História After You (Imagine Jeon Jungkook - BTS) - Passeio

Capítulo 8 — Chapter Eigth

Algumas horas depois

8:00 PM.

8°C

— Mamãe, eu quero ir com você. — Yumi resmungava enquanto rolava na cama, terminei de abotoar minha calça e peguei meu All Star branco. 

— Mas não posso levar você para o trabalho Yu, aquela vez foi diferente, hoje passarei a noite trabalhando. — Disse enquanto voltava até a cama, terminando de arrumar minha camisa. — Eu sei que você está morrendo de sono.

— Não tlô' não. — Murmurou e coçou os olhos em seguida, ri e passei a mão em seu cabelo, colocando a franja para trás e vendo seu rostinho sonolento. 

— Olha, se você ficar aqui e dormir direitinho, amanhã podemos ir na praça pra você brincar com suas coleguinhas. — Acariciei seu rostinho, tentando ser convincente. 

— Mas eu queria ficar com você. — Ela abraça meu pescoço e se aconchega, sorri e retribui o abraço, passando a mão por seus fios curtos e negros. 

Ficamos ali por um momento e eu comecei a pensar um pouco, me lembrando da conversa que tive com Taehyung hoje mais cedo, e também do encontro com Jeongguk no café. Suspirei e afastei Yumi, olhando para seu rosto e sorrindo em seguida, ela tinha um olhar sonolento e manhoso, então pendeu a cabeça pro lado e fechou os olhos, sorrindo junto comigo, ri de sua gracinha e apertei sua barriguinha, fazendo ela rir junto e tentar segurar minha mão. 

Momentos como esse me fazem refletir o quanto eu sou feliz em ter minha filha ao meu lado, Yumi com certeza é o único motivo de eu ainda levantar pelas manhãs, por mais cansada que eu esteja. Eu queria que ela tivesse o Jeongguk ao seu lado também, ou que ele ao menos soubesse que ela é a sua filha, mas estava procurando coragem e alguma forma de explicar tudo.

— Yumi. — A chamei quando parei de fazer cócegas na mesma, ela me olhou ainda com um sorriso no rosto. — Ah.... Meu bem. — Pensei em como falar algo para ela. — Yu, você sente falta de mais alguém na sua vida?

— O quê? — Ela pendeu novamente a cabeça para o lado. 

— Não sei.... Talvez, um papai? — Disse meio receosa e sugestiva. 

— Papai? — Ela pronunciou de forma enrolada e engraçada, ri e assenti. — Papai... — Murmurou novamente colocando a mão na boca, sua pronúncia era quase como um ‘’Babai’’, comecei a pensar que ela realmente não sentia falta de um pai, e talvez fosse sentir isso mais na frente, não deveria estar tocando nesse assunto. — A Sunnie tem um papai, a Mimi também. — Ela me olhou e eu conhecia bem aquele olhar. 

— Então, você também queria? 

— Sim, mamãe, mas você disse que eu não tenho. — Fez bico e eu fiquei meio boquiaberta, não sabia o que dizer, mas me senti incrivelmente mal com aquilo. Agora eu sabia que Yumi sentia falta de uma figura paterna, mesmo não demonstrando, acho que por não mencionarmos isso com tanta frequência ela acabava não se importando. 

Ela estava tão enganada quanto eu, que imaginando que Jeongguk havia a ignorado acabei tomando decisões precipitadas, mas eu não tinha noção de que ele na verdade, não sabia de nada, logo, não posso me culpar por tudo que está acontecendo. 

— A-Ah, está na hora de dormir, princesa. — Falei e sorri pra ela, que me abraçou novamente. 

Peguei sua chupeta da cômoda e aproveitei para carregá-la, indo até sua cama já toda arrumadinha apenas para ela dormir, como a cama é até que bem grande, sempre sobrava um espaço onde ela colocava suas pelúcias.

Yumi já estava bem sonolenta, e foi só eu a colocar ali que ela já foi fechando os olhos, coloquei a chupeta na sua boca pois sabia que ela iria acordar depois pedindo por ela, arrumei seu cobertor e seus ursinhos, deixando um beijinho em sua testa. 

