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História After all this time - Perfect.


Escrita por: SadnessDaLana

Notas do Autor


Here we go again... Eu espero que vocês tratem esse capítulo com muito carinho, porque ele é um dos meus favs, dito isso... Boa leitura ;)

Capítulo 17 - Perfect.


-Então nosso pai decidiu que James seria perfeito para ficar responsável pelo seu cargo enquanto você recebe alta e se recupera.

-Oh... Isso vai demorar tanto.

Lena lamentou-se.

-Mais do que você queria, não é?

A morena revirou os olhos, não via a hora de receber alta. Aquilo tudo estava muito chato e monótono, queria a sua rotina de volta, mesmo que boa parte dela viesse a ser desgastante na maioria das vezes.

-Com certeza sim. A comida aqui não é muito boa, isso aqui é entediante.

-Pensei que sua namorada viria visitá-la todos os dias.

Lena sorriu automaticamente com a resposta do irmão.

-Ela vem, mas também vai.

Lex Luthor ficou mais um pouco ali fazendo companhia para a irmã, confessou-a que Lillian queria ficar para cuidar dela e aquilo os fizera rir. Por um segundo o homem parou para apreciar o momento, estava rindo com a sua irmã e sabia que aquilo não tinha preço. Talvez não houvesse parado para pensar se Lena não houvesse sofrido um atentado. Mas estava disposto aproveitar mais seus momentos com as pessoas especiais, ele disse a si mesmo quando soube que a irmã estava fora de perigo.

Os Luthor’s voltaram para Nova York deixando Olsen no cargo da senhorita Luthor, temporariamente. Arias passou mais uma semana em National City para ir embora, nesse meio tempo visitou a amiga todos os dias e passou a sair com Kara e conhecê-la melhor. As duas criaram uma ligação forte e estavam contentes por isso, pois tinham certeza da importância que ambas tinham para Lena.

Kara mandou seu advogado visitar Mike para que ele pudesse conceder o divórcio, mas como previsto, ele negou-se. O que obviamente a chateou, um divórcio litigioso levaria muito mais tempo do que ela estava disposta a esperar. Mas ela tratou de dizer para a namorada com todas as letras que iria divorciar-se, e assim fora a primeira vez que ambas falaram sobre aquilo. Um dia desses quando Kara voltara para casa, tivera uma surpresa. Rhea Matthews parecia estar a sua espera.

-Eu demorei em vir por que... Eu estava constrangida e envergonhada e decepcionada pelo que Mike fez... Eu não o criei dessa forma, eu me sinto tão envergonhada por você e pelos Luthor.

-Eu compreendo, mas não tem que se sentir envergonhada, não foi você quem fez essas idiotices. Mas eu não estou muito a fim de falar sobre o seu filho, e eu espero que compreenda isso também, sendo assim... A que devo a sua visita?

A resposta da mulher pegou um pouco Kara de surpresa, ela disse que iria tentar convencer o filho a assinar o divórcio. Queria ajudar de alguma forma numa tentativa de sentir-se melhor. A loira disse apreciar aquilo, mas estava certa de que ele não cederia.

-Deixe-me tentar, e se ele não ceder... Você torna as coisas realmente judiciais.

Kara deixou-se convencer, pois notara que a mulher estava buscando alguma espécie de redenção embora aquilo não tivesse exatamente a ver com ela. Embora todas as coisas ruins que ela estava sentindo em seu peito fossem culpa de seu filho. Mais duas semanas passaram-se, não de maneira tão rápida. Mas com isso, chegara também o tão esperado dia no qual a senhorita Luthor receberia alta.

-Eu vou cuidar de você.

Kara disse com uma expressão orgulhosa.

-Por favor.

Lena respondeu bem humorada enquanto as duas caminhavam em direção à residência da Luthor.

-Eu quero voltar logo ao trabalho e...

-Vai com calma aí, você sabe muito bem que vai ter de esperar mais um pouco.

A Luthor revirou os olhos porque sabia que aquele “pouco” era muito e ela já estava quase sem paciência com aquilo tudo para ter de aturar aquela história de recuperação, mas sabia que teria de aturar mesmo assim, pois Kara foi claríssima sobre a sua recuperação.

-Pronta para abrir as portas de casa e se sentir no seu lar novamente?

