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História After all this time - É bom revê-la.


Escrita por: SadnessDaLana

Notas do Autor


Hey guys! I'm back! E só pra não rolar uma crise de idade: Sou eu, a escritora (Rafa) que tá postando. Minha amiga me fez o favor de postar todos os caps até aqui, com exceção do último que foi postado. Anyway... Boa leitura.

Capítulo 6 - É bom revê-la.


-Sam, não está funcionando.

Lena disse em frustração andando de um lado para o outro, com a mão esquerda na cintura e a direita segurando o celular em seu ouvido.

-Lena... É madrugada. Seja lá o que não está funcionando, me diga apenas amanhã, certo?

Samantha Arias perguntou com uma voz sonolenta.

-Não. Desligue. Na. Minha. Cara. Arias!

Samantha revirou os olhos sentando-se em sua cama enquanto passava a mão no rosto que tinha certeza de que estava amaçado por sua expressão de sono.

-Você não devia estar dormindo?

Perguntou bocejando.

-Eu não consigo.

-E então quer que eu faça companhia? Toma um remedinho que o sono chega.

-Sam!

-Certo. Certo. O que não está funcionando?

Samantha perguntou rendida.

-Amar de novo. Sam... Eu tenho perdido meu próprio controle! Qualquer coisa me lembra do passado! Seja um comentário ou simplesmente as nuvens no céu!

Lena comentou desesperada sentando no sofá ali e abraçando os joelhos com sua mão esquerda.

-O passado... E suas lembranças do passado estão relacionadas a algo?

A Luthor mordeu o lábio inferior.

-Lena...?

Ela soltou uma lufada de ar que Arias pudera ouvir do outro lado da linha.

-A ela.

Respondeu recostando sua cabeça no sofá.

-Estão todas ligadas a Kara Danvers Matthews.

Samantha levou a mão até a nuca deslizando-a e suspirou em seguida. O que dizer?

-Lena... Você ainda sente alguma coisa por ela?

A senhorita Luthor fechou os olhos. Não. Outra vez não. Aquilo não podia estar acontecendo, demorou muito tempo para se desintoxicar dos estragos que Kara Danvers lhe fizera. Lembra-se de como chegou à Nova York, como teve de lutar para deixar o passado no passado. Quando só queria ficar triste por ter sido rejeitada por quem amava. E depois de certo tempo, ela finalmente conseguiu desprender-se daquela história toda, para de repente, quando nem tudo estava bem na sua vida, mas também não estava tão ruim, ela tornar a sentir alguma coisa por Kara?

Não. Definitivamente não podia ser real. Tinha de ser um pesadelo. Certo? Tinha de ser.

-Eu não sei...

Confusa. Era o que Lena Luthor estava, estava tão confusa, vagando por coisas que estavam tão longe de seu alcance, tão sólidas no passado que arrancaram o sono de seus braços naquela madrugada.

-A minha mãe gosta de você.

Mike disse a Kara com um sorriso nos lábios quando eles finalmente estavam frente à casa da loira.

-Ah eu também gosto dela, sempre tão gentil.

Ela respondeu também sorrindo.

-Ela perguntou se você é... Minha namorada.

Kara baixou a cabeça arrumando os óculos em seu rosto.

-Você quer?

-O... O quê?

Ela perguntou desconcertada olhando-o novamente.

-Namorar comigo.

Mike respondeu puxando-a pela cintura, o corpo de Kara estava tão tenso que ela assustou-se com o movimento.

-Mike... Eu... Eu...

-Apenas responda Kara.

-Não é tão simples assim.

-Claro que é. Então você está me dizendo não?

-O quê? Não!

-Ou é um sim?

-Eu não...

Antes que Kara pudesse completar a frase que ela nem sabia como completaria, ouviu seu nome.

-Kara.

Os dois olharam para a mesma direção e viram Lena Luthor se aproximar, definitivamente não dava para Kara ficar menos tensa naquele momento. Ela se afastou de Mike com uma expressão surpresa no rosto.

-Lena...

Matthews alternou o olhar entre as duas enquanto Lena ainda se aproximava.

