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História Adocicado. - Você Me Deixou Para Trás


Escrita por: seasyneyou

Notas do Autor


CONSEGUI TERMINAR UM CAPÍTULO HOJE!
Só demorei um dia inteiro, mas tudo bem. Vai poder cobrir o de amanhã, já que eu não vou postar :P
Esse capítulo vai explicar a história de como os Lobos surgiram ^-^ Espero que gostem, até mesmo pedi ajuda da minha amiguinha dos yaoi maluco, a Sofi :3

Capítulo 3 - Você Me Deixou Para Trás


Fanfic / Fanfiction Adocicado. - Você Me Deixou Para Trás

Capítulo 3: Você Me Deixou Para Trás.


 

Olha, tá difícil viver.

Isso foi o primeiro pensamento de Jimin quando se acordou dentro de um carro depois de ser jogado um pouco para cima por conta do quebra-molas. Ainda com a visão turva, notou que estava com a cabeça no ombro de uma mulher de cabelos negros, esta tinha uma criança em seu colo, que estava com olhos fechados com força, um cobertor cinza lhe envolvendo o corpo e o suor escorrendo pelo rosto. A moça fazia um carinho na testa dele, desenhando várias formas com a pontinha do dedo indicador e bagunçando seus cabelos pretos claros. O Ômega piscou algumas vezes e a sua visão fora tomada por pontinhos escuros. Logo ele estava dormindo de novo.

Soo Young deu um sorriso para Yoongi e Jimin, seus olhos ficando de um vermelho intenso.

–– Eu sinto que esses dois vão fazer grandes coisas. –– ditou, em um tom baixo para não acordá-los. Kwang Ho apertou o volante com mais força.

–– Você está falando de Kris? Ele é só três anos mais velho que Yoongi. –– falou sério.

A família Wu era inimiga da família Min fazia anos. Eles eram os chamados de Caçadores, passavam a vida deles tentando matar os Lobos Cinzentos, os fundadores dessa raça híbrida de humanos com Lobos. Estes eram humanos, mas humanos dotados de inteligência e métodos de assassinato. Para entender como tudo começou, temos que voltar muito, muito tempo atrás.

SETENTA E SETE ANOS ATRÁS:

Eram tempos de guerra.

Os Estados Unidos estava na liderança da Segunda Guerra Mundial e, vendo uma saída desta situação acirrada, o cientista alemão Lazarus Fagner quis montar uma liga de assassinos para combater o exército americano. Tentou, por anos, reunir uma quantidade de pessoas apteis a serem os melhores soldados: leais e corajosos, mas, ainda sim, inteligentes e sábios. Mas o Führer não viu muitos resultados surgirem de tais planos, então mandou fechar o projeto e matar aqueles que fizeram parte, para que não espalhassem os planos para o inimigo.

Por muitos anos, Lazarus e seus assassinos permaneceram escondidos nas sombras, fugindo de serem mortos nas mãos de Hitler. Devido ao longo tempo longe da cidade e da vida urbana, Fagner começou a observar as coisas que estavam ao seu redor. Dentre elas, os Lobos Cinzentos, uma raça de lobos antiga, que deu origem aos cães domésticos. Começou a estudá-la cada vez mais, observava os comportamentos e anotava tudo em seu bloco de notas. Então teve outra brilhante ideia, talvez a mais brilhante de todas que o homem já teve. Voltou para a cidade e, depois de várias discussões, conseguiu fazer a mente do Führer para que abrisse o Projeto Lazarus de novo, desta vez com um conceito totalmente diferente: transformar lobos em humanos.

Os soldados do antigo plano foram chamados de novo, desta vez com suas esposas e maridos, e apenas três casais resolveram seguir com o perigo que aquilo seria. O objetivo de Fagner era transferir um cromossomo de uma parte do DNA humano para um Lobo Cinzento, cuja compatibilidade é alta, e assim torná-lo um lobo com inteligência humana. O alto risco era que este cromossomo ficava perto do coração, e extraí-lo pode resultar em uma morte.

