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História Ain't my fault! - See you're too irresistible!


Escrita por: EchteLiebe

Notas do Autor


Finalmente o fim! UAHEUAEHAUEHA desculpem não ter aparecido no dia que prometi, mas fiquei sem internet e acabei viajando pra uma cidade vizinha com a minha amiga.
Espero que vocês gostem. <3
Obrigada de novo por todos os comentários e o apoio!
beijos.

Capítulo 6 - See you're too irresistible!


“Ele te...” – Andre interrompeu a fala para bocejar. – “...beijou e você fugiu?”

“Eu não fugi!” – Estou deitado no chão do quarto dele, em um edredom dobrado improvisado como colchão. Minhas costas doem e minha cabeça também, mas não é isso que está me impedindo de dormir. Essa parte da insônia fica à cargo do meu cérebro, que insiste em mostrar meus últimos momentos com Marco Reus todas as vezes em que fecho os olhos.

“Não. Você o empurrou, disse que ele estragou tudo, e o largou plantado feito um coqueiro no terraço da boate, antes de me ligar e pedir pra dormir no meu sofá.” – Falando assim, as coisas parecem muito mais dramáticas do que realmente foram. – “E detalhe: eu não tenho sofá!” – André bocejou de novo e essa última frase saiu toda bagunçada, mas com um tom quase ultrajado, como se a pior parte de toda a história fosse isso.

“Eu não...” – Eu não o que? Não corri feito um idiota quando o melhor beijo da minha vida terminou? Não fugi do cara?

“Do que você tem medo?” – Andre se mexeu na cama, virou-se de lado para me encarar, e enfiou uma das mãos por baixo de seu travesseiro.

“Medo?” – Cruzei as mãos em frente ao peito e encarei o teto branco.

“Sim. Você fez isso por que tem medo, certo?” – Eu deveria ter ido dormir na casa do Weigl. O Andre tem essa mania de questionar tudo e nos fazer refletir até encontrar um pensamento razoável.

“Eu namorei um cara por quase um ano. Loirinho, do tipo atlético, popular... eu era perdidamente apaixonado por ele.” – Comecei, sem saber ao certo se isso seria autoexplicativo ou não. – “Ele era ótimo comigo... Até que um dia conheceu alguém tão popular quanto ele, mais magro, menos cheio de curvas e com um senso de humor menos sarcástico.”

“E...?” – Andre bocejou e fechou os olhos por alguns instantes. Ele tem aula amanhã cedo e são 3 da madrugada. Eu deveria deixa-lo dormir, mas a angústia está me consumindo.

“Eu vejo um padrão! O Marco tem exatamente esse tipo físico, é extrovertido, descolado e popular. Tem vários peguetes espalhados por aí, homens e mulheres, e de repente, se tornou muito bom pra mim, entende?” – Mordi o lábio inferior. – “Eu não queria me apaixonar por ele, por que, provavelmente, ele encontrará uma opção melhor daqui a um tempo e eu vou ficar pra trás, me sentindo mal no meu próprio dormitório.”

“Hãn?” – Andre abriu um olho só.

“Imagine só, eu apaixonado e de coração partido, tendo que vê-lo entrar e sair todos os dias sabendo que vai se encontrar com outras pessoas nesse meio tempo que passa fora.” – Franzi o cenho para o teto. – “Eu encontrei um lugar onde me sinto bem, finalmente, e não estou disposto a arriscar tudo isso por causa de uma ficada que não vai dar certo.”

“Breaking News, Mario: Você já está apaixonado. Você não para de falar dele por um segundo sequer! Agora mesmo, está pensando nele e se lembrando de como foi beijá-lo. Você está com insônia por causa dele, e passou a última semana preocupado com o fato de que ele pediu para sair do dormitório. Você pode não ter percebido, mas esse cara sempre teve um lugar muito mais amplo na sua vida, do que você pensava. Todo aquele ‘ódio’ que você sentiu, era só um mecanismo de defesa para disfarçar a verdade. Você sempre foi atraído por ele, desde o primeiro dia. E agora que você se permitiu conhece-lo, mesmo que por apenas três dias, percebeu que além do tipo físico combinar com o seu gosto, ele tem uma personalidade que te atrai também.” – Andre bocejou, fechou os olhos e se mexeu na cama, me dando as costas. – “É isso! Boa noite.”

