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História Agalma (NejiHina - SasuHina - ShinoHina) - Fruto da Árvore Envenenada


Escrita por: Pearl-chan

Capítulo 5 - Fruto da Árvore Envenenada


Fanfic / Fanfiction Agalma (NejiHina - SasuHina - ShinoHina) - Fruto da Árvore Envenenada

 

 

Agalma

 

Por Pearl-chan

 

Capítulo 05

"Fruto da Árvore Envenenada"

 

 

 

 

No primeiro andar Neji e o Uchiha seguiam até o escritório. Neji preferia a morte ao deixar sua esposa ouvir qualquer coisa que o idiota falastrão do Uchiha pudesse dizer sobre ele. Pensar que ela ficou sem jeito e corada com os olhos de Sasuke sobre seu delicado corpo o deixava irritado. Deveras, também não tinha um pingo de confiança no Uchiha quando se tratava de uma conquista, o Uchiha já havia o proporcionado o desprazer de algumas furadas de olho.

 

Os dois se conheceram quando Neji perdera os pais em um fatídico acidente e foi enviado pelo tio para o mesmo internato em que Sasuke estudava. Estudaram juntos durante toda a adolescência e juventude, depois disso ainda continuaram muito próximos. Desde aquela época Sasuke já sabia que Neji tinha como planos desposar a prima. Só não sabia exatamente quem era ela.

 

Sasuke por frequentar os mesmos ambientes que Neji havia se tornado grande companheiro deste por bons anos, bem por isso, sabia desde os bens até os segredos mais despudorados do Hyuuga. Também era consciente do quanto o Hyuuga poderia ser perigoso.

 

— Nossa... Você podia ter me apresentado ela antes. Se eu soubesse que ela é tão gos... — O Uchiha começou a falar em tom sacana e foi cortado antes que terminasse.

 

— Ela está fora dos seus limites. — Aborrecido, o Hyuuga fora direto e em seu tom de voz havia uma ameaça implícita. Nada que Sasuke já não esperasse. Era do feitio de Neji ser desse tipo, assim como era do dele adorar uma boa disputa, afinal ele tinha escolhido de todas as profissões aquelaadvogado.

 

A família Uchiha era famosa em todo o país e até fora dele. Praticamente todos os Uchihas haviam seguido na carreira jurídica. Defendiam no escritório da família desde os mais pobres até os abastados fraudulentos que viviam tentando burlar a lei em busca de mais dinheiro. Eram do tipo de advogados que todos queriam ter, pois praticamente garantiam que nenhum dos seus clientes fosse parar na cadeia e, além disso, grandes indenizações. Em defesa aos seus clientes, Sasuke em especial, atuava de forma coordenada e metódica e o número de pedidos de pessoas querendo ser seus clientes aumentava a cada dia.

 

Já dentro do escritório, Neji seguiu até o aparador no canto do cômodo e serviu dois copos de whisky e ofereceu um ao Uchiha.

 

Bom, vamos ao que interessa... — Sentou-se na poltrona de couro sendo acompanhado pelos olhos atentos do Hyuuga. — Fiquei sabendo que estão tentando quebrar seu sigilo fiscal. — Curto e incisivo. Sorveu um gole do whisky.

 

Neji puxou sua cadeira giratória atrás da mesa cor de mogno e começou a dar a devida atenção a o que o Uchiha estava falando.

 

— Como assim? — Neji sobrexaltou o tom de voz levemente surpreso.

 

Isso mesmo que você ouviu. Está na moda agora investigar de onde vem o dinheiro de todo mundo. Não é só o seu.

 

— E o que você propõe? — Neji apenas queria uma solução e que fosse rápida. Gastava muito dinheiro com os serviços de Sasuke e queria que fossem, no mínimo, satisfatórios. — Sabe que se procurarem vão achar.

 

— Então... — Fez uma breve pausa enquanto segurava o queixo e cruzava uma perna por cima da outra. — Acho bom você dar uma sumida, sabe.