Para isso, capturaram uma alcateia de Lobos Cinzentos, com seus devidos Alfas, Betas e Ômegas. Anotaram em uma tabelinha a cadeia do DNA de cada um e estudaram o que mais se correspondia com os candidatos.

Naturalmente, mesmo que os DNA's dos casais daqueles que não fossem transferidos para Alfas em si, estes se tornariam do mesmo jeito, pois os humanos e os Lobos Cinzentos ambos têm o Gene Lazarus –– dedicado ao nome do cientista que o descobriu –– e a junção dos dois acarreta em uma duplicação conhecido como Quadruple Chromosome, ou seja, um DNA de Ômega duplicado, e isto é exatamente o significado de ser Alfa.

Depois de algum tempo de pesquisas, o Projeto Lazarus por fim começou. Estavam todos otimísticos com o resultado, mas tudo fora arruinado quando apenas um homem, com o bebê de sua esposa grávida, sobreviveram. A transferência do gene para o Lobo Cinzento fora um sucesso, contudo.

Os lobos se contorceram ao sentir o conteúdo da injeção fazer efeito nos seus corpos, sentindo os ossos todos quebrarem um por um e depois se arrumarem de volta para lugares diferentes, a mente sendo tomada pela dor insana. Logo, estavam completamente transformados em seis humanos Alfas Lúpus, sem entender direito o que havia acontecido

Não que isto fosse algo bom. Conseguiram escapar das mãos do Führer só no final da guerra e fugiram de volta para a Coréia para viver em paz.

Isso foi o que pensaram.

As pesquisas de Lazarus não pararam. Visto que não era uma boa ideia transformar lobos em humanos, decidiu fazer o contrário e transformar humanos em lobos. Assim surgiram os Lobos Negros, que são 99% da população lupina do mundo.

Mas mal sabia eles que esse homem e bebê iam fazer uma grande reviravolta. Decididos que os Alfas Lúpus eram uma ameaça para o mundo, a família Wu começou a perseguir todos os existentes dessa raça na face da Terra, matando quem quer se colocava na frente deles.

SETENTA E SETE ANOS DEPOIS:

As cenas passavam pela mente de Kwang Ho como se tivesse acontecido ontem. Era um lobo, comia carne crua e até mesmo membros da própria matilha quando estavam escassos de comida, e segundos depois era um ser de forma humanoide com cinco dedos, que tinha que se comportar nos padrões idiotas da sociedade, comer de garfo e faca, ser educado e não sair caçando alces por aí.

No começo aquilo foi a pior coisa que poderia acontecer com ele, ser perseguido pelo exército nazista alemão por anos era um de seus piores pesadelos, mas logo achou alegria nessa sua nova vida de “humano”. Casou-se oficialmente com Soo Young, Marcou ela e tiveram um filho que amavam muito, Yoongi.

O carro parou em frente a casa. A mulher de cabelos negros fechou a cara ao ver a janela toda quebrada e a porta escancarada com marcas de garras.

–– Nosso filho é problemático. –– falou, carregando o que fora citado, enquanto Kwang Ho carregava Jimin no colo.

Colocaram os dois na cama, um ao lado do outro. O pai começou a vestir o filho, colocando apenas sua roupa de baixo e uma blusa. Soo Young correu para o banheiro e pegou o kit de primeiros socorros, abrindo a tampa, mas assim pegou na bandagem, viu que a marca da mordida estava se curando e no lugar surgira um triskle em seu pulso esquerdo, gravado ali como se fosse uma cicatriz, e não uma tatuagem –– era uma camada de pele mais clara, como quando você se corta e cura.

Um triskle é um símbolo celta que reflete a relação entre almas. Diziam que os Marcados possuíam esse símbolo pois é responsável pela evocação dos quatro elementos (ar, água, terra e fogo), e que a conexão dos dois indivíduos transcende qualquer um deles.

