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História After the Storm - Leonetta - Chapter Twenty-Six


Escrita por: amorporescrita_

Notas do Autor


Ooii, quem ai pediu o ponto de vista do Leon????? Aqui está!!!! Espero que gostem e não achem tudo meio 'sangrento' demais. É isto.
Tenham uma boa leitura e até breveee!!!

xoxo sz

Capítulo 26 - Chapter Twenty-Six


Fanfic / Fanfiction After the Storm - Leonetta - Chapter Twenty-Six

Leon Vargas

Dondoca!

Exclamo por seu nome enquanto corro até Tommy, que atravessa a porta da sala em que continuamos nossa reunião. Assim que recebi o telefonema dela sabia que algo não estava certo, mas jamais imaginei que a veria desacordada e pingando sangue.

Peguei seu corpo em meus braços e analisei seu lindo rosto. Ela está pálida e com gotículas de sangue espalhadas por sua bochecha. Aparentemente não há nada no local, então de onde veio esse sangue?

Pedi que Tommy fosse verificar a rodovia porque imaginei que ela pegaria a estrada mais curta. Droga!

— O que aconteceu?

Olho para Tommy que está com os olhos arregalados e a camiseta ensopada de sangue. Que maldição! De onde vem tanto sangue, afinal?

— Encontrei ela caída no asfalto. O celular estava quebrado e os pneus furados.

Contou.

Sinto meus dentes doerem pelo aperto que dou sobre eles. Isso foi uma emboscada.

— Leon…

Tia Chelsea chama e eu imediatamente olho para ela. Com um aceno de cabeça notei o sangue escorrendo de seu queixo e meu coração falha algumas batidas.

— Coloque ela na mesa. — pediu Camille e eu prontamente obedeci. Com um resmungo dolorido, Violetta abre os olhos e posso ver o alívio marcando suas esferas ao encontrar meu rosto.

— Você está aqui.

Sussurrou tão baixinho que eu mal pude escutar. Alisei seus longos cabelos com meus dedos enquanto ela abria e fechava os olhos lentamente. Nada ao meu redor importava mais, apenas existia nós dois e eu precisava ficar ao seu lado.

Meu coração bate tão rápido em meu peito que posso jurar que a qualquer momento ele cairá aos meus pés.

— O que aconteceu, dondoca?

Pergunto calmamente e ela abre os olhos novamente. Posso ver o pavor em seu rosto e me castiguei silenciosamente por não esperar por mais tempo.

Toco seu rosto com as costas de minhas mãos em um leve carinho e ela geme ruidosamente com o contato. Um grito dolorido rompe por seus lábios e eu dou um pulo para trás.

Sem entender nada, abro espaço para minhas tias e com apenas um olhar de tia Camille já entendo o motivo do grito.

Minha respiração se torna irregular e preciso entreabrir a boca caso não queira cair sufocado nesse maldito chão envernizado. Afrouxo alguns botões da minha camiseta e apoio minhas mãos sobre a mesa em que Violetta está deitada totalmente imóvel.

Do outro lado estão minhas tias e primas tentando acalmá-la. Violetta se debate com violência e só quando toco sua mão ela ameniza os movimentos. Seus olhos se prendem ao meu e ela silencia os choramingos de dor.

— Querida,... — chamou Chelsea e a morena girou o rosto em sua direção. Engoli a vontade de vomitar assim que vi o corte em seu rosto tão delicado.

Travando o maxilar, puxei minha mão abruptamente de Violetta e agarrei uma das cadeiras arremessando-a o mais longe que consegui, estilhaçado-a na parede. Todos os olhares correram até mim e eu precisei me controlar para não quebrar mais alguma coisa.

Esse filho da puta me paga!
— Porra! Esse… eu juro por Deus… — eu mal conseguia terminar uma frase de tão irritado que estou. Apoiei meus cotovelos sobre a lareira e encaixei minha cabeça sobre minhas mãos enquanto tentava controlar minha respiração ofegante.

Penso em tantas formas diferentes e macabras de fazê-lo sofrer que com certeza esse porco desgraçado vai se arrepender de ter atravessado meu caminho.

