1. Spirit Fanfics >
  2. Ain't my fault! >
  3. Ain't my fault you keep turning me on!

História Ain't my fault! - Ain't my fault you keep turning me on!


Escrita por: EchteLiebe

Notas do Autor


Consegui voltar rápido! AHUEHEAUEHUEAHAEUHEAUHEA
Até que enfim to conseguindo corresponder ao que minhas leitoras pedem! Espero que gostem do capítulo.
<3

Capítulo 4 - Ain't my fault you keep turning me on!


A sala está transformada. Tem um colchão no chão, bem em frente ao sofá, e todas as almofadas que temos estão jogadas em cima dele. O sofá está abarrotado com as coisas que trouxemos do supermercado e mais alguns petiscos novos que o Reus provavelmente comprou depois que eu dormi. Em frente a tudo isso, um criado mudo está sendo improvisado como suporte para uma televisão tela plana de umas 40 polegadas, que está conectada a um notebook e mostra a página inicial do Netflix. WOW. Ele realmente preparou tudo isso só pra assistir a uma maratona de séries comigo?

“Humm... Reus?” – Chamei, meio incerto. A porta do banheiro se abriu um pouco atrás de mim e ele surgiu, parecendo extremamente sem jeito.

“Oi.” – A voz dele saiu baixinha e eu me virei para olhá-lo. – “De onde veio essa televisão?”

“Ah!” – Ele pareceu aliviado com a pergunta, então deu alguns passos e ficou bem ao meu lado, observando a sala também. – “É do Auba.”

AAAAAAAAAAAAAAAAh Sim! Do Auba! Agora tudo está claro.

“Quem é Auba?” – Tentei não ser estúpido, mas acho que minha voz saiu meio irônica de qualquer maneira.

“Nosso vizinho...?” – A resposta veio quase em tom de pergunta e ele me olhou de um jeito engraçado, parecendo espantado.

“Ah, o idiota que ouve rap no último volume em dias letivos?” – Meu Deus, eu pareço um tiozão de 40 anos. Mas o cara atrapalha meu sono todos os dias, e eu sou muito, muito chato quando não consigo dormir.

“Ele é gente boa pra caralho.” – O tom de voz do Reus saiu bem defensivo, como se eu tivesse ofendido a mãe dele. – “Ele é meu melhor amigo, nós estamos na mesma turma.”

Só podia ser melhor amigo dele. Os dois são idiotas e combinam.

“Hum.”

“Eu contei que íamos fazer maratona de Narcos e ele ofereceu a televisão, inclusive me ajudou a trazer até aqui.” – Reus deu um sorrisinho de canto, satisfeito com ele mesmo pelo trabalho. Tenho que reconhecer, o arranjo ficou legal. Não vamos ter que ficar segurando o notebook no colo e nos espremendo para dividir uma tela pequena.

“E ele não quis assistir também?” – Me virei para olhá-lo e reparei que está começando a ficar corado. Ele passou os dedos pelo cabelo e olhou para todos os lados, menos pra mim.

“Eu... eu meio que disse que era algo só pra nós dois, sabe?” – Ele gaguejou.

Só nós dois? Como assim só nós dois? “Só nós dois”, tipo um encontro entre duas pessoas? Só duas pessoas? Ele e eu? De repente me sinto extremamente consciente da minha situação. Estou vestindo uma regata branca velha, um samba canção e minha cara provavelmente está toda amassada e com rugas do travesseiro. Meu cabelo despenteado provavelmente também contribui para o look de mendigo fino.

“Você ainda quer assistir?” – Ele parece inseguro, como se a qualquer momento eu fosse rejeitar sua presença e manda-lo sumir. Faz seis meses que moramos juntos, for God’s sake! Tudo bem que não conversávamos, mas não posso exatamente coloca-lo para fora de casa... ou posso?

“Vamos, Reus!” – Dei alguns passos em direção ao sofá, mas fiquei em dúvida sobre o que fazer. Sento no sofá? Sento no colchão? Não sento?

“Eu arrumei isso aqui para ficarmos mais à vontade!” – Ele se abaixou em direção ao colchão e se sentou primeiro, ajeitando uma almofada atrás das costas e usando o sofá como apoio.

