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História After the Storm - Leonetta - Chapter Nineteen


Escrita por: amorporescrita_

Notas do Autor


Quem ai esta curioso para saber quais são os segredos que a família Vargas e a família Paccini escondem na calorosa Califórnia? Apenas digo uma coisa: segurem firme porque a viagem é longa e maluca.

Tenham uma boa leitura e até brevee!!!

xoxo sz

Capítulo 19 - Chapter Nineteen


Fanfic / Fanfiction After the Storm - Leonetta - Chapter Nineteen

Violetta Paccini

Assim que coloco os pés dentro do quarto de Leon sinto seu cheiro e me deixo levar por segundos. Fecho meus olhos e puxo o ar com força, guardando o seu cheiro em minha memória. O maldito sabe ser cheiroso.

Quando abro meus olhos encontro a mesa próxima a cama e deixo um suspiro pesado me escapar ao me lembrar da outra noite. Antes que eu consiga mover meus pés para a mobília o som de portas se batendo chama minha atenção e como boa curiosa que sou andei pé por pé até a enorme janela. Na frente da casa está estacionando mais dois carros importados e mais quatro homens da idade de Leon saem.

Ambos riem sobre qualquer coisa e brincam entre si. Todos tem uma boa aparência e algo me diz que suas contas bancárias não são diferentes.

A porta de entrada se bate com um baque e ouço a sala ir aos gritos. Mesmo com a porta do quarto fechada, posso ouvir alguns risos e até uma leve confusão. Não tem como saber se estão brigando ou se é apenas a forma como se tratam.

Encaro a porta fechada me decidindo se vou me esgueirar pelos corredores e tentar entender o que está acontecendo, já que até mesmo meu irmão está no meio dessa algazarra toda.

Assim que coloco minha mão sobre a maçaneta a porta se escancara e Leon está tampando minha frente.

Um sorriso divertido salpica sobre seu rosto e ele fecha a porta atrás de si. Dou alguns passos para trás conforme ele se aproxima de mim e só paro quando a parede em minha costas me impossibilita de fugir dele.

Merda de parede.

Permaneço em silêncio, assim como ele, e encaro seus olhos, que parecem me ler com facilidade. Leon sabe que estou curiosa, sabe que estou tremendo de medo e que, infelizmente, adoraria pular em seus braços e sentir seu gosto novamente.

Ele então apoiou suas duas mãos ao lado de minha cabeça e grudou seu troco ao meu. Prendo a respiração no mesmo instante e meus olhos se arregalam. Merda, não!

— O gato comeu sua língua, dondoca?

— Vai ver se eu to na esquina.

Me esquivo de seus braços e corro para a cama parando ao lado da mesa. Leon me observa com curiosidade e cruza os braços, como se isso ajudasse em sua análise sobre mim.

Me sinto totalmente desconfortável com seus olhos intensos sobre mim, mas ao mesmo tempo adoro ser observada por ele.

Inferno!

— O que foi porra?! Perdeu o que em mim?

Solto e encaro o moreno que ri baixinho. Leon balança a cabeça e pega a chave do carro sobre a mesa com o notebook, parando logo ao lado da porta.

— Vamos dar uma volta.

— Não vou a lugar nenhum com você.

Declaro e ele suspira. Sei que isso não vai ficar por isso mesmo, porque ele dá alguns passos em minha direção e pega o colar de minha mãos, analisando-o com cuidado.

— Aposto que seu pai te deu isso. — balança a cabeça delicadamente e me oferece um sorriso gentil. Eu já mencionei o quanto ele pode ser bipolar? — Eu sei disso porque eu tinha um parecido.

— O que?!

Indago boquiaberta e ele dá de ombros, como se isso não importasse. Devolveu meu colar com um coração singelo e uma pedraria cara. Ao fundo do colar tem uma foto de nossa família, nada exagerado, na verdade bem delicado. Apenas para me lembrar de que eles são minha base e meu ar.

— Pronta para uma volta, dondoca?

— Eu já disse que não vou nem para o inferno com você.

