Nunca saberemos o quão forte somos até que ser forte seja a única escolha.
Ao extremo oeste de Tale High, ficava a península mais devastada de toda Summerland, não havia vida ali, os cidadãos que sobraram viraram escravos, o lugar estava sem cor, sem vida, sem magia. Casas em ruinas, pessoas trabalhando acorrentadas, fome e miséria. Aquilo mais parecia a Terra do que Summerland; No prédio principal da cidade, onde estaria a prefeitura, licantropos faziam a guarda e fúrias pairavam no céu, uma figura encapuzada chegou a cavalo, os lobos deram passagem e esta caminhou até dentro do gabinete principal que fora substituído por um trono preto gigantesco, onde uma figura igualmente grande repousava-se imponente. O primeiro seguiu até o meio da sala despiu-se de seu capuz revelando sua verdadeira face e curvou-se fielmente.
- Mi lord, estava ocorrendo como o planejado, iriamos pegar um deles, mas Ela apareceu e salvou o menino e logo em seguida Gilles chegou também. A essa altura ele já estará curado. – Disse a criatura curvada de pele rosada e uma cicatriz indo de um lado a outro de seu rosto, dando a ele um “sorriso” medonho.
- Imbecil, como pode deixa-la escapar! Como pode deixar os dois escaparem. – Respondeu com uma voz sombria.
- Mas mestre, agora sabem que você é soberano e poderoso. A menina ficou desacordada, ajudei a converter a magia dela contra ela mesma.
- Bom, muito bom. Significa que ainda há um pouco de cinza na garota agora, o que está esperando? Vá! Me deixe informado sobre o comportamento da garota e quando achar que for a hora, já sabe o que fazer.
- Sim mi lord, eu irei. – Os olhos da criatura brilharam azul.
Em Tale High....
Morgan virou a noite, estava totalmente sem sono, ficou olhando o dia amanhecer de sua sacada assim que chegou da conversa no quarto de Celeste. Ela se sentia péssima por seus atos terem custado a vida de uma menininha tão pura e inocente, mas havia limpado sua consciência por que se deixasse Deniel ir, ele morreria e não perderíamos apenas uma menininha inocente e sim centenas delas. Ela queria fazer sua saudação ao sol no gramado, mas não podia sair do castelo isso já estava irritando, uma vez que aparentemente nenhuma anomalia era vista a dias e mesmo assim os prendiam feito cães dentro daquelas paredes. Ela olhou nos céus e viu Diaval vindo no horizonte ele largou uma coisa no chão era um pergaminho.
“Eva minha afilhada diga as palavras se direcionando a Diaval ele lhe contará algumas coisas ‘zwarte kraai me waar is, wordt het man om bepaalde rol te vervullen’”
Foi o que a afilhada fez e Diaval passou a ter sua forma humana, eles sorriram assim que seus olhos se encontraram, se abraçaram.
- Gostaria de lhe dizer minha pequena trevosa, que um passarinho muito apessoado devo dizer me contou que Tayler não está nenhum pouco feliz com Mônica. – Ele sorriu malicioso, e os olhos de Morgan brilharam verdes.
- Nem ligo. – Ela deu de ombros e o homem corvo revirou os olhos.
- Bem mas trago noticias das terras.
- No relatório matinal
A cobertura é total
Todo reino animal
Tem notícia real – Morgan cantarolou lembrando do filme da Disney e Diaval a olhou com expressão muito confusa. – Deixa pra lá, prossiga por favor.
- De norte a sul nenhuma movimentação estranha foi encontrada, os duendes estão no fim do arco-íris como de costume, os anões estão nas ilhas e as minas estão indo de vento em poupa, os moors estão felizes como de costume, Flora, Fauna e Primavera passaram pelas florestas de Oz e está uma belezura precisa ver, As terras de Naveen e Tiana estão modernas como sempre.
- Parece que ta tudo certo, qual o problema desses irmãos em nos deixarem trancados aqui? – Morgan bufou. – Já se passaram semanas!
- Não, não não terminei. O lado mais oeste está devastado a magia não existe mais lá, não cheguei muito perto, mas já deu pra ver. Também vi uma movimentação bem peculiar na floresta negra, não sei ao certo, mas algo ruim está para acontecer, portanto Maria e João tem razão de proteger vocês.
- Ai te odeio – Ela disse descontraída dando um tapinha no amigo. – Você bem podia ver se tem muita gente lá no salão, Mônica destilou muito bem seu veneno ontem.