What? O filho da puta jogou essa bomba no meu colo e agora se virou na cama pra dormir? Como pode? Eu não estou com um pingo de sono e não quero ficar sozinho... vou olhar o meu celular. Conectei o 4G e instantaneamente recebi 12 mensagens no whatsapp. Meu coração disparou e estou ligeiramente preocupado. O que será que aconteceu? Será que o Marco conseguiu o meu número?

Nuri: Ou babaca, onde você foi?

Nuri: O Marco saiu atrás de você, mas não sei se vocês se encontraram.

Essas duas foram enviadas enquanto eu ainda estava na festa, provavelmente na hora em que o Marco me encontrou no terraço. Eu acabei não lendo na correria de ligar para o Andre e fugir de lá.

Nuri: Mario?

Nuri: O que aconteceu?

Nuri: O que você fez para o Marco? Ele está muito chateado, não fala coisa com coisa, e virou dois shots de tequila.

Nuri: Mario, você não vai voltar?

Nuri: Eu estou preocupado com você. O Marco saiu daqui dizendo que ia pra casa, mas ele está bêbado demais. Espero que ele chegue. Trate o menino bem, ele realmente gosta de você e está se esforçando.

Nuri: Marco acabou de me mandar uma mensagem avisando que chegou em casa e você não está. Caralho, Mario!

Nuri: Sério, onde você está?

As três últimas mensagens foram enviadas poucos minutos atrás.

Nuri: Mario, me liga.

Nuri: Me liga agora.

Nuri: Mario, pelo amor de Deus.

Digitei rapidamente uma mensagem pedindo desculpas pelo sumiço e dizendo que estou com o Andre. O Nuri está aparecendo online, então acho que a preocupação dele vai diminuir assim que conseguir ler.

Nuri: Agora você vai me contar direitinho o que aconteceu naquela balada! Nunca vi o Marco daquele jeito. E eu não te vi, mas desconfio que bem você não estava.

Mario: Nuri, desculpa, mas eu não quero falar sobre isso.

Nuri: Só um conselho de melhor amigo que te conhece há anos.

Nuri: Não deixa de viver por medo. Não deixa sua felicidade passar, Mars. Não fica pensando no futuro, pensa no que você vive agora. Se machucar faz parte e você levanta mais forte. E o Marco vale a pena. Arrisca.

Mario: Você sabe o que aconteceu, não sabe?

Nuri: Sei. E também sei de coisas que você não sabe.

Mario: O que você sabe?

Ok, eu sou um ser humano muito curioso. Muito. Meu coração disparou ao ler essa mensagem, e estou sentindo um incômodo irracional na boca do estômago.

Nuri: Não vou te dizer, você precisa descobrir. E o único jeito de descobrir, é deixando cair esse muro bizarro que você construiu em torno de si. Você se priva de viver por medo de sofrer, mas já parou pra pensar que isso também não te faz feliz? Não basta sobreviver, você tem que viver! Arrisca e quebra a cara. Depois do Marcel, você nunca mais se deixou ser feliz. Sofrer por amor dói menos do que sofrer pelo que você poderia ter tido.

Porra Nuri, textão as 3:30 da manhã? Minha vontade é responder com um emoji de joinha e arremessar o celular na parede. Principalmente porque eu reconheço que meu melhor amigo tem razão.

Mario: É. Preciso pensar. Preciso de um tempo.

Nuri: Pensa, Mars.

Nuri: Mas cuidado pra não ser tarde demais quando você se resolver.

Tá bom, tá bom. Odeio quando o Nuri tem esses surtos de irmão mais velho e me dá essas lições de moral. Vou tentar dormir. Amanhã vai ser um novo dia, talvez até melhor do que esse e menos complicado, tenho certeza.

 

-

 

Andre me acordou cedo quando saiu para a aula, então tudo o que me restou foi pegar um Uber para voltar pra casa. Ele não mora nos dormitórios da universidade porque herdou um flat dos pais, mas não tem praticamente nada de mobília. Aliás, nem parece que alguém mora naquele lugar.

Observei em silêncio as ruas de Berlim passando através do vidro do carro. O motorista tentou puxar conversa mais de uma vez, mas acho que minhas respostas secas o desencorajaram. A verdade é que eu estou com uma sensação estranha, uma espécie de aperto no peito, que está me deixando angustiado. É a primeira vez que sinto medo de voltar para o dormitório. Eu não sei o que vou dizer para o Marco quando ele acordar. Digo acordar, porque tenho certeza de que o encontrarei dormindo depois da noite de ontem. Espero que esteja sozinho...

