História Adotada Por Um Vampiro - Capítulo 57

Larah

Abro meus olhos sonolenta sentindo alguém acariciando meu cabelo, Derick está calmo olhando para mim, me levanto no mesmo momento ao perceber que dormi no colo dele.

—me desculpa por isso. / Falo com vergonha.

Derick —tudo bem, você fica fofa dormindo. / Não estou acostumada com ele sendo tão carinhoso comigo.

"Camélia —isso não é só carinho" / tomo um susto ao ouvir a voz de Camélia na minha cabeça, pensei que ela tinha deixado meu corpo.

"—pensei que tinha saído do meu corpo."

"Camélia —não estou mais no seu corpo, é difícil de explicar mas resumindo, estou só me comunicando." / Ainda bem, eu me sentia possuída na época.

"—o que quer comigo?"

"Camélia —nada de mais, eu gosto de você, nunca tive filhos ou irmãs, considero você uma irmã mais ingênua e burrinha" / não sei se deveria ficar feliz ou ofendida.

"—ok né..."

"Camélia —sabe o que eu acho irônico em tudo isso?" / Não sei do que ela está falando mas por que não perguntar?

"—o quê?"

"Camélia —foi aqui que ele me trouxe para o nosso primeiro encontro, eu era ingênua igual você, na verdade até pior, completamente cega pelo amor, também foi o lugar onde tirou minha virgindade." / Espero que seja impressão mas parece que ela está com ciúme.

"—eu e o Derick não temos nada, ele não me trouxe aqui para isso!"

Derick —esta muito pensativa tudo bem? / Volto a realidade ao ouvir a voz dele.

—sim, estava perdida em meus pensamentos. / Falo tanto uma desculpa.

Derick —depois de resolver meus problemas com o rei dos elfos irei levar você para conhecer todos os lugares desse reino. / Diz tocando em meu queixo me fazendo olhar para ele.

—esta bem. / Falo vermelha.

"Camélia —eu sei que deve estar pensando que estou com ciúmes, mas não é isso, Larah, você é boa demais para sofrer por ele, eu sofri muito, quando ele se irrita acaba machucando as pessoas importantes para ele sem perceber. Sei que nunca deixou de ama-lo, mas entenda que esse amor platônico que sente por ele só vai te machucar." / Sinto que ela está falando a verdade, mas...

"—você já me falou que ele nunca me machucaria"

"Camélia —não por intenção, Larah, você merece mais que ser amante ou ser morta antes do casamento por um assassino do concelho. Em pensar que tudo agora faz sentido, a Déborah fazia parte do concelho antes de eu morrer, ela foi mandada para o castelo para me matar. O que me deixa feliz é que agora ela está morta, espero que ela tenha sofrido muito." / Ela está certa mas não tenho o que falar, quando volto a realidade percebo que Derick está tocando em minha bochecha me olhando sério, acho que ele ouviu meus pensamentos e as falas da Camélia.

Derick —me pergunto o que mais a Camélia tem falado para você. / Ele parece sério mas ao mesmo tempo sinto que ele não quer falar nada.

—ela só me aconselha. / Falo sem jeito.

Derick —a ficar longe de mim? / É, ele ouviu mesmo.

—como a Camélia consegue falar comigo se ela está morta? Ela é um fantasma? / Pergunto não entendo.

Derick —Larah, a Camélia fez a escolha dela a muito tempo, me deixe fazer um bloqueio para ela não te perturbar mais. / Diz aproximando a mão de meu rosto, acabo me afastando dele.

—não! / Falo ficando brava, sinto tudo começar a tremer.

Derick —Larah, se acalma, se continuar o carro irá quebrar. / Diz sério, eu fico assustada.

—eu.... eu não consigo! / Falo entrando em pânico, tudo está tremendo e o carro está perdendo o controle.

Derick —desculpa por isso. / Fico sem entender até que ele me beija, sinto seus lábios nos meus e tudo para de tremer, ele se afasta de mim depois que tudo volta ao normalmente.

—você.... me... beijou..... /Falo sem reação.

Derick —se eu não fizesse isso o carro teria batido e você acabaria machucada. / Sinto meu rosto a ficar vermelho.

"Camélia —fique calma, foi só um beijo normal, nem teve língua" / isso não muda as coisas.

—fique longe de mim! / Falo querendo ficar sozinha, me deito na poltrona da limousine virada para a almofada.

"Camélia —você é infantil de mais."