“Quer que apague a luz?” – Engoli em seco ao imaginar o cenário que a luz apagada causaria ali. Intimidade demais...

“Claro!” – Ele sorriu pra mim, e agora não tenho muita escolha a não ser seguir em frente e acatar minha própria sugestão. Apaguei a luz e voltei até o colchão, me joguei ao lado dele e usei uma almofada de apoio entre minhas costas e o sofá. Puxei uma segunda almofada com uma das mãos e a abracei em frente ao peito, usando-a como uma espécie de escudo que vai me salvar de qualquer constrangimento que possa ocorrer nessa sala.

Nada pode dar errado em apenas algumas horas, certo? Tudo vai ficar bem.

-

A série é realmente boa. Fazia tempo que eu não conseguia me concentrar em alguma coisa por tantas horas seguidas. Assistimos aos 5 primeiros episódios sem parar, mas então eu tive que me levantar para ir ao banheiro e acabamos fazendo uma pequena pausa para jogar conversa fora. Com a luz apagada.

Acontece que o Reus não é esse cara horrível que eu sempre pensei. Óbvio que também não é um santo perfeito, mas digamos que nós somos muito parecidos em vários aspectos. Ele é uma espécie de versão minha com uma grande quantidade de paciência e senso de humor. E ele também é um bicho social, do tipo que adora interagir com todos que estão em volta. Acho que o adjetivo pra isso é “extrovertido”. Eu sou mais quieto e prefiro alguns momentos de solidão de vez em quando. Quase sempre. Ultimamente tem sido sempre.

“Vamos continuar a série ou não?” – Terminei de mastigar um último salaminho BiFi e encarei o loiro ao meu lado. Nós estamos bem próximos e eu nem sequer havia notado. Ele chacoalhou a cabeça afirmativamente e depois sorriu.

“Sua vez de dar o play.” – Ele apontou para o notebook e eu revirei os olhos.

“Você é muito folgado, Reus.” – Me movi com certa dificuldade e ajoelhei no colchão, tentando alcançar o notebook com o braço esticado. Óbvio que não deu certo, então eu tive que engatinhar um pouco para conseguir encostar o dedo no touchpad e finalmente dar início ao episódio 6.

Acabo de me dar conta de que estou de quatro, com a bunda empinada e virada de frente para o Reus! E bom, pelo que eu consigo enxergar pelo canto do meu olho, ele está apreciando a vista.

Vergonha é a palavra que me descreve nesse momento. Vou ter que retornar ao meu lugar, me empanturrar com pipoca e fingir que nada aconteceu. Quando terminei de me ajeitar, um dos traficantes esvaziou os cartuchos de uma metralhadora em cima de um policial que tentava fiscalizá-lo. Dei um pulinho, assustado com os barulhos de tiro, e senti o Reus se sacudindo ao meu lado, aparentemente rindo da minha desgraça. Maldito.

“Reus, me passa a pipoca.” – Minha voz saiu mal-humorada e autoritária, como se ele tivesse a obrigação de me servir. Sem desgrudar os olhos da tela ou dizer qualquer coisa, o loiro passou a mão pelas coisas que estavam em cima do sofá e acabou encontrando o que eu pedi, mas não me entregou. Ele segurou o pote com uma das mãos, ligeiramente afastado de mim, e finalmente resolveu desviar o olhar da tela e me encarar.

“Eu passo, mas preciso te pedir uma coisa antes.” – Eu senti meu coração disparar no peito com o tom íntimo que ele usou comigo. A voz saiu rouca, quase sussurrada, e o fato de estarmos próximos não está ajudando em nada.

“O que?” – Minha voz saiu falha e eu pigarreei, tentando me recompor.

“Meu nome é Marco. Meus amigos me chamam por vários apelidos idiotas, mas você pode ao menos cortar a formalidade do sobrenome, caso não queira tanta intimidade assim.” – Eu juro que ele terminou de falar usando um tom sugestivo e desviou o olhar para a minha boca. Minhas pernas parecem ter amolecido e eu talvez não consiga mais formular uma frase coerente.