A loira perguntou animada e Lena quase ronronou em concordância. O único lado positivo de ter de se recuperar de uma cirurgia era o fato de que Kara ficaria com ela, em sua casa durante sua recuperação. Quando Lena por fim abriu a porta de sua grande casa, deparou-se com algo que ela não esperava.

-Surpresa.

Kara disse ao seu lado beijando o seu rosto em seguida, rostos conhecidos estavam em sua sala, Alex, Maggie, Jess, Winn, James, Lucy e até Samantha a qual Lena poderia jurar que estava em Nova York. Tratava-se de uma pequena celebração para recebê-la de volta.

-A ideia foi minha, espero que não se importe por eu ter chamado Jess e Winn.

A loira disse em seu ouvido e em seguida afastou-se para ver a reação no rosto da morena, e ela fora positiva. Tinha um belo sorriso nos lábios e um olhar de gratidão e carinho.

-Seus amigos são meus amigos.

Respondeu dando-a um beijo rápido, em seguida virou-se para os convidados com uma expressão surpresa e umedeceu os lábios com a ponta da língua.

-Uau. É isso que eu sem dúvidas chamo de surpresa. Obrigada por estarem perdendo o tempo de vocês aqui comigo, acho que faz muito tempo desde que não me sinto querida por um grupo de pessoas que não é a minha família.

Lena comentou arrancando algumas risadas e tratou de cumprimentar todos.

-O que você não sabe é que eles vieram mais por causa da comida da sua comemoração do que por você em si, Lee. Aliás, eu vou pegá-las na cozinha. Você me ajuda Sam?

Samantha prontamente concordou, quando Kara mencionou sobre uma pequena surpresa apenas com pessoas realmente íntimas, Arias não quis ficar de fora.

-Eu fico feliz que esteja aqui, minha irmã está radiante e eu aposto que além de ter a ver com a sua saída do hospital, tem a ver com o fato de que ela será sua enfermeira particular por algum tempo.

Alex comentou fazendo Lena rir, também era engraçado como as coisas haviam mudado. Se alguém a dissesse no colegial que Alex viria a ser tão legal com ela num futuro distante ela com certeza iria rir daquilo. De repente, enquanto olhou para o lado e viu sua melhor amiga e a mulher da sua vida conversando a caminho da cozinha para buscar a comida da qual ela certamente não poderia comer, constatou quão as coisas estavam bem.

Os negócios estavam produtivos, o divórcio de Kara era questão de tempo, Samantha e Kara pareciam bem mais próximas do que ela poderia se lembrar. Mike Matthews estava onde merecia, sua família gostava de Kara e as apoiava juntas e Alex estava a aceitando de uma maneira natural e de bônus tinha uma ótima esposa que sempre pareceu simpatizar com ela. Desde a primeira vez em que as duas se viram e Maggie pediu-a para não ir embora da cidade antes de falar com Kara.

-Eu acho que nunca estive tão feliz em minha vida.

Comentou sincera quando tornou seu olhar para Alex. Realmente com a supervisão de Kara não pudera comer as coisas das quais os demais degustavam, mas pôde compensar aquilo com a boa conversa que puderam jogar fora. Descobriu que Winn adorava desenhar looks em suas horas vagas, os quais Kara jurava que eram ótimos. Que Jess havia acabado tudo com o seu namorado babaca e que seguia tentando gostar de algum que não fosse um tolo com ela e a própria senhorita Luthor até mesmo brincou James quando lhe disse para não deixar o poder realmente subir a cabeça, pois logo ela retomaria seu cargo.

As conversas se encaixavam e os assuntos eram interessantes por mais banais que pudessem vir a ser, Lena olhava para seus rostos em determinada hora e estavam todos entretidos na conversa como se todos eles fizessem encontros como aqueles anualmente ou semanalmente. De repente aquilo a fez se sentir acolhida, ela olhou para o lado bem a tempo de ver a namorada gargalhar com a história que Samantha estava contando sobre ter ficado bêbada pela primeira vez. E assim ela também sorriu, não pela história da melhor amiga, pois já havia a ouvido algumas vezes. Mas sim por sentir-se bem, por sentir-se encaixada enquanto rodeada de todas aquelas pessoas juntas.

-Lee você não vai acreditar!