Sorri e fiquei ali por um tempo, observando ela e esperando ter a certeza que ela de fato havia dormido, me sentia culpada por parte do que estava acontecendo, mas sabia que eu não era a única errada, talvez só me sentisse assim por conta da Yumi. 

— Ei, ela dormiu? — A porta foi aberta e a voz de Tae invadiu o cômodo. Virei fazendo uma expressão assustada por ele ter falado alto demais. — Eita, desculpa. — Riu e tampou a boca, vindo até mim e olhando para a cama. 

— Tae... Eu me sinto culpada. — Desabafei e ele me encarou sério. 

— Não deve se sentir assim de modo algum, __________, nada disso é culpa sua. — Ele pareceu irritado com meu pensamento. — Mas por que acha isso? 

— Ela sente falta de um pai, apesar de não demonstrar, ela sente. — Reprimi os lábios. — Ela ainda acha que não tem um, deve ter aceitado isso e assim acaba não demonstrando tanto. 

— A Yumi é um bebê, talvez por isso não demonstra ainda. Mas não acho que você deve se culpar, você sequer imaginava que tudo isso tinha acontecido, e agiu de forma inconsequente, todo mundo tem sua culpa aqui, não ache que é a única. — Assenti calmamente, concordando em partes. — Agora vamos, temos que cumprir as doze horas. — Sorriu calmamente e eu assenti. 

— Tudo bem. — Saímos do quarto e fomos até a sala, onde avisei minha avó que Yu havia dormido, ela cuidaria da pequena, caso ela acordasse durante a noite.

[...]

No outro dia 

12:00 AM.

10 °C

Havia chegado em casa por volta das oito da manhã, quando cheguei todos ainda dormiam, não consegui nem subir as escadas pois na hora que sentei no sofá para ‘’descansar a vista’’, acabei capotando por ali mesmo. Senti mãos pequenas e quentinhas tocarem meu rosto, sabia que era Yumi mas continuei fingindo que estava dormindo. 

— Vovô, a mamãe não quer acordar! — Ouvi a voz sonolenta de Yu e me segurei para não sorrir, senti ela subir em cima de mim e sentar em minha barriga, já sabia o que ela ia fazer e quando fui pensar em abrir os olhos para impedi-la, Yumi começou a pular sem parar. — Acorda, acorda! — Ela falava tudo embolado. 

— Ah! — Gritei me sentando no sofá com tudo e quase derrubando a Yu no chão, segurei a pequena rápido e respirei fundo. — Nossa Yu, você quase me mata, sua gordinha! — A pequena ainda estava com a chupeta na boca e começou a gargalhar alto, ela usava apenas fralda e uma blusa branca, o que deixava ela mais fofa do que já é. 

— Gôdinha’! — Repetiu de forma engraçada e eu ri, a abraçando e a enchendo de beijinhos, Yumi ria cada vez mais alto pois sentia muitas cócegas quando eu fazia isso com ela.

— Bom dia _______, como foi no trabalho? — Meu avô perguntou entrando na sala.

— Foi bem, cheguei umas oito da manhã aqui e vocês não tinham descido ainda.

— Nós vamos sair agora, sua avó tem que pegar uns exames e depois vamos na inauguração do novo museu. — Ele disse e eu assenti, voltando a olhar para minha bebê.

— Mamãe, nós vamos na plaça'?

— Sim, meu amor, nós vamos, mas primeiro vamos tomar banho! — Me levantei com ela nos braços.

— Banho, banho, banho! — Dizia animada com a ideia. 

[...]

— Olha mamãe, pra você! — Yu dizia enquanto desenhava vários corações no vidro do box, ri e continuei lavando seu cabelo. 

— O que você quer fazer hoje? — Perguntei pegando o chuveirinho e tirando o resto do shampoo de seu cabelo. 

— Quero tomar sôvete’! — Sorri. 

Como eu não passava muito tempo com Yumi por conta do trabalho, aproveitava todo o tempo livre para passar com ela, a levando em lugares que ela queria ir e tentando fazer com que ela não me visse como uma mãe ocupada demais para ela. 