 

— Como assim? Deixar de fechar aqueles contratos que te mandei por e-mail?

 

Também. Não vai ser fácil convencer o fisco do fechamento de tantos acordos sem injeção de propina.

 

— Entendo. – Neji escorou-se à mesa e tomou um outro gole da bebida enquanto pensava na má notícia. Tinha de se manter discreto quanto aos investimentos e principalmente quanto às propinas que havia prometido.

 

— Como está sua lua de mel?

 

— E o que tem a ver com isso? — Ele pareceu confuso e levemente irritado.

 

— Talvez viajar por alguns meses seja a diversão ideal. —  Sasuke sorriu. — Ninguém vai ficar ligando pra você se você usar isso como motivo para ficar fora do país alguns meses.  

 

O CEO ficou por alguns segundos apenas considerando sobre o que o Uchiha estava receitando. De fato, se alguém estivesse em seu encalço era melhor aliviar e esconder as garras por uns tempos. Além disso, ainda tinha o problema ‘Shino’.

 

Depois da reunião, Neji concordou com o argumento do Uchiha, que não deveria fechar acordos para não acrescentar nada às investigações, teriam de despistá-los. O lado bom é que apenas eles tinham acesso a uma série de documentos que eram de suma importância para Neji, então era certeza de que estava seguro.

 

Não tardando para chegar à madrugada o Uchiha foi embora. Neji, por sua vez, imaginou que àquela hora Hinata já estaria dormindo. Não iria a importunar naquela noite, o que ele queria dela poderia muito bem aguardar. Serviu-se de mais um copo de whisky e passou longas horas no escritório naquela noite.

 

 

 

 

As duas mulheres tagarelavam enquanto a loira estudava o plano de Neji e os documentos encaminhados pelos investigadores que ele havia contratado.

 

— Gente! É um verdadeiro “Deus Grego”. — A loira apontou para a foto em sua posse. — Dá vontade de sequer cobrar o Hyuuga por esse “trabalho”. — Ela ralhou debochada enquanto seus olhos brilhavam em admiração às informações que lia sobre o Aburame.

 

A foto era visivelmente do tipo tirada sem a aquiescência do fotografado. Naquela foto especificamente, Shino fora retratado quase de perfil, com os típicos óculos Jhon Lennon escuros, ao mesmo tempo em que saía pelos portões da Universidade mais bem-conceituada do país. Trajava também um casaco de couro que ia até o quadril e carregava uma mochila de tamanho avantajado nas costas. Mesmo com a vestimenta e o material escondendo parcialmente o corpo era possível perceber que se tratava de um espécime másculo e alto. Misterioso até.

 

É bonito mesmo. — A moça dos cabelos cor-de-rosa ao lado da loira estonteante concordou enquanto passava os olhos pelo dossiê carregado por Ino. — Além disso é o aluno bastante elogiado na faculdade, hm. Bom partido.

 

— Aqui nesse envelope tem todos os horários, telefone, datas dos próximos compromissos, o local onde ele faz estágio... — Ela passava as folhas conforme confidenciava e consultava com a melhor amiga qual seria o melhor momento para uma aproximação.

 

Passaram a tarde inteira maquinando desde o que a loira iria falar, até as roupas que ela usaria em sua “caçada”.

 

Ino, mesmo com o pensamento de que nada daquela história acabaria bem, deu-se por vencida, pois, pior do que destruir um romance que já estava acabado, seria sentir a ira de Hyuuga Neji. Agora, observando melhor quem era a sua “vítima” até se sentia desejosa para ter contato com ele e saber quem ele era de verdade. Não deveria ser tão ruim assim dar-se ao luxo de compartilhar da companhia de um homem, provavelmente, atraente e inteligente.

