História After You (Imagine Jeon Jungkook - BTS) - Toques

Capítulo 11 — Chapter Eleven.

— Chegamos, vamos Yu? — Perguntei quando Jeon estacionou o carro na frente da escola. Me virei e a pequena me olhava com um bico nos lábios. 

— Não vai ser tão ruim assim, você vai fazer amigos e brincar o dia inteiro. — Jeongguk tentou ser convincente, olhando para a mais nova, ele sorriu e apertou sua bochecha.

Nós saímos do carro ao mesmo tempo e ele abriu a porta de trás, soltando o cinto da bebê, ela pulou nos braços do mais velho de repente e ele riu enquanto a segurava, assim saindo do carro com ela grudada em seu pescoço.

— Não fique assim meu amor. — Falei quando ele parou ao meu lado com ela em seu colo.

Yu tinha um olhar choroso e seu bico só aumentava, estava esperando que ela começasse a chorar mas a pequena ficava mais calma nos braços de Jeongguk, ele passava a mão nas costas dela como forma de acalmá-la, e estava dando certo. Caminhamos pela calçada até chegarmos nas portas de vidro, que foram abertas pelo porteiro.

— Bom dia! — O homem nos cumprimentou assim que entramos.

— Bom dia! — Respondemos fazendo reverência. Logo depois voltando a caminhar pelos corredores cheios de pais e crianças.

Jeon andava ao meu lado com Yumi, e a bebê me olhava como se pedisse para ficar em casa. As salas do infantil ficavam no segundo corredor da escola, onde andávamos procurando pela salinha de Yumi, que era chamada de sala girassol.

— Eu acho que é essa. — Jeongguk falou quando paramos em frente a uma porta que tinha vários girassóis colados, junto com arco-íris e borboletas.

— Você acha? — O olhei de canto enquanto sorria, ele riu e revirou os olhos, batendo na porta em seguida.

Segundos depois a porta foi aberta por Nari, eu a conhecia pois ela morava apenas uns quarteirões da minha casa, e me dava bom dia sempre que me via na padaria. Ela já conhecia a Yumi apenas por vê-la andando comigo pelas ruas da minha vizinhança.

— Bom dia! — Ela disse animada enquanto cumprimentava nós dois, Yu levantou a cabeça do ombro de Jeon e olhou para professora, que sorriu para ela. — Olá Yumi, pronta para o primeiro dia de aula? — A mulher perguntou sorridente e a bebê apenas balançou a cabeça, fazendo bico e cruzando os braços.

Rimos da reação da mais nova e Jeon a colocou em pé ao seu lado, ela abraçou a perna do mais velho e me olhou com um olhar choroso. Suspirei e sorri, me abaixando na altura dela.

— Vai ficar tudo bem, ok? A mamãe vem buscar você no fim do dia. — Passei a mão em seus cabelos e ela correu para meus braços, me abraçando fortemente.

No fundo eu não queria deixá-la aqui, acho que por estar tão nervosa quanto ela, pois era a primeira vez que a deixaria na escola, longe dos meus avós, de Taehyung... E de mim. Na verdade, eu estava com um pouco de ciúmes sim, da nova professora e dos bebês que fariam amizade com meu bebê que já estava crescendo.

— Você vai gostar Yu, se você ficar aqui e tentar fazer amigos novos, eu venho te buscar também, pode ser? — Jeongguk disse se abaixando ao meu lado, Yu se afastou de mim e olhou para ele, parecendo animada com a ideia.

— Você promete? — Ela perguntou embolado e ele assentiu com um sorriso nos lábios, só agora reparei no quanto os olhos de Jeon brilhavam quando direcionados ela, como se já a conhecesse a anos.

— Eu prometo! — Yu levantou o mindinho pra ele e o mais velho se surpreendeu, eu havia ensinado isso pra ela desde muito novinha, e agora ela sempre fazia isso quando prometíamos algo uma pra outra.

