História Agora somos dois - Primeiro medo

 O resto da semana passou voando, e enfim chegou o tão esperado domingo, na segunda de manhã o ônibus sairia da escola, e chegaria a praia pela tarde, já que o local era um pouco longe, então a turma ficaria terça, quarta, quinta e sexta, voltando na sexta a noite, todos estavam muito empolgados, seria a melhor semana do ano, e a supervisão dos professores estaria bem diminuída, então eles teriam muitas aventuras. 
 Uraraka arrumava sua mala, com as coisas que teria que usar no local, trocas de roupas, o biquíni, protetor solar, escova de dentes, shampoo e condicionador, estava tudo lá, mas a ansiedade da castanha era tanta que ela já havia revisado e conferido tudo umas três vezes, ela não queria esquecer nada. 
 -- Eu quero que o dia passe logo -- ela falou para si mesma se jogando na cama. 
 -- Então vamos fazer ele passar -- Ela escutou uma voz grave vindo da porta de seu quarto 
 -- Bakugou?  O que você tá fazendo aqui e como entrou?  -- A castanha falou se assustando ao ver que o loiro estava bem ali, em seu quarto 
 -- Sua mãe me deixou entrar, e eu vim te buscar para comprar algumas coisas pra levar na viagem -- ele explicou entrando no quarto e sem jogando na poltrona que ela tinha ali 
 -- E quando isso foi decidido?  -- uraraka perguntou se sentando na cama 
 -- A três dias, você se esqueceu?  -- Bakugou perguntou com uma cara séria 
 -- Acho que sim -- a castanha falou com um riso --entao vou me arrumar 
 -- Vai lá, te espero aqui -- Ele respondeu se espalhando na poltrona, como se fosse um sorvete derretendo 
 Uraraka pegou uma peça de roupa e se dirigiu para o banheiro, colocando um short e uma blusa branca que fazia um laço na frente, ao voltar para o quarto, ela recebeu um olhar fixo e penetrante de bakugou, o que fez ela se arrepiar por inteira 
 -- O-o que foi bakugou?  -- Ela perguntou enquanto pegava sua bolsa. 
 -- Nada -- o loiro respondeu se levantando -- vamos?  
 -- Vamos -- uraraka falou o seguindo para fora. 

                              ~…~ 
HORAS ANTES :
 
 -- O que eu tô fazendo da minha vida?  -- Bakugou perguntou olhando para o teto 
 -- Bom, você está tentando ajudar uma amiga -- kirishima respondeu sentando no sofá do quarto do loiro 
 -- Não estou falando disso retardado -- Ele respondeu -- acho que eu devo estar com sérios problemas 
 -- Em relação a Uraraka?  Acho que não, ela parece gostar de você -- o ruivo falou casualmente 
 -- Parece?  -- O loiro perguntou ainda olhando para o céu 
 -- cara só cego não vê, ela gosta de estar com você -- Kirishima disse com um olhar desacreditado -- se eu fosse você, aproveitaria a oportunidade, ao que parece tem gente querendo se declarar para ela. 
 -- Tô sabendo -- Bakugou falou se sentando -- mas do que adianta eu ajudar ela, depois dizer que gosto dela para destruir tudo o que a gente conseguiu?  
 -- A verdade, o panaca vai se mudar depois da formatura -- ele falou rindo -- então você vai deixar que outra pessoa a tenha?  
 -- Eu nem sei se gosto dela! Apenas a estou ajudando, porque acho errado ela não se ver da forma que realmente é -- o garoto falou se levantando da cama 
 -- E a gente faz isso quando gosta de alguém -- o ruivo falou sarcástico, para logo ficar sério -- por que não faz um teste?  
 -- Que tipo de teste?  -- o loiro falou olhando para o amigo 
 -- Durante essa semana, deixe tudo numa boa, deixa o midorya se declarar e veja como você se sente, se sentir ciumes ou causar ciumes nela , já sabe -- kirishima falou se levantando -- se preferir comece a tentar de agora, não esquece a lista de compras 
 -- Eu não sei se você é um gênio ou apenas um idiota mesmo. 
  
                          ~…~ 

 Bakugou e Uraraka entraram no mercado com um carrinho, a garota conversava de uma maneira bem animada, enquanto o loiro apenas a observava, ele não fazia idéia de como as coisas tinham chegado naquele ponto, tudo o que sabia era que queira ver mais daquele sorriso. Enquanto eles pegavam assim coisas que estava na lista, vez ou outra eles se olhavam profundamente, um pedido silencioso por respostas. 
 -- Olha palhaços -- bakugou falou casualmente 
 -- Onde?  -- A castanha perguntou assustada 
 -- bem ali na frente -- o loiro falou sério -- por que? 
 uraraka nada disse, apenas se virou de costas e começou a andar na direção contrária à que bakugou apontava, mas foi surpreendida por uma mão em seu ombro 
 -- Ei cara de Mochi, você tem medo de palhaços?  -- O loiro falou com uma risada maligna 
 -- T-tenho -- a castanha respondeu com as bochechas avermelhadas. 
 -- Então vamos superar isso agora -- Bakugou a pegou pela mão a levando na direção do palhaço -- pelo que eu me lembro, na sua lista tem o item de superar dois medos. 
 -- Sim, mas não precisa ser agora Bakugou -- Uraraka falou tentando evitar o homem pintado 
 -- uma garota que fez uma tatuagem, não consegue enfrentar um homem fantasiado?  -- O loiro perguntou a desafiando 
 a castanha respirou fundo, e olhou para ele procurando em seus olhos a força que ele sempre lhe dava, e ali estava ela, a esperança de que tanto precisava, aquilo que lhe fazia caminhar para frente. 
 -- Certo, mas promete não soltar minha mão?  --  Ela perguntou endireitando a sua pequena mão na mão dele.
 -- Prometo -- Bakugou disse com um sorriso 
 O palhaço era um funcionário do mercado, que oferecia amostras grátis aos clientes, mesmo sendo alguém que trabalhava lá, era quase impossível para Uraraka não sentir medo, afinal havia pego fobia de todos aqueles filmes de terror  em que o palhaço era mal, a castanha se recordou de quando era criança e um palhaço tentou lhe oferecer um doce, ela apenas correu chorando em direção a sua mãe, e ali estava ela, tentando enfrentar um palhaço. 
 Ao se aproximarem, Uraraka cravou suas unhas na mão de Bakugou, em um instinto de defesa para amenizar o medo, o funcionário sorriu para ela e lhe ofereceu uma amostra de um doce, a castanha se esforçou para sorrir e pegar o mesmo, sem que sua mão livre tremesse. Bakugou contia o riso, ele sabia que aquela era uma fobia complicada, mas ainda assim, ver a forma que o rosto da garota ficava vermelho quando estava com medo, a mesma parecia com um tomate. 
  -- E aí morreu?  -- O loiro perguntou rindo quando já estavam afastados 
 -- Não, mas quase -- Uraraka respondeu respirando fundo -- desculpe pela mão 
 -- Tudo bem -- bakugou falou com um sorriso, e soltando a mão dela, mas se surpreendeu quando a castanha tomou sua mão novamente 
 -- Podemos ficar mais um pouco assim?  -- ela perguntou com as bochechas avermelhadas pela vergonha 
 -- S-sim -- O loiro respondeu olhando as prateleiras para evitar que fosse visto corado. 
 Os dois terminaram as compras e seguiram em direção a cafetaria, para a castanha o dia estava bem divertido, e para bakugou esclarecedor.