Eu sabia desde o começo que não deveria me envolver com Violetta. Deveria ser só mais uma transa e depois esqueceria da sua existência como todas as outras. Mas quando senti seu calor junto do meu, soube que estava totalmente fodido e que não conseguiria tirá-la da cabeça tão facilmente.

Ela consegue me deixar vulnerável e entregue em proporções que me assustam. Tanto que desleixei a segurança de todos e coloquei ela em perigo.

— Conte o que aconteceu.

A voz delicada de Alexia preenche a sala silenciosa e eu quase me tranquilizo. Minha prima sempre teve o dom de acalmar todos os homens dessa sala, basta apenas um olhar e estamos mansinhos como cachorrinhos com seus brinquedos estúpidos.

— O John… ele me encontrou no caminho.

— O que ele queria?

— Eu.

Digo. Me afasto da lareira e andando a passos pesados até a mesa em que ela está. Com ternura, segurei sua mão e lhe ofereci um sorriso gentil.

É preciso controlar minha vontade de tocar seu rosto porque sei que isso causaria uma dor terrível para ela.

— O que ele disse para me falar? — pergunto e ela fecha os olhos tão apertadamente que me pergunto se está revivendo os momentos na rodovia. Eu jamais deveria ter deixado ela sozinha e desprotegida dessa forma.

— Fodam-se os Cosa Nostra. Nós vamos pegar todos vocês. — sussurrou. Cravei os dedos sobre a madeira de uma forma que quase quebro minha mão.

— Maldito cigano filho da puta!

Mordo raivosamente e me afasto novamente de Violetta.

Zanzando de um lado para o outro posso sentir todos os olhares em mim. Passo os dedos entre os cabelos desesperadamente procurando por uma resposta digna, mas nada surge.

Esse desgraçado mexeu com quem eu amo, com minha família e eu vou acabar com ele. Eu deixei claro que ele jamais poderia tocar nela caso não quisesse morrer.

Eu avisei.

Em um impulso, tento passar pelos meus primos na porta, mas seus braços fortes me impedem. Empurro todos eles com força e logo meus tios seguraram meus ombros impedindo que eu atravesse essa porta.

— Me larga, caralho! Me solta!

— Está doido?! — berrou Charles enquanto me prensava contra a parede e me encarava firme. — Onde pensa que vai?

— Estourar a cabeça desse filho da puta! Olha o que ele fez com ela, porra! — aponto para a mesa, mas seu olhar permanece sobre mim.

— Sozinho você não passa nem da cerca. — diz friamente e segura meu rosto para que eu olhe dentro de seus olhos. — Seja o comandante que sei que é capaz de ser.

Com um empurrão de ombro, ele me liberta e para ao lado de todos os outros homens presentes no salão. A mesa está livre ao lado de Violetta e com um fungo choroso decido o que devo fazer.

Olho para a morena fraca sobre a mesa e com as roupas manchadas de sangue, seu sangue, e um nó se instala em minha garganta. Não posso e não vou expor ela ao perigo dessa forma.

Não mais.

Com o silêncio dominando o cômodo, o som de meus sapatos batendo contra o chão de madeira enquanto me aproximo da mesa reproduz um ruído horrível.

Por alguns segundos analiso a figura com os olhos fechados sobre a mesa quase entrando em um sono profundo. Violetta não está acostumada a sofrer e com certeza isso foi muito para ela.

Talvez ela tenha uma boa noite de sono. Diferente de mim.

Seus olhos se abrem novamente e posso ver todo o brilho se esvaindo deles. Isso é culpa minha.

— Minhas tias vão te ajudar com o corte. Elas sabem suturar e vão te dar alguns remédios para dor e você não vai sentir nada. — digo.

— E você?

— Eu vou resolver algumas coisas.

— Vai voltar?

Pergunta. Fico em silêncio por um longo tempo e isso é o que basta para ela entender o recado. Desesperadamente, Violetta senta sobre a mesa e deixa uma careta de dor marcar seu rosto.

— Eu posso aceitar que ele mate todos os meus cavalos. Destrua meus carros, mas isso… isso não. — balancei a cabeça com raiva e deixei um riso irônico escapar. Esse filho da puta atrevido.

— Isso não foi nada. Eu estou viva.

— Está,... mas por quanto tempo mais? — devolvo. — Quanto tempo mais vai levar para ao invés de uma navalha ser um tiro? Eu não sou bom para você e não vou te fazer bem.