“Ok, R... Marco.” – Dei um sorrisinho sem graça e voltei a olhar para a TV. Não consigo ignorar o calor que invadiu meu peito agora há pouco, enquanto nos olhávamos. Eu prometi a mim mesmo que me manteria afastado e tentaria evitar qualquer tipo de relacionamento com o roommie. Mas parece que atração física é algo quase incontrolável. Eu sinto, mesmo enquanto tento negar.

O episódio prosseguiu, mas eu não consigo mais me concentrar em nada, só no garoto que está sentado ao meu lado. Me mexi diversas vezes, tentando achar uma posição melhor, mas foi em vão. Meu desconforto não é apenas físico. Tentei não parar de olhar para a Tv e usei os dois braços para ajeitar a almofada que está atrás das minhas costas, mexi o quadril e me ergui um pouco, buscando um apoio melhor. Nada.

Foi então que aconteceu. O Marco se moveu ao meu lado, ergueu o braço esquerdo e passou por trás dos meus ombros, apoiando-o no sofá. Com um toquinho gentil, mas firme, ele me puxou em direção ao peito dele, me oferecendo apoio e calor humano. Eu recostei contra seu corpo e por alguns instantes parei de respirar, com medo de fazer qualquer movimento brusco e acabar estragando a situação. Não é sempre que eu consigo me sentir confortável dividindo um espaço tão pequeno com alguém, ou melhor, apoiado em alguém. Eu me torno muito consciente de qualquer mínima reação, inclusive meus movimentos respiratórios e o peso do meu corpo.

Estava começando a relaxar, então algo roçou levemente a minha orelha e a voz do Marco soou dentro do meu ouvido, sussurrada.

“Melhor?” – Meu corpo inteiro se arrepiou e eu lutei contra o instinto de encolher o pescoço e o ombro para afastá-lo. O toque de seus lábios no lóbulo da minha orelha foi gentil, mas deixou uma impressão forte mesmo quando ele se afastou. É como se a região estivesse mais quente do que todo o restante do meu corpo.

“S... Sim.” – Gaguejei e ele pareceu satisfeito.

Fiquei imóvel por longos minutos, respirando superficialmente e sem prestar a mínima atenção no que está acontecendo na tv. Meus braços estão começando a doer, mas eu não quero me mexer agora. Ele parece tão relaxado e concentrado, que simplesmente não posso estragar isso. É, eu sei... tanto tempo lutando até contra um "bom dia", para me entregar desse jeito, todo arreganhado. Não estou entregue! EU VOU ME LIBERTAR DISSO AGORA!!!

Ele está terrivelmente cheiroso. Não sei se é o sabonete ou o desodorante, talvez uma combinação dos dois, mas caralho... que homem cheiroso. Eu preciso parar com os pensamentos inquietantes, talvez se eu comer mais um pouco dessa pipoca...

Enfiei a mão no balde e peguei um punhado entre os dedos, estava a meio caminho da boca, quando o uma risada sacudiu o peito do Marco e chamou minha atenção. Eu ergui um pouco a cabeça e o olhei, ficando com o rosto a milímetros do dele.

“Pra onde vai tudo isso?” – Ele riu de novo e esticou a mão para pegar um pouco de pipoca para si. Ergui uma das sobrancelhas e o encarei, meio ofendido, meio divertido.

“Para as coxas e o quadril.” – Dei de ombros e enfiei tudo na boca, torcendo para que a minha resposta fosse idiota o suficiente para fazê-lo rir.

“É... eu meio que notei.” – Ele terminou de engolir o que tinha colocado na boca e sorriu. Eu estava prestes a retrucar, quando a mão dele fez pressão contra a minha coxa. A princípio o toque foi sutil, mas o contato aumentou conforme ele comprimiu a palma e deu um aperto leve. Eu quase engasguei. Um calor irradiou pelo meu corpo e foi direito até a virilha, me causando pontadas de excitação quase instantâneas. Ótimo. 19 anos com hormônios de 16.  

