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História After midnight - Sentimentos


Escrita por: Sarannee

Notas do Autor


Cada capítulo dessa história será contado por um personagem de cada vez, revesando entre Choi Seung-Hyun e Kwon Ji-Yong.
O capítulo a seguir é contado por Choi Seung-Hyun e escrito por Elly.

Capítulo 15 - Sentimentos


Demorou, mas acostumei-me com a presença de Kwon e o seu jeito de ser depois que o primeiro mês trabalhando ao seu lado passou. Ele era uma boa pessoa, as vezes trazia-me algo quente para beber, como naquele dia e, como de costume, finalizava todos os seus deveres em um piscar de olhos, - admito que Lucy não era assim tão eficiente

É óbvio que eu recebia comentários à respeito dele. Como por exemplo: em uma reunião na qual o mesmo compareceu, perguntaram-me se eu estava carente de funcionário ou se a empresa estava falindo, insinuando que eu então contratei o primeiro que veio em minha frente. Bom, eu nunca gostei de comentários sarcásticos que não saíssem de meus lábios, portanto, estava incomodado com aquilo, mas ao mesmo tempo gostava de gabar-me das multifunções que Kwon era e assim, calar a boca deles. 

Lucy e eu perdemos contato, uma vez que ela se mudou da cidade para viver sua nova vida, porém, enviei-lhe um presente para as crianças, agradecendo pelo seu tempo comigo. Kwon ajudou-me a escolhe-lo, já que eu não era bom em escolher presentes no seu ponto baixo de vista. 

Eu não estava já tão ranzinza, aprendi algumas coisas com ele e hora ou outra o mesmo ajudava-me a resolver questões importantes. Seu salário aumentou muito mais do que previsto, o que fazia-me questionar onde ele colocava tanto dinheiro para sempre voltar com roupas usadas na guerra. Não questione, era o que eu  pensava toda vez em que o via daquele jeito. Foco, foco.

Pouco-a-pouco, tornamos-nos próximos à ponto de ele viver dentro do meu escritório. Eu nunca havia oferecido nenhum tipo de bebida à ele, pois ele aparentava não ter idade e cabeça para beber, então não dava-me ao trabalho, mas água eu já havia oferecido um milhão de vezes que ele chegou a zangar-me com isso. Nada contraditório. 

Eu estava em casa, a neve havia coberto grande parte da cidade, interditando ruas e dificultando todo o meu trabalho, quando peguei-me um tanto significativo preocupado com Kwon e a sua casa de mendigo. Lembro-me de pegar o celular e discar o seu número, mas então veio-me a mente que esse não era o primeiro inverno da sua vida e que talvez, talvez, ele soubesse se virar e estaria bem. 

Algo bobo como esse passou de minha cabeça rapidamente e eu logo havia esquecido. Até acabar preocupado com ele de novo, por chegar resfriado e eu dar-lhe alguns dias de descanso em casa e ele recusar. Era mais surpresa para mim do que para ele, eu garanto. 

Perguntei então a um dos meus empregados o que afeto significava e obtive a resposta "Pode significar amor". Amor? Sim, claro, pelo trabalho que ele fazia à mim e por entregar todos os relatórios em dia, com certeza. Isso é amor. Todavia, é óbvio que eu não tirei aquilo da cabeça e comecei a ignorar Kwon ao máximo possível, chegando a trancar-me dentro da minha sala e sair de lá somente em meu horário de almoço. Tudo começou assim, eu tentava ao máximo encontrar um jeito de não vê-lo, mas pouco-a-pouco eu fui querendo ainda mais que ele ficasse ao meu lado.

Choi Seung-Hyun, dono da MK e tendo um dos nomes mais bem-sucedidos da Coréia do Sul estava gostando de alguém. Ótimo, que tal aquela garota daquele dia do encontro às cegas? Ela me parece uma ótima pessoa, não é? Ah, aquela outra que tinha uma voz doce também é uma ótima aposta, certo? Não, eu tinha logo que me pegar desprevenido gostando de uma criança mal-vestida e ainda por cima pobre. Mas admito em dizer que a criança mal-vestida e pobre tinha um sorriso muito bonito e um ótimo caráter.

Ele, com certeza absoluta, percebeu o que eu estava fazendo e veio a questionar-me o que diabos estava acontecendo comigo. Inicialmente, eu não respondi por não saber o que falar. Mil e uma mentiras passaram pela minha cabeça em um piscar de olhos. Segurei a taça de vinho em minha mão com mais firmeza enquanto encarava-o a mais ou menos três metros de distância de mim, com os braços cruzados e a testa franzida. Dei então um profundo suspiro e entreolhei o líquido avermelhado em meu copo. O silêncio tornou-se presente na sala. Eu não queria me rebaixar à aquele nível novamente.

Aproximou-se, ainda mais zangado e intrigado, mas eu não sabia como reagir. Pigarreei e coloquei então a taça sobre a mesa e olhei para a porta fechada. Olhei-o e respirei fundo, estava estupidamente pronto para demiti-lo e havia ensaiado a frase que ia dizer a noite passada inteira, para ser o mais natural e rígido possível. Umedeci os lábios, ergui então meu rosto, estufei o peito para falar com mais autoridade e simplesmente não consegui. Fiz a primeira coisa que apareceu em minha mente:

Dei-lhe um beijo.

Mesmo que o beijo fosse estupidamente rápido, com os que estão acostumados a ver em k-dramas, quando me afastei dele tive vontade de xinga-lo e arrancar os seus cabelos fio-a-fio. Sem acreditar no que eu havia feito, tive postura no corpo e não olhei-o, voltei minha atenção para minha parede de vidro e disse:

—  Está demitido. —  meu texto decorado não saiu de meus lábios por mais que eu quisesse. Meu coração estava à mil por hora e minha mente sentia um remorso terrível e assustador. Oh, droga, droga, droga! 

O que fariam? Onde estaria a minha reputação se descobrissem que o dono da maior empresa de Marketing estava gostando de um menino? Não era um homem ou uma pessoa do sexo masculino, mas sim um menino que aparentava ser bem mais novo do que eu e podiam dizer que eu tinha idade para ser o seu pai e não o seu irmão mais velho. 

Respirei fundo novamente, peguei a taça e dei um passo para trás, distanciando-me dele. 

— Pegue as suas coisas e deixe o prédio ainda hoje. — aquela não era a primeira vez que eu o demitia, era? Ah, não, não era e, obviamente, ele não voltaria, como havia dito-me na primeira vez. 



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