflita gritou, chamando sua atenção.

– ... – mordendo o lábio inferior, a garota conteve-se e respirou fundo, antes de virar-se para a direção da outra pessoa com as sobrancelhas cerradas em preocupação. – Ainda não! Vou continuar procurando por aqui.

– Eu vou te ajudar.

A estudante assentiu e então voltou-se para os escombros, ignorando sua perna lesionada, enquanto começava a mover-se exasperadamente por entre os prédios e casas destruídas. Tocando cada pedaço de concreto que alcançava, Ochako ofegava com cansaço, sentindo o estômago revirar-se em desconforto pelo fato dela ter abusado muito de seu poder naquele dia. Seus olhos estavam começando a ficarem pesados, e seus machucados a torturavam sem pena, apenas alimentando sua vontade de cair, mas... Oh, céus! Ela não podia ficar inconsciente agora. Agora não! Afinal, seus amigos estavam ali... Ele estava ali! Em algum lugar daquele inferno de cenário, precisando de ajuda, precisando de socorro. Ela não podia abandoná-los!

“Uraraka Ochako... Você tem ordens para voltar!”

Novamente, a voz ecoou, levando-a pressionar os lábios enquanto liberava os destroços de seu poder, fazendo-os caírem contra o chão. Balançando a cabeça e ignorando as palavras inoportunas, a jovem passou as costas de uma das mãos sobre os olhos, enxugando-os das finas lágrimas que insistiam em escapar antes de dar continuidade a sua missão, buscando por cada brecha e atentando-se a cada movimento. Ela precisava encontrá-lo!

– Argh...!

Um gemido baixo repentinamente soou, o que a fez arregalar os olhos e correr até o local de onde ele parecia vir, somente para debruçar-se sobre o concreto em seguida.

– Há alguém aí? Consegue me responder? – ela perguntou, tentando manter a calma sem muito sucesso. No entanto, não teve nenhum retorno. Sabendo que certamente ali poderia haver uma pessoa, Uraraka levantou-se, tocando as rochas e fazendo-as flutuar, apenas para encontrar uma figura de madeixas esverdeadas caído por entre os pedaços de entulho. Seu ar pareceu sumir. – DEKU!

Ela gritou e, assim que tirou o escombro do caminho e garantiu a segurança para sua ação, pulou no buraco onde seu amigo estava, amparando-o. Com diversas tentativas, mas ainda cautela, ela chamou por seu nome, verificando a gravidade de seus ferimentos enquanto pedia ajuda em alto e bom som, esperando que outras pessoas a ouvissem. Minutos de angústia depois, Midoriya enfim abriu os olhos, murmurando meias palavras e suspiros esforçados, ficando tenuemente consciente; Ochako, então, não conteve algumas lágrimas de alívio e sorriu fraco, segurando-se para não abraçar o garoto devido ao seu corpo lesionado. A assistência não demorou-se a chegar depois disso e Izuku foi retirado daquele lugar com a ajuda de paramédicos e heróis especializados em resgate. A jovem até foi aconselhada a descansar e deixar o resto do trabalho para os profissionais, mas...

– Eu estou bem. Eu posso continuar!

Ela ainda não havia o encontrado...

Teimosamente, ela lutou contra os argumentos que lhe eram dados e levantou-se, saindo do buraco para voltar a estar acima do terreno destruído, apenas para prosseguir com sua busca. Enquanto caminhava dolorosamente, Uraraka podia ouvir vozes e gritos ao longe vindo de todos os lados, evidenciando que os reforços para o salvamento haviam chegado e, por mais que a angústia e desespero dominassem totalmente aquele cenário de devastação, ela não conseguia concentra-se em outra coisa senão no caos de seu próprio coração. Onde ele estava? Ela... Precisava encontrá-lo!

Os minutos que passaram-se mais pareciam horas, consumindo e devorando seu corpo pouco a pouco, tornando-o pesado, dolorido, fraco... Tropeçando descuidadamente contra um dos pedaços de concreto, Ochako caiu de bruços, gemendo pelo impacto e dando tudo de si para erguer-se com o apoio de seus braços, porém, ela não tinha mais as forças necessárias para isso. A frustração lhe tomou e a garota mordeu o seu lábio inferior com força, passando a lacrimejar devido ao sentimento de fracasso, ao mesmo tempo que dava tudo de si para mover-se. Mas seu corpo estava tão debilitado...