Caminhei pelo corredor e demorei mais do que o necessário para abrir a porta, temendo o que me espera. O apartamento está estranhamente silencioso e a porta do quarto está aberta. Será que ele saiu? Eu sabia que esse babaca não dormiria em casa! Provavelmente encontrou algum idiota para satisfazer os desejos dele. Entrei no quarto vazio e puxei com raiva os lençóis da minha cama, pronto para deitar e dormir mais um pouco, mas me lembrei de que preciso de um banho. Estou meio fedido, eu acho. Cigarro, suor, balada e bebida. Me levantei e fui até o armário buscar uma troca de roupas, e foi então que reparei no cenário...

A cama do Marco está sem lençol e travesseiro. Seus tênis e chinelos não estão jogados ao lado da cama, como de costume. O que será que aconteceu? Abri o meu armário e peguei uma camiseta e uma cueca, estava indo até o banheiro, mas não resisti e acabei indo primeiro até o armário dele. Não vou fuçar, só quero ver se está... vazio!

Está vazio.

Completamente vazio.

Não tem nada aqui!

Meu corpo todo parece dormente e eu nem sequer reconheço minhas ações. Cheguei ao banheiro e estou com o armário aberto, mas não sei exatamente o que procuro. Não há nada aqui para procurar. Nada além das minhas coisas... barbeador, perfume, escova de dentes, sabonetes, pasta de dentes... tudo o que era do Marco sumiu!

O Marco sumiu!

Puta que pariu.

Meu coração acelerou e eu estou sentindo uma grande dificuldade para respirar, como se estivesse em algum lugar alto com o ar rarefeito. Ele foi embora! Hoje é segunda-feira, o pedido dele deve ter sido deferido e eu cheguei tarde demais. Tarde demais! As mensagens do Nuri voltaram à minha memória e eu me encolhi, com os olhos mareados e o peito apertado. Será que era isso que ele queria dizer? Eu vou ligar para o Marco agora e... e eu não tenho o telefone do Marco! Acabei de me dar conta disso.

Posso pedir para o Nuri. Mas se eu pedir ele vai me encher o saco, tenho certeza. Não sei o que fazer. COMO VOU ENCONTRAR O MARCO AGORA? E o pior... o que eu vou dizer quando encontra-lo? “Oi, volta pra casa comigo, não sei se te quero, mas não posso te deixar ir!” ou “Oi, eu te quero, mas não posso ficar com você porque tenho medo de sofrer, mas quero que você volte pra casa.”

Eu não sei nem por onde começar! Mas eu preciso encontra-lo antes que a reitoria envie outro cara para a vaga. Se eu for até o prédio de comunicação... ISSO! Eu vou até o prédio de comunicação, vou procura-lo nos corredores e vou... vou o que? Não sei! Vou até o prédio de comunicação e lá eu decido. Nem tomarei banho, pra não perder tempo. Vou correr fedido e suado em direção ao meu crush. Congrats, Mario Götze, você deveria ganhar um prêmio por ser tão idiota e se colocar sempre em situações que te fazem parecer ridículo.  Anyway... vou correr!

Passei rapidamente por todos os corredores do prédio de comunicação, mas não consegui encontrar o Marco e percebi que não conheço nenhum amigo dele, além da Scarlett e do Nuri. Ele é popular, mas eu não sou. Eu sou um zero à esquerda. Eu nunca vou achar o Marco aqui! E aí eu vou ter que conviver os próximos 3 anos com um novo idiota, que vai fazer coisas que me irritam o tempo todo no dormitório. E aí não vai mais ser meu safe place. Não vai ter o cheiro do perfume amadeirado do Marco, que fica para trás sempre que ele sai do banho de manhã. Não vai ter o barulho dele tropeçando quando chega bêbado das baladas. Não vai ter... o Marco. Suspirei e enterrei o rosto entre as mãos, praticamente desesperado.

Como vou encontrar Marco Reus?

“Ele provavelmente está na sala C1, a aula começa às 9.” – Ergui o rosto, assustado, e dei de cara com um menino desengonçado, que aparentemente estava passando pelo corredor. EU FALEI EM VOZ ALTA? REALLY?

“Hum... obrigado, eu acho.” – Ele fez um sinal de positivo e saiu andando, me deixando ali, sem fazer ideia de onde fica a bendita sala C1.