-É por causa dela, não é?

Ele perguntou para Kara e em seguida pôs-se frente à loira quando Lena Luthor já estava ali, ambos ficaram frente a frente e a morena não parecia se intimidar por ter de olhar para cima para encará-lo.

-Quer me dizer algo Matthews?

-Ah eu quero. Algo que eu já disse se afaste dela.

Lena deu um pequeno sorriso fazendo-o estreitar os olhos e Kara saiu detrás de Mike alternando seu olhar entre os dois que ainda se encaravam.

-Eu me afasto.

A resposta da Luthor fez Kara franzir o cenho.

-Se ela quiser que eu me afaste.

Completou.

-Ela quer.

Mike respondeu fazendo Kara olhá-lo surpresa por responder algo do tipo por ela.

-Você quer?

Lena finalmente a olhou.

-Não... Eu não quero!

Danvers respondeu-a rapidamente, então Mike também passou a olhá-la com certa expressão de indignação por toda a situação.

-Então o que você quer?

Ele perguntou impaciente.

-Quem você quer? De quem você realmente gosta? Com quem realmente quer ficar?

Kara deu um passo para trás desejando apenas fugir daquela situação ou ter um buraco onde se enfiar. Maldita situação, maldita situação. Repetia seu subconsciente, mas reconhecer que estava em uma “roubada” não ajudava a resolver a coisa toda.

-Hey! Pare com isso! Eu nunca escondi pra nenhum dos dois que eu gosto dos dois!

-Não. Você nunca escondeu, mas eu acho que nós também não escondemos que queremos você por inteiro. Então eu acho que Matthews e eu concordamos em uma única coisa aqui, você vai ter de se decidir. Ou eu, ou ele.

Kara sentiu o aperto que antes se fazia em sua cintura deixar de existir, Mike virou-se para o lado deixando assim de recostar a sua cabeça no peito dela. Ele parecia entregue a um sono profundo e agradável, mas aquilo não estava acontecendo com ela, embora ela desejasse. Embora seus olhos ardessem como se estivessem pedindo para ser fechados, ela não conseguia dormir.

Estava presa em algum lugar do seu passado, ou presente? Ou os dois? Estava confusa e tinha medo. Ela soltou uma lufada de ar e com cuidado para não acordar Mike, sentou-se na cama passando as mãos pelo rosto. Lembrar-se da conversa que tivera com Winn apenas a deixava mais frustrada, ela olhou para trás fitando o homem que dormia plenamente. Tentando lembrar-se de todos os seus bons momentos com ele.

Tentando preencher a sua cabeça com os bons momentos que tivera com o marido. Mas era inútil, pois sua mente prendia-se a algo apavorante, que lhe revirava o estômago e deixava o coração apreensivo. Kara lembrava muito bem de como ficar dividida entre Mike e Lena a machucou, e a apavorou entre outras coisas. Ela apenas piraria se tivesse de se encontrar na mesma posição ou numa posição parecida outra vez.

Aquilo devia ser passado! Era passado! Ela estava casada, muito bem casada, e Lena Luthor namorava uma linda mulher que já devia ter sido apresentada a família Luthor. Eles com certeza gostaram mais dela do que qualquer outra que Lena tivesse apresentado a eles, incluindo ela mesma. Ela devia ser inteligente, bem humorada e beijar bem. E Lena Luthor morava em Nova York e tanto ela quanto Kara tinham uma vida bem resolvida.

Kara disse aquilo tudo para si mesma antes de finalmente deitar-se outra vez, olhou para o teto por um tempo até virar-se para o lado esquerdo e abraçar Mike. Eles estavam no presente, no presente. No presente não tem passado. Ela repetiu para si mesma até que finalmente pudesse adormecer. E sonhou rindo com Mike enquanto ele tentava lhe fazer cócegas, mas na TV havia um anúncio que lhe chamava atenção. Lena Luthor e Grace Thompson iriam casar. Talvez o passado fosse capaz de estar até mesmo em seus sonhos.

-Você está com olheiras.