— Você me faz bem sim! Não faça isso, Leon. — segura minhas mãos e eu imediatamente fecho os olhos. Posso ouvir seu choro baixinho e preciso morder o interior de minha bochecha para não seguir seus passos. — Não faça escolhas por mim porque você não sabe à merda dos meus sentimentos porra! Você não é ninguém para me dizer onde posso ir ou quem posso ficar. Vai se foder!

— Como vai explicar para seu pai isso? — encaro ela novamente. Com um suspiro pesado encaro o teto e pressiono os lábios de forma tensa odiando cada palavra que direi a seguir: — Escuta…

— Não…

— Assim que eu passar por aquela porta nós não ficaremos mais perto um do outro. Não vou te expor ao perigo mais uma vez.

— Não. Não. Não!

Violetta segura meu braço com o pouco de força que tem e eu recuei alguns passos. Seu olhar tristonho me corta o coração, mas vê-la morta seria muito pior.

— Tia Chelsea, pode cuidar dela?

— Com o maior carinho. — diz. Ela para ao meu lado e segura os braços de Violetta para que ela não se debata mais e me deixe sair de uma vez por todas.

Seguro o rosto de Violetta em minhas mãos por alguns segundos e encaro seus olhos profundos. O caramelo de sempre está escurecido e com marcas profundas de terror, isso me corta o coração.

Não posso correr o risco de perdê-la dessa forma. Não outra vez.

Ti amo, la mia luce*.

Deposito um beijo em sua testa ouvindo seus choros incessantes. Com um suspiro, me afasto dela e sinto apenas nossos dedos roçarem enquanto caminho para longe.

— Leon!

— Fique longe de mim. É para o seu próprio bem.

Digo e lhe dou as costas de uma vez por todas. Ouço o som de meus sapatos batendo de forma rude contra o chão e logo as enormes portas rugem enquanto passo por elas praticamente correndo.

— Leon!

O grito de Violetta ecoa pela casa inteira. Mordo minha bochecha com força até sentir o ferro inundar minha boca para não correr até ela e abraçá-la apertado.

Eu já deveria saber que finais felizes para pessoas como eu não existem.

— O que vamos fazer agora?

Tommy pergunta enquanto caminha ao meu lado esquerdo. Alex e Michael estão ao meu outro lado andando apressadamente para o lado de fora da casa.

— Vamos explodir com esses malditos.

Digo. Com um rápido olhar, vejo que todos estão de acordo com minha proposta.

— Hora de acabar com os malditos roedores nojentos.

[...]

Convoquei todos os homens e mulheres disponíveis que tínhamos e dei as ordens necessárias. Não me importava quantas pessoas iriam se ferir no processo e nem como tirariam aquele maldito asqueroso do seu bando igualmente nojento, mas eu queria ele vivo para sentir minha fúria.

Pouco menos de uma hora depois de minhas ordens, estávamos no galpão que, ilegalmente, exportamos uísques e charutos.

Ao empurrarmos as enormes portas os olhares voaram até mim e meus primos. Alex, Tommy e Michael caminham ao meu lado prontos para fazer justiça com as próprias mãos, porque nesse trabalho é assim. Ou você sabe se defender ou acaba morto em uma cova rasa.

Meu sapatos extremamente caros e lustrados são sujos pelas inúmeras poças de água imunda que caem em gotas do teto.

Aqui está tudo sujo e úmido, e pretendo deixá-lo ainda pior.

Paro diante da cadeira onde John estava sentado com uma venda sobre os olhos e as mãos amarradas em um laço firme atrás de suas costas.

— Saiam. — ordeno, dividindo meu olhar entre os homens parados ao lado das pilastras escorados de maneira despretensiosa. — Isso é assunto de família.

Ergo o queixo esperando que todos eles passem por mim e nos deixem sozinhos com a barata insistente. Sabem o que dizem por aí, se o inseticida não resolve, bem, então preciso partir para uma abordagem mais dura.

Michael balançou levemente a cabeça e desabotoou seu blazer, deixando-o cuidadosamente longe de todos nós e pendurando em um gancho. Seguindo seus passos, Alex e Tommy, respectivamente, fizeram o mesmo.