Os pais de Yoongi se entreolharam. Soo Young tinha a mesma marca em seu pescoço, feita no casamento deles. Mal sabia o filho deles a história toda, que ele era um Alfa Lúpus, descendente dos criadores dos Lobos Cinzentos.

–– Realmente está acontecendo o que pensamos. –– Kwang Ho soltou um suspiro, já imaginando o tamanho da dor de cabeça que teria com aquilo.

–– Acho melhor nós trancarmos Yoongi antes que ele…

Soo Young fora interrompida bem na hora pelo que fora acabado de ser chamado, dando um rugido tão alto que todos ali tiveram que colocar as mãos no ouvido, exceto Jimin, que se acordara em um sobressalto com o barulho, os olhos de ambos brilhando em um cinza prateado e brilhante.

–– H-hyung?! –– gritou o de cabelos platinados, fazendo com que o outro parasse e o encarasse, as sobrancelhas franzidas e os olhos cheios de lágrimas. –– Yoongi, o que está acontecendo?

–– Jimin… Dói… –– Aproximou-se do mais novo, o rosto coberto de malícia e a mão quase encostando na cintura da do de cabelos platinados.

–– Dói aonde, hyung? –– perguntou na maior inocência.

Kwang Ho tampou a boca do filho antes que falasse qualquer coisa e começou a lhe arrastar cômodo afora, tendo um baita trabalho por ele estar descontrolado daquele jeito. Desceu até o porão da casa, abrindo a porta grande de metal para jogá-lo ali dentro, mas Yoongi conseguiu segurar nas paredes antes que fizesse isso, cravando suas unhas ali.

–– Me solta! –– Esperneou com a sua voz de Alfa, tentando chutar o pai. Queria só sair dali para poder foder o Ômega que agora poderia ser chamado de seu em paz, mas Kwang Ho o segurava com demasiada força.

–– Yoongi, você não vai fazer isso com aquele pobre garoto inocente. Pelo menos não agora.

No quarto, Jimin escutava uma parte do que acontecia, os olhinhos atordoados observando a marca estranha que havia se formado na sua mão, passando os dedos por cima apenas para senti-la. A sensação ainda lhe era estranha, ela parecia ser quente ali, era como se estivesse dando calor para o seu corpo. Não estava entendendo nada do que aconteceu, queria ir pra casa e abraçar seus pais e chorar no colo de sua mãe, estava com medo de acontecer alguma coisa consigo.

–– Como está se sentindo, Jimin? –– perguntou a moça bonita de antes, a pessoa que se intitulava por mãe do Yoongi. Ela se sentou na beirada da cama, entregando um copo de água gelada com dois cubos de gelo.

–– Obrigada, Sra. Soo Young. –– Pegou o copo e bebeu tudo de uma vez, deixando um pouco derramar em sua camisa. –– Estou me sentindo meio… Quente.

Soo Young sabia que aquilo era o efeito da Marca já atuando sobre o garoto. O cio de Yoongi deveria mexer com a temperatura corporal dele.

–– Qual é o telefone de seus pais? Vou ligar para eles e explicar o que aconteceu.

Jimin deu o telefone para a moça, que saiu do quarto por um instante para fazer a ligação, deixando-o ali sozinho, encarando qualquer lugar do quarto e tentando esquecer a sensação que a Marca lhe proporcionava na pele, apesar de a barriga lhe trair, estava sentindo ela se remexer inteira. Não demorou muito para os seus pais chegarem na casa, buzinando para o filho entrar no carro. Despediu-se dos pais de Yoongi e saiu correndo, batendo a porta com força.

O caminho inteiro passou em silêncio, e quando não estava fazendo isso estava respondendo as perguntas da mãe com palavras curtas e em um tom de voz baixo. Ainda estava tentando digerir o que estava acontecendo ali, que fora Marcado por um Alfa que odeia e agora teria que sentir as mesmas sensações que ele, que teria de aprender a costurar, a cozinhar e fazer um monte de coisas que ele não ligava nem um pouco (Hae Soo sempre falava que quando estivesse casado ou Marcado ele teria que aprender a cuidar da casa).