Lex sussurrou para a irmã enquanto o padre dizia palavras confortantes para que o senhor Martinez fizesse uma boa passagem. Em resposta ao irmão, Lena pôs no rosto os óculos escuros que havia levado. A senhora Martinez parecia mais conformada do que no dia anterior, embora seus olhos estivessem inchados.

Lena caminhou até ela que estava sendo abraçada por Lillian. Ela tocou o ombro da mulher com um pequeno sorriso e fez-lhe um leve carinho.

-Senhora Martinez. Eu quero que saiba que pode contar conosco para o que precisar, a família Luthor estará aqui para você e Jordan.

-Obrigada querida.

A mulher disse com a voz embargada abraçando Lena que prontamente devolveu o abraço.

-Mesmo, a todos vocês. Sabe... Ele acreditava que só você poderia sucedê-lo. Ele disse-me para não dizer a ninguém, mas... Ele não se sentiria especial se seu sucessor não fosse um Luthor, a Luthor favorita dele.

Lena baixou a cabeça com sua visão embaçada e um pequeno sorriso nos lábios.

-Ele também era o meu favorito em National City.

Vendo que a filha estava emocionada Lionel aproximou-se afagando o seu ombro esquerdo, e ela o olhou com um pequeno sorriso como quem diz que está tudo bem. Senhor Martinez também lhe remetia ao passado, um bom passado.

-Você vem Lena?

Lex perguntou ao término do enterro, acompanhado do senhor e da senhora Luthor.

-Não, eu... Acho que irei dar uma volta pela cidade.

Ela respondeu parecendo um pouco perdida, preocupada Lillian se aproximou acariciando o rosto da filha.

-Nesse caso, pegue o carro. Nós podemos ir de táxi ou Uber.

Lillian disse e em seguida deixou um beijo no rosto da filha entregando-a as chaves do automóvel.

-Obrigada mãe.

Lena respondeu dando-a um pequeno sorriso, após ela dar partida depois de entrar no veículo, Lillian voltou seu olhar para Lionel e Lex.

-Não acham que ela está estranha? Eu não sei... Divagando, ela tem andado com olhares perdidos.

-Talvez se deva apenas ao fato de que de alguma forma ela era próxima ao senhor Martinez.

Lionel respondeu tentando acalmá-la.

-Não são olhares perdidos, mãe. São olhares distantes. Mas você conhece a Lena, daqui a pouco ela está completamente normal.

Lena Luthor dirigia calmamente, sem pressa, procurando se distrair, olhando pelas ruas. Estabelecimentos abertos, crianças e cachorros. E uma garota com fones de ouvidos enquanto caminhava concentrada no horizonte.

-Pai? Queria me ver?

Lena perguntou sentando na cadeira do escritório que o pai tinha em casa, ele a olhou com certa reprovação e ela depressa tirou o fone esquerdo do ouvido revirando os olhos.

-O quê? Não estava no último volume, eu podia ouvi-lo bem!

-Lena. Pare com essa mania de querer falar com as pessoas com essas coisas zumbindo música nos seus ouvidos!

Lionel respondeu como se fosse uma das coisas mais ultrajantes do mundo, mas a filha pretendia continuar com aquele hábito, por tanto nada disse.

-Então?

Falar com Lex fora fácil, de qualquer forma mais fácil do que ele pensava. Mas ter aquela conversa com Lena seria difícil, ele sabia.

-Eu tenho algo para comunicá-la.

-Eu tenho que adivinhar?

Lena perguntou cruzando os braços e franzindo o cenho após a demora do pai para continuar a conversa.

-Querida... Eu já falei com o seu irmão, a sua mãe já está ciente. Nós iremos embora de National City.

Lena acabou tirando também o fone direito de seu ouvido pensando não ter ouvido bem, um sorriso nasceu em seus lábios, um sorriso descrente.

-Pai... Está de tão bom humor assim? Fazendo piadas...

-Isso não é uma piada Lena. Nós sairemos da cidade.

-O quê? Não. Não! Não podemos! E a matriz? Quem irá ficar a frente dela?

-Certamente um homem de confiança.