 

 

 

 

Era apenas seis da manhã, mas para Shino um recomeço de vida. Passou os olhos pelo apartamento chegando à conclusão de que a própria vida não poderia continuar assim, os livros estavam quase criando poeira sob a escrivaninha, litros vazios de bebida alcoólica estavam sob o balcão e a pia, numa quina do quarto estavam os cacos de vidro do retrato que quebrara. Decidiu que antes de voltar à rotina tinha de faxinar tudo aquilo, quem sabe até cortar o cabelo, constatou após vislumbrar-se no espelho do banheiro.

 

A barba primeiro.

 

Apanhou a espuma de barbear e a lâmina e começou o trabalho de redignificação. Depois do banho tomado e da casa arrumada se manteve estudando até o final do dia, mormente a perda de vários dias de aula naquele estado de lamúria pelos últimos acontecimentos.   

 

Shino estava começando a diminuir a quantidade do álcool ingerido e se conformar de que com lágrimas e bebedeira não iria a lugar algum. A melhor forma de conseguir Hinata de volta seria superando Neji, todavia, Neji estava a alguns anos luz de distância para um reles universitário. Faria a única coisa que podia: estudar e trabalhar duro.

 

A manhã apenas com aulas de processo era muito chata para maioria dos alunos, mas era matéria favorita dele. Shino conseguiu finalmente ter alguns minutos de descanso de Hinata, seus problemas e Neji quando parava para se concentrar no questionário imenso sobre procedimentos especiais que o professor Namikaze havia passado aos alunos.  

 

No intervalo do almoço encontrou Kiba no primeiro andar da universidade. Kiba, diferente de Shino, cursava veterinária e estava estonteante com seu jaleco branco e um filhote de cachorro no abraço.

 

 

 

 

Do lado de fora dos portões Ino estava indo ao seu primeiro encontro com Shino com tudo pensado. Tratou de vestir-se de maneira casual como qualquer outra universitária que aquele campus frequentava. Jeans, camisa ¾ e sapatilhas. Estacionou em frente ao restaurante em que provavelmente Shino almoçaria antes de ir para o estágio.

 

Amiga! Estou aqui perto do Restaurante Universitário. — Falava ao celular enquanto abaixou parcialmente o vidro do carro. – O que eu ‘to fazendo aqui...?!

 

Não demorou muito para Sakura conseguir convencer Ino de que era obrigação da loira. Não queriam atrair a ira do Hyuuga recém-casado.

 

Se passaram poucos minutos e ela avistou o Aburame e um rapaz tagarela com um cachorro filhote nos braços. Incorporou a ótima atriz que era, desceu do carro e foi na direção deles.

 

— Bom dia! — Ela fez cara de desconsertada e um carinho na cabeça do animalzinho que estava no colo do amigo de sua “vítima”. — Vocês poderiam, por gentileza, me informar onde consigo encontrar o Mestre Sarutobi? — Ela percebeu a cara de indagação dos dois rapazes e explicou: — É que eu tenho uma entrevista com ele.

 

— Hmm. — Kiba, o amigo que acompanhava Shino pigarreou. — Nesse horário você não vai achar ele na reitoria. Só depois do almoço ou no intervalo da tarde.

 

— Como fui tão descuidada. Deveria ter ligado antes... — Ela deu um peteleco na própria testa enquanto fazia a arrependida. Shino para ela era a mesma figura enigmática do dossiê e até o momento não havia se pronunciado, era difícil saber o que ele estava pensando daquela situação que estava sendo, no mínimo, inusitada.

 

É. Devia. Qual seu nome mesmo? — Kiba foi inquisitivo e efusivo. — A propósito, o meu é Inuzuka Kiba e do meu amigo é Aburame Shino.

 

— Ino. — Ela pensou que era melhor não dar muitos detalhes logo no começo, só o primeiro nome já bastava. — Vocês estão indo almoçar? — Perguntou pondo-se ao lado de Shino e ele pode sentir o aroma adocicado do perfume que ela usava, tão diferente do floral que sua amada costumava exalar.

 

Kiba nesse momento entendeu toda a situação: Ela estava interessada no Aburame. — Estamos? — Kiba respondeu interrogativo e um tanto sarcástico.

