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História Adrien is Human - Chat Noir


Escrita por: AtonRodrigues

Notas do Autor


Capítulo Gigantitã.
Parei

Espero que gostem e boa leitura

Capítulo 7 - Chat Noir


 

Tudo havia saído como planejado. 

Eu estava matriculado e pronto para meu primeiro dia de aula. 

A parte da matricula havia sido relativamente fácil. Pediu alguns documentos – incluindo minha identidade — que foram fáceis de pegar quando papai e Nathalie estavam distraídos no ateliê.

 

Provavelmente devem estar questionando como eu tenho identidade e outros documentos já que teoricamente eu não existo. 

 

Simples. Papai registrou-me alguns dias após a primeira visita de Audrey para não correr risco de sermos descobertos, então oficialmente eu existo e possuo direitos como um cidadão comum.

 

De acordo com Chloé eu precisaria de alguns matérias para usar na escola, então pedi a Nathalie com a desculpa de que eu iria aprender um hobbie novo. Os livros e o resto eu conseguiria depois.

 

Saí da mansão foi um tanto complicado, mas encontrar a escola foi outro processo. Por mais que minha mente não fosse falha em questão de lembrar determinadas coisas, foi um pouco difícil encontrar a instituição. Por mais que eu saísse para sessão de fotos e conhecesse algumas ruas, meu guarda costa não pegava o caminho em que a escola ficava, o que foi suficiente para que notassem minha ausência e viessem atrás de mim.

 

Acabei chegando tarde na escola e foi pego assim que estava subindo as escadarias. 

 

– Por favor reconsidere – Nathalie saiu do carro vindo em minha direção – Sabe o que seu pai quer. 

 

– Mas eu quero fazer isso – Minha atenção é voltada para um idoso que estava gemendo no chão de dor. 

 

Corro até ele, ajudo-o a levantar e o mesmo agradece. Quando voltou para a escada, Nathalie e Gorila estão fazendo um bloqueio para que eu não passe.

 

Eles não iriam facilitar. Meu pai deve ter ameaçado-os bastante ou ele nem sequer sabia e ambos estavam com medo de enfrentar a fúria de Gabriel Agreste. 

 

– Eu só quero ir para a escola como um garoto normal – Admito – Se minha mãe estivesse aqui, ela deixaria. 

 

A expressão de Nathalie não mudou, ela continuou neutra e decidida. 

Apelar para o lado sentimental não tinha funcionado. Abaixei a cabeça derrotado. 

 

– Não conta para o papai – Peço antes de voltar para o carro. 

 

Mas só porque eu abri mão naquele momento não significaria que eu iria desistir tão fácil.

 

Assim que chegamos Nathalie encaminhou-me para a sala de jantar e iniciou as aulas do dia como se nada estivesse acontecido. O que indicava que meu pai não tinha conhecimento da minha “fuga”. 

 

– Quem foi o primeiro presidente da quinta republica francesa? – Nathalie andava de um lado para o outro enquanto fazia-me perguntas sobre minhas aulas de história. 

 

– Eu tenho mesmo que responder isso? – Questionei enquanto segurava meu rosto com a mão. 

 

Eu estava aborrecido com a proibição da escola e havia aprendido que demonstrar minhas indignações fazia as pessoas repensarem e tentassem recompensar o que me deixou indignado, ou seja, eu estava tentando “persuadi-la” mas era difícil quando se tratava de Nathalie. 

 

Ela não cedia com facilidade. 

 

– É a mesma coisa que estar na escola, a diferença é que... 

 

– Estou aqui! Preso como um monstro – Respondi alterado – Se eu fui criado para ser um “humano” pelo menos me deixe interagir com alguns. 

 

– Me dê um minuto por favor Nathalie – Meu pai apareceu surpreendendo tanto Nathalie quanto a mim. 

 

Existiam poucas coisas que me deixavam apreensivo e o papai “tranquilo” era uma delas. Eu sabia que estava encrencado.

 

Nathalie se afastou mas não saiu do local. 

 

– Você não vai para a escola! – Ele foi curto e direto – Eu já disse e não esperava ter que repetir outra vez. 

 

Olhei para Nathalie que abaixou a cabeça. Eu não podia culpa-la, era o trabalho dela.

 

Só estava fazendo o que papai achava melhor para mim.