Lena estreitou os olhos levantando da cadeira na qual deixou seu celular com seus fones de ouvido. Lionel suspirou tentando manter-se calmo para aquela conversa, houve um silêncio. Lena virou as costas, com as mãos na cintura. Ela estava comprimindo os lábios e não queria que o pai visse sua visão embaçada, aquilo não podia estar acontecendo.

Aquilo definitivamente não podia estar acontecendo. Ela não podia deixar Kara, deixar Kara com Mike? Apenas aquele pensamento pareceu fazer seu coração partir-se aos pedaços. Ela jamais faria aquilo, jamais deixaria Kara para Matthews. Não poderia. Lena finalmente virou-se para o pai novamente.

-Eu não vou.

-Lena. Não é hora para brincadeiras e rebeldias sem causa.

-Eu não estou brincando.

-Lena, você não é assim, tão... Indisciplinada. Nós não a criamos assim, não aja como tal!

-Eu sei muito bem o que eu sou e o que eu não sou. Eu tenho sido a filha ideal, não tenho? Eu tenho sido o que vocês querem o que eu seja, e quer saber? Por mim tudo bem, porque eu gosto disso. Mas ir embora de National City vai contra os meus princípios!

-Os seus princípios têm dois nomes, não é mesmo? Kara Danvers.

Lena aproximou-se do pai com seriedade em seu rosto e com seus braços cruzados.

-Sim. É a Kara Danvers, sim! Eu não posso deixá-la!

-Lena você é muito jovem e...

-Não. Não diga isso!

-E terá outros amores na sua vida.

-Danem-se os outros amores pai! Qual o problema com National City?!

Lena nem ao mesmo percebeu que já estava gritando. Ao ouvir a irmã, Lex levantou a cabeça olhando para a mãe que apenas deu-lhe um sorriso reconfortante. Os dois estavam na sala jogando xadrez.

-O seu pai irá cuidar disso querido.

Lillian respondeu por fim e Lex olhou para as escadas imaginando a expressão que sua irmã podia estar fazendo ao lidar com aquela notícia. Lionel depressa puxou Lena para que sentasse novamente e segurou seu rosto entre as suas mãos, próximo ao seu, tentando fazer a filha olhá-lo.

Mas ela tentava evitar o contato visual com o pai de qualquer jeito, pois sentia que poderia chegar uma hora que suas lágrimas viriam a rolar por seu rosto, e nem mesmo estava disposta a encará-lo. Por que sair de National City?!

-O problema é que eu não quero perder você, seu irmão e muito menos a sua mãe. Meu amor... Eu irei perdê-los se continuarmos aqui.

Lionel praticamente sussurrou recebendo o olhar mais indignado da filha, ele se sentia culpado. Afinal, se não tivesse se deixado envolver com uma funcionária na própria empresa, não precisariam ir embora. Lillian não precisaria ter exigido aquilo e logo o coração de sua garotinha não precisaria ser partido.

-Se você não pode nos perder... Eu também não deveria perdê-la.

Lena respondeu de maneira fria e distante antes de tirar as mãos de seu pai de seu rosto e sair do cômodo. Ao chegar à sala e deparar-se coma mãe e o irmão perguntou-os qual o problema com National City. Mas nenhum dos dois respondeu, no entanto, mais tarde Lex acabou contando-a o motivo da mudança.

-Oh...

Lena disse quando percebeu que o sinal não estava mais vermelho e rapidamente tornou a dirigir. Sentia um pouco de dor de cabeça, talvez tivesse de voltar e descansar. Automaticamente olhou para uma farmácia que tinha numa das ruas pelas quais passava, pensando se seria uma boa comprar algo que acabasse com a sua dor de cabeça.

Quando viu alguém familiar dando um sorriso educado para o rapaz que estava no caixa e sair com uma pequena sacola na mão.

-Não pode ser... Pode?

Lena perguntou para si mesma, era muita coincidência ou podia apenas ser uma alucinação que a dor de cabeça poderia estar lhe causando. Kara havia ido comprar remédio para prevenir-se das terríveis cólicas menstruais quando o seu período viesse, enquanto caminhava se perguntava o que faria naquele final de semana. Quem sabe apenas descansar?