Kara disse empolgada ao passar pela porta dando certo susto em Lena que estava assistindo a um filme qualquer naquele finzinho de tarde. Já se fazia dois longos meses desde a sua cirurgia e a única coisa boa daquilo tudo continuava sendo Kara cuidando dela, acordando ao seu lado e mimando-a.

-O quê?

Perguntou curiosa e então Kara pôs-se na frente da TV enquanto Lena a olhava com curiosidade e expectativa. Ela abriu a bolsa que carregava e curiosamente o sorriso largo parecia ter congelado em seus lábios. Em seguida, Kara olhou para Lena, mas daquela vez direcionando-a alguns papéis. A morena alternou o olhar entre eles e a namorada até decidir pegá-los e pousar seu olhar sobre eles.

-Espera... Isso...

-Sim! Com certeza! Absolutamente sim, você não leu errado. Eu sou oficialmente divorciada. Tipo mesmo.

Com um coração tão exasperado e acelerado, Lena se viu tendo de dar um longo suspiro para tentar acalmá-lo. Mas não pôde impedir os seus lábios de curvarem-se em um sorriso adorável e genuíno, e ela nem mesmo queria. Finalmente Kara estava divorciada de Matthews.

-Nós precisamos comemorar.

-Definitivamente.

Kara respondeu e Lena pôs o papel no sofá e com calma a puxou pela cintura e fora questão de segundos até que seus lábios estivessem um contra o outro em um beijo intenso, mas brando e calmo, apaixonado e duradouro.

-Eu sei que você já se sente um Luthor, James. Mas eu sinto muito informá-lo que eu estou de volta.

A senhorita Luthor disse com um grande sorriso nos lábios no seu primeiro dia de volta ao trabalho. Fora preciso três meses para que finalmente pudesse voltar e ela não sabia quanto estava com saudade do seu trabalho até ver o prédio da matriz e todas as mesmas pessoas de sempre que costumava encontrar pelo caminho que fazia até a sua sala.

-Droga! Pensei que fosse demorar mais um pouco.

Olsen reclamou falsamente entrando na brincadeira, aquele dia fora realmente um dia puxado de trabalho. Mas o contentamento não se apagava do rosto de Lena, esperava almoçar com Kara, mas não fora possível. Por tanto estava fazendo planos de ir a casa dela quando finalmente chegasse do trabalho, mas um imprevisto atrapalhou seus planos. Pois Lucy apareceu pedindo-a ajuda na escolha de um vestido.

Ela deixara claro que era questão de vida ou morte, que iria para o casamento de uma prima no dia seguinte. Uma prima que sempre se achou melhor que ela em tudo e por tanto precisaria estar impecável na cerimônia. A sua expressão pedinte e a situação acabaram convencendo Lena, talvez elas não demorassem tanto. Certo? Errado. Tantos vestidos lindos e Lucy não parecia se agradar e vez ou outra ainda parava de experimentá-los para trocar mensagens.

Por fim, quando Lucy finalmente achou o chamado vestido perfeito, Lena teve vontade abraçá-la e agradecê-la por finalmente ter se decido. Talvez ela ainda pudesse ir ver Kara, talvez ela pudesse levar comida e as duas poderiam jantar juntas. Ela tinha aquela ideia em mente quando entrou em casa e jogou sua bolsa no sofá, subiu para o seu quarto e finalmente tomou um banho relaxante. Tentou ser rápida, pois sabia que como sempre procuraria ficar impecável ao se arrumar e aquilo levaria certo tempo.

Decidiu que deixaria seus cabelos soltos, após o perfume, a última coisa que fizera para finalizar fora por um de seus pares de brincos. Então se olhou no espelho novamente, daquela vez de forma séria e crítica, passou as mãos pela roupa que vestia e deu um breve sorriso. Lena desceu as escadas e decidiu passar na cozinha antes de ir, para tomar um pouco de água. Quando sentiu a fome fazer sua barriga praticamente rugir, franziu o cenho achando que pudesse ter enlouquecido. Pois sentia um cheiro agradável que fazia seu estômago protestar cada vez mais.