“... Caso contrário, sofrerá as consequências.”

­­­– DEIXEM-ME EM PAZ! – ela gritou em resposta, a mágoa e raiva misturadas em seu tom. Com a cabeça latejando, a jovem deitou-se contra as rochas, já não podendo mais conter as grossas lágrimas que escorriam incansavelmente por suas bochechas. Tremendo, ela encolheu-se naquela mesma posição, começando a soluçar conforme as sensações de desespero e arrependimento borbulhavam em seu peito. Ela ofegou, com exaustão. – Por favor... Deixem-me em paz...! – ela suplicou para o nada, sofrendo com a dor de seus machucados e de sua incapacidade enquanto chorava; Logo, com muito esforço, sua cabeça levantou-se com sua visão já turva. – ... Onde... Você está...?

E quase como se suas preces tivessem sido ouvidas no céu, um grito ao longe foi proferido, chamando a atenção de seus ouvidos sem que ela mal conseguisse virar o rosto.

– Bakugou! – o tom que misturava desespero e alívio aparentava pertencer a Sero, e sumiu por alguns segundos, antes de voltar a ecoar. – É Bakugou! Eu encontrei Bakugou! EI, ALGUÉM VENHA ME AJUDAR!

Ele berrou mais alto e o som da movimentação afobada o seguiu. Nas vozes – que mais pareciam sussurros devido à distância –, Ochako escutou os choros e graças de alívio, com palavras que afirmavam que o garoto estava respirando e ainda vivo; Lentamente, suas pálpebras começaram a cair e seu corpo perdeu a energia, amolecendo até que ela estivesse estirada sob os destroços e totalmente entregue ao cansaço. A última coisa que saiu de seus lábios foi um suspiro e, então, ela desmaiou.

Katsuki... Nós te encontramos!

 

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“Uraraka.”

O tom frio fez-se presente na mente da garota que, prontamente, abriu os olhos assustada, ofegando pelo arrepio que percorreu sua pele. Ainda com a visão turva, a estudante demorou um tempo para familiarizar-se com o lugar onde estava, vendo as cortinas balançando sob o azul escuro do quarto de hospital, que era iluminado apenas pela luz esbranquiçada do luar. Assim que a tontura passou, ela piscou, erguendo desconfiadamente o corpo até o momento em que notou a existência de uma sombra humana parada em frente ao seu leito. Normalmente, ela teria se desesperado ou, no mínimo, gritado, porém, a jovem sabia muito bem a quem pertencia aquela presença sombria... Para sua infelicidade.

Sentando-se, Ochako fechou os olhos e respirou fundo, abrindo-os e encarando seriamente a figura a sua frente, com os dedos agarrados ao lençol que a cobria. Ela ficou em silêncio, e aguardou.

– Você realmente é uma garota teimosa, hein? – a voz masculina zombou, mantendo-se gélida. – Perdeu o amor por seus pais ou algo do tipo?

– ... Eu não podia ir até vocês naquela hora. Iriam desconfiar. – respondeu secamente, após franzir o cenho pela indagação desagradável.

– Isso não muda o fato de que você nos desobedeceu.

– ... – ela rangeu os dentes, desviando o rosto com perturbação enquanto suas mãos apertavam mais fortemente o tecido branco. – ... Eu não...-

– Já esqueceu-se que a temos na palma da mão? – o homem encapuzado aproximou-se de maneira intimidadora. – Sabe... Um uso da minha peculiaridade aqui, e ali... E você nunca mais poderá ver seus queridos papai e mamãe. – ela estremeceu, negando-se a encará-lo quando sentiu sua respiração soprando em seu ouvido. – Eu os mandaria diretamente para o inferno!

Num arregalar súbito de olhos, Uraraka virou-se e cortou o ar com seu braço, obrigando a figura a sua frente afastar-se num impulso e dar alguns passos para trás, evitando assim o efeito da gravidade zero que poderia atingi-lo. Cerrando os olhos irritado, ele lançou um olhar sanguinário para a garota que o encarava com mesma intensidade, com as íris castanhas trêmulas e fervendo em ira e frustração.