- Como queira – Ele fez reverência. Mas nada aconteceu – Você tem que ler as palavras no verso do bilhete. – Ele sussurrou.
- Ah tá. – Ela virou o papel - Menneske, at jeg var nyttigt igen normal og aldrig være fjendtlig – Diaval instantaneamente virou um Corvo. Morgan entrou no quarto e pegou o livro de feitiços que Chesherie havia lhe dado. – Essa porra é muito grande. – Ela folheou... folheou... folheou e nada muito útil, até que... – Brilhante! – Exclamou - Objekt objekt Jeg bærer tage at vægt og bliver enkel – Uma névoa verde saiu de sua mão e envolveu o livrou e ele ficou pequeno. – To ficando boa nisso. – Sorriu para o reflexo.
- Bom dia – Disse Lindy espreguiçando toda alegre. Cantarolando para os passarinhos que vinham pela sacada.
- Cala a boca garota pra que cantar essa hora da manhã?
- É tradição de família enche! – Lindy disse indo para o banheiro. Diaval que estava parado no parapeito da sacada entrou no quarto voando.
- Imagina Di como deve ser essa família. – Morgan comentou e Diaval piou - zwarte kraai me waar is, wordt het man om bepaalde rol te vervullen
- Mônica está fazendo uma pequena rebelião na entrada do salão, está tentando colocar todo mundo contra vocês, Henry está lá na mesa dos afilhados sozinho, sendo fuzilado por vários olhares. Akadia está no quarto dormindo. Lisa está passeando pelos corredores com Justin. Deniel está no quarto. Celeste está na sala de Dança com Jamal e Sam está conversando com Melissa e Pérola nas escadas – Ele disse muito rápido.
- Como não amar você? – Morgan deu um beijo na bochecha do amigo. – Eca gosto de pena. – Ela fez careta e disse as palavras que o tornaram corvo outra vez.
Morgan foi para seu guarda-roupa personalizado, escolheu um cropped drapeado vermelho escuro e uma saia longa colada preta, Platform Boots preta com o solado vermelho, brincos dourados de cascata, gargantilha também dourada. Prendeu o cabelo em um rabo de cavado desleixado. Ela queria ter tomado banho, mas do jeito que Lindy é demoraria horas e mais horas no banheiro. Diaval empoleirou no ombro de Morgan e eles foram em direção ao Salão, eles foram conversando o caminho todo até o corredor principal Morgan se distraiu com algo que Diaval estava conversando com ela quando foi atingida por alguém e caiu de bunda no chão.
- Eu não acredito nisso! – Seus olhos estavam púrpuros. – Garoto você não tem mais nada pra fazer da vida não, vai cuidar da sua namoradinha que da dando chilique ali.
- Desculpa – Tyler estendeu a mão.
- Não preciso da sua ajuda!
- Claro que precisa, para de graça olha o tamanho do seu salto, vem. – Disse ele simples e ela depois de relutar bastante viu que precisava de ajuda, revirou os olhos e pegou na mão dele. Ao puxá-la seus corpos colaram, eles ficaram estáticos, suas respirações descompassaram-se, o calor do ar saindo pela boca era sensível.
- TYLER! – A voz esganiçada de Mônica ecoou pelo corredor.
- Sua dona tá chamando, vai lá cachorrinho. Aproveita e leva o jornal. – Morgan disse, e saiu andando, mas Tyler a segurou pelo braço.
- Desculpa mesmo... por tudo. – Mas Morgan não ouviu o que ele havia dito, aquele toque a percorreu por inteira e várias lembranças vieram a tona.
“Era uma quinta feira havia acabado de bater o sinal de 11:25, Aula de música, nesse dia apenas Morgan tinha aula de música nesse horário nenhum outro afilhado iria junto com ela, Akadia ficaria com Rumple, o restante iria para o terceiro andar. Morgan pegou seu caminho para a edícula, não viu ninguém acompanha-la. Se sentou na sua cadeira de costume, ultima fileira no canto esquerdo, ficou ali quieta vendo as pessoas chegarem, Lindy sentou na sua frente, logo Mônica e Tyler chegaram. Pipper estava sentado no palco, assim que o ultimo aluno fechou a porta atrás de si, Maria filha de Anastácia, prima de Lindy. Pipper começou a falar, aquela seria a aula que eles apresentariam músicas autorais, a terceira a ser chamada era Morgan, ela estava trêmula pela primeira vez, aquela música pra ela era muito pessoal, e ela sabia que tocaria o coração de quem precisasse. Ignorou as provocações de Mônica, pegou um violão e se sentou na banquetinha;
Ela começou com um C#m,
It's not so easy, lovin' me
It gets so complicated
All the things you've gotta be
Everything's changin', but you're the truth
I'm amazed by all your patience
Everything I put you through
Enquanto cantava Morgan evitou o máximo olhar para ele, mas não conseguiu. Pipper percebeu e tentava desviar a atenção de Mônica da situação, Tyler sabia que era para ele.