Curiosa e questionando a própria sanidade, a senhorita Luthor apressou seus passos e quando finalmente chegou à cozinha teve uma visão peculiar. A mesa estava posta, velas estavam acesas, havia belas flores enfeitando a mesa que ao todo estava linda. Havia taças, e havia ela. Sempre ela, a loira de olhos azuis que vestia um lindo vestido vermelho, tinha uma maquiagem sútil e levantou-se ao ver a morena. Lena sentiu o coração derreter-se como manteiga em seu peito, ela negou com a cabeça, mas o sorriso frouxo que nasceu em seus lábios fez Kara lembrar porque havia planejado aquilo.

-Você...

Lena tentou falar, mas ainda estava surpresa.

-Desculpe por Lucy ter alugado tanto do seu tempo experimentando tantos vestidos.

-Então não tem casamento de prima invejosa do mal nenhuma?

Kara negou com a cabeça, mas um sorriso travesso estava em seus lábios. Não havia como Lena se sentir brava por aquilo quando o motivo da mentira era apenas segurá-la para que muito provavelmente sua namorada pudesse arrumar o jantar.

-Venha, sente-se.

Kara disse aproximando-se da mesa novamente e puxando a cadeira para Lena que prontamente o fez.

-Eu irei servi-la. Espero que goste, tive ajuda de Alex e Maggie com a ideia para o prato e a bebida.

Confessou corando um pouco, Lena apenas a observou servindo-a, cada detalhe. Aquilo era mesmo justo? Tantas pessoas desiludidas, reclamando do amor e algumas até machucadas e revoltadas com tal sentimento e ela namorando alguém como aquela mulher? Era justo que ela estivesse tão feliz a ponto de sentir-se elétrica e indestrutível? Mais sensível e ao mesmo tempo mais forte, aquilo era justo?

-Você realmente me surpreendeu.

A senhorita Luthor comentou acariciando a mão de Kara, não demorou muito e o jantar havia acabado. E Lena não estava surpresa, era sempre a mesma coisa quando estava na companhia de Kara, o tempo não era o mesmo, não tinha a mesma velocidade a qual costumava ter habitualmente.

-Eu quero dançar uma música com você.

Kara disse puxando-a para a sala e largando seu braço para colocar a tal música para tocar. O que restava a Lena senão observá-la como uma tola?

-Okay.

Danvers disse virando-se para ela novamente, ela parecia nervosa. Estendeu sua mão para Lena que prontamente a pegou, como se fosse um processo natural. Ambas aproximaram seus corpos e quando a batida começou fora como se qualquer tensão fosse expelida de Kara. Assim como todo cansaço estivesse sendo expelido de Lena, as duas fecharam os olhos e se permitiram sentir a conexão que sabiam que tinham enquanto Ed Sheeran cantava Perfect fazendo-as dançar sem pressa alguma, como uma folha bailando com graciosidade no vento.

-Lembra quando você me chamou para dançar pela primeira vez? Estávamos apenas nós duas e... Eu fiquei com medo de pisar no seu pé ou fazer qualquer outra besteira, porque eu sempre fiquei tão nervosa na sua presença.

Kara sussurrou olhando-a nos olhos e fazendo-a dar uma pequena risada nasal.

-Como eu poderia esquecer?

Lena sussurrou de volta em forma de pergunta, Kara tentou não corar diante do olhar carregado e a morena estava dando-a.

-Você me guiou e foi tão paciente... Você sempre foi tão paciente comigo e nunca desistiu de mim, talvez eu quem tenha desisto de nós.

Respondeu baixando a cabeça e sentiu Lena aproximá-la mais.

-Mas aqui estamos nós.

A Luthor tratou de responder e Kara a olhou novamente.

-Sim. Aqui estamos nós. Dançando essa música que me lembra de você, que me lembra de que talvez você seja demais para mim. De quão linda e forte você é. Aqui estou eu com a garota que eu jamais imaginei que me notaria de tal forma, quando eu vi você pela primeira vez eu me perdi na sua beleza. E eu sempre fingia não vê-la quando você estava por perto, porque seria tão audacioso da minha parte imaginar que você pudesse se interessar por mim com tantas belas garotas na escola. Mas aqui estamos nós, e não foi fácil. Eu fui uma tola quando deixei você me escapar por entre os dedos sem nem ao menos tentar segurá-la. Eu deixei tudo nas mãos na vida e ela escolheu quando eu não fiz escolha alguma, quando eu devia ter escolhido você. Eu senti como é perdê-la por duas vezes de maneiras diferentes na minha vida, eu vi você embarcar para Nova York e tudo o que fiz foi chorar. E na segunda vez...