 

Mesmo que para eles me trancar fosse a melhor opção. 

 

– Mas pai... 

 

– Tudo o que você precisa estar aqui onde eu posso ficar de olho em você, não vai sair e nem interagir com outras pessoas além da Chloé, é perigoso e você sabe muito bem disso. 

 

– Não tem nada de perigoso em querer fazer amigos, eu só fico trancado aqui dentro desde que a mamãe se foi – Rebati – Com ela era diferente, mas o senhor não tem mais tempo para mim e se ela estivesse aqui deixaria eu sair. 

 

A expressão de papai mudou. Eu provavelmente havia tocado na ferida dele.

 

Eu sou impulsivo, admito.

 

Mas eu estava cansado, cansado de não poder ser como os outros. Eu havia ido bem com Audrey e com a Chloé, porque algo de ruim aconteceria se eu tentasse interagir com outras pessoas? 

 

– Você não é como os outros, você é meu filho e sabe que mais do que todo mundo eu preso pela sua segurança. Não vai sair e essa é minha decisão – Papai direcionou o olhar a Nathalie – Pode continuar e garanta para que ele não saia de suas vistas. 

 

– Sim senhor – Nathalie se aproximou de mim novamente e papai foi embora. 

 

– Se quiser podemos continuar amanhã – Nathalie ofereceu. 

 

Corri para meu quarto frustrado. 

Deitei na cama enquanto olhava a primeira foto que eu havia tirado com meus pais, ela costuma ficar na escrivaninha junto ao meu computador e que por acaso o descanso de tela é uma foto da minha mãe.

 

Vários tremores no chão fizeram com que eu deixasse a foto de lado e fosse averiguar o que era. Fui até a porta da frente e para minha surpresa havia um monstro de pedra lutando contra a polícia.

 

Eu poderia surtar mas já desconfiava sobre o que seria aquilo. Era o papai testando o Miraculous dele e segundo Nooroo ele podia conceder poderes a quem ele quisesse e pelo visto estava funcionando muito bem.

 

Ele realmente queria trazer a mamãe de volta e eu me pergunto até os dias de hoje se o que eu havia dito influenciou ele a iniciar o plano naquele dia. 

 

– Era esse o motivo que ele não queria que eu saísse? – Voltei para meu quarto e sentei-me em frente a Tv para ver as notícias. 

 

Não passou despercebido por mim uma caixinha na mesinha de centro e eu sabia que não havia colocado ela ali. 

 

– O que é isso? – Peguei a caixinha e abri, saindo uma esfera brilhante de energia verde. 

 

A esfera sumiu dando lugar a um kwami preto que se espreguiçava. 

 

– Um Kwami? – Perguntei surpreso. 

 

– Acertou! É a primeira vez que me reconhecem e não fazem suposições ridículas sobre mim. Sou Plagg – O Kwami logo saiu flutuou pelo meu quarto – Que legal! 

 

Ele tentou morder um dos meus bonecos de pebolim, depois ele saiu pelo resto do meu quarto tentando morder o que via pela frente.

 

Eu poderia impedi-lo mas estava tentando criar suposições de como o mesmo havia parado ali.

 

Papai tinha outro Kwami e resolveu me dar? 

 

– Como você apareceu aqui? – Fui direto pois não conseguia achar nenhuma razão pelo qual ele estava ali. 

 

– E isso importa? Agora você é oficialmente meu portador e eu como seu Kwami exijo algo para comer! 

 

– Não vou lhe dar nada até me dizer o motivo de estar aqui – Agarrei-o com as duas mãos. 

 

– Que parte de eu ser seu Kwami agora você não entendeu? Eu estou com fome, só respondo quando me alimentar – Plagg estava impaciente. 

 

– Foi o papai que te colocou aqui? Pelo meu conhecimento ele não possui outros Kwamis. 

 

– Seu pai não pode saber que eu existo e... – Plagg soltou-se e logo sua feição mudou – Espera... você disse outros Kwamis? 

 

– Você é o Kwami de que mesmo? – Perguntei pegando um anel prateado que estava dentro da caixa. 

 

– Destruição – Plagg respondeu preocupado – Garoto você... 

 

– Qual sua frase de ativação? – Não deixei-o terminar e coloquei o anel. 