Sim. Definitivamente seria uma boa, o trabalho estava exigindo muito dela. Não que ela reclamasse, ele a ajudava a se distrair e por tanto lhe era bem vindo. A sua linha de raciocínio fora quebrada quando ela percebeu um carro praticamente ao seu lado, aparentemente seguindo-a. E como não é algo que acontece todo dia, aquilo acabou assustando-a.

-Aceitaria uma carona, Danvers?

Lena Luthor perguntou-a após baixar o vidro do carro, surpreso. Fora o olhar que Kara lhe dera, a loira sorriu de imediato.

-O que faz em National City, Luthor?

Perguntou se aproximando.

-Se você entrar eu posso contá-la.

-Me sinto tentada.

Kara respondeu com humor e deu a volta entrando no carro. Ela tentava ignorar quão sentia certo rebuliço agradável na alma por estar vendo Lena Luthor pessoalmente outra vez.

-É uma longa história. Mas eu vou tentar resumi-la se aceitar tomar sorvete comigo.

A senhorita Luthor disse lhe dando um pequeno sorriso e Kara arrumou os óculos em seu rosto com um sorriso tímido, Lena interpretou aquela reação como “Sim”.

-Então? O que te trouxe aqui?

Kara perguntou já desfrutando de seu soverte de abacaxi enquanto Lena praticamente ronronava maravilhada com o sabor de seu sorvete.

-Meu Deus. Você ama morango mesmo, não é Luthor?

-O que eu posso dizer?

Perguntou dando de ombros.

-Bem. Eu não vim por um motivo muito animador. O senhor Martinez morreu e tivemos de vir prestar solidariedade e apoio ao filho e a mulher dele. Eu estava vindo do enterro dele quando vi você.

Daquela vez seu tom era sério e ela tinha um olhar baixo, Kara lembrou-se de quando Lena a falou sobre o senhor Martinez uma vez. Quando confidenciou a loira que seu pai levava Lex e ela mesma para almoços e jantares de negócios desde muito cedo.

-Oh... Eu sinto muito.

-É... Eu também. Eu só... Tenho problemas com essa coisa de morte, ela é tão depressiva e quando eu a sinto rondando eu me sinto mal. É como se eu precisasse de mais ar.

Lena respondeu olhando para o seu sorvete, o assunto parecia deixá-la triste.

-De qualquer forma é bom revê-la.

Kara disse rapidamente tentando espantar aquele clima pesado que chegara junto com o assunto delicado e desagradável.

-É bom revê-la também, Kara.

A morena respondeu tomando mais um pouco de seu sorvete, Kara abriu a boca para respondê-la quando o celular de Lena vibrou e ela prontamente o tirou de sua bolsa olhando para Kara como quem pede licença embora tenha continuado sentada ali.

-Oi Grace.

Lena respondeu olhando para a entrada do estabelecimento e Kara levantou a cabeça para fitá-la automaticamente.

-Eu estou bem, apenas um pouco exausta emocionalmente.

Então ela calou-se, certamente ouvindo o que Grace Thompson estava dizendo-lhe. Kara tomou mais um pouco de seu sorvete.

-Ah isso é ótimo.

A Luthor disse sorrindo e Kara olhou para o lado.

-Certo. Beijos, sim. Eu irei te ligar depois.

E então encerrou a ligação guardando o seu celular novamente.

-Grace Thompson.

Kara comentou e Lena a olhou com uma expressão curiosa.

-Sim... Você a conhece?

-Ela é uma modelo muito famosa, sabia? Ela é linda.

Ela respondeu sorrindo, mas a sua última frase saiu mais pensativa e distante do que como um elogio ou uma constatação.

-Você acha, é?

Lena perguntou sorrindo.

-Oh, por favor. Quem não acha? Sua família deve ter adorado ela.

Respondeu cruzando os braços, já havia acabado de tomar o seu sorvete.

-Minha família?

Luthor perguntou com os olhos estreitos.

-Na verdade... Eu ainda não apresentei Grace a minha família.

-Não?

