História After You (Imagine Jeon Jungkook - BTS) - Sorrisos

Capítulo 12 — Chapter Twelve. 

Estávamos nos beijando a bastante tempo e nenhum dos dois queria parar,  queríamos apenas matar a saudade que sentiamos daquilo, beijar Jeon Jungkook sempre foi tão bom, e agora, parece a melhor coisa do mundo.  

Nosso ósculo estava ficando cada vez mais intenso e quente, mas precisávamos parar, não poderíamos passar daquilo pois ainda era cedo demais, não sabia se Jeongguk realmente estava sendo sincero com suas ações ou agindo por impulso. Ele pareceu perceber que estávamos quase indo longe demais e foi cessando o beijo com alguns selinhos, logo depois direcionando seus olhos aos meus, com sua mão ainda estava na curvatura de meu rosto, acariciando minha bochecha. 

— Desculpa.... Senti tanta saudade de te beijar que não consegui me controlar. — Falou e nós rimos juntos. O sorriso de Jeongguk fica cada vez mais encantador com o passar dos anos. — Preciso ir com mais calma... 

— Sim, você tem razão. — Sorri. — Temos que buscar a Yumi...

Ele fechou os olhos, encostando a testa na minha, sorrindo de lado, fiz o mesmo apenas aproveitando o momento junto dele.  

— Vamos, antes que ela pense que esquecemos dela. —  Ele riu fraco, me dando um selinho antes de se afastar novamente, por um instante senti falta dele mais próximo assim. 

— Ela sai daqui vinte minutos, acho que conseguimos chegar antes. — Ri. Jeongguk me observou por um tempo enquanto ligava o carro, como se admirasse cada detalhe de meu rosto.

— Para de me olhar assim, você me deixa com vergonha. — Sorri envergonhada, abaixando a cabeça. 

— Você é linda, Clark. — Falou num tom baixo me fazendo encará-lo novamente e sorrir ainda mais sem graça. É impressionante como ele faz com que eu me apaixone por ele, sempre como se fosse a primeira vez. 

Jeongguk ligou o carro e deu partida, o clima estava mais tranquilo do que hoje de manhã, sentia que as coisas estavam melhorando. Ele se mostrava claramente feliz, e muito ansioso para encontrar Yumi, o que me faz querer e ter muita mais vontade de contar para ele sobre tudo. 

Tudo estava tranquilo.... Até que eu comecei a pensar no que havíamos acabado de fazer... Puta merda eu beijei ele...

Taehyung iria morrer quando soubesse disso, e jogar na minha cara que estava certo o tempo todo. 

— Será que ela se adaptou bem? — Jeon perguntou sem tirar atenção da rua. Vê-lo dirigindo assim é tão.... Nem tenho palavras pra explicar o quão perfeito é. 

— Acho que sim, a Yu só é tímida no começo, quando ela fala com alguém pela primeira vez, ela se solta. — Falei me lembrando da minha bebê que a uma hora dessas devia estar brincando, ou dormindo... ou chorando. 

— Que nem você? — Riu. — Lembrei de quando nos conhecemos agora, você era quase igual a isso... — Me olhou de canto com um sorriso no rosto. 

— Nem me lembre disso... — Murmurei rindo baixo. — Primeiro você quase me atropelou, e depois, por ironia do destino, te encontrei naquela festa do Taehyung. 

— Parece até história de romance né? Daquelas que você lia.

— Eu ainda leio, mas não tenho tanto tempo. — Suspirei. — Yumi está tão apegada a mim que não me deixa nem respirar direito, ainda estou com medo de chegar lá e ver ela vermelha por ter chorado o dia todo. 

— É só uma fase, bebês da idade dela tem esse tempo de carência mesmo. — Falou meio pensativo. 

Olhei para Jeongguk com um sorriso, ele tentando me explicar essas coisas é ótimo, me faz perceber que ele realmente gosta de crianças. Nós ficamos um tempo em silêncio, mas não aquele silêncio desconfortável, vez ou outra quando parávamos no sinal, ele fazia questão de me encarar por vários segundos só pra eu sentir vergonha. 

— Dá pra parar? — Dei um leve tapinha em seu ombro. Jeongguk riu alto enquanto tirava o olhar de mim. — Eu tenho vergonha quando você me encara assim por tanto tempo...

— Eu sei, por isso continuo fazendo. — Piscou pra mim me fazendo ficar mais vermelha do que já estava. 