 

– Meu nome e mostrar as garras... 

 

– Plagg mostrar as garras! – Ordeno e logo sou transformado, ficando com uniforme de gato preto. 

 

– Incrível! – Digo analisando meu novo visual – Não pensei que Sentimontros podiam se transformar. 

 

Olhei para a janela e sorri de canto. Se meu pai não me deixava sair por bem, eu sairia por mal. 

 

– Hora de testar meus poderes – Digo confiante. 

 

Descobrir que nas minhas costas estava um bastão retrátil e que também podia se dividir em dois. 

Talvez eu tivesse esperado meu Kwami ter explicado como funcionava os poderes, mas eu tinha receios dele se recusar após eu ter mencionado meu pai.

 

Se eu não podia ir para a escola, então aproveitaria meu tempo livre para saltar pela cidade. Papai estava testando os poderes dele e eu testaria os meus.

 

Quando entendi como funcionava o bastão, passei a testar os limites de alcance do objeto e as habilidades físicas que Miraculous concedia. Eu já possuía habilidades a mais por ser um sentimonstro, misturando com a força do Miraculous eu seria imbatível.

 

Lembro que ouvi um grito se aproximando enquanto tentava atravessar para um outro prédio usando meu bastão como ponte. O grito estava vindo de cima e quando olhei para o céu, uma garota fantasiada caiu em cima de mim.

 

De alguma forma acabamos enrolados e pendurados de cabeça para baixo. Provavelmente estava tentando testar suas habilidades também. 

 

– Ah, oi? Legal você ter caído aqui – Tentei puxar assunto. 

 

Me esforcei ao máximo para não dizer “Olá, sou Adrien Agreste”. Eu meio que dizia no automático, não era por mal.

 

Eu não poderia dizer quem era por motivos óbvios, principalmente pelo fato do meu pai estar controlando o vilão. 

 

– Me desculpe, eu não fiz de propósito – Ela pediu e seu tom parecia de arrependimento. 

 

– Não tem problema, também estou pegando o jeito – Sorri. 

 

Ela de alguma forma conseguiu nos soltar e caímos habilidosamente em pé. Era como se estivéssemos acostumados com os trajes. 

 

– Deixa eu adivinhar, um mini animalzinho apareceu para você misteriosamente e mandou dizer algumas palavras especificas? 

 

– Exatamente – Ela tentava desenrolar a corda do que eu consegui identificar como ioiô – Parece que aconteceu o mesmo com você. 

 

– Prazer em conhece-la, sou... – Tentei pensar em um nome – Chat Noir? É. Sou Chat Noir e você bela dama? 

 

Eu não fui muito criativo, mas também não foi tão ruim. 

 

– Eu sou a Ma... – Antes dela terminar a corda do ioiô desamarrou e acabou acertando em cheio minha cabeça – Maior desajeitada. Desculpe garoto. 

 

– Não tem problema garota desajeitada, estamos na mesma situação – Pisquei para ela, mas nossas atenções são direcionadas para um barulho estrondoso e um prédio caindo – O dever nos chama. 

 

Usei o bastão para locomover-me até lá. 

 

Nossa luta contra o coração de pedra foi um pouco... Dessincronizada. Tanto por estarmos aprendendo a usar nossos poderes quanto por não nos conhecermos.

 

Pude testar meu poder especial e fiquei fascinado com ele, infelizmente acabei descobrindo que eu só podia usa-lo uma vez e logo me destransformaria, o que era estranho pois com mamãe não era assim.

 

Pensei ser apenas comigo mas pelo visto era com minha parceira também e ao menos que ela fosse um sentimonstro como eu, nossos poderes tinham limites por sermos mais jovens ou até por estarmos usando-os pela primeira vez. 

 

Por sorte ninguém havia notado minha ausência enquanto estava transfomado.

 

Quando cheguei em casa meu maior desafio foi fazer Plagg gostar de alguma coisa para comer e por sorte ele havia esquecido o assunto sobre meu pai. 

 

– O que é isso? – Ele segurava um dos copos de fruta que eu havia pego. 

 

– Comida. Meu chefe fez para mim – Aumentei o volume da Tv – E eu não costumo comer muita coisa, ele desconfiou, então aproveita. 

 

– Se quiser que eu recupere minha energia depois de uma transformação vai ter que me dar algo melhor – Plagg soltou o copo – Se vira moleque. 