Jeon riu e juntou seu mindinho no dela, recebendo um abraço em seguida, ele me olhou de canto e eu sorri com a cena. Observando a semelhança dos rostos de Jungkook e Yumi.

— Está pronta, Yumi? — A professora chamou e a bebê se afastou de Jungkook, olhando para ela e assentindo, Nari estendeu a mão para e assim a mais nova foi, entrou na sala e foi até os outros bebês.

— Se ela chorar você me liga, por favor. — Pedi, me colocando de pé e mordendo os lábios apreensiva. Observando minha bebê sentar em uma cadeirinha, se abraçando a sua mochilinha, ela me olhou e acenou.

— Ela ficará mais calma quando as brincadeiras começarem, mas se ela chorar eu ligo pra você sim. — A professora garantiu e eu suspirei, meu número estava na ficha de matrícula da Yumi, só espero que eles não utilizem pra nada, pois eles só ligavam em caso de doença. Jeongguk percebeu meu nervosismo e pousou a mão sobre meu ombro, me fazendo olhá-lo de imediato. — Aliás, fico feliz de conhecer o pai da Yumi! — Eu a encarei na mesma hora e entreabri os lábios, procurando palavras.

Não esperava que ela dissesse isso, nem sequer pensei na possibilidade. Eu sabia que Jeongguk já desconfiava de algo e precisava saber da Yu, mas eu continuava com receio do que poderia acontecer, não sabia o que fazer, se eu dizia logo, se eu demorava mais uns dias.... Eu apenas queria que as coisas continuassem como antes, antes dele voltar.

Meu avô me fez sentir medo de contar tudo de uma vez como minha avó sugeriu, fez eu pensar que Jungkook fosse capaz de tomar a Yumi de mim ou fazer algo que nos prejudicasse e acabasse a afastando de mim.

Olhei para Jeon de canto, vendo que ele apenas riu soprado e balançou a cabeça, coçando a nuca meio sem jeito, me olhando de relance e voltando a olhar para professora.

— Eu acho que não sou o pai dela... — Ele me encarou inexpressivo, não sabia identificar o que ele estava sentindo naquele momento, e faria de tudo para conseguir. Respirei fundo e engoli seco, voltando a olhar para Nari, sorrindo mínimo e acenando para ela, assim, saindo dali sendo acompanhada pelo mais velho.

Nós saímos da escola juntos e eu parei na calçada, estava com certo receio de entrar no carro, coloquei as mãos nos bolsos do sobretudo e fiquei o olhando como quem não queria nada, mas com a cabeça cheia de pensamentos. Jeon abriu a porta do carro para entrar e ao ver que eu não havia nem aberto a do passageiro, me encarou pendendo a cabeça para o lado

— Vai ficar aí parada? — Ele perguntou com um sorriso nos lábios. — Você vai se atrasar para o trabalho... — Eu suspirei, indo até o carro e abrindo a porta do passageiro, ouvi ele rir e entrar no carro em seguida.

Coloquei o cinto e me encostei no banco, meio constrangida por conta daquela conversa, o que ele quis dizer com ‘’Eu acho’’? Só isso fez minha mente ir a loucura, eu não sabia nem o que pensar, sequer o que decidir. Sentia que iria explodir a qualquer hora, a pressão que estava sobre mim me dava calafrios, não estava lidando com outra coisa, mas sim com a guarda da minha filha, a qual eu cuidei desde bebê e passei todos os perrengues junto. 

— Tudo bem? — Ele perguntou, já que eu permaneci calada desde que saímos da escola. Minhas mãos estavam frias e tremiam levemente, e eu sabia que não era por conta do frio.

— Sim, só preocupada com a Yumi. — Olhei para ele, Jeon riu levemente e me olhou de relance.

— Ela vai ficar bem, só ficou um pouco nervosa pois ainda não conhece ninguém. — Tentou me acalmar, eu apenas sorri e abaixei a cabeça, logo voltando a olhar para a janela.