Kara sentiu seu coração contrair-se em seu peito e baixou a cabeça para então levantá-la novamente.

-Eu pensei que perderia você, para sempre. Quando você caiu... Quando eu vi aquele sangue em você e quando tive de esperar notícias que nunca vinham... Mas como você disse, aqui estamos nós. E eu não quero deixá-la nunca mais, eu sei. Agora eu sei sem dúvida alguma, com toda certeza, você é o amor da minha vida. Você me faz sentir coisas que eu já havia sentido antes, mas em proporções muito maiores. Coisas tão grandes que às vezes parece-me engraçado que caibam em alguém tão pequeno como eu. Eu sei que eu estou falando demais e essa música e esse seu olhar me fazem querer beijar você, mas eu só preciso saber de uma coisa... Eu só preciso saber se você, Lena Luthor, você aceita casar comigo?

O sorriso de Lena que antes era sútil e pequeno crescera rapidamente, ela olhava para a namorada como se fosse uma criança que havia acabado de ganhar de presente algo que havia pedido muito. Em certa parte de toda aquela linda e emocionante falação de Kara, ela chegou a suspeitar que a loira pudesse lhe fazer aquele pedido. Mas ouvir aquela pergunta sair por entre seus lábios e aquele pedido realmente se concretizar provocou-lhe diversas emoções.

-É claro que sim! Eu... Nossa... Com certeza!

Respondeu em meio a risadas fazendo com que Kara risse também, de felicidade e alívio. Durante o dia esteve nervosa sobre a resposta de Lena e sobre como faria tudo.

-Espera! Eu acho que eu errei a cronologia.

Disse com um sorriso sem graça e pegou sua bolsa que estava ali perto, de dentro dela tirou uma pequena caixa a qual abriu revelando um belo anel. Lena observava a cena ansiosa, sentindo seu coração transbordar.

-Certo. A sua mão.

Kara pediu respirando fundo com um lindo sorriso que parecia ter congelado em seu rosto e com as bochechas levemente coradas. As duas ignoraram que de início ela tivera certa dificuldade por estar aparentemente emocionada demais. Mas quando o anel finalmente estava lá, no dedo anelar da senhorita Luthor, a morena puxou-a para um beijo. E elas que segundos atrás transbordavam separadas, passaram a transbordar juntas.

Lena tentou deixar claro em cada toque e em cada beijo toda a felicidade que estava inundando-a. Como poderia ela acreditar? Casaria com Kara Danvers! Ela a amava, em todos os sentidos. Constatou enquanto sentia a loira beijar-lhe o corpo enquanto ela arfava observando-a espalhar todos aqueles beijos por seu corpo pálido e completamente livre de roupas.

Daquela vez seria diferente, fora o que Kara disse quando a puxou para o quarto antes de dá-la mais um beijo que a deixou desconexa o suficiente para que pudesse esquecer o próprio nome. “Você só precisa ficar quieta ou não” Kara completou quando tombou a sua noiva contra a cama e sentou em seu quadril distribuindo beijos por seu maxilar.

E toda aquela situação estava deixando-a louca, sentir o corpo quente da loira contra o seu e o quão ela estava molhada. Na busca de alguma espécie de autocontrole, a morena mordeu o lábio inferior, mas não conseguia tirar os seus olhos do que a outra estava fazendo. Ela lhe mordeu o queixo lentamente com um sorriso travesso, sua mão macia encobriu um de seus seios fazendo-a suspirar.

Quando Kara afastou seu rosto e a senhorita Luthor se permitiu resfolegar, sentindo o incômodo no meio das pernas, fora pega de surpresa ao sentir um atrito entre seus sexos que lhe arrancou um manhoso gemido. A loira buscou suas mãos e entrelaçou-as nas suas sem quebrar o contato visual, começou a movimentar-se. Ambas passaram a gemer ao mesmo tempo, de repente não havia nada que chegasse próximo de autocontrole em Lena Luthor.

Ela sentiu beijos apressados de Kara em seu pescoço e desentrelaçou suas mãos levando-as a cintura da loira, tentando pressioná-la mais contra si, exigindo mais contato o qual Danvers tivera literalmente o prazer em dá-la. Suadas e em meio a seus gemidos sincronizados, perdidas naquele momento como se não houvesse um amanhã, nem mesmo como se existisse um mundo lá fora, não demorou muito para que elas chegassem ao seu ápice.