Depois do banho, comecei a arrumá-la primeiro, Yu sempre cantarolava enquanto eu a arrumava, e eu sempre cantava junto com ela, arrancando muitas gargalhadas da menor. Como hoje o clima não estava tão frio mas eu sabia que iria ficar mais tarde e a Yu é extremamente friorenta, peguei um moletom amarelo que eu havia comprado para a mais nova a uns dias atrás e uma calça confortável escura, já que como ela iria brincar por lá, não corria o risco de se sujar tanto. 

— Você está pronta, agora eu vou me arrumar. — Falei enquanto terminava de pentear sua franjinha, arrumando seus dois coques pequenininhos e lhe entregando sua chupeta novamente, ela não desgrudava disso. A coloquei sentada no tapete do quarto e liguei a tv, que logo chamou a atenção da pequena. 

Fui me arrumar e vesti uma blusa branca, uma saia xadrez clara e peguei um casaco quase cor de creme. Terminei de calçar meu tênis e fui arrumar o cabelo, assim, finalmente, terminando de me arrumar. 

— Vamos? — A chamei pegando minha bolsa e virando para a mais nova, que levantou animada correndo até mim. 

[...]

Já havíamos chegado aqui faz um tempo e eu estava sentada em um banco da praça enquanto observava Yu de longe, ela brincava com duas menininhas da idade dela que sempre vinham pra cá com seus pais nesse mesmo horário. 

Vez ou outra ela virava pra mim me mostrando alguma coisa que havia achado por ali, na maioria das vezes uma pedra ou uma folha. Sim, minha bebê é tão aleatória quanto eu. Estava tão entretida olhando ela se divertir que não percebi quando alguém sentou ao meu lado no banco. 

— __________? — A pessoa me chamou e eu levei um susto ao ouvir sua voz. Me virei instintivamente, me assustando ao me deparar com Jeon Jungkook. 

— Você de novo? — Franzi o cenho vendo-o rir de minha expressão, ri soprado enquanto balançava a cabeça. — Você tá me seguindo? 

— Não ué, só tava dando uma volta e te vi aqui. — Ele sorriu e eu o observei por um tempo, ele estava tão lindo quanto no dia anterior, bom, a cada dia que se passa ele fica mais bonito... E você está delirando, _________, pode parar. 

— Entendi. — Voltei a olhar para Yu e ela olhou para nós, ao ver que Jeongguk estava aqui, ela pulou animadamente acenando para ele. O mais velho riu da reação da mais nova e acenou de volta, porém, ela voltou a brincar enquanto sorria para nós. — Ela gosta de você... — Disse e o olhei novamente. 

— É, eu percebi. — Riu observando a garota. 

Continuei o encarando e acabei sorrindo de lado, abaixando o rosto. É claro que Jeongguk adora crianças, e eu sabia que se continuássemos nos encontrando assim do nada, a Yumi se apegaria a ele, e eu precisava achar formas de explicar toda a situação para ele sem criar uma confusão maior, mesmo sabendo que eu estava numa puta de uma confusão agora.

Talvez eu só precise de um tempo para ver como ele é com a Yu, ela já aparenta gostar muito dele, eu queria contar, é uma necessidade muito grande dentro de mim, mas não sabia se estava pronta para isso agora, apesar de saber que ele muito provavelmente começaria a desconfiar de tudo mais na frente.

— Vocês sempre vêm aqui? — Ele perguntou chamando minha atenção.  

— De vez em sempre. — Disse e nós rimos. — A Yumi gosta de vir aqui pra brincar com as outras crianças. — Ele voltou o olhar para Yu, rindo das gracinhas da mais nova.

Eu continuei o olhando e várias coisas se passavam na minha cabeça, eu estava confusa demais. 

— Eu sei que estou muito bonito hoje, __________, mas não precisa me intimidar desse jeito. — Ele falou sem tirar o olhar de Yumi, eu balancei a cabeça e nós rimos. 

— Você continua convencido demais. — Revirei os olhos. 

— Ainda bem que é com motivo. — Deu de ombros e eu ri soprado. 

Voltei a olhar a Yu e vi que sua única amiguinha que ainda estava ali, se despedia dela com um abraço, mais atrás estava o pai dela, que esperava. Elas se afastaram e a garotinha correu para os braços de seu pai, acenando para minha bebê em seguida, Yu observava atentamente e acenava de volta, sem mostrar uma expressão muito feliz. 

