História Agridoce Destino - Capítulo 10

No caminho para a casa dos meus pais, eu mal disse alguma coisa, prestando atenção no trânsito e em Alexa que parecia tensa, mas ainda assim, cantava lindamente algumas musicas latinas que tocavam no radio, me dando uma pequena amostra de sua língua fluente, espanhol.

—  Belo idioma e bela voz, Alexa. — Ela franziu o cenho e sorriu timidamente.

— Obrigada, senhor Blake eu...

— Não precisa me chamar de Blake, Chase é melhor. — A cortei. Ela assente e eu a observo de canto de olho.

— Tudo bem...

[...]

Finalmente chegamos a casa dos meus pais. Alexa caminha ao meu lado parecendo apreensiva, até mesmo acuada.

— Não se preocupe, Alexa. Eles são pessoas boas, o chato da família sou eu. — Ela reprimiu um sorriso e pareceu mais relaxada assim que alcançamos o portão bem cuidado da minha família.

Entramos na casa dos meus pais que por sinal estava aberta, Alexa analisava cuidadosamente o local, até atravessarmos o outro lado, aonde ficava o pequeno quintal da família Blake.

— Ei, Chase meu sobrinho, até que enfim! — Suspirei travando a mandíbula ao observar que o pequeno almoço de família se tornou agitado de mais com meus tios e seus quatros filhos, três homens e uma mulher da idade de Camille.

Dois deles com cervejas em suas mãos enquanto conversavam com alguns amigos da minha irmã Camille. Se eu soubesse nem teria cogitado a ideia de vir.

— Olá, tia Lila. — A minha tia sorriu observando Alexa com a testa franzida.

— Meu filho, Alexa! Chegaram bem na hora, seu tio Thomas e o seu pai acabaram de tirar esses assados da churrasqueira. — Minha mãe respondeu, empolgada.

— E essa linda moça, sua nova namorada? — Observei a Alexa após o absurdo que tia Lile disse.

— Nem pensar, ela é minha... amiga, Alexa Villar. — Alexa sorriu sem jeito ajeitando o cabelo atrás da orelha.

— Muito prazer, senhora Lila

— Minha tia abanou as mãos.

— Oh, nada de senhora, se é amiga do meu sobrinho, já faz parte da nossa família, não é Amélia? — Observei o olhar de conspiração entre elas e rolei os olhos.

— Vou deixar vocês a vontade, buscarei uma cerveja, quer alguma coisa, Alexa? — Ela me encarou com os olhos pavorosos sabendo que a deixaria com a minha tia e minha mãe, mas era preciso, primeiro, eu tinha que preparar o terreno com a minha irmã e com meus primos.

— Tudo bem, eu... quero um suco. —Tia Lila aplaudiu nos causando confusão em nossas feições, até mesmo na da minha mãe.

— Que bonitinha, ela nem se quer, bebe! Venha gracinha, a tia Lila busca para você. — Minha tia enganchou o braço com o de Alexa a arrastando dali junto com a minha mãe, que com certeza, quis ficar longe do meu esporro.

Caminhei até meu tio e meu pai que estavam jogando seu baralho enquanto assavam alguns hamburgueres e vegetais.

— Meu filho! Até que enfim resolveu aparecer, sente-se, preciso saber como anda a vida já que tem um mês que meu filho me abandonou! — Meu velho me abraçou, reclamando em um tom brando. Eu retesei. Odiava demonstrar qualquer sentimento de afeto desde que perdi Maya.

— Está tudo na mesma, pai.

— Pelo visto ele trouxe uma linda companhia. — Tio Thomas piscou para mim e eu revirei os olhos colocando as mãos dentro do bolso da jaqueta. Ok Alexa estava certa. Eles estão confundindo tudo e isso está sendo embaraçoso.

— Alexa é minha funcionária e minha amiga, por isso a trouxe comigo. — Tio Thomas assentiu, pelo menos ele e papai eram mais comedidos que minha tia Lila e minha mãe.

— Compreendemos rapaz. Senta aí, vamos jogar uma rodada. Seu velho está ganhando de mim! — Tio reclamou e eu abri um pequeno sorriso para eles.

— Depois eu jogo, preciso cumprimentar aquela turma sem juízo ali. — Eles assentiram voltando suas atenções para o jogo na mesa.

 Após cumprimentar meu pai e meu tio, caminhei até a turma jovem da família que conversavam em meia as gargalhadas e as bebidas.

— Mano! Que saudade de você! — Camille se jogou em meu braço enquanto os outros me cumprimentavam a distância.

— Pelo visto o nosso priminho finalmente superou a vida e trouxe uma linda companhia essa tarde. — Observei meu primo Oliver observando Alexa com os olhos interessados.

Oliver e eu temos a mesma idade, a diferença é que ele é um cara que leva a vida na brincadeira fodendo qualquer boceta que dá sinal verde para ele.

— É, mano! Ela realmente é muito bonita! Me conta quem é ela? — Minha irmã bateu de brincadeira contra meu peito e eu suspirei.

— Você tem um tempo lá dentro? — Ela assentiu franzindo o cenho.

Assim como Lindsey, Camille era meu ponto de apoio quando eu precisava desabafar, ela é minha irmã mais nova com diferença de 1 ano e meio apenas.

[...]

— É sério isso? Você está cismado com uma mulher que aparentemente parece inofensiva? — Camille perguntou enquanto se encostava na ponta da poltrona dentro do escritório pouco usado do nosso pai.

— Só peço que repare bem nela hoje, qualquer atitude suspeita, você me conta. — Camille gargalhou.

— Mano, você me disse que puxou a ficha criminal dela e não consta nada de errado. Sério, acho que você tá procurando pelo em ovos com medo de uma atração estar afetando esse comportamento irredutível que você adotou depois da morte de Maya. — Suspiro fechando o punho em tensão.

— Não é isso, eu percebo que ela se assusta, parece com medo de alguma coisa... não sei. — Camille sorriu.

— Pode deixar, meu irmão. Sabe que faço qualquer coisa por você e sim, ficarei de olho na Alexa. — Assinto mais tranquilo.

— Obrigado, sabia que poderia contar com você. — Ela assente.

— Agora vamos aproveitar o almoço antes que a sua... amiga suspeite de algo. — Ela pisca e eu sorrio levemente a seguindo para fora dali.

[...]

Assim que chego no quintal, observo Alexa morrendo de rir para algo que Oliver estava contando.

Apertei com força o copo em minha mão enquanto observava Oliver invadir o espaço pessoal de Alexa.

Aquilo me incomodava de alguma maneira, Oliver não presta e Alexa, bem, eu não sei o que pensar, a única coisa que sei pensar é por que caralhos isso está me incomodando?