 

— Não se importam se eu for junto? — Pronto, a isca fora jogada. Agora era esperar e ver se o Aburame iria morder. — Enquanto espero o reitor voltar do almoço... Pra não perder a viagem.

 

— Tanto faz. — Finalmente Shino abriu a boca. Ele não estava muito bem para poder ficar tagarelando, enxaquecas que resultaram da bebedeira dos últimos dias ainda o acompanhavam e, realmente, pra ele pouco importava aquela mulher estar com eles na hora do almoço, não era como se tivesse reservado uma mesa.

 

Tudo bem. O Shino vai te acompanhar sim. — O Inuzuka deu uma leve trombada no ombro do amigo. Como assim ele se comportava dessa forma com uma mulher linda pedindo ajuda e oferecendo companhia? — A gente vai almoçar aqui mesmo no restaurante do campus. — Ele tinha reparado que ela tinha o trejeito de barbie.

 

Ótimo! 

 

— Só tem um problema! Estou com o Akamaru... — ele ressaltou a presença do cachorrinho branco e peludo envolto nos braços. — Não vou almoçar com vocês porque não me deixarão entrar lá com ele. — Levantou ao ar o peludinho branco.

 

Kiba tinha resgatado o pequeno filhote do laboratório onde provavelmente iriam o fazer de cobaia para experimentos dos alunos. Não demorou a se despedir de Shino e Ino que seguiram em direção ao almoço.

 

Já dentro do restaurante eles pegaram o almoço e em seguida se sentaram à mesa que ficava encostada no janelão de vidro bem aos fundos e longe do buffet. Ino logo começou a ficar desconsertada com o silêncio mórbido de Shino e decidiu começar uma nova conversa.

 

— Qual seu curso mesmo? — Ela ralhou.

 

— Direito. — Ele foi direto demais.

 

Calouro?

 

— Não... Já estou no último ano. — Falou sem dar muita importância.

 

Uau! Já sabe o que vai fazer quando concluir? Advogar? — Ela se exaltou e pelo olhar que Shino lhe lançou ela percebeu ter conseguido a atenção dele.

 

— Provavelmente não. Prefiro a estabilidade de uma carreira pública. E você? O que faz?

 

— Eu já tenho um curso superior! Ainda bem! Cursei Administração. — Ela falou sorrindo com seus dentes brancos e perfeitamente alinhados.

 

— E o que quer com o reitor, então? — Arqueou uma sobrancelha e falou por cima dos óculos escuros e ela pode finalmente ver a cor dos olhos dele. Castanhos.

 

— Ah... Na realidade vim apenas pegar uma assinatura dele para o um projeto de pesquisa. — Mentiu tentando ser o mais convincente possível. Já tinha todas as respostas possíveis decoradas.

 

— Hm.

 

Do lado de fora havia alguns espectadores para aquela cena que podia ser perfeitamente assistida pela grande janela. Atrás de uma árvore Hanabi estava “passada” observando o ex da irmã conversando com uma loira belíssima e que estava “dando em cima” dele descaradamente, já sentados em um banco bem próximo, o casal de investigadores contratados por Neji disfarçadamente tirava uma foto do casal e outra da cunhada bisbilhoteira com o aparelho celular e encaminhavam ao Hyuuga.

 

 

 

 

Senhora, sua irmã está aqui.

 

Não passava das dezenove horas quando fora anunciada a presença de Hanabi e Hinata praticamente deu pulinhos imaginários de alegria por finalmente sair um pouco da solidão e morbidez daquela casa. Quatro paredes e móveis caros eram, de fato, sua única companhia além de Neji desde a noite em que Ino havia os visitado.

 

Hinata colocou os pés pra fora da cama, amarrou o robe e calçou um par de chinelos. Já estava com as roupas de dormir e pretendia fazê-lo antes de Neji chegar. Quem sabe assim ela conseguisse se esquivar dele mais uma noite.