It's obvious your tenderness is what I need to make me
A better woman to myself
To myself, myself
You're gonna save me from my
Myself
E ela terminou de cantar, a tensão entre os olhares que ela e Tyler trocavam era evidente, Pipper não foi bobo nem nada, chamou o Pan para cantar depois. O menino ajeitou os instrumentistas, sentou-se no chão do palco mesmo.
- Something in the ar tonight
Makes me wanna know
Something in the smiles tonight – Ele cantou em direção a Mônica, mas olhando para Mogan.
-All the lights just fade away
And it all comes down to you.
Ele terminou de cantar e se sentou no seu lugar. Mônica tascou um beijo nele, mas ela o afastou. Morgan sorriu por dentro com a cena, passou a noite toda depois pensando naquilo tudo, além de estar com um frio na barriga, como Pipper pode fazer isso com ela, como eles dois iriam fazer um dueto juntos? Mas tudo se compensava quando ela se lembrava do chilique que Mônica deu ao saber que não iria cantar com o namoradinho.
Tyler e Morgan se encontraram num sábado a tarde para ensaiar a música que cantariam, entraram na cabine de som na edícula. Morgan se sentou no piano e uma sensação maravilhosa lhe invadiu um misto de nostalgia e prazer, ela mal reparou e já estava fazendo um solo. O sorriso invadiu o rosto sisudo de Morgan, ela tocava tão leve, tão graciosa, firme, Tyler ficou encantado, não queria interromper esse momento dela e ficou apenas observando-a. Ela estava sendo ela mesma, sem nenhuma mascara, sem nenhuma barreira, ela estava sendo ‘Ma petite fleur’ outra vez, tocava com os olhos fechados, sentido cada toque das teclas. Quando ela finalmente abriu os olhos haviam decorrido mais ou menos onze minutos.
- Você me impressiona cada dia mais. – Tyler disse quebrando o transe dela, e ela ruborizou.
- Meu pai que me ensinou a tocar. – Ela explicou – Ele era um empresário, mas também um pianista famoso.
- O que seria um empresário? – Ele pediu uma explicação.
- É um dono de uma taverna, só que era uma taverna enorme, com várias associadas. Desculpa não sei te explicar de maneira melhor.
- Acho que eu entendi, Vovô era bancário, é algo nesse estilo não é? – Perguntou ele e ela assentiu. – E o que aconteceu com seu pai? – Perguntou ele.
- Ele morreu a muito tempo – Disse Morgan recordando tempos distantes com um pesar na voz. – Eu tinha seis anos.
- Meus pêsames, não sabia.
- Vamos ao que interessa? – Perguntou ela com um sorriso singelo e ele respeitou.
- Claro, ia te perguntar se precisaria de ajuda com os acordes, mas é evidente que não.
Eles ensaiaram algumas vezes ajeitaram algumas notas, algumas coisa a mais. Tyler ia saindo sem se despedir, estava com medo de se ficar estragar o clima bom que estava, mas ela o chamou, ainda com muito receio ele parou na porta e se virou para ela.
- Fala.
- Eu queria te pedir desculpas... – Ela disse cabisbaixa se aproximando dele. – Me perdoa por tudo que eu fiz. A culpa não é sua, mas você não merece alguém como eu... – Ela disse olhando para baixo. – Então, continua com a Mônica, me esquece.
- Você acha que é fácil assim? Seu beijo é inesquecível, não consigo parar de pensar em você Morgan! Eu tentei, por que você acha que eu to namorando logo a Mônica? É choque de realidade pra ver se eu tiro você da cabeça. Mas você é surpreendente.
- Tyler eu sou uma granada e eu vou explodir na sua mão, eu sou um bando de problema que anda, tenho muitos assuntos inacabados, você não merece alguém como eu. – Ela disse mais uma vez. Com um dedo em seu queixo ele levantou o rosto dela.
- Que exploda, eu não ligo, por que eu sei que ai dentro você é a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci na vida. – Ele disse isso e a beijou, um beijo terno, delicado. Mas ela o afastou.
