ALEXA VILLAR
Lentamente abro os olhos e deslizo a mão pelo lado esquerdo da cama. Sorrio sentindo Chase deitado de costas para mim. Me ergo um pouco e percebo que ele dorme calmamente em minha cama.
Me viro novamente, mordendo o lábio lembrando do sexo insano no sofá, no banheiro e por ultimo no quarto, no meu quarto. Chase ainda não me convidou para o quarto dele, mas eu respeito. Ele já deu um grande passo, não quero força-lo a coisas que ele ainda não esteja pronto.
Sinto a cama se mover e Chase se encaixa em meu corpo por trás dormindo de conchinha. Observo seus braços fortes e respiro fundo absorvendo o cheiro delicioso de sua pele. Eu sei que deveria me conter, sei que estou aqui apenas para uma missão, mas o coração começa a querer não obedecer a razão, esse homem está me envolvendo e apesar das circunstâncias, eu estou amando cada segundo ao lado dele.
Mesmo que isso dure até a minha missão...
[...]
Sinto meu coração se apertar e percebo que estou dentro de um container em algum píer. Joe me mandou para cá, mas eu não faço a mínima ideia do motivo...
— Até que enfim chegou, princesa. — Me viro rapidamente para a direção da voz e vejo Joe segurando Ava que chora em seus braços. — Eu engulo seco sem entender o motivo de ele estar com a Ava no colo.
— Joe... por que a Ava está aqui? — Seu sorriso sombrio, me faz sentir calafrios e um aperto no peito.
— Você sabe, Alexa! Você sabe o nosso trato e eu te dei um prazo! — Coloco a mão na boca horrorizada e meneio a cabeça sem parar sentindo meus olhos arderem.
— Joe, calma! Não é assim, você sabe que não é fácil seduzir o detetive. Eu acabei de transar com ele, estou prestes a conseguir o que queremos juntos.
— E depois nós vamos embora daqui, certo? — Assinto tentando ganhar tempo para evitar a tragédia.
— Isso! Você sabe, eu amo você, não ele. Sabe que estou usando-o para conseguirmos a prova e dar o fora desse país! — Ouço barulho de palmas vindo do meu lado e arregalo os olhos observando Chase com os olhos flamejados de ódio.
— Então você me enganou, Alexa? Você está junta desse bandido vocês mataram a mulher da minha vida!
— Chase! — Eu tento argumentar, mas Chase mira o revolver na minha direção com a mão tremula. Eu ergo as mãos, desesperada enquanto ouço Ava chorar de desespero me chamando.
— Eu disse que mataria quem for que fosse que acabasse com a minha vida, e vocês dois fizeram isso! — Balanço a cabeça negando.
— Isso não é verdade! Me deixa explicar! — Chase sorri com os olhos cheios de lagrima e derruba uma.
— Não tem explicação, sua vagabunda! Você vai morrer agora! — Fecho os olhos e ouço um disparo. Respiro ofegantemente e abro os olhos lentamente percebendo que ainda estou viva e não sinto dor.
Observo o ambiente chocada. Joe matou Chase.
— Chase, não! — Corro na direção dele e me jogo sobre seu corpo sem vida caindo no chão sujo do container. Minhas mãos tremem, um enjoo forte vem e eu choro copiosamente sobre o peito ensanguentado de Chase.
— Por que você veio atrás de mim, meu amor! Eu estou apaixonada por você, seu idiota! Vive! Vamos, você precisa voltar para mim. — Tento reanima-lo fazendo uma massagem cardíaca em Chase, em vão. A gargalhada nojenta e alta de Joe corta o ar e eu fecho os olhos.
— Olha só... então você gostava desse babaca, que bom saber disso. Sabe, achei pensando melhor, já que você quer tanto ficar com ele... — Arregalo os olhos quando vejo Joe mirar o revólver na minha direção com Ava chorando desesperada.
— Não faz isso!
— Morre, maldita!
— NÃO! — Grito tão alto que sinto minha garganta queimar. Ouço meu nome ao longe e alguém me sacodindo. Aos poucos vou me dando conta de que tudo não passou de um maldito pesadelo.
Meu corpo está carregado de suor e meus olhos ardendo em lágrima, meu coração parece estar na garganta de tanto que bate. Chase me encara carregado de preocupação.
— Eu estou aqui, Alexa. Calma.... Shhh... — Chase me abraça e beija o topo da minha cabeça diversas vezes tentando me acalmar. Deslizo a mão sobre seu braço nu. O pesadelo parecia tão realista que estou em choque...
[...]
Chase me senta à mesa da cozinha e me entrega um copo cheio de água. Ele arrasta uma cadeira e se senta ao meu lado acariciando minha coxa.
— Está mais calma agora? — Assinto sem dizer uma palavra. — Beba a água, está com açúcar, para acalmar você. — Ele me entrega o copo e eu tomo um gole da água no automático.
— Foi horrível, Chase. — Primeira palavra que digo depois que acordei do pesadelo. Chase apanha minha mão e deposita beijos entre meus dedos.
— Eu imagino, você deu um grito angustiado, quer falar sobre isso? — O encaro e dou um longo suspiro, meneando a cabeça.
— Prefiro tentar esquecer. Odeio pesadelos ainda mais da forma que... deixa pra lá.
— Eu entendo. O que quer que seja, não vai acontecer porque eu estou aqui, para protege-la. — O encaro com os olhos carregados de culpa. Mal sabe Chase que estou agindo pelas costas dele, não porque eu quero, mas porque sou obrigada. As lagrimas vem com força novamente e Chase me abraça.
— Me desculpa.
— Ei, não precisa pedir desculpa... eu entendo que não queira contar o que sonhou. Não se preocupe. — Chase beija meu rosto e eu me sinto mais mal ainda. Eu pedindo desculpa por estar praticamente traindo a confiança dele enquanto ele ingênuo, acha que pedi desculpa porque não quero contar o maldito pesadelo...
Ah, O que esse terror de pesadelo quis transmitir para mim?
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