Se quisesse, naquele mesmo instante, o homem estabeleceria uma comunicação mental com seu chefe e pediria para que ele libertasse um de seus nomus, para dar um fim cheio de sofrimento ao casal de sobrenome Uraraka, contudo, ele sabia o quão imaturo e impulsivo essa atitude seria vindo de si e, por isso, conteve-se.

Respirando fundo, o vilão deitou as pálpebras por breves segundos, antes de reabri-las, mantendo a apatia.

– Vamos embora.

– ... – ela hesitou, sem abandonar sua expressão tensa. – Mas eu acabei de acordar. Eu-

– Pouco me importa. Apenas pegue as porcarias de suas coisas e vamos. Agora. – ele deu ênfase ao final.

– Apenas deixe-me tomar um banho antes, droga! – ela esbravejou, sabendo que não deveria resistir contra as ordens novamente. – Eu...! Só deixe que eu me limpe dessa “sujeira” de hospital antes de ir...

Direcionando a atenção aos olhos alheios, que foram imediatamente desviados, o homem em questão parou por um momento, julgando-a insensivelmente e em silêncio por um segundo, para enfim suspirar em resposta. Apoiando um dos pés no peitoril da janela, ele balançou as mãos, já dando as costas.

– Você tem uma hora para fazer qualquer merda que precise fazer. Estarei no beco do outro lado da rua para te levar ao esconderijo. – disse, segurando no batente da abertura e lançando-a um último e minaz olhar. – E é melhor que não tente nenhuma gracinha, caso contrário... Eu não me responsabilizarei pelos meios que terei que usar para te levar de volta. E pode ter certeza que eu farei isso, com ou sem a sua vontade!

Em reação à ameaça, a estudante baixou a cabeça, mordiscando sua boca de forma frustrada enquanto seu peito acelerava em nervosismo: Ela sabia muito bem do quão cruel o dono daquela presença sombria podia ser, bem como também tinha ciência de tudo o que ele era capaz. Mas, o maior medo de Ochako era que, por algum motivo, o vilão decidisse atacar seus amigos e pessoas inocentes do hospital por sua culpa, como uma consequência de qualquer atitude rebelde que ela tomasse. A jovem jamais permitiria que os outros se machucassem por sua causa!

Pensando no terrível cenário que criaria caso agisse de forma egoísta, Uraraka sentiu um gosto amargo tomar sua boca, ao mesmo tempo em que suas unhas rasgavam superficialmente o lençol como uma maneira de descontar no mesmo toda angústia que lhe tomou no momento; Seus olhos encheram-se de lágrimas pelos pensamentos, porém, ela as segurou para que não caíssem, afinal... Não pretendia dar àquele desgraçado o doce gosto de vê-la chorar.

– Ah! E mais uma coisa... – a voz soou novamente, para seu desgosto. – Você está proibida de ter contato com qualquer pessoa envolvida com a U.A. ou com a polícia. – ele determinou indiferentemente, agachado em cima do peitoril da janela. – E não me faça esperar, entendeu?

Alertou e, num movimento leve, desapareceu noite à fora. A condição insinuada, apesar de nada surpreendente, acabou por ser a gota d’água para a jovem que, no mesmo momento em que ele saiu, levou ambas mãos aos olhos e inclinou-se para frente, começando a debulhar-se em lágrimas.

Então ela não poderia nem se despedir...

Os soluços duraram por alguns minutos, juntamente com mordidas e apertos firmes e dolorosos, todos recheados com inúmeros sentimentos pesados. Raiva, dor, aflição, desespero, tristeza... Traição. Desde o início, Uraraka sempre teve o receio de um dia ter que enfrentar essas sensações, sabendo muito bem em que tipo de buraco frio e obscuro ela estava entrando, porém... Não havia escolha: Era fazer isso, ou então... Ter que assistir seus pais sofrerem com a miséria. Ela jamais permitiria que eles fossem submetidos a esse tipo de vida enquanto houvesse uma maneira de ajudá-los em seu alcance; E para sua infelicidade, na época, existiu uma forma. A única... E também a pior que poderia encontrar.