Jeon mexe tanto comigo que eu poderia desmaiar apenas com a intensidade de seus olhares. Sinto como se estivesse me apaixonando novamente, e estava com medo desse sentimento que só crescia em meu peito. 

— Quando eu estou dirigindo com você do meu lado, só consigo lembrar de quando te vi pela primeira vez. — Relembrou ele, e nós rimos juntos, lembrando daquele dia. 

— Teria sido muito mais romântico se você não tivesse quase me atropelado. — Revirei os olhos. 

— Ué, você atravessou a rua com sua bicicleta como quem não queria nada, esperava o quê? — Perguntou em meio aos risos. 

— Você não era doido, tava me vendo... — Murmurei dando de ombros. 

— Uhum... — Me olhou de canto com um sorriso nos lábios. — O destino honrou a gente, sempre, em todo lugar que eu ia depois daquilo, você estava! 

— Nunca parei pra pensar nisso... Eu te achava tão insuportável, mas tanto... — O encarei.

— Só por que eu te achava infantil? — Perguntou com uma expressão engraçada. 

— Desde que você me conheceu, sempre tentou me matar, na primeira vez que me viu quase me atropelou, na segunda disse na minha cara que eu era infantil demais e nem parecia ser uma das amigas do Taehyung, quase me matou de raiva, e depois naquela festa... — Parei de falar cruzando os braços e fechando os olhos tentando segurar o sorriso. — Você quase me matou de susto, quando... 

— Eu te beijei! — Completou, ele parou o carro no sinal e me encarou com um sorriso. 

— Isso se tivesse sido só um beijo, você sabe o que aconteceu de verdade, nunca tinha acordado na cama de outra pessoa sem lembrar de nada, como aconteceu naquele dia! — Comecei a rir me lembrando do meu desespero naquele dia. 

Eu e Jeongguk acabamos ficando bêbados demais na festa de Taehyung, até hoje não sei o que realmente aconteceu, nem mesmo ele sabe, mas sei que acordar semi-nua na cama de outro e sendo apenas uma jovem de dezessete anos, não é uma das melhores experiências que você pode ter.

Taehyung contou que acabamos bebendo demais e em determinado momento da festa, quando ele nos procurou, estávamos ficando, então, ele pensou ‘’Puta merda ela vai se arrepender muito disso’’, mas saiu como se nada estivesse acontecendo. 

— Queria saber o que realmente aconteceu naquela noite, a única coisa que me lembro daquela festa foi quando nos beijamos, depois disso, não lembro de mais nada. — Ele contava enquanto riamos juntos. 

— Você acordou desesperado, lembra? — Ele começou a rir mais ainda.

— Claro, você só tinha dezessete anos, a única coisa que se passava na minha cabeça era que eu havia feito uma merda muito grande. — Suspirou. — Eram muitas informações então, nem sabia o que fazer. 

— Sei..., mas depois... — O encarei debochada. Depois daquele dia o Jeon não largou mais do meu pé, cheio de provocações e suas gracinhas. 

— Você mexeu muito comigo, não é culpa minha se foi você quem me deixou completamente louco. — Sorriu de lado voltando a atenção para a rua na nossa frente.

Conversa vai, conversa vem, Jeongguk me lembrava de momentos vergonhosos que passamos juntos até os mais engraçados. Rimos muito então eu nem vi o tempo passar, quando me dei conta, já tínhamos chegado na escola, e Yumi sairia daqui alguns minutos. 

— Torça para que ela não esteja chorando, ela vai chorar mais ainda quando me ver. — Falei enquanto caminhávamos pelo corredor. Jeongguk riu e arrumou seu cabelo, o olhei de lado e sorri balançando a cabeça, ele continuava com os mesmos costumes.

Nós paramos num canto um pouco mais longe da porta da sala de Yumi, já que haviam alguns pais ali e não queríamos ficar naquele tumulto, cruzei os braços meio nervosa pois estava com medo de que ela não tivesse se acostumado, seria um trabalhão para convencê-la de continuar vindo caso isso acontecesse. 

— Onde você está morando agora? — Perguntei do nada, já que estava curiosa. — Quero dizer.... Você acabou de voltar e não deve ter comprado uma casa ainda, ou já?