Danvers conseguira chegar lá primeiro, Lena sentira o líquido quente lhe escorrendo por entre as pernas, o que apenas fizera com que as paredes de seu sexo fechassem-se mais uma vez em torno de nada.

Ofegante, com os cabelos desgrenhados, suada, Kara segurou o rosto de Lena com sua mão esquerda e beijou-lhe os lábios. Com rapidez a sua língua quente invadira a boca da morena e logo as mãos de Lena lhe invadiram os fios de cabelo loiro e seus dedos prendaram-se num emaranhado ali. E tão depressa que a Luthor prendeu-se naquele momento, naquele beijo, Kara lhe introduziu dois dedos e sentiu as paredes de seu sexo quente se fechar contra seus dedos.

Lena arqueou seu corpo beirando a loucura daquele momento, dos movimentos da Danvers que ficavam cada vez mais rápidos, ela cravou suas unhas nas costas da loira deixando que gemidos altos escapassem-lhe por entre os lábios. Quando por fim ela chegou ao seu ápice sentiu-se derreter por baixo de Kara que tombou contra seu corpo com o rosto na curva de seu pescoço.

As duas ofegavam juntas, com seus corações batucando acelerados, Lena olhou para o anel em sua mão e sorriu satisfeita.

-Noivas.

Ela disse em um quase sussurro, para si mesma, tentando ver se aquilo sairia irreal ou estranho. Mas a senhorita Danvers ouvira e levantou a cabeça para olhá-la.

-Noivas.

Repetiu com um pequeno sorriso exausto, como se fosse uma resposta. Como se Lena houvesse lhe perguntado se era aquilo mesmo. A morena a olhou de volta e deixou-lhe um beijo na testa.

-Sabe... Você poderia ter simplificado as coisas para nós, eu não sabia que você tinha uma queda por mim no colegial.

Lena comentou fazendo Kara dar uma pequena risada nasal.

-Pensei que um Luthor gostasse da arte da conquista.

Após conversas corriqueiras, a morena decidiu levantar, mesmo que sua noiva tenha protestado por dizer que ali estava muito aconchegante. Ignorando o seu drama, Lena preparou a banheira para as duas. Kara admitira que fora uma boa ideia, as duas trocaram ali leves carícias e demorados beijos. A Luthor abraçou a outra entre seus braços pondo o queixo em seu ombro sentindo-se sortuda por tudo que estava acontecendo em sua vida. Durante todo aquele tempo cogitando que desaprendera a amar quando na verdade apenas nunca havia deixado de amar aquela que jurou para si mesma ter esquecido.

No final de semana, daquela mesma semana. Os Luthor’s receberam novamente através de Samantha, um convite que os levaria a National City novamente. Kara Danvers daria um almoço e estava convidando-os. Samantha Arias até tentou arrancar da amiga a finalidade daquele almoço, pois se tivesse uma finalidade simples os Luthor’s não iriam ser convocados. Mas Lena fizera questão de dizê-la que ela teria de ir para descobrir a finalidade, Arias guardou a sua curiosidade e decidiu esperar para que o tal dia chegasse.

-Fizeram uma boa viagem?

Lena Luthor perguntou ao receber sua família em casa.

-O mesmo de sempre, olhe para esse rostinho! Você parece ficar mais linda sempre que eu a vejo novamente.

Lillian respondeu abraçando a filha.

-Eu não sei se acredito. Você é tão coruja.

Lena respondeu sorrindo e em seguida cumprimentando os outros.

-O que minha cunhadinha irá aprontar amanhã?

Lex perguntou sentando-se no sofá e esticando seus braços enquanto cruzava as pernas.

-Não adianta Lex. Isso você realmente só saberá amanhã.

Samantha comentou rendida. Naquela noite ela e Lex convenceram Lena a sair com eles e beber um pouco, Lionel fora descansar e se vendo praticamente sozinha naquela grande casa, Lillian decidiu marcar um encontro com quem queria conversar.

-Então...?