Após olhar em volta novamente e procurar por placas, descobri que C é no terceiro andar. Subi correndo as escadas, pulando dois degraus por vez, e tentei não entrar em pânico ao imaginar o que preciso fazer nos próximos minutos. Preciso encontrar o Marco e dizer que não quero que ele se mude de dormitório. Cheguei em frente à sala C1 e olhei no relógio, percebendo que faltam 15 minutos para a aula começar. Não custa nada olhar lá dentro, certo? O professor nem deve ter chegado ainda. Abri a porta e fui entrando, sem me preocupar em olhar antes, e foi então que uma voz me interrompeu.

“Pois não...?” – Estou paralisado. Vergonha não é o suficiente para definir esse momento. Estou no centro da sala de aula, com pelo menos 40 pessoas me olhando. 41, se contarmos o professor abismado que está parado com a mão erguida no ar, à meio caminho de escrever algo no quadro.

“Eu...” – Senti meu rosto pegar fogo com o acúmulo de sangue nas bochechas, e eu juro que estou com vontade de chorar por estar aqui, nessa situação. – “Eu... SALA ERRADA!”

Virei as costas e saí dali sem pensar duas vezes. Não tive tempo de ver as pessoas que estavam sentadas lá dentro, mas já sei que provavelmente a aula não começava as 9 como o idiota me falou no corredor. Eu não vou encontrar o Reus. Eu devia ter pedido o número dele para o Nuri, um sermão seria melhor do que essa vergonha que passei agora! Puta merda, como minha vida virou essa baderna? Que vergonha do caralho. Eu não quero existir! Quero que um buraco se abra embaixo dos meus pés e eu seja sugado pra baixo da terra! Que merd...

“Mario?” – Essa é a voz do Reus. Ele... OMG! Ele está parado atrás de mim.

Me virei e quase colidi com ele que, aparentemente, saiu da sala de aula onde eu acabei de passar a maior vergonha de minha humilde existência.

“Oh Thank God!” – Joguei meus braços em torno dele, criando uma situação estranha onde eu o abraço de maneira desajeitada e ele fica imóvel sem entender porra nenhuma.

“O que aconteceu?” – Marco perguntou, enquanto colocava uma das mãos no comecinho das minhas costas.

“Vamos pra casa, por favor!” – Eu me afastei e o puxei pela mão, sem dar tempo para que ele pensasse ou me respondesse. – “Eu preciso de você naquele dormitório.”

 

-

 

Cheguei e vim direto tomar banho, sem dar tempo para o Marco falar ou fazer alguma coisa. Nós fizemos todo o trajeto até aqui em silêncio e ele se sentou no sofá assim que entramos. O problema é que eu não trouxe roupa para vestir e provavelmente vou ter que passar pela sala usando apenas uma toalha em volta da cintura. Isso tudo é ótimo! Não basta estar emocionalmente vulnerável agora, tenho que estar seminu também! Terminei o banho, sabendo que não posso ficar mais de vinte minutos aqui adiando o inadiável, e resolvi me secar antes de enrolar a toalha e sair do banheiro.

Ainda não pensei no que vou dizer para o Marco, mas... eu só quero que ele volte pra cá, sabe? Sem complicações dessa vez, sem meu drama todo. Meu medo é ele ainda estar puto e rejeitar o meu pedido. Onde será que estão as coisas dele? Será que ele já arrumou lugar pra ficar?

Abri a porta e saí para a sala, dando de cara com o Reus, que se levantou do sofá e está andando em minha direção. E ele não está parando. Está chegando perto demais. Socorro. Se eu der um passo pra trás... eu encosto na parede. Fodeu. Reus, get back! Get back!

“M-M-Marco...” – Fechei os olhos e vou deixar rolar. Eu só espero que ele não me bata. Sério, eu não mereço apanhar. Eu fui atrás dele. Sério, se for pra me bat... oh! Eu acho que não vou apanhar. Ele meio que me abraçou e...

As mãos dele estão na minha cintura e eu estou sentindo sua respiração agitada muito próxima do meu rosto. Ergui as minhas mãos e as coloquei nas costas dele, um pouco acima da cintura, e o apertei de encontro a mim. Pra que resistir agora? Ele está esfregando o nariz no meu, e uma sensação de calor e... algo mais forte, está passando por todo o meu corpo. É possível sentir tesão e carinho ao mesmo tempo por alguém? Descobri agora que é.

