1. Spirit Fanfics >
  2. Agnosthesia >
  3. Capítulo trinta e cinco: I of the mourning

História Agnosthesia - Capítulo trinta e cinco: I of the mourning


Escrita por: MidoriShinji

Capítulo 35 - Capítulo trinta e cinco: I of the mourning


Eu me joguei no colchão do hotel, me sentindo exausta, mas de um jeito bom: era um cansaço recompensador, de estar fazendo alguma coisa que se gosta até o limite, e nem me importava com os barulhos que a Ino e a Sakura faziam, conversando alto, rindo e brigando por qualquer besteira. Gostava demais daquelas duas, e do Naruto e do Sasuke também, que estavam no quarto ao lado, e de como nós sempre nos divertíamos. O dia de amanhã seria especial, e eu não conseguia nem pensar em descansar tendo em mente o show, minha mente vagando a mil por hora: como seria amanhã? Qual seria a faixa de abertura? Qual seria a faixa de encerramento? Será que tocariam alguma das minhas favoritas? Será que a gente conseguiria pegar a grade?

— E aí, como foi a viagem de vocês? — a Sakura perguntou, com um tom por trás de sua voz que eu não gostava nadinha, porque entendia o que ela queria dizer com isso.

A Ino se juntou à brincadeira e me fez querer morrer. — Você não quer trocar de quarto com o Naruto não, Hinata?

— Eu vou jogar vocês duas pela janela, isso sim. — reclamei sem me deixar levar mais que isso pelas provocações. Às vezes esqueço que não somos mais as mesmas crianças de antes, que continuam fazendo brincadeiras bobas, porque em momentos como esse, parece que ainda temos doze anos e eu me sinto tão envergonhada e desajeitada quanto era naquela época, sem experiência de tudo e muito mais ingênua do que me permitia demonstrar. Tudo isso só me lembrava da situação com o canalha do Kiba, inclusive nos bilhetes…

Eu congelei só de pensar neles, e no que o Sasuke havia me dito mais cedo, e também em como aquilo havia me feito pensar… Acho que as duas perceberam que tinha alguma coisa errada pela minha cara, e quando dei por mim, ambas estavam sentadas do meu lado, parecendo meio preocupadas.

— Eu vou precisar bater no Sasuke? Ele fez alguma coisa ruim contigo? — Sakura já se adiantou. Ela era exatamente esse tipo de pessoa, que tomava os problemas em suas mãos (literalmente) e considerava “justiça” e “resolução” os nomes dos seus punhos, e não podia negar que muitas vezes esse tipo de solução havia me ajudado, mesmo que não da maneira que imaginávamos. Entre erros e acertos, crescemos assim.

A Ino iria ajudar, obviamente, porque ela também era esse tipo de pessoa que, se você dissesse “vamos?”, ela sempre responderia “vamos!”, sem nem pensar nas consequências. A lealdade dessas duas era algo admirável, de verdade. — Eu seguro e você bate, Sakura?

— Não, não é nada disso, sabe? Ino, lembra dos bilhetes que eu andei recebendo? Foi o Sasuke quem mandou. Ele me disse. — falei, sentindo um aperto no coração por causa disso. Eu ainda não conseguia acreditar, nem aceitar também, porque eu era sempre assim, estava sempre argumentando contra tudo e contra todos, e precisava sempre dissecar tudo que eu acreditava até não acreditar mais. Se eu não encontrasse as falhas e esgotasse as possibilidades de erros, não me sentia satisfeita: característica admirável para quem faz ciência, atormentadora na vida real.

Ela soltou um gritinho, e a Sakura, que acabou entendendo que bilhetes eram esses só pela reação, se juntou na comemoração. As duas me abraçaram, por mais que eu não parecesse feliz e sim angustiada, e a Sakura entendeu por que, afinal, ela me conhecia como ninguém… — Hinata Hyuuga, minha amiga mais linda, mais inteligente, mais interessante e mais adorável desse mundo… Eu sei exatamente o que você está pensando, em como ele deve estar te zoando, e eu sei que é mentira, é paranoia sua. E como eu sei disso? Não vou nem dizer que é a minha intuição, porque você, sua cientista doida, não acreditaria nisso e tentaria me provar o contrário… Eu sei porque eu vejo como ele te trata, e eu imagino que deve ter sido exatamente assim que o Darcy olhava para a Elizabeth Bennet, ou pelo menos deveria ter olhado, se não fosse bobo. Você precisa acreditar.

Droga, Sakura. Você não pode usar o melhor casal da ficção contra mim desse jeito… Esse é o problema dos melhores amigos, eles sabem exatamente como te convencer a fazer alguma coisa, sabem exatamente quais são os seus pontos fracos e como usá-los contra ti. — E eu quero acreditar. De verdade.

(...)

O dia seguinte passou voando, em meio às expectativas, e eu não conseguia me concentrar em nada só antecipando o que viria à noite… Há muito tempo não sentia essa ansiedade, essa expectativa, aliás, ouso dizer que nunca a senti nessa intensidade, de fazer meu coração palpitar ao mero pensamento. Enquanto entrávamos no estádio, acabei percebendo que nós, eu e o Sasuke, nos perdemos do resto do pessoal e entendi exatamente o que eles queriam com isso, e o quão proposital isso era, com uma rápida troca de mensagens. Ele não parecia muito preocupado com isso também, então deixei para lá, sem tentar estragar os esforços monumentais de todo mundo para me ajudar nessa situação... O estádio rapidamente se enchia e fomos empurrados contra a grade, ficando pertinho do palco, algo que eu desejava tanto, tanto, tanto...!

As luzes se apagaram, e de repente o instrumental da primeira faixa começou a tocar. Eu nunca tinha estado em um show antes, e não conseguia pensar em uma maneira melhor de mergulhar nessa experiência do que ao ouvir os primeiros acordes de “I of the Mourning”.


Notas Finais


O capítulo de ontem não saiu por motivos de força maior, e saber que esse é o penúltimo dessa história o torna um pouquinho mais especial.

A música citada, "I of the Mourning", é do Smashing Pumpkins. Óbvio. E já está na playlist também! https://www.youtube.com/playlist?list=PLR0s4_KFNkXpY91Ip3-psF-d7gGCUr4Qt


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...