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História Afers Exteriors - A dura conversa com Juvia


Escrita por: Braunjakga

Capítulo 52 - A dura conversa com Juvia


Fanfic / Fanfiction Afers Exteriors - A dura conversa com Juvia

52 — A dura conversa com Juvia


Tudo o que Juvia mais temia aconteceu: Gray reapareceu na sua vida, chamou Lisanna para uma conversa no porto, que se tornou em um show pirotécnico que ele deu para os policiais, e agora seu passado mais traumático estava em seu local de trabalho, olhando ameaçadoramente para seu patrão. O pior de tudo: chamando-o de irmão!

Tudo bem que não conhecia nada do passado de Lyon para que o julgasse e formasse uma opinião crítica de sua trajetória, mas o pouco que conhecia do patrão nesses seis anos que trabalhava para ele mostraram que Lyon era um homem gentil e tímido, avesso à brigas, muito contrário do comportamento errático de Gajeel e do modo de vida aventureiro de Gray. Durante seis anos, Lyon Stort foi um abrigo de paz, mas agora via que a paz que sustentava seu espírito começava a se fragilizar ao longo dos últimos meses.

O mais incrível foi vê-lo falar em noruegês nos últimos meses mais do que ele falou ao longo daqueles seis anos. Era de espantar! Precisava parar aquela contenda, os clientes começaram a se assustar.  

— Será possível que não podemos ter uma manhã tranquila no restaurante? Temos clientes! — gritou a azulada.

Lyon olhou para os lados, sorrindo. 

— Quem diria que aquele garoto arrogante que gostaria de passar a Ur se tornou em um dono de uma confeitaria e adora servir as outras pessoas! — Gray aplaudiu. O semblante de Lyon ficou mais cerrado ainda, denotando a sua raiva. 

— Você abandonou sua família, Gray! — disse Lyon.

— Eu não abandonei. Descobri a verdade e segui minha vida! — respondeu Gray, com a mesma raiva de Lyon.

Nesse momento, Juvia agarrou as mãos de Gray com força.

— Basta vocês dois! Você quer conversar comigo, Gray? Então vamos! Lá em cima tem os escritórios e podemos conversar à vontade. — Agora era Juvia quem tinha o semblante mais sério de todos e intimidou até mesmo Gray. 

— Tudo bem… Vou continuar a servir os clientes… Sherry, me ajuda? — pediu Lyon. A mulher de cabelos rosa só olhava tudo de trás do balcão. Só faltou um fio de sanidade para chamar a polícia no estabelecimento. Aquelas palavras calmas de Lyon foram um começo de distensão, mas não foi tudo. 

— Na sicher! (Com certeza!) — disse a mulher, tentando colocar um sorriso no rosto e imaginar que o copo estava mais cheio que vazio. 

A vida voltou ao normal na confeitaria, e os demais clientes continuaram a conversar e a falar besteiras quaisquer. Juvia arrastou o moreno sem medo dele, como se conhecesse a peça faz tempo. 


-X-


Subiu os degraus, abriu a porta e sentou-o na cadeira de frente a mesa do computador. Cruzou os braços, tentando manter a calma e a tranquilidade naquele momento. 

— Desembucha, Gray, o que é que você veio fazer aqui? — O olhar de Juvia era sério e não estava de brincadeiras com ele, nem queria saber de quaisquer graças ou ironias que fizesse. 

— Eu gostaria muito de dizer como você envelheceu bem esses anos todos… Está até mais bonita… — Gray tentou levar as mãos até os cabelos dela, mas Juvia rebateu como se de uma mosca tratasse. 

— Dispenso seus elogios. Dispenso. Sabe por quê? Por que quando eu me entreguei de coração pra você, quando Juvia estava de coração aberto, você não era só de Juvia. Você tinha outros interesses em mente, não é mesmo? Você se lembra da minha amiga Meredy? 

— Eu me lembro de todas… — disse Gray, com uma voz suave. Aquilo desagradou profundamente a azulada. Ela deu um tapa na cara dele sem hesitar.

— Safado! Não coloca ela no meio das suas conquistas!

Gray quase caiu da cadeira. Arregalou os olhos impressionado com tamanha agressividade. Aquele ato ele teria respondido de maneira proporcional, mas como era Juvia, segurou a raiva antes de berrar. 

— O problema é esse, Juvia? O problema sou eu? Se você montou um castelinho no meio de uma nuvem, o problema não é meu! Eu te falei: eu não era de ninguém. Até hoje não sou! Você insistiu que a gente deveria se casar e ter filhos e viver numa fazenda num fjord! Nunca foi meu sonho! Não me coloca nele! 