Por isso, as lágrimas começaram a cair, e logo Jimin estava em prantos, já em seu quarto, com o seu típico pijama favorito do Star Wars (um shortinho curto de malha cotton e a blusa cinza de mangas longas com o desenho do Han Solo e o Chewbacca) e um pote de bombons que o seu pai lhe permitira comer como um meio de consolo.

–– Filho, vai ficar tudo bem. –– Hae Soo deu um beijinho na cabeça do filho. –– Vou ligar para a mãe de Taehyung e pedir para ele passar a noite aqui, tudo bem?

Assentiu fraquinho, se cobrindo até a cabeça.

Não sabia quanto tempo passou na mesma posição, mas só se moveu quando ouviu uma batida na porta e seu melhor amigo entrou. Jimin praticamente pulou em cima dele, dando-lhe um abraço apertado e chorando em seus braços.

–– O que aconteceu, Minnie? –– Deu um sorriso de lado quando viu a reação fofa do outro, se afastando e fazendo um biquinho, as bochechas avermelhadas.

–– O Y-Yoongi me M-Marcou e agora e-eu vou…

–– O quê?! –– Taehyung saltou do chão, derrubando os potinhos de jujuba que Hae Soo tinha colocado ali há pouco. –– Como assim ele te marcou? Vocês já fizeram aquilo?

–– Aquilo o quê? –– Entortou a cabeça, curioso. O mais novo se amaldiçoou por ter comentado aquilo mesmo sabendo que o de cabelos platinados era inocente demais e não sabia nada sobre isso ainda.

–– N-nada… –– Deu de ombros, dando uma risada nervosa de quem acabou de se safar de uma situação desesperadora. –– Como foi que isso aconteceu?

–– Ah… Eu estava saindo da sala de aula falando mal do Yoongi hyung para mim mesmo, quando ele apareceu e me empurrou nos armários. Eu realmente pensei que fosse morrer naquela hora. –– Se esticou para pegar um pirulito e colocar na boca.

–– E…? –– incentivou Taehyung, ansioso para saber a história toda logo.

–– E aí ele simplesmente foi embora, mas quando eu estava voltando para casa e andando pela rua, eu vi um lobo de pelo cinza e olhos vermelhos grande e b-bonito… –– gaguejou na última frase, notando que havia acabado de chamar Yoongi de bonito. –– Ele pulou em cima de mim e mordeu o meu braço esquerdo, deixando uma marca estranha nele.

Jimin apontou para o triskle na parte superior de seu pulso. Taehyung arregalou os olhos, pegando naquela maquinha estranha, mas o de cabelos platinados puxou o braço de volta para si.

–– Desculpa, mas a sensação de quando encostam nela é estranha.

–– Tudo bem. E o que isso tem a ver com o Yoongi?

–– Eu não tinha notado no início, mas comecei a sentir um cheiro forte de lavanda vindo do lobo, e me dei conta de que era o cheiro do hyung. Quando eu chamei ele, o lobo parou de rosnar para mim na mesma hora. Eu quase ia conseguindo fazer carinho nele, mas aí um homem que depois eu descobri ser o pai do Yoongi pegou ele pelo pescoço. Depois o hyung voltou a ser criança e desmaiou, e eu também. –– disse tudo de uma vez, se embolando em algumas partes.

