História Adotada Por Um Vampiro - Capítulo 3

* * * * Lara On * * * *

Depois de chegar na cidade pacífica tentei me adaptar, foi difícil no começo mas todos são tão amigáveis, fiz uma amiga aqui, o nome dela é Luiza, o primeiro ano passou rápido, mas eu ainda pensava no Derick.

No segundo ano as coisas começaram a desandar, ouvi o que as pessoas realmente acham de mim, elas me acham mimada demais, me chamam de escrava dos vampiros e até de puta, dizem que uma pessoa como eu não deveria estar alí, um dia conheci um garoto da minha idade, gostei tanto dele, nós começamos a namorar só que ele tentou ir longe demais, eu o empurrei e ele ficou bravo, disse que uma puta que transa com vampiros não deveria recusar a própria espécie, eu fiquei tão brava que bati em seu rosto, ele ficou bravo e me tacou em um lago, comecei a me afogar por não conseguir nadar, tudo que passou em minha mente foi o Derick.

Senti algo a me puxar para fora da água, um homem, ele parecia ter uns 20 e poucos anos, tudo que eu consegui pensar foi em odiar todos.

Homem - está bem garota? / Pergunta me olhando.

- sim, obrigada. / Falo me levantando.

Caminho até minha casa tentando me acalmar, tranco a porta e fico lá, não irei mais chorar, tenho que ser forte e passar por isso. No dia seguinte quando fui a cidade todos me olharam torto, não sei o motivo, todos estavam falando sobre mim, fui até Luiza para saber o que está acontecendo.

- por que todos estão olhando para mim dessa forma?

Luiza - ninguém quer ficar perto de uma puta que transava com vampiros. / Diz me olhando com desprezo.

- eu nunca fiz isso! / Falo quase gritando.

Luiza - não minta, todos vem os presentes que você ganha, você é apenas uma prostituta.

- pensei que era minha amiga. / Falo a olhando, ela começa a rir.

Luiza - só estive com você por causa dos presentes, da comida, de tudo que você tinha, mas percebi que não fale a pena ficar perto de você.

Voltei para minha casa correndo, fiquei trancada lá por bastante tempo.

Por que os humanos são tão maus? Por que eles acreditam nessas mentiras, eu nunca fiz isso!

Acordei de noite sentindo cheiro de queimado, me levantei o olhei a janela, todas as pessoas da cidade estão lá fora olhando a casa, alguns estão com gasolina na mão, sai do meu quarto correndo e desci as escadas, tentei abrir a porta mas alguma coisa no lado de fora não deixa, as janelas estão pregadas com madeira, não dá para sair, começo a ver o fogo pelas paredes, subi as escadas correndo, pego um pano com água e coloco na boca, começo a gritar por ajuda mesmo sabendo que ninguém vai me ajudar, por que isso está acontecendo comigo? O que eu fiz para merecer morrer assim? Tudo que eu consigo fazer e chorar.

Pego a adaga que Derick me deu e fico com ela perto do meu peito esperando a morte, já estava ficando sonsa quando ouvi uivos e gritos, vários lobos conseguiram invadir a cidade, vejo pela janela do segundo andar as pessoas correndo apavoradas, acho que esse é o melhor momento para tentar sair da casa, quebro o vidro do segundo andar com um vaso, taco a adaga no chão e pulo, olho para o meu braço e vejo sangue, acho que me cortei com os vidros da janela, pego a adaga o mais rápido que posso.

Um lobisomem vem em minha direção correndo, eu coloco a adaga em minha frente, o lobo cai bem em cima da adaga, vejo o lobo voltar a forma humana morto, saio de baixo dele e tento achar um lugar seguro, outro lobo vem em minha direção, só que dessa vez ouso tiros, o lobo cai no chão, olho para a direção do tiro e vejo aquele homem que me salvou de morrer afogada, vou até ele correndo.

Homem - fica atrás de mim. / Faço o que ele mandou.

Ele começa a andar em direção a saída da cidade, fico sem entender.

- espera, onde estamos indo? / Falo ainda com medo.

Homem - para longe daqui antes que apareçam mais.

- eu nem te conheço!

Homem - quer voltar para as pessoas que tentaram de queimar viva? / Diz me olhando.

- não, mas pelo menos me diga seu nome? / Falo o seguindo.

Homem - meu nome é Vinícius.

Nós nos afastamos da cidade, vejo que ele está a me olhar estranho mas não fala nada, chegamos em uma casa abandonada no meio da floresta, ele ficou acordado de guarda e disse que eu poderia dormir, depois de muito pensar sobre tudo adormeci.