— Eu sei, Juvia foi muito idiota por confiar em você. Eu só tinha 17 anos, você já era um homem com dois anos de idade na minha frente. Eu era uma idiota… Eu paguei pela minha idiotice… 

— Você não era idiota. Eu bem que tentei ser homem de uma mulher só, não tentei? Graças a você! Não se chame de idoita! Passamos um ano juntos! Um ano! Até você dar a luz pro Storm, o nosso filho! E você perdeu ele, não perdeu? Ficou enchendo o ouvido do meu pai falando que era coisa minha pra eu me “engraçar” com as outras! Você não sabe como isso arruinou a minha vida! A polícia ficou um ano no meu pé! Eu já achava nossas personalidades incompatíveis, Juvia, mas me acusar de sumir com meu filho foi a gota d’água! — desabafou Gray. — A melhor dispensa que eu dei na minha vida! Não senti nada mesmo depois que você me caluniou daquela forma, sem provas de um suposto crime que eu cometi! 

Agora era Juvia quem baixava a cabeça como se recebesse um tapa moral na alma. 

— Eu errei, confesso que errei. Mas ver meu filho tirado dos meus braços, roubado do hospital doeu muito em Juvia. Eu era jovem. Muito jovem… Mas isso não muda o fato que você desgraçou a pobre da vida da Lisanna também… — disse Juvia, séria.

— Desgracei? Desgracei como? Para com isso! E as ovelhas que os lobos dela mataram e levaram de mim há quase vinte anos? — Gray levantou-se da cadeira com um desconforto na alma, como nos velhos tempos que Juvia o acusava de dar um sumiço no filho. — Lisanna veio depois de você, muito depois! Passei um tempo no norte ouvindo notícias que uma mulher loba tava matando as ovelhas do meu pai pra ter o que comer! O resto me embrenhei no mato e me desafiei a olhar na cara da ladra de ovelhas! Do meu jeito, é claro! Só! E também só ela quem me deu mais trabalho, todos meus fins de relacionamento foram amigáveis. 

— Exceto comigo e com a Meredy, não é?

— Eu era novo… A Meredy tinha terminado com a Ultear… 

— Mas ela ainda amava a Ultear e você foi lá e se aventurou com ela… 

— Foi só uma aventura, droga! Ela tava sabendo de tudo também! 

— Mas ela morreu. 

— Morreu depois de três meses que a gente se separou! Não vem me acusar de nada não! 

— A gente pensa que foi de desgosto… 

— Vai me acusar até quando, Juvia? Parece que eu sou o culpado de todos os males do mundo, quando eu não sou? Até quando, droga! — Agora era Gray que estava estressado. Estressou-se tanto que levantou a cadeira para o alto, tentando quebrá-la, mas parou quando viu que estava no escritório de Lyon. 

— Está bem! — berrou Juvia antes que ele fizesse uma loucura. 

— Eu fui tão acusado por você que dá vontade de virar vilão de verdade! Caçei baleias, fui multado! Só pra sentir o gosto de ser vilão mesmo! — berrou Gray, os olhos rubros de raiva. — E eu só me ferrei com essa raiva toda!

— É, a gente nunca ia dar certo mesmo, nos maltratamos… 

— Se o meu defeito é não parar com mulher nenhuma, o seu defeito é ser paranoica demais! Pronto! Todo mundo tem seus defeitos, mas roubar meu filho e sumir com ele, causar um dano psicológico pra Meredy… não! Não sou culpado isso e você sabe que eu não sou…  

Juvia e Gray se olharam cansados, como se tivessem lavado uma roupa suja que há muito tempo precisava ser lavada. 

— Por isso que eu gosto de conversar… Obrigada pela conversa, Gray… 

— Ora, pensei que me achava o homem mais desprezível do mundo…

— Eu acho, mas nem tanto. Conversando a gente muda. Percebi sua sinceridade, só isso… ainda quer falar com a Ultear?

— Sim, vou falar com todo mundo. Vou aproveitar a minha vida nova em Barcelona… 

— Se for pra atrapalhar a Lis, eu já aviso que vai me ter pela frente! 

— Eu quero me livrar daquele lobo feroz! Tenho mais com o que me preocupar… 

— O que seria importante pra você aqui?

Gray olhou profundamente nos olhos de Juvia, segurando suavemente as mãos dela. Pareciam os velhos namorados de vinte anos atrás.  

— O Storm… O Laxus e a Erza investigaram e… tenho uma pulga atrás da orelha… Nosso filho pode ter vindo pro sul, Juvia! O Storm tá aqui! — disse Gray, otimista. Juvia arregalou os olhos e ajoelhou-se no chão sem forças nas pernas. Gray a acudiu. Aquele filho era sua busca diária, sua preocupação constante. Uma mãe nunca abandona seu filho, não importa quão longe ele esteja. Saber que ele poderia estar perto de si era uma resposta que sua alma buscou durante longos 20 anos.

O mais incrível é que veio de Gray!


Continua… 







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