Kara perguntou fazendo uma careta fofa e engraçada como quem pergunta do que se tratava aquele encontro. Por que Lillian Luthor iria querer vê-la? Ela não se sentia mais como uma tola nervosa em sua presença, um fato real. Mas a postura da mulher e a forma como elas não eram próximas e logo não tinham tantos assuntos, lhe deixava meramente constrangida.

-Kara. Você deve ter percebido quão nossos filhos são importantes para nós. Muitas pessoas costumam pensar que é o nosso patrimônio e o legado que construímos no mercado, e realmente é algo importante. No entanto, não tanto quanto nossos filhos. Quando Lena nasceu, ela fora exatamente como nós esperávamos que ela fosse. Exatamente como queríamos, Lena teve vários amores.

A última frase causou certa pontada de ciúme em Kara, embora ela soubesse que era algo tolo de se sentir. Afinal ambas estavam completamente fora da vida uma da outra, perderam o contato, assim dizendo.

-Mas apenas um pareceu importar para ela. Eu via a minha filha em revistas com suas novas namoradas, ou por acaso, na TV. E ela nunca nos apresentava aquelas belas mulheres embora se perguntássemos ela sempre confirmava estar namorando. É nítido quão acima de qualquer outra relação que a minha filha tenha tido, está a de vocês.

Daquela vez um sorriso beirou nos lábios da loira.

-Uma vez, em Nova York. Eu cometi a ousadia de dizê-la que se ela estava triste por você, porque você continuaria aqui, poderiam manter contato. Como resposta ela disse-me que você tinha outra pessoa e que preferiu tal pessoa a ela.

Kara baixou a cabeça sentindo-se estúpida ao ser lembrada daquela história que parecia estar sempre voltando em algum determinado momento.

-Fora a única vez que vi minha filha com o coração quebrado por causa de alguma decepção amorosa. Mas me permiti ser positiva e pensar que passaria afinal ela era tão jovem e temos tantos amores pela vida. Mas ela pareceu incapaz de realmente amar os amores que se seguiram, e devo admitir Kara Danvers. Após constatar tal fato e deixá-lo guardado apenas para mim, eu nunca pensei em você com carinho quando por um mero acaso lembrava-me de você ao lembrar-me de nossa mudança quase súbita.

Lillian umedeceu os lábios com a ponta de sua língua para então dar continuidade.

-Então eu pergunto-a: Por que devo confiar em você?

Danvers arregalou os olhos surpresa com a pergunta, não era como se porque ela a reprovasse e a achasse insuficiente para fazer a sua filha feliz simplesmente a tiraria da vida de Lena, era? Ela não podia fazer algo do tipo, podia?

-Eu...

Tentou formular uma frase coerente.

-A senhora está querendo dizer que... Se não confiar em mim, vai me tirar da vida da sua filha?

Perguntou ainda que um pouco embasbacada.

-Essa pergunta parece soar cruel para alguém como eu, que sou apenas uma boa mãe. Eu não diria que tiraria você da vida dela, mas se você me convencer de que irá machucá-la outra vez e que toda a expectativa que ela está depositando em você irá ser jogada fora novamente, sim. Eu faria, pelo menos, de tudo para que você desparecesse da vida dela.

-Desparecesse?

Kara perguntou perplexa, e estava tensa. Que tipo de desaparecimento? Ela se perguntou.

-Eu espero que você não esteja achando que eu sou algum tipo de assassina, eu não falei nesse sentido.

Lillian esclareceu ao perceber o que podia estar se passando na cabeça de Kara.

-Mas não percamos o foco. Diga-me. Por que devo confiar em você?

Kara teve vontade de rir, não sabia se era de nervoso ou da forma como aquilo parecia um pouco exagerado demais. Talvez os dois, mas por um segundo tentou compreender os motivos de Lillian Luthor.

-Porque eu a amo.

Lillian arqueou as duas sobrancelhas como quem diz que talvez aquele fosse ao menos o começo de um bom argumento.

-E não a amava há anos atrás?

Oh outra vez o passado. Fazendo uma interferência clichê, Kara pensou suspirando discretamente.

-Às vezes o amor não é o suficiente Kara.