A mão dele repousou na minha coxa, como se fosse a coisa mais natural do mundo, e eu preferi ficar em silêncio e manter o olhar fixo na televisão. Eu não quero rejeitá-lo totalmente, mas também não quero encorajá-lo a fazer nada. Talvez se eu tirar a mão dele daí... os dedos dele começaram a acariciar minha pele nua, e ele se aproximou perigosamente da barra do meu samba canção. O toque dele é gentil e suave, e eu não sei como agir. Minha pele está formigando nos lugares em que os dedos dele passaram e o meu estômago parece prestes a explodir com um milhão de borboletas. Isso é clichê pra caralho, mas não consigo pensar em outra maneira de descrever essa sensação. Ergui o olhar para ele, tentando compreender o que está acontecendo aqui, e foi então que nossos olhares se encontraram. Ele obviamente não está mais prestando atenção em nada. Seu rosto está totalmente inclinado em direção ao meu. Eu não sei o que dizer.

Meu corpo está reagindo por conta própria. O toque dele está me deixando excitado e isso provavelmente já está mais do que visível através do meu shorts. Nossas respirações estão audíveis agora, mas isso pode ser a proximidade... só sei que o ar parece mais pesado e o olhar dele está desnudando a minha alma. Como vou lutar contra isso? Não sei como, mas quando percebi, meu rosto já estava praticamente enterrado na curva de seu pescoço, meu nariz roçando a pele quente e macia. Eu estou cheirando a pele dele, totalmente maluco pelo odor característico que eu jamais senti antes. É quase como se o cheiro fosse exclusivamente apelativo pra mim.

Ele soltou um suspiro e segurou o meu rosto com uma das mãos, fazendo um carinho leve com o polegar na minha bochecha. Freaking God! Como eu vou reagir à isso? É demais pra mim. Ergui o olhar e, então, o Marco se inclinou em minha direção e começou a beijar meu pescoço. BEIJAR MEU PESCOÇO! ELE ESTÁ BEIJANDO MEU PESCOÇO. E eu gemi. Foi mais forte do que eu.

Sentir os lábios úmidos dele no meu pescoço é muito mais do que eu esperava... ele tem um jeito... os beijos estão subindo e agora posso sentir a língua dele tocando a minha pele. Minha respiração está ofegante e eu sinto a mão dele explorando minha coxa com ainda mais avidez. Ele subiu a barra do meu samba canção e está com os dedos muito próximos da minha virilha, enquanto a língua dele continua explorando a pele sensível do meu pescoço.

Eu me sinto como se pudesse explodir. Eu não sei se peço por mais ou se me afasto de uma vez e corro para longe daqui. Eu estou com muito tesão. Muito. Talvez seja porque estou na seca há meses. Ou talvez seja porque nós fomos feitos pra isso.

“Mario...” – A voz dele saiu cheia de desejo, e eu provavelmente não estou muito longe disso. Se eu tentar falar...

A mão dele subiu mais um pouco e apertou o meu pau, fazendo eu me sentir ainda mais louco de tesão. Meu corpo inteiro está pegando fogo, e eu estou ansiado por mais do que isso. Eu quero ficar nu com ele em uma cama... malditos hormônios!

Me afastei dele, sentindo a pele úmida na região em que ele me acariciou com a língua, então me desvencilhei de seus braços e dei um salto no colchão, ficando prontamente em pé. A cena toda em minha cabeça ficou ridícula, mas imagino que para o Reus seja ainda pior.

“Eu... hum... Preciso ir ao banheiro! Aliás, vou dormir! Boa noite!” – Saí correndo da sala, antes que ele pudesse me perseguir, mas quando cheguei à porta do quarto, consegui vê-lo e reparei que está com o rosto enterrado entre as mãos, visivelmente frustrado.

Senti meu corpo doer nos lugares errados, principalmente porque agora minha mente sabe que o desejo que estou sentindo não vai ser satisfeito. Eu preciso parar de me torturar. Eu preciso arrumar um lugar para ficar até que ele vá embora. Não vou mais conseguir ficar no mesmo cômodo que ele sem subir pelas paredes de vontade de transar até enlouquecer.

Meus hormônios estão em polvorosa e uma familiar sensação de culpa e vergonha está tomando conta de mim. Não podia ter me deixado levar desse jeito.


Notas Finais


Até o próximo, onde revelarei o que aconteceu na noite do jogo. :D HAUHEAUAEHUEHEUA


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...