A raiva pelo que fez com Violetta está me consumindo cada vez mais e apenas não consigo tirar meus olhos de cima desse porco nojento. Quero arrancar sua cabeça fora e usá-la como se fosse a porra de uma bola de futebol. Ou sei lá que merda.

Michael parou ao lado da cadeira que John usa e enterrou as mãos no bolso de sua calça. Com um rápido olhar entendo o que me pede e com um longo suspiro pesado desabotoei o blazer entregando para Alex, que rapidamente pendurou-o com os outros.

Tommy fez as honras e retirou a venda dos olhos da nossa presa. Seus olhos brilhavam em diversão e seu sorriso malicioso era como socos em meu estômago. Desgraçado!

— O grande Leon Vargas, afinal! — disse em um riso diabólico e eu precisei morder meus dentes para não explodir um soco em seu queixo. Quem esse filho da puta pensa que é?

— Você atravessou uma linha perigosa, cigano. — avisou Tommy parando poucos passos ao meu lado. O olhar do moreno vagou entre nós dois e logo ele gargalhou alto.

— Isso me lembra o nome da sua égua, Vargas. Como ela está? — seu sarcasmo estava explícito e minha raiva por sua existência ainda mais. Poderia pular em seu pescoço agora mesmo e enfiar a maldita navalha em sua glote, esperando até que ela jorrasse a última gota de seu maldito sangue.

— Não estou aqui para conversa fiada. — aviso com um ronronar e me aproximo de John com passos pesados e firmes. Meu rosto se iguala ao dele e encaramos um ao outro nos olhos de uma forma brutal e animalesca, deixando nosso instinto predador falar bem mais alto.

Noto um corte profundo em sua boca e me pergunto se foi Violetta a culpada por isso.

— Sua namorada também não é de conversa fiada. — diz. — Precisei ser bem fervoroso em meu pedido para ela entender. Aliás, gostou da cicatriz que dei a ela? Aposto que…

Meu punho acerta seu queixo com toda minha fúria, fazendo sua cadeira tombar para trás com toda a violência possível para esse momento. Bufo alto e lhe dou as costas voltando a minha posição original ao lado de Tommy.

— Ergam esse filho da puta. — Michael e Alex fazem o que peço e logo estou encarando o rosto sangrento de John. Sua boca está lavada com sangue, manchando seus dentes exibidos em um sorriso macabro. — Sabe,... você me pegou em um bom dia.

— Os boatos é que não tem a metade da brutalidade que sua mãe tinha.

Um riso rasga minha garganta e eu encaro-o com fúria. Enterro novamente minha mão no bolso de minha calça azul marinho e lentamente andei em sua direção.

— Não, não tenho. Mas sabe o que eu tenho de sobra dela? — inclino minha coluna para frente deixando meu rosto na mesma reta que a dele, olhando no fundo de seus olhos. — O prazer em foder com quem tocou em algo que eu amo. E, assim como ela, eu adoro um banho de sangue.

Pisco divertidamente para o moreno que permanece calado. Agarro sua nuca, segurando seu rosto próximo ao meu e sussurrou como uma onça protegendo sua ninhada:

— Por onde vamos começar? Que tal arrancar suas orelhas para que nunca mais escute o perigo chegando? — passo a lâmina por sua orelha cortando minimamente apenas para que ele sinta que falo sério. — Não, preciso delas para que escute com atenção tudo o que tenho para dizer. Quem sabe os olhos… — pondero sobre o pensamento e aponto a lâmina para seu olho direito. O moreno pisca lentamente batendo seus cílios sobre o mesmo e ri baixinho como se duvidasse da minha coragem. — Não, quero que me veja enquanto mutilo seu corpo... pedacinho por pedacinho. Ou para que veja como o pequeno Emilian vai se tornar um grande Cosa Nostra.

— É bom que eu saia morto daqui porque se não eu vou encontrar aquela vadia e vai implorar ao seu Deus que eu a mate. Porque eu vou foder com a cabeça daquela cadela imunda.

— Talvez eu deva arrancar essa sua língua nojenta para que não fale nunca mais. Talvez eu deva obrigá-lo a comer essa merda para que entenda que não se deve ameaçar um filho da puta que tem a porra da alma corrompida há anos! — devolvo ferozmente e ele se cala. Enfiei a lâmina em seus lábios abrindo um corte razoavelmente profundo, fazendo-o berrar com a dor. Seu sangue escorre por entre meus dedos de forma lenta e viscosa.