— Eu jamais te levaria ao inferno comigo. Iria sozinho. — diz e segura minhas mãos, retirando novamente o colar delas. — Seria chato e monótono, mas eu sobreviveria. Sempre sobrevivi. — respirou fundo e tratou de pôr um sorriso nos lábios, me encarando divertidamente. — Deixa isso aqui, depois vai ter motivos para voltar.

— Não vou voltar.

— Vai, vai sim, dondoca.

Riu descaradamente e enlaçou meu pulso, puxando-me porta afora. Bem, quer dizer, eu meio que fui por minha conta e risco, porque sou uma idiota e quando dei por mim já estava dentro do seu carro.

— Vai chover.

— Gosto de chuva. — ele diz e arranca com o carro da garagem. Sem dizer mais nenhuma palavra, Leon liga o rádio em sua playlist e devo dizer que seu gosto musical não é resumido apenas em rock e gritarias, ele esta ouvindo a porra de música clássica.

— Clássica? Sério?

— O que foi? Só porque sou a merda de um adolescente que fode tudo não posso ter bom gosto?

Ele devolve em um tom brincalhão e eu até consigo soltar um risinho anasalado. Ele tem razão, as aparências enganam mesmo.

— O que você quer saber?

Perguntou sem desgrudar os olhos da estrada movimentada e com sinais de chuva. O céu está realmente feio e parece que vem um temporal pela frente. Eu deveria ter ficado em casa mesmo.

Desvio os olhos das minhas mãos e me acomodo sobre o banco. Meu olhar fica diretamente sobre Leon, que ri suavemente.

— Quem são aquelas pessoas na sua casa?

— Meus amigos.

— De onde?

— Itália.

Bem, a primeira rodada foi bem, ele nem sequer pestanejou e respondeu. Talvez estejamos evoluindo nessa relação doida.

— O que eles fazem?

— Prestam serviços.

— Que tipo de serviços?

— Eliminam as baratas.

— Tipo dedetizador?

Leon ri e concorda com um aceno. Eu deveria acreditar nessa mentira deslavada? Os caras não parecem nunca nem ter arrumado uma cama, quem dirá matar insetos para sobreviver.

— Está mentindo. — declaro e ele me olha. Antes de voltar o olhar para a estrada, diz:

— Não estou. Eles se livram das baratas, de verdade.

— Que baratas?

Leon me dá um rápido olhar suficiente para ver o cinismo em seu sorriso, o fogo depravado em seus olhos e o divertimento em sua expressão.

— Do tipo que se reproduzem rápido demais e você precisa cortar o mal pela raiz.

Fico em silêncio. Não sei mais o que perguntar e nem é porque não tenho perguntas, mas sim porque suas respostas me pegaram desprevenida. Como assim cortar o mal pela raiz e que diabos de baratas estamos falando, afinal?

Antes que eu consiga perguntar mais alguma coisa, o telefone de Leon toca e ele atende em um piscar de olhos.

— Vargas!

— Connelly!

— Soube que vazou de casa antes que eu colocasse os pés para dentro, seu cuzão! Mas tanto faz, depois falamos sobre isso. Preciso de um favor seu.

— Depende do que. Estou acompanhado. — ele diz em uma forma de manter segredo sobre seus assuntos e eu imediatamente presto ainda mais atenção no assunto. Ninguém mandou me alertar sobre isso.

— Ah! Tudo bem, entendido. — ele faz uma pausa, como que para organizar o pensamento e logo diz: — Você pode passar no Jake e pegar aquela parada?

Torço o nariz para o pedido e encaro Leon, que segura o riso ao ver minha careta confusa.

— Ah merda! — exclamou o cara no telefone e Leon franze o cenho adotando uma expressão de preocupação.

— O que foi, cara?

— Mudanças de planos. Precisamos de você aqui na sua casa. Agora!

— Dois minutos.

Ele diz e desliga.

— O que?...

Antes que eu possa terminar minha frase, Leon gira o volante com força rodopiando o carro ao meio da estrada. Agarro o banco com toda minha força e me seguro conforme ele aumenta a velocidade para além da permitida nesse trajeto.

— Que merda é essa?

— Meus amigos precisam de mim. — ele diz e me olha. — Iria te levar para um lugar, mas fica para a próxima.