Derick —você está parecendo uma adolescente fazendo drama. / A voz dele está calma, sinto ele tocar no meu braço, eu tiro de cima pois não quero sentir o toque de ninguém agora, só consigo me culpar por ter beijado o Klaus, mesmo que não tenha sido esse o motivo do término com Vinícius.

—a culpa foi minha. / Falo baixo para mim mesma ouvir, eu perdi o homem que me faria feliz.

"Camélia —caralho! Não começa com a depressão! Se quer ficar com o Derick eu dou até benção mas para de se culpar. Tanto homem te querendo e você aí chorando por um que te deixou."

Derick —Larah, desculpa. / Sinto que ele parece culpado, sei que ele ouviu meus pensamentos.

—me deixa em paz e pare de me iludir. / Acho que sou eu que estou me iludindo.

Derick —eu não quis te iludir, Larah. / Sinto uma vontade enorme de falar tudo que senti em toda minha vida, eu não consigo mais conter.

—eu te amava, sempre de amei, mas você nunca ligou para mim, sempre dava desculpas inclusive me fez pensar que me via como uma filha! A Déborah sempre me maltratava e você nunca estava lá para me proteger, o Danilo estava, ele não gostava de mim mas me protegia sempre! Você fez eu guardar tudo que eu sentia para mim pois fingia que o que eu sentia não existia. Eu te via como alguém importante, mas com o tempo só percebi que você não era o que eu pensava! Não quero sofrer igual a Ângela, não quero ser amante igual a Camélia e nunca poder ter uma família! Por que agora está me tratando diferente?/ Falo entre lágrimas mesmo sabendo que isso não vai mudar o que eu sinto.

Derick —você me acha um monstro não é? / A voz dele está em um tom estranho.

—o que mais eu deveria achar? Você mata lobos por diversão, machuca quem ama. / Começo a sentir uma dor de cabeça horrível que me faz colocar a mão na cabeça.

Derick —você está bem? / Vejo ele a vir até mim e me levar para seus braços, não faço nada pois a dor em minha cabeça não deixa.

"Camélia —é sério que ficou tão brava e deprimida que começou a se corromper?"

"—estou.... me corrompendo?"

"Camélia —você é um anjo, não pode ficar brava ou muito triste, só tente se acalmar e perdoar todos que você odeia no momento pois se não fizer isso você está ferrada."

Vejo Derick a pegar o livro em minha mochila e começar a ler, acho que está procurando alguma coisa, fico vários minutos com essa dor agoniante até que Derick para de ler, ele se aproxima de mim e me beija novamente, sinto minha raiva e medo passarem, parece que todos os meus problemas foram embora. Depois de longos segundos ele para de me beijar e coloca o dedo em minha boca antes que eu consiga falar algo.

Derick —antes que me odeie pelo beijo eu precisava de acalmar e tirar esses pensamentos não puros da sua mente. / Fico um tempo em silêncio até raciocinar.

—você não precisava me beijar para fazer isso. / Falo olhando para ele.

Derick —esta brava? / Pergunta olhando para mim.

—no momento não sinto nada já que alguém bloqueou meus sentimentos temporariamente. / Falo querendo ficar brava.

Derick —esse bloqueio vai durar só uma hora, que tal ler esse livro enquanto isso e tentar não me odiar. / Diz me entregando o livro de capa branca.

—A gente ainda vai conversar sobre muita coisa. / Falo abrindo o livro para ler.

Fico passando as páginas sobre anjos até chegar na parte sobre anjos corrompidos, começo a ler.

(Anjos corrompidos não morrem, eles mudam mentalmente e fisicamente, ficam mais determinados a conseguir tudo que querem e fazem o que passa pela cabeça, fisicamente as asas mudam de cor para pretas ao mudarem de penas, são chamados de anjos da noite.)

Volto a passar as páginas do livro até chegar em outra parte que fala sobre coisas que acontecem com a idade dos anjos, paro na parte que fala sobre a idade mais importantes dos anjos.

(A idade mais importantes é aos 20, pois os anjos já ficam preparados para a vida, também é a idade mais indicada para mudança física e transformações)

Paro de ler o livro ao perceber que está ficando chato, acho que meus sentimentos estão voltando, Derick está olhando para mim.

Derick —esta calma? / Pergunta me olhando.

—me deixa quieta. / Falo deitando no colo dele sem falar nada, não sei o que deu em mim.