Aproximo a lâmina de sua bochecha e ao me lembrar de Violetta apenas deixo minha mão me guiar. Os gritos de desespero de John preenchem o galpão e torna tudo ainda mais emocionante. Ele pode berrar o quanto quiser, estamos longe o suficiente para que ninguém venha salvá-lo.

Quando termino minha obra de arte, um C e um N estão entalhados em seu rosto marcando a porra do nosso nome para sempre em sua maldita pele.

— Alex.

Com a minha deixa, o mais novo me entrega um revólver. Retiro todas as balas deixando apenas uma engatilhada.

— Estou me sentindo muito brincalhão hoje e adoraria reviver um joguinho que tem algum tempo que não… me divirto mais. — declaro com um sorriso diabólico e aponto a arma para a cabeça de John. O moreno ergueu o olhar encarando-me de forma firme, como se me desafiasse a puxar o gatilho. — Você tem seis chances de me falar a verdade, uma delas vai estourar esses malditos miolos ciganos e você nunca mais vai fazer suas bruxarias.

— Vai se foder!

Aperto o gatilho. Nenhuma bala é jogada e o infeliz ri descontraidamente.

— Uma chance já foi. Vamos tentar de novo. — respiro fundo e estalo meu pescoço pronto para acabar com essa merda toda. — Michael? Faz as honras?

— Claro. — ele diz distraidamente enquanto alisa sua arma carregada. — Como, ciganos imundos como você, conseguiram entrar em uma casa bem armada?

— Talvez vocês não sejam tão bons quanto pensam.

— Resposta errada.

Mais um tiro vazio. Sinto meu ódio crescer ainda mais com cada palavra que ouço de sua boca nojenta e que machucou minha garota. Ah, como eu quero acabar com a raça desse merda.

— Vamos tentar de novo. Sabemos que você e seu bando nos odeia, mas nunca tivemos confronto direito em anos, então, cigano, por que agora? — perguntou Tommy com seu tom de voz firme e repleto de nojo. Tommy, é uma das pessoas em nossa família que mais tem raiva dos ciganos porque, aparentemente, sua mãe é descendente deles e isso o irrita para caralho já que em seu sangue corre um pouco do deles.

— Veja bem, parente,... — o sorriso brilhante de John pisca para o loiro ao meu lado e é preciso estender o braço para impedir um confronto. — Estamos todos de saco cheio dos malditos italianos roubando tudo que é nosso. Você deve saber como funciona nossa lei.

Tommy bufa em ódio com sua ousadia.

— Estou cansado dessa merda. Ou você começa a me dar respostas ou eu vou estourar sua cabeça agora mesmo. — digo e ele me encara frio. Sei muito bem que ele prefere morrer a me ajudar, mas vejamos qual lado ele vai escolher após minha oferta.

— Está esperando o que, italiano de merda?

— Acho que precisamos de espectadores. Macarena! — chamo e logo uma ruiva entra desfilando com uma criança de dois anos em seus braços. O menino brinca com seus cabelos enquanto ela exibe um sorriso depravado nos lábios bem desenhados e marcados com batom vermelho sangue. Ora, somos a merda de uns festeiros.

— Seu filho da puta!

John grita e se debate na cadeira conforme ela se aproxima. O moreno espuma como um animal furioso e me encara com sangue nos olhos. Um touro será mais inofensivo que ele.

— Vamos a oferta. — pego a criança nos braços e encaro novamente o moreno em minha frente. — Você vai começar a falar o que sabe ou o pequeno Emilian vai ver o pai morrer com a merda de uma bala na cabeça. Ah, e ela está marcada com seu nome, bonequinho.

Roço meu nariz na bochecha do menino que ri divertido. Suas mãozinhas gordas ficam sobre meu rosto e o moreno em minha frente esbuga os olhos em puro horror.

— Caso não aceite ainda irei te matar e quando esse garotão completar dezoito anos vai ser mandado para a Itália e será condecorado em nossa família como a porra de um Cosa Nostra real. Sangue do nosso sangue.

— Seu merda! Você vai pagar por isso!