— Estou na casa do Jimin por enquanto. — Respondeu, guardando o celular no bolso e voltando a atenção para mim. Jimin é provavelmente o único da família de Jeon que eu cheguei a me acostumar, já que os pais dele sempre foram muito discretos e apareciam com menos frequência, diferente dos tios e primos dele. — Mas já estou organizando esse negócio de mudança, dá trabalho, mas.... Já tenho um dia marcado com a corretora que Scarlet contatou. 

— E onde pretende morar? 

— Em Gangnam. — Disse simples e eu me virei para ele com os olhos arregalados. 

— Gangnam? — Me surpreendi, até lembrar da fortuna que Jeongguk ganha com seu trabalho e me tocar de que esse seria o mais provável local daqui de Seoul que ele moraria. — Ah, puxa Jeon, você realmente conseguiu o que queria. — Reprimi os lábios, ele sempre quis ser alguém na vida, ter seu tão sonhado cargo e sua fortuna, o que me faz pensar em como ele merece tudo isso por conta de seu esforço. 

— Bom, nem tudo... — Ouvi ele murmurar de braços cruzados, quando pensei em questionar, a porta da sala de Yumi abriu e os bebês começaram a sair, correndo para seus pais. 

Parei bem ao lado de Jeon procurando pela minha garotinha, estava tão ansiosa para ouvi-la falar por horas como foi seu dia.... Mas com um medo terrível dela não ter gostado e sair dali chorando.

 Os pais começaram a sair da frente aos poucos e agora só haviam dois casais ali, vi um pezinho bem pequeno cruzar a porta e Yumi virar de um lado para o outro, olhando para o corredor da frente e depois para o que estávamos, toda pendida para frente, ela abriu um sorriso gigantesco e eu sorri mais ainda. 

— Mamãe! — Ela começou a pular com um sorriso de orelha a orelha e uma risada gostosa. Eu e Jeongguk rimos de toda sua animação e nos aproximamos dela, me abaixei e recebi o abraço forte da minha princesinha. 

— Que saudade que eu estava do meu bebê! — Enchi a bochecha gordinha dela de beijos e ela ria sem parar. — Como foi o seu dia?

— Eu brinquei muito mamãe, muito, muito! — Ela estava muito animada e sua mochila balançava junto com ela enquanto a pequena pulava sem parar. 

Yu percebeu a presença de Jeongguk e colocou a mãozinha na boca enquanto ria e pulava mais ainda, eu estava faltando morrer de tanta felicidade só de ver toda a animação da minha filha. O dia dela havia sido ótimo e o meu também, e vendo esse sorriso, tudo ficava cada vez melhor. 

— Titio! — Gritou e ele se abaixou quando viu a pequena correr com tudo pra cima dele, lhe dando um abraço apertado. 

Ele se levantou com ela no colo, Jeongguk sorriu enquanto a abraçava e eu observei os dois em completo êxtase, vê-lo tão feliz com a presença da Yumi, a pequena muito animada ao ver ele.... Tudo, todos esses motivos. Talvez fosse o momento de contar para ele sobre tudo, mesmo com todo esse medo de que ele reagisse negativamente por eu ter escondido por muito tempo, mas eu precisava de um momento certo, e precisava conversar com alguém antes disso. 

— Meu Deus, quanta saudade! — Jeongguk disse em meio ao riso, já que Yu não desgrudou de seu pescoço. — Eu também estava com muita saudade de você, princesa. — A apertou fazendo a menor rir junto dele, sorri mais ainda enquanto via os dois juntos. — Você fez muitos amigos novos? — Ele perguntou quando ela se ajeitou nos braços dele. 

— Sim, agora eu tenho várias amiguinhas! — Ela dizia animada. Jeon sorriu e me olhou de canto, como quem dissesse ‘’Eu não avisei?’’, e eu balancei a cabeça com um sorriso no rosto. 

Começamos a caminhar em direção ao carro enquanto Yu falava como havia sido seu dia, eu estava tão distraída que nem prestei tanta atenção, quando parei para ouvir, ela estava falando como foi legal fazer amizade com outros bebês e que ela havia desenhado, dançado e brincado o dia todo. 

— Eu fiz um desenho pra você, mamãe. — Yu dizia do banco de trás, já havíamos arrumado ela ali com o cinto e tínhamos acabado de entrar no carro. Coloquei o cinto e me virei para ela, recebendo uma folha da pequena. 