Enxugando o rosto, Ochako procurou controlar-se, afinal, não tinha muito tempo. Levantou-se para deixar a cama e gemeu fraco pela pele dor que assolou seu corpo – apesar de não ser algo tão intenso a ponto de impedi-la de mover-se por aí –, e andou pelo recinto até encontrar uma bolsa de roupas que provavelmente foi deixada por uma de suas amigas – elas foram visitá-la? –, finalmente dirigindo-se ao banheiro. Lá, a jovem abandonou a camisola hospitalar e, sem demora, enfiou-se debaixo do chuveiro, optando por tomar uma ducha fria com a ideia de que isso a ajudaria a livrar-se de sua culpa, mas sem obter muito sucesso para o aumento de sua decepção. Minutos depois, o registro foi desligado e a estudante tomou posse de uma das toalhas que os funcionários deixavam disponíveis para o uso dos pacientes, secando cada parte úmida de sua pele; Quando terminou, ela vasculhou a bolsa e vestiu a primeira combinação de peças que julgou aceitável para aquele clima gélido, antes de fechá-la e agarrá-la em uma das mãos, saindo do banheiro e dirigindo-se até a janela, onde apoiou-se.

Distraindo-se com a vista noturna, Uraraka logo perdeu-se em devaneios, com a cabeça sendo iluminada pouco a pouco com as lembranças daquele fatídico dia – ou daquela tarde? Ela não tinha certeza de quanto tempo ficou desacordada... –, com a angústia voltando a tomar conta de seu peito. Recordando-se das expressões desesperadas de seus amigos e de maneira como muitos deles desapareceram sob os escombros das construções destruídas, despertando seu próprio tormento inclusive, a jovem suspirou, fechando as pálpebras enquanto perguntava-se sobre o estado deles. Será que estavam bem? Eles estariam no mesmo hospital que ela? Já haviam acordado? As famílias haviam sido avisadas? Será que algum deles...

– Não... Eu não quero pensar nisso... – ela murmurou, balançando a cabeça em negação.

Sem mais demora – e também querendo evitar que coisas negativas invadissem ainda mais sua mente –, Uraraka então subiu no peitoril da janela, olhando para baixo e descobrindo que estava a dois andares do térreo. Com um breve cálculo, ela então preparou-se mentalmente e, num ato único, lançou-se junto com a bolsa, entrando numa queda livre que logo foi interrompida por sua peculiaridade, ativada com o toque de seus dedos em seu corpo e no objeto ao seu lado. Perdendo a velocidade, a garota ficou a alguns metros do chão, desfazendo-se se seu poder para cair com desequilíbrio sobre o pátio, tropeçando em seus pés, mas conseguindo manter-se de pé, ofegando momentaneamente com o susto. Quando recuperou-se, ela abaixou e pegou as alças da bagagem, seguindo então pelo caminho que a levaria até a rua.

No entanto, durante seu trajeto, um sentimento de dureza lhe apertou o coração, tornando seus passos pesados e fazendo-a diminui-los até que enfim, estivesse parada. Questionamentos e preocupações descontroladas latejavam em sua cabeça e a fizeram hesitar, mordendo o lábio inferior enquanto arregalava levemente os olhos com as vontades contraditórias que a dominavam; Ela tinha que ir embora, mas... Ela não podia. Ela precisava ir, mas... Não conseguia. Não se sentiria tranquila enquanto não tivesse certeza da condição de seus colegas.

Um deles... Com o tempo que tinha, ainda dava tempo de verificar pelo menos um deles. Mas... Quem?

Virando-se, Ochako logo deu a volta na construção e parou perto de sua entrada, tratando de esconder a bolsa atrás de alguns arbustos antes de respirar fundo e acalmar-se, dando mais passos apressados em direção as portas automáticas e adentrar a recepção. Uma inação a fez novamente parar, mas brevemente foi ignorada enquanto decidiu seguir seu trajeto. Parando em frente ao balcão. E então ela soltou um suspiro discreto, preparando-se para chamar a atenção da recepcionista distraída.

–Hum, boa noite, com licença... – ela começou, fazendo uma pausa assim que os olhos da mulher levantaram-se para si.

– Boa noite, como posso ajudá-la?

– B-bom... – ela hesitou, ainda incerta. Pele menos uma pessoa... Ele, talvez? – Bakugou... Katsuki Bakugou, ele é... Um paciente desse hospital, certo?

– Hum... Só um minuto. – a funcionária pediu, digitando algo rapidamente e fazendo uma leitura de segundos. – Vejamos... Ele é sim! Você e alguém da família?

– A-ah, bem, não…

– Bom… Então eu sinto informar, mas ele não está liberado a ter visitas fora de hora de outras pessoas senão os familiares no momento.