John começa a praguejar em sua língua materna e sem um pingo de paciência, acertei um soco em seu rosto com a traseira da arma. Um corte em sua bochecha brilha sangue e o menino começa a chorar.

Macarena pega novamente o menino e fica parada ao lado de Tommy.

— Você tocou em algo que é meu e eu vou pegar o que é seu. Olho por olho, seu porco nojento!

Berro em sua cara e ele fica em silêncio.

— Agora,... fala logo.

— Como teve acesso a baía? — pergunta Alex novamente. John leva alguns segundos para responder e eu atiro. Nenhuma bala surgiu e apenas o estalo surdo da arma é ouvido.

— Que porra é essa imbecil? Eu nem tive tempo de falar nada!

— Estou entediado. Você me causa isso, cigano. — digo e atiro novamente. Nenhuma bala e o sorriso satisfeito brota em meus lábios vendo o desespero brilhando em sua expressão.

— Tira meu filho daqui e eu digo tudo o que quer saber. — pede. Ponderei por alguns segundo e com um longo suspiro, digo:

— Não, ele fica. Fala tudo o que sabe. — John fica em silêncio olhando para o filho e foi impossível controlar a fúria que cresce em meu peito ao lembrar-me de Violetta estirada sobre a mesa com a porra de um corte em seu rosto. — Vamos mudar de tática… — aponto a arma para o menino nos braços de Macarena e ela acena para o homem em minha frente, que empalideceu. — Temos apenas duas chances aqui. Uma pode estourar a cabeça dele ou… pode me falar a verdade agora.

— Tá, eu falo tudo. — ele diz rapidamente e suspira. — Um homem foi até nos a uma semana atrás e disse que tinha um serviço indispensável e que não poderíamos negar.

— Quem ele tinha com ele? — perguntou Michael.

— A filha do nosso chefe. — diz. — Ele foi bem… pontual com seu pedido. Disse que com algumas horas alguém levaria um mapa nos mostrando como entraríamos na propriedade e onde estão as armas e câmeras.

— Quem é esse homem?

— Luca. — ele fala e nós nos entreolhamos rapidamente. John solta um riso e continua: — Vocês tem alguns mentirosos entre vocês. Eu, se fosse você, reveria sua guarda.

— Não preciso de ordens suas. — digo e travo o maxilar. — O que o Luca queria?

— Segundo ele, vocês se meteram com quem não devia por quem menos vale ainda. — digiro suas palavras com calma e cautela. O que ele quis dizer com isso? — Eu não sei que porra fizeram, mas ele estava espumando de raiva.

— Pois é, eu também. — digo e movo a arma para John. Com um pedido silencioso, indico nossos blazers e, lentamente, cada um dos homens pegou o seu.

Por fim, pego o meu blazer e o visto com cuidado, deixando a arma sempre apontada para a cabeça da minha presa. Dei alguns passos para trás e atirei. Uma. Duas vezes. Foram todas as seis e em nenhuma delas havia uma bala sequer.

— É, você falou tudo atoa mesmo. — dou de ombros e John espuma de raiva por ter sido enganado. — Foi ótimo fazer negócios com você, cigano.

Dou as costas para ele, que começa a gritar em sua língua materna algum tipo de praga. Ando ao lado dos meus primos com a leveza de ter arrancado tudo o que precisava desse rato antes de fazer o que tenho vontade.

Retirei uma arma carregada do coldre e com um giro rápido atirei em sua testa. Magicamente o moreno se cala e o sangue mancha todo o chão ao seu redor.

— Isso foi por ela, seu cuzão de merda. — rosno baixo enquanto observo seu sangue escorrer. Macarena segura o rosto do menino para que ele não veja toda essa sujeira e cantarola em italiano em seu ouvido.

— Ligue para o Charlie, Tommy, ele tem trabalho.

Ofereço um sorriso para Macarena, que rapidamente me entrega o menino nos braços. Novamente demos as costas para a cena e marchamos em direção às enormes portas. O menino brinca com o colarinho de meu blazer e ri despreocupadamente.

— Vamos lá, garotão, você vai ser a porra de um Cosa Nostra mais temido que o maldito Hitler.


Notas Finais


Ti amo, la mia luce = te amo, minha luz.

Um enorme beijo e bye bye!!!

sz


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