— Uh.... Vamos ver o que meu amor desenhou. — Me virei me ajeitando no banco, em seguida, olhando para o desenho, já esperando a coisa que ela sempre fazia para mim. Mas dessa vez, tínhamos umas árvores, flores e três bonecos. — Quem é esse outro aqui, Yu? — Perguntei já sabendo a resposta. 

— É o tio Jungkook. — Falou o nome dele todo embolado fazendo o mais velho rir enquanto observava o desenho junto comigo. — Mas mamãe, é melhor voclê' dar o desenho pra ele, voclê' já tem muitos! — Jeongguk observou o desenho e riu, virando para mim.

— É verdade __________, eu não tenho nenhum... — Fez um bico falso e eu revirei os olhos, rindo de sua cara. 

— Tudo bem, ele é todo seu! — Entreguei o desenho rindo de sua empolgação.

— Vou colar na parede do meu quarto, ok? — Falou ao voltar a atenção novamente para a bebê. 

— Eu e a mamãe fazemos isso com as fotlos' da gente!

— Ah, eu também fazia muito isso. — Ele voltou o olhar para mim e eu sorri. 

Quando namorávamos tínhamos o costume de colocar fotos nossas juntos pela parede do quarto dele e do meu, sempre que ia a casa dele, colocava um porta retrato ou até um polaroid de nós dois. Nunca perdi o costume de fazer isso, e como Yumi gostava muito de tirar fotos, comecei a fazer isso com ela. 

Jeongguk dirigia enquanto respondia as perguntas curiosas de Yumi, e eu só sabia sorrir e rir deles dois juntos. Jeon fazia graças o tempo todo, matando Yumi de rir, e ficamos assim o caminho inteiro, fazendo gracinhas, brincando e rindo. 

— Você vai me levar pra escola amanhã, titio? — Yu perguntou quando Jeon estacionou o carro na frente de nossa casa. 

— Se a sua mãe deixar, te levo todos os dias. — Respondeu fazendo a pequena bater palmas animada com a ideia. Ele me olhou e ela fez o mesmo, como se esperassem uma resposta, o olhar dos dois é completamente igual, Yumi puxou demais para a aparência do pai dela, parecia mais com ele do que comigo. 

— Hm, eu vou pensar no seu caso. — Olhei pra mais nova que cruzou os braços fazendo bico.

— Por flavor', mamãe. — Fez um bico manhoso que crescia mais e mais. Jeongguk riu e bagunçou o cabelo da mais nova, que riu junto dele. 

— Tudo bem, podemos ver isso. — Falei e ela sorriu juntando as mãos. 

— Então você vai me levar pra escola, titio. — Disse animada abraçando ele pelo pescoço. Jeon retribuiu e me olhou de canto, com um sorriso no rosto. 

— Então, se eu levar você pra escola, posso levar sua mãe pro trabalho, o que você acha? — Perguntou como se pedisse permissão a Yu.

— Sim, sim! — Respondeu convicta ao se separar do abraço dele. Ele se virou para mim e deu de ombros, ri e me preparei para sair do carro. Abri a porta e me retirei, pegando minha bolsa e a colocando no braço, fechei a porta e fui até a de trás, abrindo e recebendo Yumi em meus braços. 

Ela está tão feliz que não poderia recusar a proposta de Jeon, vê-la feliz assim todos os dias era com certeza o que eu mais queria. Não que Yumi já não fosse feliz comigo e com meus avós, mas ela parecia muito confortável com o Jungkook ao seu lado, como se o conhecesse a muito tempo, além de ele ser muito carinhoso e atencioso com ela, e todo bebê ama um carinho a mais. 

Yumi se agarrou em meu pescoço e eu fechei a porta de trás, sendo observada por Jungkook, que me observava pela janela aberta do banco do passageiro. 

— Ei, quando vamos nos ver novamente? — Perguntou quando parei em frente à janela, com Yu em meu colo. 

— Você vai começar a me levar pro trabalho, não é? 

Um sorriso maior ainda nasceu em seu rosto e eu sabia que ele estava feliz com a resposta, não só por se tratar de me levar como levar a Yumi também. 

— Viu só, Yumi? Amanhã eu venho te buscar de novo! — Ele falou fazendo a mais nova sorrir pra ele e bater palmas. 