 

Voltei minha atenção para a Tv, onde a repórter falava a respeito da minha nova parceira, Ladybug. 

 

– Então esse é nome dela – Comento interessado. 

 

– Não está me ouvindo? – Plagg flutuou para perto de mim. 

 

– O que você quer então? Leite? – Provoco. 

 

– Isso é preconceito! Só porque sou um gato não quer dizer que eu goste apenas de leite e eu também sou um Kwami! 

 

Provocar Plagg acabou resultando em uma reclamação de quase cinco minutos, a respeito de não julgar os outros pela aparência e outras coisas que eu gostaria de ser humano para esquecer. Só no fim ele disse o que queria.

 

O que me surpreendeu não foi bem o que ele comia, mas que ele não lembrava do assunto do papai. 

 

Talvez memória falha não fossem apenas com humanos. 

 

– Queijo Camembert. Tudo o que ele come é um queijo fedido – Observei o mini gato comer o alimento com gosto – Eu vou ficar a maior parte do tempo fedendo a queijo. 

 

A repórter apareceu com outra matéria urgente. Aparentemente o akuma do papai acabou se multiplicando pois segundo Plagg, minha parceira não havia capturado a fonte de poder do mal e só ela tinha o poder de fazer tal coisa. 

 

– Então eu sou um inútil? – Questionei – Se ela pode fazer isso porque eu devo ajuda-la então? 

 

– Não é assim que funciona. O universo precisa estar em equilíbrio por isso pessoas diferentes foram escolhidas. O poder precisa estar divido e não concentrado em uma pessoa só – Plagg engoliu o queijo, o que me deixou deveras supresso com o ato – Ela precisa de você e você dela. Como o Yin Yang. 

 

– Você não pode sair de perto de mim, certo? – Perguntei com minha preocupação inicial na cabeça. 

 

– Se quiser se transformar, não. 

 

– Então você vem comigo – Peguei-o e o coloquei no bolso da minha roupa. 

 

Aproveitei que todos estavam distraídos e tentei ir para a escola outra vez. 

 

Como o akuma não era necessariamente minha responsabilidade e eu só iria “apoia-la”, foquei no que realmente me interessava no momento.

 

Eu não tinha a mentalidade do que era ser um herói. De que eu podia ajudar as pessoas sem querer algo em troca. Que simplesmente fazer o certo já estava bom. 

 

– Para onde você está indo? – Plagg saiu da minha roupa. 

 

Naquela altura eu já estava no meio do caminho. 

 

– Escola. 

 

– Está fugindo para ir à escola? Você é um garoto estranho – Plagg cruzou os braços. 

 

– Estou cansado de ficar em casa por causa do meu pai, minha mãe me criou para eu ser um garoto normal. Pessoas normais vão à escola e vivem em sociedade, não ficam trancados dentro de casa. 

 

– Você é realmente estranho. 

 

– Você não faz ideia – Parei em um canto para que Plagg pudesse voltar a seu esconderijo. 

 

Cheguei na frente da escola. Eu estava subindo novamente as escadas, Nathalie saiu do carro e tentou novamente me parar. 

 

– Seu pai vai ficar furioso e você sabe disso – Nathalie faltou implorar para que eu voltasse. 

 

– Diz que chegou tarde, por favor – Juntei as mãos implorando – Eu nunca te pedi nada. 

 

Nathalie ficou pensativa, não esperei sua resposta e apenas entrei. 

Ela não foi atrás de mim, o que significava que ela considerou. 

 

– Oi Chloé – Avistei-a de longe. 

 

– Adrien! – Ela correu e me abraçou – Que bom que você veio. 

 

– Cheguei tarde mas estou aqui – Retribuiu. 

 

Os outros alunos pareceram me notar e vieram em cima de mim. Consegui desvencilhar-me e Chloé me guiou até a diretoria.

 

Eu precisava confirmar minha presença para que a matrícula fosse válida.

 

Após isso, Chloé continuou a me guiar e dessa vez era para nossa sala. Acabei dando alguns autógrafos pelo caminho.

 

Esse era um comportamento que eu ainda não entendia direito. Querer a assinatura de alguém.

 

Chloé me soltou e entrou primeiro na sala. 