Taehyung não tinha entendido quase nada. Estava chocado demais com o fato daquele menino de pernas finas ser um Alfa Lúpus que pode se transformar em um lobo de verdade. Tinha lido nos livros de história sobre todo aquele papo da Segunda Guerra Mundial e como essa raça híbrida surgiu, que tinha três casais que se candidataram para fazerem experimentos. Sinceramente, ele nunca acreditara naquele papo todo, mas ao ouvir isso vindo de Jimin, começou a ponderar se era verdade. Talvez não acreditar fosse um jeito dele negar a sua natureza, Taehyung odiava ser um Beta. Mesmo ainda muito pequeno, ele tinha o sonho de ter filhos, mas Betas não podem ter filhos, pois não possuem a quantidade suficiente de feromônio para entrar no cio, ou seja, no período fértil. Ele odiava essa sociedade regrada baseada em níveis hierárquicos, em que o Alfa está no topo e os Ômegas são sempre submissos a eles. Talvez por isso que se deu bem com Jimin, afinal o de cabelos acinzentados não era nada submisso aos Alfas do colégio.

–– Ah, entendi… –– assentiu, mas claramente era uma mentira.

–– Sério? –– Os olhos do Park brilharam de felicidade.

–– Não, na verdade.

Ele fechou a cara, fazendo um biquinho. De vez em quando, o Beta tinha vontade de apertar aquelas bochechas fofas dele, mas claro que não faria isso. Bem, ele já pensou em fazer, mas agora que o Ômega estava Marcado, ficou com medo de o seu Alfa sentir e depois ir atrás de si. Sabe-se lá o que aquilo realmente fazia.

–– Vamos assistir a um filme! –– Jimin balançou animadamente o braço do amigo, que deu um sorriso e afagou os cabelos cinzas dele, bagunçando-os.

–– Que filme você quer assistir?

–– Star Wars!

–– De novo? Já é a trigésima segunda vez que eu vejo esse filme com você…

–– Coloca logo, Tae Tae!

O mais novo deu um suspiro, derrotado pela infantilidade de seu amigo e se levantando para colocar o CD na entrada de DVD.

[…]

No dia seguinte, a mãe de Jimin quase deu um escândalo por dois motivos: primeiro, o quarto estava todo sujo de papéis de bombom e chocolate e segundo, as duas crianças não queriam se acordar de jeito nenhum. Haviam passado a noite toda conversando e assistindo filmes, então acabaram dormindo tarde demais.

Depois de Hae Soo dar uma chacoalhada nos dois, eles seguiram para se arrumar. Tudo foi no movimento mais lento possível, pareciam mais zumbis do que Lobos. O irmão mais novo de Jimin entrou no quarto, escovando os dentes e vendo aquela confusão toda.

–– Um furacão passou por aqui? –– perguntou, debochando do quarto do mais velho.

–– Cala a boca, Jungkook. –– retrucou o outro Park, revirando os olhos com a infantilidade que às vezes o seu dongsaeng tinha. Mas fazer o que se o amava?

A criança saiu rindo do quarto, a mão na barriga. Mala, Jimin pensou enquanto enfiava os livros dentro da bolsa. Por um momento até tinha se esquecido da Marca em seu braço e de tudo que tinha acontecido ontem graças a Taehyung. Sempre se divertia perto do melhor amigo.

Depois de comer o café da manhã, os dois saíram correndo de casa, pisando nas poças de água que a chuva tinha feito na madrugada. Deu tempo de chegar antes que tocasse para o começo da primeira aula. Irromperam pela porta fechada da sala, atraindo a atenção dos alunos e do professor que havia acabado de chegar e estava indo colocar seus livros em cima da mesa.

Jimin sentiu um calafrio passar por sua espinha quando sentiu aquele típico cheiro de lavanda invadir suas narinas e fazer os pelos de seu corpo eriçarem, saltando quando viu Yoongi lá no fundo da sala, o queixo apoiado na palma da mão e seu olhar se encontrando com o do Park, fazendo a íris dos dois brilharem prateadas.