Meu instinto me fez inclinar o rosto, e a próxima coisa que senti foi a boca dele se encaixando na minha. Trocamos uma série de selinhos com os lábios meio entreabertos, como se estivéssemos testando o sabor um do outro. O Marco tem um jeito todo especial de beijar, como se cada segundo fosse importante. Os lábios dele são molinhos, muito fáceis de beijar.

Eu quero beijar ele pra sempre!

As mãos dele estão subindo e descendo pelas minhas costas, me causando formigamento na pele, como se só isso bastasse para me excitar. A língua dele invadiu minha boca e nós estamos nos beijando um pouco mais rápido agora, mais famintos, mas ao mesmo tempo, aproveitando cada segundo do contato. Nossas línguas estão em perfeita sincronia e o Marco parece estar tentando explorar cada cantinho da minha boca enquanto eu o deixo ditar o ritmo. Minhas mãos desceram até a barra da camiseta dele e tonaram a subir por baixo dela, tendo contato direto com a sua pele morna. Meus movimentos são quase involuntários, automáticos, tudo por causa da ânsia que tenho de senti-lo mais perto. Como resisti ontem? Eu já não sei mais.

Fomos caminhando pela sala, Marco me pressionando para frente com o corpo dele, e eu me deixando guiar, sem medo de onde vamos parar. No quarto, talvez? Ele me virou com um único movimento, me segurando com firmeza pela cintura, e trocou de posição comigo. Não sei exatamente como aconteceu, mas nossos lábios se desgrudaram e ele se afastou momentaneamente de mim, apenas para se sentar no sofá e me puxar por cima dele. Me sentei em seu colo e nós dois nos encaramos, ofegantes, e dessa vez sem nenhuma dúvida no olhar. Acho que foi isso que o fez avançar, perceber que eu o quero tanto quanto ele me quer.

Os minutos seguintes passaram feito um borrão e eu mal me dei conta de meus movimentos. A toalha que eu usava em torno da cintura caiu e o Marco já está sem a camiseta. Usei a língua para acaricia-lo em todo centímetro de pele que encontrei, começando no pescoço e descendo cada vez mais, até que acabei ajoelhado no chão, em frente ao sofá. Ele estremeceu e se arrepiou quando desci a língua pelo seu abdômen, passando pelo umbigo e chegando no baixo ventre, perto do cós da calça. Eu o ajudei a terminar de se despir, tentando parecer menos ansioso do que realmente estou, e retornei à posição inicial, encaixado entre as pernas dele. O olhei nos olhos uma última vez antes de abocanhar seu pau de uma única vez, lambendo a cabecinha com vontade, enquanto o ouvia gemer de prazer. Continuei subindo e descendo a boca por toda a extensão dele, até que o Marco começou a me ajudar, fazendo movimentos suaves com o quadril. Deixei que ele ditasse o ritmo, apenas usando a língua e os lábios para envolve-lo. É a primeira vez que fazer sexo oral me deixa tão excitado. Não estou recebendo as carícias, mas estou sentindo prazer em fazê-las. O senti pulsando de encontro à minha língua, e então os movimentos de quadril cessaram e eu me afastei, tirando-o de minha boca. Marco usou uma das mãos para me erguer e me atrair para perto. Nos encaramos em silêncio, e então ele me beijou, segurando minha bunda com as duas mãos. Eu me ergui na ponta dos pés e senti o meu membro se encontrar com o dele, a pele úmida dele friccionando contra a minha sensível. Meu pau já está duro, quase dolorido de tanto tesão que estou sentindo. Enquanto nos beijávamos, começamos uma dança lenta com os quadris, esfregando-nos um no outro, com movimentos sutis, mas desesperados. Eu preciso de mais, eu preciso senti-lo de uma maneira mais íntima. Quando perdemos o fôlego, ele usou as duas mãos para me afastar.

“Preciso buscar as coisas.” – Marco está ofegante e fez um gesto meio desajeitado com a cabeça, mostrando a direção do banheiro. "As coisas" provavelmente são lubrificante e preservativos. Apenas assenti e fiquei parado no lugar, usando uma das mãos para acariciar o meu pau enquanto o espero voltar. Preciso muito dele agora, não tem mais volta!