 

Como de costume, Hanabi fora muito efusiva e perguntou todo tipo de coisas à irmã, se ela estava satisfeita, se tinha olhado as revistas com as fotos do casamento, e o pior: como tinha sido a noite de núpcias. E Hinata, como sempre, apenas dera meias respostas enquanto o rosto se tingia de um vermelho próximo ao carmim. O clima estava muito leve até que a Hyuuga mais nova se ajeitou no sofá da sala de visitas e começou uma conversa que Hinata, pela cara da irmã mais nova, teve certeza que não era das boas.

 

— Hina... Tenho uma coisa muito importante pra te contar. — Ela soltou um suspiro de frustração, antes de passar suas mãos sobre o rosto. — Porque não faz um chá e vamos lá pra fora? — Sugeriu com um sorriso murcho.

 

Hinata não demorou para providenciar o maccha. Como de costume, ela mesma havia preparado e levado até a varanda.

 

— Não vou ficar com mais suspense. Vi o Shino hoje almoçando com uma mulher. Loira, muito bonita e estavam sozinhos. E, pelo que vi, estavam bem entretidos. — Bebericou um pouco do chá aguardando a reação da Hyuuga mais velha.

 

— Não temos nenhuma amiga loira... — Hinata pareceu confusa enquanto tentava processar a informação.

 

— Hinata! — Hanabi revirou os olhos e depois tentou se acalmar, sabia que Hinata era sentimental e que não receberia bem a notícia. — Não estavam com cara de amigos.

 

O silêncio foi tudo que Hanabi recebeu em resposta. Os olhos perolados de Hinata já estavam sendo tomados pela vermelhidão e lágrimas, porém ela aparentou segurar o que iria dizer.

 

Hanabi sentiu dó diante da expressão de abatimento da irmã. Não poderia deixar de falar o que tinha visto para Hinata. Quem sabe assim, sabendo da verdade, ela poderia seguir em frente e não sofrer tanto com o rompimento do antigo relacionamento.

 

— Eu sei que não está sendo a coisa mais fácil do mundo viver com o Neji, mas se te serve de consolo, o Shino segue vivendo a vida dele, então faça o mesmo. — Segurou as mãos da irmã mais velha entre as suas e continuou. — Por mais que sejam adversas as circunstâncias pelas quais você chegou aqui com o Neji, ele te venera e você sabe disso.

 

A dos cabelos azulados apenas assentiu de cabeça baixa. Talvez ela precisasse acreditar que o que tinha com Neji era um relacionamento mais realista. Lutava bravamente para não deixar as lágrimas escaparem.

 

— Eu sei. Mas, já fiz minha escolha ao me casar com o Neji, tenho de viver com ela. Terei de seguir em frente e não olhar mais para trás. Você consegue entender isso? — Não tinha dúvidas do amor que ela e Shino nutriam um pelo outro e que ele nunca seria capaz de traí-la, porém ela estava casada, e não se sentia no direito de prender Shino, tampouco impedir que ele tentasse ser feliz com outra pessoa, não era preciso crucificá-lo para que ela pudesse ser menos infeliz.

 

Por um momento fez-se silêncio, em seguida Hanabi comentou:

 

— Bom... já vou indo. Papai disse que gostaria de jantar comigo hoje. Está precisando de alguma coisa, mana?  — A mais nova, na verdade, apenas queria ir embora. O arrependimento de ter contado aquilo para a irmã estava começando a bater, mas a banda deveria continuar tocando até mesmo quando ninguém estivesse dançando, pior seria se ela ficasse ali e Neji chegasse e as duas não conseguissem disfarçar o assunto.

 

— Não, está tudo bem. Neji me tratou muito bem nos últimos dias. Até me apresentou uma amiga nova.Falava entre fungadas e até tentou um sorriso torto.

 

Bom... Então já vou. – Levantou-se e se despediu com um abraço apertado. — Fica bem.