— Manda beijo pro tio Jeon, vamos entrar agora. — Falei pra mais nova que direcionou a mão toda aberta a seu biquinho fofo, mandando um beijo pro mais velho, que riu com a atitude dela, mandando outro de volta. 

— Tchau titio! — Acenou. 

Ouvir ela chamando o Jeongguk de tio com certeza me incomodava, de certa forma. Eu sabia que ele não era apenas um tio como minha bebê tão inocente imaginava, mal sabia ela que estava falando com seu próprio pai agora. Observei como Jeon sorria pra ela, e como ela ficava feliz quando ele estava por perto, Yumi criou um carinho muito grande pelo mais velho em tão pouco tempo, era como se ela soubesse lá no fundo, que possui laços sanguíneos com ele. 

— Tchau, Clark! — Acenou pra mim me acordando de meus devaneios, só então percebi que estava o encarando demais. 

— Tchau... Jeon. — A vontade de falar “Amor” no lugar de “Jeon” era bem evidente, e me incomodava, eu queria poder chamá-lo assim novamente. 

Arrumei a bebê no meu colo, ela sorriu pra mim e deitou a cabeça em meu ombro, a mochila dela estava em suas costas e ela ficava parecendo uma tartaruguinha. Comecei a caminhar em direção a porta e me virei no meio do caminho para ver se ele já havia ido, me deparando com Jeongguk ainda me observando, sorri pra ele e ele fez o mesmo, acenando e apertando o botão que fechava as janelas escuras da BMW, pronto para sair dali. 

— Está cansada, meu amor? — Perguntei vendo a bebê se aconchegar em meus braços. 

— Não, quelo’ brincar! — Falou embolado mas bocejou em seguida, denunciando seu sono, ela fechou a boca e sorriu sem graça pra mim, me fazendo rir e dar um beijo em sua bochecha. 

Peguei as chaves e abri a porta, entrando junto com a mais nova, a coloquei no chão e tirei sua mochila de suas costas, colocando ela e minha bolsa sobre o sofá. No mesmo instante meu avô saiu da cozinha indo para as escadas, ele me viu ali e suspirou, ainda não havíamos conversado depois daquele dia. 

— Vovô! — Yu correu até ele abraçando sua perna. 

O mais velho sorriu fofo, passando a mão sobre as madeixas da pequena, antes de pegá-la no colo.

— Olá minha neném, como foi seu primeiro dia de aula?

— Foi muito legal, eu brinquei o dia tlodo’ e o titio Jungkook me trouxe pra casa! — Assim que ela disse o nome de Jeon, meu avô me encarou sério, arqueando a sobrancelha, mordi os lábios meio nervosa e apreensiva. 

— Hm, que legal... Sua vó está no jardim regando as plantas, vai lá atrás dela vai. — Colocou ela novamente no chão e Yumi saiu pulando toda desengonçada. Vovô me encarou sério e cruzou os braços, se aproximando de mim. 

— Titio... né? — Perguntou. Pelo tom de sua voz eu sabia que ele estava bravo. 

— Já vai começar com essa história de novo? Vovô, você nem o conhece direito, como pode julgar tanto ele? — Cruzei os braços, tentando falar o mais baixo possível. 

— O conheço o suficiente para saber que ele é um canalha que te abandonou aqui sozinha, você ficou sozinha durante a gestação toda da Yu, sofreu sozinha! — Começou a discutir. 

— Ele não sabia de nada, você não pode dizer tudo isso com tanta certeza! — Falei séria arqueando as sobrancelhas. Ele me encarou por uns minutos e suspirou, colocando a mão na cabeça. 

— Você não vai se afastar dele de qualquer jeito, não é? — Perguntou. 

— A Yumi gosta muito dele, se eu me afastasse de repente, ela sentiria muita falta, o Jeongguk também gosta dela, hoje ele fez questão de ir deixar ela na escola comigo e depois ir buscar, você tem que ver como ele sorri quando olha pra ela e como ele é super carinhoso com ela, mesmo sem saber que ela é filha dele... — Disse abaixando o tom de voz aos poucos, respirei fundo e meu avô continuou me encarando, completamente inexpressivo, ele sempre ficava assim quando estava chateado. E eu o entendia perfeitamente, ele viu todas as minhas dificuldades durante a gravidez. 

— O que você quer fazer, _______? — Perguntou com a voz baixa, mas completamente sério. 

— Eu finalmente decidi que quero contar pra ele, e farei isso de um jeito ou de outro.