 

– Esse é o seu lugar – Ela indicou um assento compartilhado – Bem na minha frente, eu guardei pensando em você. 

 

– Muito obrigado Chloé – Agradeci e sentei ao lado de um garoto de boné. 

 

Meu primeiro contato com meus colegas de classe. 

 

– Olá, eu sou o Adrien Agreste – Estendi minha mão para o garoto ao meu lado. 

 

Eu disse, era quase automático meu cumprimento com as pessoas. 

Ele me olhou de uma forma reprovadora. 

 

Pensava se eu tinha feito algo ruim? 

 

– Então você é amigo da Chloé? – Ele direcionou o olhar para ela. 

 

Virei-me e encontrei-a colando um chiclete no assento de alguém. 

 

– Ei! – Levantei-me – O que está fazendo? 

 

– As idiotas que estavam sentadas aqui, merecem uma lição – Ele respondeu orgulhosa do que fazia. 

 

– E isso é mesmo necessário? – Perguntei confuso – Se alguém sentar aí, o chiclete vai grudar na roupa. 

 

– Você ainda tem muito o que aprender sobre a cultura da escola – Ela foi até seu lugar e sentou-se. 

 

Fui até o chiclete e a agachei para analisa-lo melhor. Na minha cabeça aquele era um dos peculiares costumes que eu ainda não entendia e conhecendo bem a natureza de Chloé, não deveria ser algo bom. 

 

– O que está fazendo!? – Duas garotas foram na minha direção. 

 

Fiquei confuso e não soube o que responder, apenas levantei enquanto Chloé e a amiga dela Sabrina — que ela me apresentou quando fizemos uma chamada de vídeo e a menina estava lá — riam da situação. 

 

– Já entendi, você é amigo da Chloé – Ela parecia chateada – Parabéns para vocês três. Conseguiram o que queriam. 

 

– O que? Não! Isso não faz parte da cultura escolar? – Eu estava extremamente confuso e não sabia o que fazer – Eu estava tentando tirar. 

 

– É mesmo? – Seu tom foi irônico. Ela agachou e cobriu o chiclete com um pano – O que poderíamos esperar de conhecido dela. Espero que não precisemos lidar com uma versão masculina da Chloé. 

 

– Porque estão todos me julgando por conhece-la!? – Comentei comigo mesmo. 

 

A garota sentou-se chateada, sentei no meu lugar desapontado e pensativo. 

 

– Entendeu o que eu falei sobre o respeito que me devem? Está aí uma prova – Chloé comentou vitoriosa. 

 

– Porque não disse que foi a Chloé? – O garoto do meu lado pronunciou-se. 

 

– Eu não posso dedurar as pessoas, principalmente ela. A conheço desde os meus primeiros anos de vida, Chloé é minha única amiga – Suspirei frustrado. 

 

– Então você precisa de amigos novos – O garoto estendeu a mão – Prazer, Nino. 

 

Sorri e apertei sua mão.

 

A professora chegou e fez à chamada antes de iniciar a aula. Quando chegou no meu nome, eu não sabia o que fazer até Nino dizer que eu precisava confirmar presença. Eu acabei levantando com uma certa rapidez e respondendo um pouco alto, a turma riu mas eu não me preocupei pois pela reação de Nino eu não havia feito nada de errado.

 

A professora chamou o nome de outro aluno, mas quem acabou entrando e aterrorizando todo mundo foi o coração de pedra. Aproveitei o alvoroço e saí para os armários, onde transformei-me em Chat Noir e fui atrás dele. Minha parceira poderia precisar de ajuda.

 

Devo admitir que foi uma bela experiencia lutar ao lado dela outra vez, pareceu que ela havia ganhado mais confiança. Teve um momento em que ela ficou desestabilizada quando o guarda disse que ela havia falhado na primeira vez mas com algumas palavras de incentivo ela voltou a sua confiança.

 

Algo mudou em mim quando ela correu na direção da imagem que os akumas haviam formado do rosto do papai, ele havia escolhido o nome de Hawk Moth e se declarou oficialmente como inimigo meu e da minha nova parceira.

 

Eu também pude testemunhar o poder de purificação e o poder de concertar as coisas com o Miraculous dela. Plagg estava certo em sermos um Yin Yang, enquanto eu represento a destruição, ela a criação. 