O caminho foi silencioso e minhas mãos soavam, minha cabeça doía e minha mente estava a mil, pensava em formas e mais formas de resolver toda essa confusão que se formou.

— Que horas você sai do trabalho? — Ele perguntou e eu acordei de meus devaneios, vendo que já estávamos perto do hospital.

— No mesmo horário que Yu sai da escola, já que eu cumpri plantão a noite toda ontem. — Apertei minha bolsa em mãos, tentando controlar o nervosismo. — Você vem me buscar?

— Não foi o que prometi a você? — Sorriu e eu continuei o encarando, sorrindo de leve e abaixando a cabeça.

— Umas quatro da tarde então. — Ditei e ele assentiu, parando o carro em frente ao hospital. Arrumei minha bolsa e me preparei para sair do carro. — Até mais tarde! — Já estava com um pé pra fora do carro quando ele segurou meu pulso.

— ____________. — Chamou minha atenção e eu me virei para ele, olhando para sua mão em meu pulso e para ele em seguida.

Ficamos um tempo em silêncio e ele me fitava profundamente, sentia minhas forças indo embora apenas com a intensidade que Jeongguk me encarava. Se minhas mãos soavam antes, agora que estão soando mesmo, meu corpo todo tremia e minha respiração estava falha, eu me sentia nervosa apenas com um simples toque dele, depois de tantos anos, percebi o quanto eu sentia falta dessas borboletas na barriga.

— O que eu já te disse sobre puxar as pessoas assim? — Perguntei sorrindo levemente, nossos rostos estavam próximos e ele ainda me segurava, Jeon riu e me soltou aos poucos. — O que foi?

— Nada, esqueci o que queria te dizer.

— Você esquece as coisas rápido... — Fiz ele rir junto comigo.

— Você é bonita demais, acabei me perdendo no que iria dizer... — Se encostou no banco sem tirar os olhos de mim. — Só queria te convidar para almoçar, em um dia que você tivesse mais tempo... — Fez um bico fofo, típico bico que ele fazia para me convencer de algo, ri e balancei a cabeça.

— Não sei Jungkook... — Murmurei. — Estou meio atolada com o trabalho e a Yumi está muito grudada a mim.

— Leva ela, então. — Sugeriu. — Nada melhor que almoçar e ouvir as histórias mirabolantes da Yumi. — Rimos e eu o encarei por um tempo, pensando bem na proposta, talvez fosse uma oportunidade...

— Pensarei nisso. — Pisquei fazendo ele rir e abaixar a cabeça. — Nos vemos às quatro... 

— Estarei aqui às quatro em ponto. — Disse com um sorriso no rosto enquanto me observava sair do carro, me virei para fechar a porta e sorri para ele por uma última vez.

Fechando e saindo dali, indo em direção a entrada do hospital, teria o dia inteiro para pensar no que fazer, no que decidir e finalmente, agir. O momento de contar tudo estava chegando, e queria apenas que tudo se resolvesse da melhor forma e todos vivessem felizes para sempre... Apesar disso não ser um conto de fadas.

[...]

Jeongguk POV’S

3:47 PM.

— Eu acho que não sou o pai dela. — Falei sentindo-me tão estranho quanto antes, encarei __________ esperando que ela falasse algo, mas ela apenas se despediu da professora.

Isso está me deixando maluco.... Essas suposições e dúvidas em relação a Yumi ser minha filha me deixavam atordoado de certa forma, acreditar ter uma filha depois de tantos anos é difícil, e quanto mais minha ficha caía, mais atônito eu ficava, mas não de uma forma ruim. Me sentia completamente diferente quanto mais eu acreditava que Yu fosse filha minha e de _________, ser pai não deve ser fácil, principalmente quando você descobre ter um filho depois de anos.

Após deixar a _________ no hospital e quase morrer de paixão por ela no carro, eu vim para a empresa, onde todos trabalhavam normalmente e não havia nada de novo além de muito trabalho, passei o tempo todo pensativo no escritório, toda hora Scarllet me repassava uma ligação ou notificações importantes referentes ao contrato com uma outra empresa. Esse vai e vem de ligações passadas pela secretária, me fazia pensar mais ainda nas que _________ disse ter feito no tempo em que fui embora para Nova York.