Quando ele retornou, aproveitei para observá-lo caminhando, admirando o corpo maravilhoso e nu, bem melhor do que eu cansei de imaginar que seria. Nos olhamos e ele tornou a se sentar no sofá, com as pernas meio abertas. Marco colocou o tubo de lubrificante de lado, junto com as camisinhas, e deu um tapa na própria coxa, um convite óbvio para que eu me sente no colo dele. Aceitei de bom grado e encontrei uma posição boa para nós dois. Ele lambuzou os dedos com lubrificante e eu me inclinei para beijá-lo. Enquanto nos beijávamos, o senti me invadir, primeiro com um dedo, depois com mais um e no final, com três. Eu sei que isso é apenas a preliminar e que ele só está tentando fazer com que eu me sinta preparado para recebe-lo, mas a verdade é que isso só fez com que eu sentisse ainda mais vontade. Ele enfiava e tirava os dedos com gentileza e calma, me testando e fazendo o possível para que eu não sentisse dor. No começo senti uma ardência e um incômodo, mas agora estou começando a me acostumar com a invasão. Nós nos beijamos o tempo todo, quando não nos lábios, no pescoço e nos ombros. Ele está sendo muito carinhoso, mais do que eu estou acostumado.

“Eu estou pronto.” – Minha voz saiu feito um apelo, mas eu realmente não me importo com isso. Ele me beijou mais duas vezes e então tirou os dedos. Usei as pernas como apoio para me erguer em seu colo, esperei que ele usasse uma das mãos para se posicionar antes de me penetrar, e só então comecei a descer o quadril. A invasão foi um pouco mais lenta dessa vez, e eu aproveitei para controlar os movimentos enquanto meu corpo se acostuma melhor. Quando o senti por inteiro, soltei um gemido baixo e enterrei o rosto na curva do pescoço dele. Marco posicionou as duas mãos em minha cintura e esperou que eu começasse lentamente a me mover, subindo e descendo o quadril. Não demorou para que ele começasse a ir de encontro aos meus movimentos e por vários minutos a sala silenciosa foi tomada por nossas respirações ruidosas e o barulho de nossos quadris se chocando. Marco subia e descia a mão pelo meu pau, acompanhando o ritmo das estocadas que ele estava dando em mim, e por vários minutos eu não consegui pensar em nada além do prazer que estou sentindo. Os movimentos se tornaram automáticos e eu me senti cada vez mais próximo do ápice. Minhas coxas estão doloridas dos movimentos, então deixei que ele ditasse o ritmo agora no final, cada vez mais rápido.

Não tardou para que eu gozasse na mão dele, totalmente tomado pela onda arrebatadora que o orgasmo causou em meu corpo. Eu estou tremendo e suado, mas totalmente satisfeito. O Marco ainda precisou de mais algumas estocadas para finalmente gozar, mas senti os músculos dele se contraírem quando finalmente aconteceu. Nós nos abraçamos, ofegantes e cansados demais para dizer qualquer coisa agora, mas eu ainda preciso pedir à ele que fique. Eu ainda tenho que tomar coragem de dizer que não quero outro roommie. E eu preciso superar meu medo de que tudo dê errado, porque agora já embarcamos em um caminho sem volta.

Nos desvencilhamos pouco tempo depois e voltamos direto para o banheiro, onde tomamos um banho demorado e relaxante, com a água na temperatura mais quente que encontramos. O Marco ficou o tempo todo abraçado comigo, deslizando o sabonete pela minha pele e depositando beijinhos em meu pescoço e ombro, totalmente distraído pelo que aconteceu. Acho que não vou encontrar oportunidade melhor para conversar com ele, então é melhor arriscar.

“Hum, Marco?” – Respirei fundo e fechei os olhos, sentindo ele aumentar o aperto dos braços em torno da minha cintura. – “Eu não quero que você vá embora! Quero que você continue sendo meu roommie.”

Senti o corpo dele relaxar e ele soltou um risinho baixo.

“Quanto à isso, fique tranquilo. Eu nunca dei entrada no pedido de transferência.”

WHAT? EU FUI FEITO DE IDIOTA?

Me desvencilhei dos braços dele e me virei para encará-lo, quase escorregando no processo. – “O que? Você mentiu pra mim esse tempo todo?! E ONDE ESTÃO AS SUAS COISAS?”

Ele deu de ombros e sorriu de canto, daquele jeito meio convencido.