 

– Não importa quem esteja por trás daquela mascara, eu... – Pousei a mão no meu peito – Acho que amo essa garota. 

 

Eu tive dúvidas sobre o sentimento que cultivava, mas hoje posso ter certa de que era amor.

 

Recebi uma ligação de Nathalie perguntando onde e como eu estava por conta de toda confusão do akumatizado, disse minha localização e ela foi me buscar. 

 

Gorila estacionou na porta da escola, o que não passou despercebido por mim. Papai aproveitou e ligou, obviamente ele estava furioso. 

 

– Você me desobedeceu e foi a escola! – Sua feição não era nada agradável. 

 

– Sim senhor – Abaixei a cabeça e confessei meu erro. 

 

– Eu disse que você nunca voltaria para lá... 

 

– Mas pai... 

 

– Sem o seu Guarda costa! – Aquela frase fez com que eu levantasse a cabeça confuso – Ele vai te levar e te buscar todo dia na escola, Nathalie se ofereceu para organizar sua agenda. Música, chinês, esgrima, sessão de fotos e agora a escola. 

 

– Obrigado Nathalie – Olhei para ela agradecido – Obrigado papai. Não vou decepciona-lo. 

 

Sai do carro antes que ambos mudassem de ideia e fui para minha sala. Cumprimentei Nino e tentei falar com a garota mas ela virou o rosto para mim. Ele aconselhou-me a falar com ela a verdade, por mais que eu ficasse perdido em relação ao que eu deveria fazer, ele disse que era para eu ser eu mesmo. Lembrou-me minha mãe e eu acabei descobrindo o nome da garota, era Marinette.

 

No final da aula, aproveitei que estava chovendo e que ela estava parada para tentar me desculpar.

 

Cumprimentei-a e a mesma virou o rosto novamente. Eu cheguei dar alguns passos para ir embora, porém sentir que eu devia falar com ela. 

 

– Desculpe pelo chiclete mais cedo, eu não o coloquei ali, provavelmente você sabe quem foi mas não vou dizer o nome – Abri o guarda-chuva – Esse é meu primeiro dia numa escola de verdade com pessoas de verdade sem que sejam meu pai e a assistente dele... eu nunca fui muito além dos limites da minha casa, nunca tive amigos além da Chloé, na verdade nem sei interagir direto com as pessoas sem parecer alguém de mentira... espero que possa entender minhas atitudes, se em algum momento eu te ofendi. 

 

Ela prestava total atenção em mim, aproveitei que ela me encarava e coloquei meu guarda-chuva sobre ela. A mesma parecia incrivelmente surpresa e hesitou um pouco em pega-lo da minha mão, não quebramos o contato visual. Apenas quando ela apertou o botão e o guarda-chuva fechou sobre a cabeça dela fazendo-me rir, ela riu também e nos despedimos no fim.

 

No meio das escadas Plagg acabou sugerindo que teríamos um romance, mas logo descartei dizendo que ela era apenas uma amiga e ali eu percebi o real sentido daquela palavra.

 

Voltei para casa animado e resolvi fazer algo que provavelmente me arrependeria. Mas eu sentia que estava em dívida com meu pai, além de que se fosse para que mamãe pudesse voltar, eu faria sem hesitar e também eu já tinha uma das coisas que precisava. 

 

– O que vai fazer? – Plagg perguntou receoso mas não saiu de dentro da minha camisa. 

 

– Eu não fui exatamente sincero com você – Paro em frente a porta do ateliê – Eu não sou uma pessoa de verdade, sou um sentimonstro, criado para ser o filho que meus pais nunca tiveram. 

 

Não ouvi a resposta e nem a reação de Plagg, apenas entrei no ateliê e encontrei papai criando em sua máquina. 

 

– Adrien já te falei... 

 

– Eu tenho algo importante para te dizer – Cortei-o – Mamãe disse que eu nunca deveria esconder nada de vocês e que se algo acontecesse eu deveria confiar somente no senhor e na Nathalie. 

 

– Diga – Aparentemente eu despertei o interesse dele. 

 

Olhei para o anel e girei-o um pouco. Naquela altura, Nathalie que estava na mesa dela havia parado para escutar o que eu queria falar. 

Encarei meu pai e resolvi abrir o jogo. 


Notas Finais


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