 

Vou ficar.

 

 

 

 

 

Antes do horário em que Neji comumente chegava ela se recolheu para o quarto e fingiu estar lendo o primeiro livro que achou à sua frente. Tentava a todo custo se acalmar da notícia de Hanabi. Não demorou muito tempo e pode ouvir a luz dos faróis do carro do esposo iluminando a entrada da residência. Cinco minutos depois e ele já estava à porta.

 

— Boa noite.Ele anunciou-se entrando no quarto. Deu de cara com a esposa quieta e sentada na poltrona com um livro em mãos.

 

Ela não se levantou de imediato, ao invés disso, bebericou o restante do chá que trouxera para o quarto.

 

— Boa noite.Disse ela. — Vou preparar o seu jantar...

 

— Não! — Ele interrompeu o que ela ia dizer. Acabara de ter um ideia. — O que acha de jantar fora hoje?

 

— Jantar... — Ela parou para pensar se iria ou não, mas era uma pergunta simples que tinha uma resposta simples se ela quisesse manter sua vida também simples. — Adoraria.

 

O Hyuuga esboçou o sorriso genuíno. Sempre quis desfrutar de um momento desses com Hinata. Desde que começou a ter olhos para a beleza dela sonhava com o dia em que a levaria para jantar e mostraria para todos que era a mulher dele.

 

— Preciso me arrumar. Não demoro.Ela disse e saiu em disparada para o banheiro.

 

Tomou um banho rápido, vestiu-se de maneira não tão formal: vestido e sandálias. Penteou os cabelos com um pouco de pressa e aplicou uma leve maquiagem apenas para tirar o ar de cansada. Quando saiu do closet o encontrou também pronto para partir. Neji estava perto da janela observando a noite, usando as mesmas roupas, mas com a ausência da gravata e do blazer

 

Neji foi ágil o suficiente e abriu a porta do carro preto para ela, muito cavalheiro e educado. Deu partida e saíram. Já no percurso, ligou o som e tocava uma música calma, triste e doce, o que afetou ainda mais os ânimos de Hinata.

 

— Que música é essa? — Ela falou tentando quebrar o silêncio.

 

Neji rapidamente acionou as luzes da central de comandos de som do veículo para que ela pudesse ver as informações da música.

 

Summer Rain, Whitesnake.

 

Não sabia que você ouvia músicas assim. – Ela olhou um pouco confusa para ele.

 

Mas eu sempre gostei de heavy metal. Porque acha que mantive o corte de cabelo igual ao do seu pai? — Ele sorriu novamente de forma genuína e ela apenas retribuiu.

 

O humor dele estava ótimo. Depois da foto que recebeu dos investigadores e da notícia de que Hanabi tinha ido naquele mesmo dia visitar Hinata, ele teve certeza de que sua adorada esposa já esta a par do novo relacionamento que ele tinha arranjado para o Aburame.

 

— Você está me devendo um vinho, sabia? — Ela pareceu confusa, então ele explicou: — Do dia que descemos até a adega...

 

O rosto dela tornou-se um tomate imediatamente após a cena do beijo sôfrego que trocaram lhe inundar a mente e ele resolveu trocar de assunto antes que seu jantar fosse por água abaixo.

 

— Sempre vejo você lendo, o que estava lendo hoje mais cedo? — Perguntou demonstrando interesse.

 

— A Brincadeira. — Ainda bem que se lembrava muito bem daquele livro, tinha o capturado aleatoriamente apenas para fugir de Neji.  

 

— Kundera?

 

— Sim.

 

— Hilária aquela parte do suicídio com laxante. — A voz debochada demostrava o humor cáustico. Ela não deixou de sorrir em resposta ao comentário dele. Realmente, aquele trecho de Helena era tragicamente cômico.