Depois de tanto assunto sobre contratos, eu queria apenas esfriar a cabeça, o trabalho parecia estar tão estressante agora, enfiar a cabeça num balde de água gelada não parecia tão ruim, principalmente no meio de toda essa confusão que rondava minha mente.

— Senhor Jeon, contrato fechado, o senhor Kim acabou de ligar, ele quer marcar uma reunião com você! — Scarllet disse assim que entrou na minha sala.

Eu estava focado em uns documentos no computador então não disse nada, estava feliz pelo fechamento do contrato, mas estava neutro demais para esboçar alguma emoção. Ela ficou parada em frente à minha mesa e percebi que ela só sairia quando eu dissesse para sair.

 — Informe o Hoseok sobre isso, preciso que ele compareça a essa reunião no meu lugar. — Falei enquanto desligava o computador a minha frente, girei a cadeira e peguei minha pasta, colocando alguns papéis dentro.

— Ele já sabe! — Ela respondeu, concentrada no que mexia no tablet, muito provavelmente informando Jung Hoseok.

— Hm. — Me levantei com a pasta em mãos e olhei para ela finalmente, arqueando a sobrancelha em seguida. — Scarllet, quando vier trabalhar na minha empresa, escolha uma roupa mais adequada para o local, pode ser? Se quiser usar suas roupas vulgares, use em outro lugar. — Falei ao ver a roupa que ela usava, uma saia quase curta demais e uma blusa social que a deixava bem exposta. — Não quero que o senhor Kim me chame a atenção quanto a vestimenta dos meus funcionários. — Me referi ao chefe supremo acima de nós.

Não conseguia sentir algo pela Scarlet, ela não é uma mulher que estava no perfil do que eu desejava, ela adora holofotes, o que a tornava diferente demais para mim, além de que.... Eu sabia que o perfil que desejo envolve a __________ por completo, e eu não conseguia achar outra mais atraente que ela, e não falo apenas pela aparência.

Durante esses anos, sempre procurei alguém que se parecesse com ela, e só percebi isso quando encontrei a Clark novamente, me fazendo perceber que eu nunca havia a superado de verdade, apenas aprendi a viver sem ela. Mas agora, não sabia controlar o que estava sentindo, não depois de estar tão próximo da mulher que eu tanto almejava.

— Além disso, temos diretrizes aqui, e nossos contratantes não aprovariam isso, assim como eu não aprovo! — Sai de trás da mesa e fui até a porta de vidro para finalmente sair da minha sala. — Passe as informações para Hoseok como eu lhe pedi, tenho outras coisas importantes para fazer agora. — A olhei novamente, ela tinha uma expressão séria, estava com raiva.

Então, eu apenas sai dali antes que ela avançasse em mim.

No caminho para o elevador, cumprimentei alguns dos funcionários da empresa, esperando que aquelas portas metálicas abrissem enquanto eu apertava o botão algumas vezes, mesmo sabendo que ele atendia apenas a primeira vez, nunca perdia o costume quando eu estava apressado para alguma coisa. E eu estava apressado apenas para ver ________ de novo.

— Boa tarde, Jeongguk. — Namjoon me cumprimentou assim que parou ao meu lado. Nam é o CIO da empresa, ou sendo mais exato, o responsável pela tecnologia da informação da empresa, um cargo muito importante por aqui também, além disso, Kim Namjoon é um dos meus melhores amigos. Nos conhecemos enquanto trabalhávamos juntos no Estados Unidos, e agora estamos aqui. — Já vai embora?

— Boa tarde Nam, tenho uma coisa para fazer agora, por isso já estou indo. — Falei enquanto entravamos no elevador.

— Terminei tudo que precisava também, estou indo buscar a Nikki. — Ele dizia empolgado, me fazendo rir de sua animação — Hoje é nosso aniversário de casamento, prometi que a levaria para jantar.