- Sai daqui logo! Você tem namorada Tyler! Sai! – Ela gritou. Seus olhos cintilaram verde e ele obedeceu. Ela esperou um pouco e correu para o castelo queria chegar o mais rápido possível em algum lugar solitário, ela não viu para onde estava indo, entrou em um corredor estranho no primeiro andar, era sem saída, ela não aguentaria mais, jogou-se na parede e escorregou até o chão, e ali ficou chorando. – DROGA! – Ela gritou socando a parede. Um barulho esquisito foi emitido, uma passagem se abriu.”
Morgan também se lembrou dos outros dois beijos.
“Ela estava na enfermaria havia acabado de acordar, Tyler estava lá ao seu lado com uma tala de madeira no braço. Ele não havia saído dali, de alguma maneira ele sentia que aquilo havia sido sua culpa. Ela abriu os olhos com dificuldade.
- O que você ta fazendo aqui? – Ela disse ríspida.
- Ai graças ao Escritor. – Ele disse beijando a testa dela. – Achei que você nunca iria acordar.
- Que que você ta fazendo aqui garoto.
- Eu tava preocupado. Desculpa, não deveria ter feito aquilo. – Ele disse flutuando para olha-la nos olhos. Ele ficou hipnotizado nos olhos azuis dela, eles ficaram por longos minutos naquela posição, até que ele teve coragem de se aproximar, Morgan estava desarmada, envolvida pelo momento. – Posso? – Ele perguntou antes de beijá-la. Ela falou um sim fraco e ele a beijou.”
“Morgan tinha saído da aula de Regência, não estava aguentando as piadinhas machistas de Charmming, até parece que só por que ela era mulher não saberia governar um reino. Ela era a única menina na sala, e esculachava sempre que podia dando as melhores respostas possíveis fazendo os meninos se contorcerem. Ela estava caminhando pelos corredores sem rumo, distraída quando trombou com algo.
- Caralho garoto, você não cansa de fazer isso não? – Ela disse levantando.
- Você faz de propósito, não é possível! – Ele disse
- Ah claro, sou eu que ando lendo por ai. – Ela retrucou
- Você se acha não é mesmo, a dona da verdade, sabidona.
- Não acho por que não perdi nada
- Com você é assim só na ignorância não é mesmo, só se levar porrada.
- Experimenta! – Ela disse com os olhos ametista.
- Você quase quebrou meu braço e eu não fiz nada com você garota.
- Bem feito não mandei pegar minhas coisas
- Garota você é ridícula, te odeio!
- Não mais que eu, escroto!
- Me prova então! – Ele disse e a puxou pela cintura e eles se beijaram ferozmente. Ele a afastou – Dessa vez não tem desculpa, fez por que quis!
- E quem te disse que eu preciso disso?
- Você precisa de desculpa pra tudo que vai fazer, quer manter essa pose inabalável sua ai, e pisa em todo mundo. Mas eu cansei Morgan, cansei de ser seu cachorrinho. Você não me fez mais de idiota por que eu não deixei, não quero ser um palhaço na sua mão.
- Eu que não quero....
- Quem te disse que eu quero uma palhaça? Eu queria alguém que ficasse do meu lado, alguém madura, centrada, parceira, por que já basta meu pai sendo criança, não queria ninguém pra me deixar louco e essa garota não é você. – Assim que ele terminou de falar o sinal tocou e o corredor se encheu, Morgan viu Tyler se afastar imóvel.”
- Morgan! Morgan! – Alguém a chamava.
- Oi. – Ela disse meio vaga. – Estou tonta.
- Seu olho tava vago, distante e do nada ficaram um de cada cor – Henry disse segurando a amiga. – Vem vamos sentar, você tem que comer. – Ele disse escorando a amiga até a mesa, Tyler ficou olhando a cena com o coração na mão.
- Eu estava tendo umas lembranças... – Ela disse meio confusa.
- Come esse pudim, eu sei que você gosta. – Henry disse empurrando o potinho para ela, que começou a comer na hora. - Eu fui lá te salvar, a Mônica já tava fazendo um escândalo por que o Tyler tava preocupado com você.
- Aquele garoto? Preocupado comigo? – Perguntou ela engolindo em seco, ainda com as memórias frescas na cabeça.
- Sim, não é hoje que vocês vão apresatar a música em dupla?
- Já é sexta? Ah não! Hoje não!
- O que a senhora lembrou em?
- Nada
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