— Mas o que?

— Merda, merda, merda! — ele bate contra o volante quando se vê atrás de um caminhão e precisa diminuir a velocidade. O ponteiro está marcando duzentos por hora e isso me assusta. E se a gente morrer? Eu sou nova demais e bonita demais para morrer assim. — Você confia em mim?

— Confio.

Respondi tão rapidamente que quase nem deixo Leon terminar sua frase. Com um gesto singelo de cabeça, ele puxa o volante para a direita e coloca o carro na pista contrária. Estamos andando na contramão. Ah merda!

Leon aumenta a velocidade passando pelo caminhão e segue na pista contrária quando percebe os carros menores à sua frente.

— Leon…

— Eu sei, dondoca, eu sei. Mas eu preciso meter o pé rápido.

Ele balança a cabeça e eu me agarro em todos os lugares que posso no carro, tentando, inutilmente, diminuir a sensação de desespero ao perceber que o ponteiro alcançou duzentos novamente.

Assim que meu olhar fixa-se sobre o caminhão vindo em nossa direção sinto meu coração parar na garganta. Quero gritar para ele pedindo que pare, mas apenas não consigo. Nada sai.

Leon pisa ainda mais no acelerador e vai de encontro com o caminhão. Seus olhos estão fixos sobre o automóvel e ele não vacila em por um segundo sequer. Quase como se isso fosse emocionante para ele.

Um trovão ruge no céu me fazendo pular sobre o banco e um grito hoje assustado escapou por meus lábios. O céu está cada vez mais carregado e pode começar um temporal a qualquer momento.

No último momento, ele joga o carro para a pista correta e o caminhão passa buzinando ao nosso lado.

— Ai porra! Mas que droga foi essa, Leon?

Explodo e ele nem me dá ouvidos, apenas mantém seus olhos na estrada e logo alcançamos a frente da sua casa. Todos que estavam lá dentro agora estão parados ao lado dos carros e até mesmo Federico está ao meio deles.

— Pode me explicar?

— Não.

— Você quase me matou, mereço uma explicação!

— Eu nunca te colocaria em risco. — acomodou-se sobre o banco e fez um sinal para os outros, que concordaram em um aceno entrando em seus carros. — Eu preciso fazer uma coisa importante.

— Que coisa?

— Pelos meus amigos. — ele diz e eu bufo. Cruzo os braços e ele aproxima a mão de meu rosto, acariciando minha bochecha e diz: — Dondoca, você só precisa saber uma coisa. Eu nunca, em hipótese alguma, te colocaria em perigo. Você é a única pessoa que me faz sentir vivo, como se meu coração ainda funcionasse para algo. — ele ri de sua frase depreciativa e sussurra: — Eu protegeria você com a minha vida.

— E quem protege você?

Sussurro e ouço a minha porta ser aberta. Federico me espera com paciência e Leon se afasta de meu rosto, encostando-se no banco e abrindo um sorriso amargo.

— Não preciso de ninguém. Nunca tive. Você estando a salvo já é minha recompensa.

Ele me olha novamente e vejo a doçura em suas íris. Esse é o Leon por quem sou fascinada.

— Preciso que você saia.

— Leon…

— Saia, dondoca, por favor. Vai com seu irmão e depois conversamos.

— Eu não quero.

— Vai me obrigar a te colocar para fora? Da última vez me lembro de te mandar ir se foder e ficarmos uma semana sem nem olhar um para a cara do outro. — ele diz mais frio e com o olhar pesado. — Por favor, saia. É para o seu bem.

Faço o que ele me pede e paro ao lado de Federico. Bato sobre o vidro e logo ele é baixado por Leon, me inclino para dentro do carro e pergunto:

— Quando voltar vai me explicar isso?

Com um riso rouco e sombrio, ele responde:

— Não.

Assim como Leon, os outros saem correndo e o único som no momento é o de pneus sendo gastos. Observo os cinco carros saindo em uma fila tomando um único rumo. O qual eu não faço ideia de qual seja.

Apenas espero que ele fique bem.


Notas Finais


Um enorme beijo e bye bye!!!

sz


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