— Caramba, mas já? Parabéns a vocês dois, nunca me esqueci do casamento de vocês, principalmente da hora em que o Hoseok se soltou. — Rimos juntos lembrando das danças que Jung fazia no meio da festa.

— O bom é que ele não tem vergonha disso até hoje. — Namjoon falou em meio ao riso. — Onde está indo?

— Buscar uma pessoa no trabalho. — Falei com um sorriso no rosto.

— É quem eu estou pensando? — Ele perguntou e eu não respondi, apenas ri soprado enquanto coçava a nuca, não demorou e ele virou para mim, me encarando surpreso. Quando trabalhávamos em New York, conversávamos muito no horário de almoço, e foi em um desses momentos, que contei toda minha história com _______ para ele e para Hoseok. — Ah cara, você encontrou ela?

— Sim, finalmente..., mas é uma longa história, e se eu te contar isso sem o Hoseok por perto, ele me mata. — Falei rindo em seguida.

— Eu vou cobrar essa história com ele depois, por enquanto, espero que você se resolva com ela. — As portas se abriram e nós saímos.

— Boa sorte nesse jantar, diga a Nikki que mandei um abraço.

— Pode deixar. — Nos despedimos e Nam caminhou para seu carro, estacionado do outro lado. 

Desliguei o alarme do meu carro e entrei em seguida, suspirando e jogando minha pasta cheia de documentos no banco do passageiro. Tirei o blazer e o coloquei no banco de trás, ligando o carro em seguida, enquanto afrouxava a gravata, eu já estava acostumado a ficar vestido assim o dia todo, mas continuava me incomodando.

Olhei o relógio e faltavam apenas seis minutos para _______ sair do trabalho, exatamente o tempo que eu demoraria para chegar no hospital, que não era tão longe. Durante o caminho me lembrei de toda a animação de Namjoon falando sobre sua esposa e o aniversário de casamento, ah quem me dera...

Quando eu e _________ namorávamos, sempre falávamos em filhos e casamento, mesmo parecendo algo tão distante naquela idade, vivíamos casando de mentirinha e escolhendo nomes aleatórios para nossos filhos, ela sempre tinha nomes em mente e eles eram terríveis, não tanto quanto os meus, riamos sem parar pensando em como nosso filho seria zoado pela escola toda com os nomes que inventávamos.

Sentia tanta falta daquilo que faria de tudo para que esses momentos voltassem, queria ela ao meu lado tanto quanto queria Yumi como minha filha.

Sempre que eu olhava para _________, meus sentimentos voltavam com tudo, eu queria abraçá-la pra nunca mais soltar, fazer coisas que fazíamos quando namorávamos, aproveitar o tempo que perdemos. E era exatamente isso que eu queria fazer agora, vendo ela se aproximar do carro pronta para entrar, eu não conseguiria vê-la novamente de tão perto sem poder tocá-la.

[...]

___________ POV’S

Estava na hora de ir embora e eu já havia terminado todo meu trabalho ali, Taehyung havia acabado de chegar para cumprir seu turno e eu já havia zombado horrores de sua cara pois agora eu iria embora e ele iria ficar.

— Bom, até amanhã Tae, acho que ele já chegou. — Murmurei distraída, parada em frente a recepção, Tae me encarou com um sorrisinho malicioso no rosto e eu nem precisava perguntar pois sabia o que ele estava pensando. — Seu mente poluída, é apenas uma carona! — Dei um tapa em seu ombro fazendo o mais velho rir alto.

— É assim que começa... — Fez uma voz de suspense e me abraçou. — Boa sorte!

— Você está me deixando com medo. — Ri quando ele se afastou. — Você vai ver, vamos apenas buscar a Yu e jogar papo fora.

— Uhum... — Me olhou suspeito e eu revirei os olhos.