O Ômega de cabelos cinzas não tinha notado mesmo ontem a noite o quão o Min estava mais bonito. A escola inteira tinha parado para observar, o Alfa estava bem diferente do que estavam acostumados: os cabelos não estavam tão claros quanto antes, estavam mais escuros e bagunçados, um pouco repartidos no meio, possibilitando que vejam suas sobrancelhas bem modeladas, os olhos não tinham mais aquele ar de brincalhão de sempre, seu contorno estava mais escuro e acentuado. Sua imagem era um tanto agressiva, por assim dizer, tinha definitivamente crescido e ganhado músculos pelo corpo, assustando os demais ali, afinal Yoongi era o cúmulo da preguiça em pessoa. Ele apenas vestia as suas roupas de sempre –– uma blusa amarela com um desenho vermelho no centro, suspensórios brancos, calça jeans escura e uma bota de couro preto.

A parte disso, ele continuava a ser aquele menino trouxa de pernas finas.

–– Jimin, você vai ficar parado aí? –– perguntou o professor, e só aí que o de cabelos platinados percebera que estava encarando o Min havia um bom tempo.

Foi só falar isso que o Ômega ficou corado até os fios de cabelos. Limpou a garganta, lançando um olhar mortal para Taehyung pôr o mais novo não tê-lo chamado ou incentivado-o a andar, e este só deu um sorriso besta com aquela cara estúpida de alienígena dele.

Jimin se sentou algumas cadeiras a frente de Yoongi, totalmente desconfortável com a presença forte do Alfa ali dentro daquele cubículo que as pessoas costumam a chamar de sala de aula. Desde que o Min tinha “dado a louca” –– ele não fazia ideia de que o que tinha acontecido era um cio –– o Park vinha sentindo uma extrema quantidade de calor em seu corpo. Nem havia colocado sua típica roupa mais vestida e quentinha, estava somente usando uma blusa de malha frouxa e uma calça.

Então uma dúvida imensa atingiu Jimin de uma vez, subitamente: se o Min era três anos mais velho que si, o que ele estava fazendo na sala de aula do sétimo ano, e não na do nono? Arrancou um pedaço da folha do seu caderno e escreveu um bilhetinho para Taehyung, atirando o papel na cabeça dele, que encarou o de cabelos cinzas irritado.

“Não tinha notado antes, mas se o hyung é mais velho, o que ele tá fazendo aqui?”

O seu amigo apenas deu de ombros, voltando a prestar atenção na aula –– na verdade, ele fingia prestar atenção na aula, estava era viajando legal.

Yoongi não estava se sentindo muito bem, apesar de sua mãe ter lhe dado alguns sedativos para acalmar os efeitos do cio. Sentia seu corpo queimar inteiro e a pele latejar com o toque das roupas, mas, pelo menos, controlava a sua vontade de sair transando e mordendo as pessoas por aí. A Diretora Cho –– ficou surpreso ao encontrar a mesma mulher de antes, chegou a se perguntar como ela ainda estava viva –– tinha descoberto sobre a Marca em Jimin por Soo Young, e agora os dois eram obrigados a ficarem na mesma sala de aula. Apesar de o plano ser mover o Park para a sala do Min, eles ainda tiveram algumas complicações em fazer isso, mas no dia seguinte estaria tudo arrumado. Yoongi estava odiando aquilo tudo. Já até sentia a dor de cabeça que ia dar nele por ter que aturar aquele menino todos os dias, e a recíproca era verdadeira.

No fim das contas, nem Yoongi, nem Jimin e nem Taehyung prestaram um pingo de atenção na aula –– na maior parte porque o mais velho de todos passou ela toda dormindo –– e só se acordaram dos devaneios quando o sinal tocou.

Apenas o Min continuou repousando ali na mesa, a cabeça afundada nos braços. Nem havia ouvido o barulho, estava cansado demais porque passou a noite toda delirando com o cheiro do Ômega de cabelos cinzas, que ainda podia sentir claramente, mesmo a quilômetros de distância.

Sentiu a ponta de um dedo indicador cutucar a sua bochecha direita, fazendo-o se remexer um pouco e segurar o braço de quem fizera aquilo, notando que se tratava do Park.