 

As dúvidas continuavam a consumi-la mesmo durante o jantar. Dar uma chance para aquele homem que dizia amá-la e que no momento demonstrava atenção para com ela seria o certo? O ‘não’ parecia uma boa resposta, embora a razão falasse alto para que respondesse ‘sim’. Poderia ao menos tentar ter uma noite agradável com ele. Ela não poderia deixar Neji perceber qualquer indício de que ainda amava Shino se desejasse vê-lo vivo e em paz.

 

— No que está pensando?

 

Ela sentiu uma dor de cortar o coração quando a voz de Neji a fez voltar ao momento presente. Estava divagando sobre Shino novamente. Se perguntava se ele estaria jantando com sua nova namorada, como com certeza eles estariam fazendo se ainda estivessem juntos. Por fora ela até parecia calma, mas por dentro estava um verdadeiro embolo de dúvidas. O que ouvira da irmã voltou à sua lembrança e seus pensamentos floresceram em confusão: ignorava a notícia de que Shino seguiu em frente e continuava guardando um amor impossível ou ouvia a razão de seguia em frente e como consequência tentaria abrir um espaço no coração para Neji? Não sabia o que fazer, ainda mais agora que estava passando um momento tão agradável com o esposo.

 

Em nós. — Mentiu.

 

Que bom. — Ele alcançou a mão dela.

 

— Sabe... Eu sempre tive uma queda por você. – Ele massageou as costas da mão dela, olhos perolados fixos. — Desde que te vi pela primeira vez no seu aniversário de três anos.

 


Notas Finais


Olá! Tudo bem?!

Bom, essa é uma das conversas mais difíceis que eu já tive por meio de notas nessa minha vida, porém ela é esperada e necessária há algum tempo.

Como diria Jack o Estripador: “Vamos por partes!”

I) Primeiro, como já devem ter visto no começo do capítulo, não incluí o nome da Fran porque a partir de agora vocês terão apenas a mim. Sim, só eu. Foi uma decisão que a própria Fran sugeriu em nossa última conversa e chegamos até ela puramente por um agravante: o tempo! Não tínhamos tempo para atualizar/escrever juntas.

Resumidamente, quando iniciamos Agalma estávamos em uma fase bem diferente dessa de agora. Se não me engano a Fran ainda estava cursando o curso superior dela, e eu estava no início do meu... logo em seguida veio a vida adulta, trabalho, vida conjugal, etc... e eu, principalmente, me distanciei da escrita.

Em consequência da saída da Fran, como já devem esperar, com certeza a fanfic não terá a mesma qualidade de antes, tendo em vista que a Fran é maravilhosa e eu não chegaria nesse estágio e muito menos cairia no gosto de todos vocês se não fosse pelo talento e o zelo que ela possui e empregou aqui em Agalma. A Fran é extraordinária e conseguiu expressar com clareza e sensibilidade tudo que eu tentei passar pra ela quando falávamos sobre o que colocar em cada capítulo até aqui. Sem contar que, caso vocês não saibam, ela fez disso uma profissão também e tem até um blog literário! Confiram!

Sem mais delongas nesse tópico, o que eu quero pedir é que vocês não desistam de mim.

II) Os capítulos serão menores. Sim, serão menores, mas isso vai acontecer porque quero manter uma frequência de postagem e capítulos muito extensos dificultam a minha vida, e consequentemente a de vocês, porque demoram mais pra sair do forno. Não obstante, mesmo que menores, teremos mais capítulos.

III) Modifiquei algumas coisas do que tinha planejado para o decorrer da trama e espero que vocês gostem.

Pode ser que alguns não tenham percebido, mas mudei algumas coisas no enredo que não encaixavam (exemplo: a profissão do Neji que era embaixador e agora é CEO), bem como excluí o trailer, tendo em vista que decidi mudar o enredo, não faria sentido.

No mais, não teve muita mudança nos capítulos passados não. A essência continua a mesma.

Só digo que irei me dedicar para fazer valer o tempo que vocês gastam comigo!

Sem mais,
Obrigada por terem lido mais esse capítulo!
Atenciosamente, Pearl-chan.


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