— Até mais! — Me virei para as portas de vidro, que se abriram para eu passar, Tae apenas acenou com um sorriso na cara e eu balancei a cabeça em meio ao riso, passando pro lado de fora, vendo o movimento em frente ao hospital e procurando pelo carro de Jeon.

Como eu sou uma velha num corpo jovem que não consegue ficar em pé por muito tempo sem um lugar pra se encostar, procurei uma parede e fiquei ali apenas esperando ele chegar. Já imaginando que ele tivesse esquecido de mim ou me dado um bolo, isso até ver seu carro estacionar na frente do hospital, desencostei da parede e respirei fundo, me preparando psicologicamente para entrar lá e passar os próximos cinco minutos sozinha com ele.

Por que eu fico tão nervosa quando se trata dele? Ou melhor, por que eu AINDA fico?

Já se passou tanto tempo, eu devia me acostumar, não sei o que ele de fato gostaria de ter novamente, apenas criava suposições de que ele ainda estava apaixonado.... Ou talvez você só seja estúpida e insegura demais, ok! Subconsciente, cala boca.

Sai andando em direção ao carro e ouvi as portas destrancarem, então eu apenas abri a porta do passageiro e olhei para Jeongguk que já me encarava sem expressão alguma, sorri e senti minhas bochechas esquentarem, eu estava sem jeito, tanto quanto hoje de manhã. 

— O que aconteceu senhor pontual? Não estaria aqui ás quatro em ponto? — Perguntei rindo fraco, enquanto tirava uma pasta que estava no banco e me sentava, a colocando no colo, fechei a porta e estranhei que ele não havia me respondido, se eu já estava nervosa antes, nem sei o que estou sentindo agora.

Me virei para ele e o mesmo estava sem o blazer e com a gravata folgada, o que o deixava dez vezes mais bonito do que já é, Jeon abaixou o olhar por um instante e eu arqueei a sobrancelha, pendendo a cabeça para o lado, o silêncio permaneceu e eu pensei no que falar.

— Tudo bem com você? — Pensei que ele estivesse triste, então, respirei fundo e coloquei a mão em seu ombro.

— Ah, sim, sim, tudo bem... — Pareceu voltar a realidade e me encarou novamente, mordendo os lábios e respirando fundo. — Clark...

— O quê? — Murmurei, o encarando de volta.

Colocando sua mão em meu rosto, ele se aproximou me encarando bem de perto enquanto acariciava minha bochecha, Jeon encostou sua testa na minha e fechou os olhos, respirando fundo como se estivesse com medo de algo, nesse meio tempo inteiro eu fiquei sem reação, com a respiração falha e o coração batendo freneticamente.

Quando pensei em dizer alguma coisa, Jeongguk simplesmente me puxou e selou nossos lábios, fazendo meu corpo todo sentir um choque. Foi apenas um selar, mas o suficiente para perceber o quanto eu sentia falta de seu toque. Jeon parou e afastou nossas bocas, me olhando com o semblante triste e reprimindo os lábios, ainda com a mão em meu rosto. Ele parecia tão confuso quanto eu com os últimos acontecimentos.

— Espero que me perdoe por isso. — Com o rosto ainda próximo do seu, eu o observei por um tempo, suspirando ao perceber que ele estava com medo de que eu reagisse mal.

— Não, não perdoou. — Falei séria e ele me encarou na hora, eu sorri e me aproximei mais dele. — Você não deveria ter parado, eu ainda quero te beijar, Jeongguk. — Sussurrei, vendo um sorriso nascer em seu rosto.

— Eu esperei tanto por isso... — Me olhou nos olhos, com um sorriso de canto. E foi apenas isso para ele me puxar novamente, e iniciar um beijo mais demorado e calmo, porém mais profundo do que deveria ter sido o anterior.

Sentir a língua de Jeongguk na minha com certeza era o que faltava depois de todos esses anos. Nos beijávamos como se fosse a primeira vez, e de fato era, a primeira vez depois de anos longe um do outro, e eu não conseguia esconder a saudade que sentia disso.