Jimin deu um pulo quando o mais velho agarrou-lhe o pulso alheio e o puxou para o seu colo de uma vez, fazendo-o cair de frente para si.

–– Y-Yoongi, o que está fazendo? –– Tentou se soltar, mas os braços do Alfa o prendiam com mais força. Parou de se mexer assim que sentiu uma cabeça se encostar no seu peitoral e ficar se esfregando ali, como quem procurasse uma posição melhor.

–– Faz carinho, Minnie. –– falou manhoso.

O Park quase teve um acesso de raiva. Uma hora ele estava o xingando e o mordendo, e agora estava todo carente para cima dele, querendo carinho. Nunca viu nalguém mais bipolar que ele. Mesmo assim, fez o que o mais velho tinha pedido, afagando seus cabelos pretos e sentindo o seu cheiro de lavanda o deixar tonto e sonolento.

Bem que Kwang Ho avisara que Yoongi ia ficar muito manhoso durante e depois do cio, principalmente quando passou a aula todo farejando aquela essência adocicada.

–– Por que você está na nossa sala, Yonnie? –– O chamou pelo apelido, afinal ele que havia lhe chamado de “Minnie” primeiro.

–– Foram ordens da Diretora Cho, mas amanhã você que vem lá para a minha sala, afinal suas notas são boas e você sempre está com o conteúdo adiantado, que nem eu.

–– Exibido.

–– Realista. –– corrigiu, fazendo o mais novo dar uma risada baixinha.

Ficaram um pouco naquela posição, em um silêncio, que por incrível que pareça, não era nada desconfortável. Jimin estava começando a se sentir melhor com a presença forte do Alfa e, melhor que isso, estava se sentido à vontade.

–– Por que você nunca me avisou nada quando foi embora…? –– murmurou, meio incerto se deveria ter tocado naquele assunto.

–– Eu não podia. Meu pai disse que eu tinha que ir embora naquele momento.

–– Mas você poderia ter tentado pelo menos um pouco ir contra as ordens dele e ir falado comigo. –– Levantou um pouco a voz, sem querer.

Yoongi descolou sua testa do peitoral de Jimin, o empurrando para que se levantasse, em seguida fazendo o mesmo.

–– Você acha que eu não tentei?! Porra Jimin, eu chorava para caralho porque eu sentia a sua falta! –– gritou mais alto ainda, fazendo a cabeça do Park ficar vermelha de raiva.

–– Eu também fiquei, seu idiota! Não era para você ter ido embora! –– balbuciou entre soluços, as lágrimas rolando da sua bochecha e caindo na blusa branca, deixando algumas machinhas cinzas na mesma. –– Não era para ter me deixado sozinho aqui!

–– Mas eu não tinha exatamente escolha!

–– Você disse “Te vejo amanhã”, mas por que esse amanhã só chegou oito anos depois?! E além do mais, você me tratou feito lixo, até mesmo me jogou no chão e me mordeu!

–– Deixa de ser besta, Jimin. Eu não estava me controlando naquela hora.

–– Por que, Yoongi?! Eu fiquei sozinho… –– Afundou o rosto inchado e choroso nas palmas das mãos, escondendo-o.

O Min sentiu a cabeça doer de tanto ódio e apenas saiu pisando duro dali, se deparando no meio do caminho com Taehyung. Nem precisou falar mais nada, foi só ele ver o moreno naquele estado de raiva que sabia que tinha acontecido alguma coisa com o seu melhor amigo e começou a correr para a sala.

Quando Yoongi chegou em casa, quase quebrou tudo em um acesso de raiva, se não fosse por Soo Young, que lhe segurou antes que realmente fizesse isso, envolvendo-o em um abraço caloroso e apertado.

Na cabeça dos dois, eles estavam apenas culpando um ao outro por não se verem mais, e não admitindo os seus erros.


Notas Finais


BUM! Minhas aulas começam amanhã ;-;
Sabe aquela preguiça que dá de viver? Pois é.
*3*


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