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História Adversidades de uma vizinhança - One:


Escrita por: busanct

Capítulo 1 - One:


A dor lancinante que tomava conta do nariz do Moon, fazia-o sentir certa acerbidade em sua garganta. Respirar era dolorido e a compressa de gelo, mesmo que aliviasse um pouco a dor, fazia sua testa doer por algum motivo. A visão estava turva, e não conseguia ao menos virar o copo D’água em sua boca, pois erguer a cabeça era demasiadamente incômodo. A enfermeira informou que não estava quebrado, mas que ficaria doendo por alguns dias ainda. Jongup suspirou, jogou por cima de seu ombro a mochila preta e pesada e pulou da maca baixa fazendo um baque seco no chão da sala quase vazia exceto, pela enfermeira.

— Qualquer problema, Moon, procure um médico. — Murmurou ao menino que assentiu antes de sair, cabisbaixo.

A mochila não pesava quase nada em suas costas, a dor enchia sua mente e algumas lágrimas que tentava a todo custo segurar estavam embaçando sua visão. Observar o movimento dos pés era reconfortante; cada passo sobrepondo o outro em uma rapidez, fazendo parecer que, o pequeno Moon corria. Recusava-se a olhar para frente, graças a deus sabia o caminho até a saída de cor e salteado. Os corredores da escola estavam vazios e as salas completamente silenciosas. Seria assustador, se não fosse reconfortante para moreno.

Ao se aproximar do portão, ouviu o que mais temia e lhe confortava de maneira simultânea: a risada de Bang Yongguk.

Vestiu o capuz da blusa de modo que fosse impossível reconhecer seu rosto, mas isso não impediu que o garoto de cabelos levemente desgrenhados batendo na metade de seu pescoço, o reconhecesse.

Ao sentir as mãos do moreno lhe tocando os ombros, a vontade de chorar apenas aumentou ainda mais.

— Eu não estou no clima pra conversa, Yongguk, então, se quiser me acompanhar até em casa, eu sugiro que não fale nada. — E Yongguk não disse.

Com um menear de cabeça, acenou ao garoto sentado na mureta do colégio, sendo retribuído, e logo Imergiu no desconfortável silêncio que exalava do Moon como um grande roteador de pesar.

Andavam lado a lado. Àquela hora da tarde as ruas encontravam-se praticamente vazias. Era uma bela cidadezinha do interior, sempre calma. Como diziam por lá: se mora aqui e nunca algum boato sobre você vazou, está vivendo errado.

Jongup preferia estar vivendo errado.

Não que pessoas lhe chamando de bicha, boiola, viado entre outros termos o afetasse, pelo contrário, julgava as pessoas que tentavam lhe ofender, baixas. Simplesmente isso, baixas e intolerantes, e não precisava de pessoas desse tipo ao seu redor. Estava muito bem com Youngjae e Yongguk – e às vezes Daehyun, mas eram raras as ocasiões onde este aparecia.

O grande x da merda de questão, era apanhar.

Não conseguia revidar nunca, mesmo tendo a capacidade necessária, era como se travasse; era isso o que odiava: travar. Não ter a porra de uma reação.

O sol já estava longe no horizonte e se demorassem mais, os postes de luz logo acenderiam e o vento gélido e levemente cortante atravessaria as blusas de moletom barato do casal.

Poucas vezes no caminho, Yongguk tentava lançar alguma piada, mas Jongup apenas esquivava do assunto ou não respondia, o que cortava o clima. O Bang decidiu após duas tentativas ficar calado, e para não deixar o namorado completamente desamparado, Jongup estendeu o braço levemente, tocando as costas da mão do moreno, chamando sua atenção. Pela primeira vez naquele dia depois da briga, encarou o namorado nos olhos e sorriu levemente. Não foi um sorriso de alegria e nem mesmo um sorriso triste, era mais como: não é sua culpa, eu só não quero conversar, mas agradeço por tentar me animar.

Sim, um simples pequeno sorriso dizia isso, e Yongguk não precisava de mais para acalmar seu coração.

Em um ato quase que inconsciente, enlaçou seu dedo mindinho ao do mais novo, e com um pequeno sorriso de canto, abriu com a mão esquerda a caixa de cigarros no bolso de trás de sua calça colocando-o entre os lábios, e com a mesma mão, pegou o isqueiro velho que guardava no bolso da frente de sua calça, acendendo-o.

Jongup olhou para o namorado de forma de modo a dizer que não aprovava, porém não daria sermão algum.

— Não me olhe com essa cara, não vai conseguir me deixar com a consciência pesada. — Murmurou ao mais novo que riu soprado.

— Cê sabe que isso te mata lentamente.

— Ainda bem. Não é minha intenção morrer rápido, de qualquer forma. — E o assunto se encerrou ali.

Conforme andavam, o vento soprava mais forte e o cheiro antes forte do cigarro do Bang se dissolvia no ar. Algumas ruas antes da casa de Jongup, o mesmo parou e encarou o namorado. Os olhos fundos procurando não sabia bem o que no olhar de Yongguk, não encontrando, e mesmo não sabendo seu objetivo com aquela ação, sentiu alívio em seu peito.