-Bem, nisso nós concordamos. Quando eu era mais jovem, como a maioria das garotas da minha idade eu achava que amar em si era o suficiente. Apenas isso e tudo bem, mas hoje eu sei, eu consigo ver que ele deve vir acompanhado com uma série de coisas. Confiança, compreensão, fidelidade entre outras coisas não menos importantes. Senhora Luthor, eu tenho conhecimento de que errei com a sua filha. Fui uma tola, mas eu não passava de uma garota que estava ocupada demais em sentir os sentimentos, em sentir o amor e não fazer grandes esforços por ele porque ele sempre pareceu estar ao meu alcance. Você deve confiar em mim porque eu aprendi com os meus próprios erros, porque o amor que eu tenho pela sua filha amadureceu quando aprendi com meus erros. Porque o amor que eu sinto pela sua filha vem acompanhado de uma série de coisas importantes como simplesmente não era naquela época. Foi me dada uma nova chance e eu farei tudo para não desperdiçá-la, porque eu descobri que a Lena é o amor da minha vida. Tarde demais? Eu acho que não, embora eu tenha vontade de ter descoberto isso antes... Acho que esse é o momento perfeito porque não sou mais uma garota indecisa que acha que apenas amar é o suficiente. Eu não sou mais aquela garota que não fez esforço algum pelo seu verdadeiro amor quando ele estava indo embora, mesmo que as probabilidades dissessem que o nosso relacionamento seria fadado ao fracasso. Eu sei, eu sinto que Lena Luthor é uma pessoa por quem eu lutaria. E eu espero que tenha acreditado nessas verdades que eu acabei de dizê-la, senhora Luthor. Porque se não acreditou e quiser me afastar da sua filha, bem... Talvez você consiga. Mas isso não vai ser fácil, eu deixarei claro. Porque eu lutarei por ela como eu sei que deveria ter feito há anos atrás.

Quando Kara finalmente acabou sua resposta soltou uma lufada de ar e sentiu-se orgulhosa por ter se expressado exatamente como queria. A loira se obrigou a não desfazer o contato visual com a mulher à sua frente, obrigou-se a mostrá-la que estava convicta de cada palavra que havia acabado de dizer. Oh e como aquele jeito imponente de Lillian Luthor lembrava-lhe ao jeito também imponente de Lena, aquilo era definitivamente coisa de família. Talvez Alex estivesse certa e os Luthor tivessem uma lista de coisas que deveriam seguir para ser um autêntico Luthor.

Danvers buscou divagar sobre aquele assunto para fingir não ouvir que seu coração estava dando alguns leves tropeços na expectativa da resposta de Lillian Luthor. A mulher então dera um sorriso elegante, aquilo era um bom sinal? Kara não sabia afinal quem poderia garanti-la que não se tratava de um sorriso ameaçador?

-Kara Danvers, bem vinda, realmente, a família Luthor.

Lillian respondeu parecendo satisfeita e levantou-se fazendo um gesto claro para que Kara fizesse o mesmo para abraçá-la. O que não demorou muito, sorrindo, ela abraçou a senhora Luthor e pôde respirar aliviada ao perceber que havia conquistado o voto de confiança de Lillian. Ela também podia tê-la dito que Lena e ela eram grandes demais para lidar com suas próprias vidas amorosas, mas não achou apropriado. Sabia quão coruja a mãe de sua noiva era e também sabia que os erros cometidos em seu passado por vezes refletia-se em seu presente mais como uma forma de carma por ter-se permitido errar tanto.

Para a senhora Luthor aquela conversa fora necessária e crucial, um real divisor de águas. Quando recebera o convite do tal almoço junto com sua família logo se pôs a pensar que deveria ser algo muito importante para que a presença da família houvesse sido solicitada. E algo passou por sua mente, talvez elas quisessem anunciar algo muito especial, o que poderia ser se não o anúncio de um noivado ou algo assim? Mas sua filha nunca noivou e tampouco casou e Kara não tinha um histórico perfeito com ela e por mais que Lena tenha lhe prometido que daquela vez daria certo, ela tinha de sondar Danvers. Mas depois daquele encontro se realmente um anúncio viesse a acontecer e ele fosse o anúncio de um noivado ou algo do tipo, Lillian Luthor tinha uma certeza: Kara Danvers estava aprovada e aquilo lhe deixou imensamente aliviada.


Notas Finais


Karinha divorciada, noiva e sendo oficialmente aprovada pela sogrinha hehe e é isso aí que temos pra hoje 💙


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