Kara perguntou surpresa, com um quase inexiste sorriso.

-Não.

Lena respondeu também sorrindo, embora seus olhos transmitissem confusão. Como foram parar naquele assunto? Ela não sabia, mas depois daquilo fez-se um silêncio constrangedor. Como quando elas se falaram pelo celular. Lena sabia que o mais sensato seria pagar a conta e finalmente levar Kara para casa, mas embora não houvesse assunto continuou olhando-a. Então fora a vez do celular de Kara tocar.

-Ah oi... Não. Eu já comprei sim, estou bem. Sério. Eu só... Parei pra tomar um sorvete.

Ela respondeu sorrindo olhando para a morena, e depois de alguns segundos desligou.

-Mike.

Lena disse.

-É, era o Mike.

Kara respondeu sem graça.

-Claro. Bem. Vamos?

-Vamos.

Kara respondeu prontamente e logo depois de pagar a conta, elas já estavam no carro novamente. Não houve assunto no percurso, elas se olhavam por alguns segundos e depois sorriam uma para a outra, como vizinhos que se cumprimentam.

-Está entregue.

Lena disse-lhe e Kara lhe sorriu começando a se desfazer do cinto de segurança sobre o olhar atento da morena.

-Obrigada pelo sorvete.

-Obrigada por me distrair.

A Luthor respondeu honesta e a puxou para um abraço limitado, mas surpreso, para Kara. Que não demorou muito para abraçá-la de volta. A loira se permitiu fechar os olhos e inspirar, abraçá-la parecia algo como estar em casa. E ao mesmo tempo em que parecia assustador era reconfortante, não apenas abraçá-la como vê-la pessoalmente outra vez.

Kara desceu do carro e Lena a observou, a loira deu a volta e lhe acenou com a mão pelo que devia ser a última vez antes que a Luthor desse a partida. A morena a observou caminhar em direção a sua casa, mas Kara parou antes de chegar à metade do caminho e virou-se caminhando em direção à Lena novamente. Kara agachou-se se escorando na janela do carro, ficando mais próxima do que Lena esperava.

-O quê...?

A Luthor sussurrou numa tentativa de perguntá-la o que ela queria dizer.

-Você...

Kara começou e em seguida suspirou profundamente antes de continuar.

-Eu sei que nos acertamos, certo? Mas você ainda acha que eu escolhi?

-Kara... Do que você...

-Ainda acha que eu escolhi o Mike?

Aquele assunto pegou Lena Luthor de surpresa, ela pestanejou várias vezes seguidas em um intervalo muito curto de tempo como se ainda estivesse tentando compreender a situação.

-Kara do que isso importa?

-Porque eu não fiz escolha alguma.

-Está me dizendo que não escolheu ficar com ele? Está me dizendo que depois que eu fui embora, não deixou ele se aproximar de você? Está me dizendo que finalmente não aceitou namorar ele oficialmente quando eu fui embora? Está dizendo que não disse “sim” quando noivou com ele? Que não disse “sim” quando casou com ele?

Havia certa indignação no tom de voz de Lena Luthor, seus olhos estavam estreitos.

-E quer saber? Está tudo bem agora, porque você está feliz com o marido perfeito e eu...

As palavras sumiram-lhe da mente, esconderam-se. O que ela estava fazendo? E por que raios as palavras tinham de lhe sumir naquele exato momento? E por que estavam falando daquilo?

-Lena...

Kara disse em um quase sussurro, disse em lamento, com uma expressão triste ao ver que Lena não conseguia dizê-la como estava e que muito provavelmente não encontrava palavras porque queria dizer algo regularmente bom como estar bem. Então pela primeira vez Kara percebera como machucou a outra e quão fundo a ferida havia sido. Ao longo dos anos, sempre que Kara lembrava que machucou Lena, sempre consolava a si mesma dizendo que nunca fora intencional e aquilo lhe bastava. Mas ali, naquele momento, ela percebeu que não importava se fora intencional ou não, ela havia machucado Lena Luthor da mesma forma.


Notas Finais


Parece que Kara falou no que não devia, não é mesmo?


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