Com os dedos trêmulos, estendeu a mão até o filtro de nicotina por entre os lábios do Bang e tomou-o em mãos, guiando-o até sua própria boca sob o olhar repreensivo do moreno. Tragou profundamente de olhos fechados por duas vezes, na segunda, encostando Yongguk na cerca de madeira pintada há algumas semanas pela senhora bondosa que sempre lhe ajudava com as tarefas de matemática e beijando-o levemente enquanto soltava a fumaça por entre os lábios.

Yongguk sorriu após o ato. Fora apenas um selar, cauteloso até. Não apenas pelo medo de alguém identificá-los, mas também pela dor no nariz de Jongup. Não poderia agarrar o Bang como bem quisesse, se encostasse o nariz na bochecha de Yongguk, ou mesmo trombasse o membro em qualquer lugar do corpo esbelto do namorado, perderia o tesão por completo.

Hipócrita. — Yongguk murmurou ao ter o cigarro de volta em sua boca.

Jongup deu de ombros, dessa vez não reatando as mãos, apenas seguindo de cabeça erguida.

Gostava de andar assim com Yongguk. Ele não o julgava, e, mesmo os dois sendo menor de idade, aparentemente ninguém via problema algum no vício em narcóticos de Yongguk.

Jongup sentia-se parcialmente livre na companhia do jovem amado.

— Você pode jantar conosco. Mamãe adoraria tê-lo como companhia. Se acabar ficando tarde, ligue pra tua casa e avise que dormirá aqui. — Anunciou assim que passaram do pequeno portão que separava a calçada do gramado bem cuidado do Moon.

— Tudo bem. — Respondeu baixo antes de entrarem pela porta da frente.

O Moon anunciou sua chegada com um grito, e a dona da casa logo respondeu com animação. Yongguk sabia como as coisas funcionavam por ali, então em seguida, anunciou sua presença, recebendo algumas expressões de alegria e algo como: bem-vindo, querido. Estou fazendo torta de frango, quer com requeijão?

A senhora Moon era realmente encantadora e compreensiva, cuidando de seu filho sozinha após o marido falecer.

— Não, obrigado. Vou subir com Jongup para o quarto. — Murmurou, mas sabia ter sido o suficiente para a mãe de Jongup ter escutado.

O Moon mais novo subiu as escadas batendo os pés descalços no chão com força e a cabeça baixa. Não era a primeira vez que acontecia, e mesmo Yongguk oferecendo ajuda sempre, Jongup negava.

Já era comum chegar em casa com um olho roxo, os lábios rachados ou mesmo o nariz dolorido. Yongguk também já estava acostumado com o namorado machucado.

Não que aceitasse o que acontecia, o Moon não sabia, mas vez ou outra se metia em briga atrás do ginásio, mas raramente se machucava. Era bom de briga.

Jongup entrou no quarto lentamente, tomando cuidado para não bater a porta ao fechá-la. Sentou-se no pequeno puff existente no quarto e cobriu os olhos com as mãos por alguns segundos apenas respirando fundo seguidas vezes, levando as mesmas aos cabelos e puxando alguns fios com certa força.

— Eu sei que pode não ser a melhor coisa agora, mas se quiser conversar eu estou aqui. Cê sabe disso. — O bang murmurou baixinho sentando na cama alta do mais novo.

O Moon permaneceu em silêncio, e Yongguk não insistiu.

Não era algo incomum entre os dois. Aquele silêncio era famoso e podia-se dizer que, quase fazia parte do relacionamento deles.

Jongup estava cansado. Com dezesseis anos, não havia desferido nem um único mísero soco em alguém, principalmente em quem merecia.

Com algo assemelhando-se a vergonha, elevou o corpo do pequeno assento dirigindo-se até a cama e sentando-se ao lado do namorado com um pequeno sorriso tristonho.

Acomodou-se ao lado do mais velho apoiando a cabeça em seus ombros, respirando fundo e sentindo o cheiro de fumaça que exalava de seus cabelos negros. Esse era o cheiro de Yongguk, e o Moon adorava. Uma mescla boa o suficiente entre shampoo de morango infantil, sabão de lavanda e cigarros. Não era completamente agradável, mas reconfortante o suficiente, como cobertores felpudos no inverno.

— Eu não quero que você faça nada, entendeu? — Jongup sussurrou baixinho e o namorado assentiu com convicção.

— Não farei nada.

— Bom.

— Vamos para o morro hoje a noite, que acha? Youngjae vai estar lá com Daehyun.

— Vamos. — Respondeu antes de fechar os olhos e respirar fundo, cochilando no ombro do mais velho.

 


Notas Finais


eu nao sei o que dizer gnr eh isso comentem pelo amor de deus eu to implorando comentem porra serio pelo amor de sei lá quem comenteeeeeeeeemmmmmm


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