Senti um aperto no coração e suspirei, Jeon pareceu perceber e não tirou os olhos dela. Vi a mais nova se afastar e virar para nós, correndo toda desengonçada de volta pra mim, eu não precisava a conhecer demais para perceber que ela estava chateada, mas não sabia se era por sua amiga ter ido embora ou por conta de outra coisa...

— Mamãe, a Mimi foi embora com o papai dela. — Ela cruzou os braços fazendo biquinho. 

— Oh meu amor, mas ela tinha que ir embora mesmo, já está ficando tarde. — Tentei pegá-la no colo, mas ela se afastou com os braços cruzados. — Não é por isso que está chateada né? — Perguntei ignorando completamente o fato de Jeon estar ao nosso lado, já sabia a provável resposta da mais nova, estranhando também ela estar se importando com isso agora, Yumi negou com a cabeça e eu suspirei. 

— Por que está triste, Yumi? — Jeongguk perguntou chamando a atenção da mais nova. 

— Não sei. — A bebê fez bico e Jeon riu da carinha dela.

— Olha, se você me prometer não ficar triste, posso te levar pra tomar sorvete comigo. — Ele sugeriu e eu o encarei, a Yu abandonou a cara de emburrada na hora e sorriu abertamente, indo até ele e abrindo os braços, Jeongguk riu e a pegou no colo. Sorri observando a cena fofa deles dois. 

— Sôvete’? — Ela perguntou fazendo o mais velho sorrir. 

— Sôvete’! — Ele repetiu na mesma pronuncia dela me fazendo rir. — E então, o que você acha? 

— Eu quero! — Ela respondeu animada. 

— Ok, então. — Ele me encarou. — E você, o que acha? — Repetiu a mesma pergunta para mim, sorri de lado e assenti. 

— Eba, sôvete’! — Yumi dizia animada enquanto levantávamos, indo até o carro de Jeongguk.

Eu estava nervosa, e não entendia o porquê, ver ele carregando a Yumi me deixava assim, ao mesmo tempo que me deixava feliz em ver os dois juntos e tão apegados. Talvez eu precisasse de mais conselhos do Tae ou até da vovó.

[...] 

— Você está mais feliz agora, Yu? — Jeongguk perguntou e nós rimos da mais nova, que tomava seu sorvete mais alegre do que nunca. Ela assentiu com as bochechas cheias de sorvete. 

— Ela sempre fica feliz quando come alguma coisa. — Falei enquanto sorria da mais nova.

— Parece com você. — Jeon disse e eu o encarei, rindo e balançando a cabeça. — Tô mentindo? — Riu. 

— Hm, digamos que sim? — Ele sorriu de lado e me encarou por um tempo, assim como eu, que acabei me prendendo em seu olhar. 

— Titlio'! — Yu o chamou e nós olhamos para ela. — Você vai no meu aniversário? — Perguntou sugestiva.

— Claro que vou, se a sua mãe deixar, é claro. — Ele disse me olhando de canto de olho, ri e revirei os olhos. 

— Eu tenho escolha? — Perguntei me rendendo. 

— Então, eu vou. — Ele disse e a mais nova comemorou. — Quando é o seu aniversário? 

Eu travei, ok, não pensei bem quando ela perguntou isso para ele, mas parando agora, percebi a cagada que vai ser quando eu ou ela dissermos a data de seu aniversário, puta merda ________, você é muito burra. Eu não quero contar nada pra ele agora.

— Não sei. — Ela respondeu pensativa. — Quando é meu aniversário, mamãe? — Ela perguntou e eu fiquei sem reação, olhando para os dois que esperavam uma resposta. Eu não poderia mentir, sabia que quando eu dissesse, Yumi se lembraria do mês, abri a boca tentando falar algo e respirei fundo, coçando a nuca.

— Dezessete de agosto. — Disse e reprimi os lábios, tentando disfarçar. 

Conhecendo bem o Jeongguk e a curiosidade que ele tem em saber quem é o pai da Yu, sabia que ele calcularia alguma coisa com isso, principalmente porque segundos após eu falar, ele continuou me encarando com uma expressão séria, e eu o conhecia o suficiente para saber que ele sempre fica sério quando pensa demais.