– Oh, eu entendo… — ela baixou a cabeça, desanimada. — Sendo assim… Que horas posso vir vê-lo novamente?

– Os horários de visitação das 9 às 10 horas e das 15 às 16 horas, todos os dias.

– Certo, obrigada. — Uraraka fez menção de sair, mas, lembrando-se se um detalhe importante, logo voltou, virando-se para a recepcionista. — Pode me dizer qual o quarto em que ele está? Para que eu não tenha que perguntar na minha próxima visita...

– Hum, só um momento… — ela murmurou, fazendo uma breve pesquisa em seu computador. – Aqui, achei! Quarto 419, no quarto andar.

– Obrigada! — Uraraka forçou um sorriso convincente, antes se curvar-se. — Boa noite.

– Boa noite.

A funcionária devolveu o cumprimento e, então, voltou ao trabalho. E, pelo jeito, é... Seria ele mesmo.

Com isso, Ochako deixou o hospital e seguiu em direção a lateral da construção, permitindo que sua expressão facial dissolve-se em algo sério e um tanto abatido; Ela sentiu-se mal por ter mentido com suas emoções quando sorriu, ainda que soubesse o que jamais conseguiria esticar naturalmente seus lábios em sua atual situação. Era culpa e dor demais para que ela tivesse coragem de fazer isso.

Assim que parou, a garota respirou fundo e olhou para ambos lados do pátio, certificando-se de que não havia ninguém antes e levantar a cabeça e olhar para o prédio, começando a raciocinar. Quarto andar, aposento 419... Pelas minhas contas, cada andar deve ter uns trinta quartos, já que eu pousei um tanto longe da entrada e o hospital não parece ir muitos metros além daquele ponto. Sendo assim, posso deduzir que as salas de número ímpares estão do lado esquerdo do corredor – já que meu quarto era o 327, segundo o número que vi fixado atrás da porta. Então...

Ela murmurou mentalmente, antes de esticar o dedo e começar a contar pelas janelas. Um, dois, três, quatro...

– Deve ser ali.

Ela murmurou para si, imaginando que seu alvo era o recinto de número 419, considerando sua contagem. Com isso, a jovem aproximou-se mais e juntou ambas mãos, ativando sua individualidade no próprio corpo e começando a flutuar, usando do apoio nos peitoris das janelas para não correr o risco de perder o controle do caminho para qual subia.

Foram alguns segundos de espera e de um desconforto quase imperceptível no estômago, mas assim que ela alcançou o andar desejado, suas mãos agarraram prontamente um dos parapeitos, onde ela firmou-se apenas para chegar mais perto e encostar a cabeça contra o vidro parcialmente fechado. Forçando a visão com um olhar cerrado, Ochako sentiu o peito apertar quando reconheceu a figura do rapaz explosivo em seu leito: Machucado, enfaixado, entubado, inconsciente... Mas ainda vivo.

Respirando fundo, ela fechou rapidamente os olhos para preparar-se, antes de usar uma de suas mãos para empurrar a parte encostada da janela e abri-la, dando a si o espaço necessário para que pudesse entrar; E foi o que fez. Assim que ficou sob o teto do recinto, Uraraka desativou seu poder, pousando silenciosamente no chão.

Parada a alguns metros da cama hospitalar, ela continuou encarando Bakugou, com uma expressão melancólica e um tanto receosa.

As ordens a proibiram de ter contato com qualquer um de seus colegas ou professores, porém... Katsuki não precisava saber que ela estava ali.

Na verdade, se tudo desse certo... Ele jamais saberia.

 


Notas Finais


Mais uma fanfic desse projeto maravilhoso que é o @KacchakoPjct, a qual estou feliz de ter a chance de escrever!

Nosso tema da bimestral da vez é: AU x séries/filmes/livros ou animes!
E assim como o tema pede, minha Fanfic é inspirada num outro universo já existente além de BNHA e, bom... Deixarei como uma surpresa para que vocês tentem descobrir qual obra escolhi para esse crossover.

O próximo e último capítulo será postado daqui alguns dias! E enquanto só temos esse... Eu espero, de coração, que todos tnham aproveitado e gostado da leitura!

E então, já desconfiam sobre com qual outra obra esse trabalho possa estar relacionado? e.e

Boa noite ❤❤❤


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