“Na casa do Auba. Quis te dar uma lição, para quando você voltasse pra casa.” – MAS QUE FILHO DA PUTA! – “Eu nunca quis sair daqui. Eu sempre gostei de você e eu esperava que um dia você me desse uma chance. E  eu estava certo. Eu menti, mas por uma boa causa! Se eu não tivesse dito que ia sair, você jamais teria dado espaço para que eu entrasse na sua vida.”

“AH MARCO REUS, VOCÊ ESTÁ FODIDO!” – Eu gritei, mas só o que consegui foi fazê-lo rir ainda mais.

 

 

-

 

“Mario!” – Sério? Meia noite, Reus? For God’s sake! Eu quero dormir.

“Hum?” – Eu não sei porque ainda respondo. Nós tivemos uma briga idiota poucas horas atrás e a última coisa que eu deveria fazer era conversar com ele.

“Posso dormir com você?” – Claro. Que. Não.

Faz seis meses que estamos ficando sem compromisso e não temos o costume de dormir na mesma cama, mas às vezes, quando o Marco tem uns surtos de carência e quer ser um grude, ele automaticamente se transfere para a minha cama sem pedir permissão. Ele meio que gosta de dormir de conchinha.

O fato de ele estar pedindo para dormir comigo agora diz muito sobre a nossa situação pós-briga. 

Não quero responder!

Fiquei alguns segundos em silêncio, mas um barulho de lençóis e do estrado da cama estalando me indicaram que o Marco não precisava exatamente de uma resposta para tomar a iniciativa. Poucos segundos depois o colchão afundou e eu senti o corpo dele pressionado contra o meu, antes de seu braço rodear a minha cintura e ele me atrair para perto. O pedido foi mais um aviso do que qualquer outra coisa, então.

Eu estou chateado com ele, mas ainda mais chateado comigo.

Nos últimos 6 meses nós dois nos tornamos praticamente inseparáveis. Eu compareço em quase todos os jogos de futebol do time da faculdade, assistindo o Marco feito um bobo orgulhoso, e também comecei a correr aos finais de semana apenas para acompanha-lo. Ele diminuiu muito o ritmo das festas às quais comparece, e atualmente prefere gastar seu dinheiro nos meus restaurantes preferidos. Alguns se tornaram os preferidos dele também, diga-se de passagem. Nós cozinhamos juntos quando estamos em casa à noite, e almoçamos juntos na cafeteria quando temos aula. O Andre e o Julian adoraram o Marco logo de cara e, since day one, os três se dão extremamente bem. Eu ainda estou me adaptando às loucuras do Aubameyang e até gosto um pouco da Scarlett, apesar de tudo. O Nuri aparece de vez em quando, toma umas cervejas, joga conversa fora e vai pra alguma balada depois.

Marco e eu também compramos uma TV, economizando dinheiro aqui e ali, e agora somos assinantes da Netflix, o que nos garante boas horas deitados juntos no sofá ou em um colchão. Nem sempre nós conseguimos terminar uma maratona de séries, pois o lado safado sem vergonha do Marco não mudou, mas...

A questão é...

Nós estamos juntos o tempo todo, temos uma afinidade absurda e nos conhecemos extremamente bem. Eu confio nele, ele confia em mim. Nós saímos separados poucas vezes nesses últimos seis meses, mas...

Não temos nada sério! Nós nunca mudamos o status de “amigos com benefícios”, e é isso que está me matando. Eu estou perdidamente apaixonado por ele e nós temos essa vida tão... tão... caseira? Como um old couple, mas a verdade é que nós não somos nada! Eu não posso nem dizer que somos namorados quando as pessoas perguntam. E, sério, as pessoas perguntam pra caralho! E isso me irrita. E a briga de hoje trouxe tudo à tona.

Hoje o Marco teve um surto de ciúmes. Ele foi me buscar no final de uma aula e me viu conversando com um colega de sala com quem vou fazer os trabalhos de final de semestre. Toda a conversa durou apenas alguns segundos, mas isso parece ter sido o suficiente para o Marco emburrar e dizer que o cara me quer. Nós viemos discutindo durante todo o caminho para casa, e eu tive que ouvir que sou muito ingênuo e dou moral para qualquer um por não perceber o quão bonito e desejável eu sou. Meu lado baixa auto-estima ficou lisonjeado com os elogios. Mas meu lado "Mario Götze, the bitch”, ficou puto por estar sendo censurado por alguém que nem sequer toma a atitude de me pedir em namoro. E foi mais ou menos isso que eu disse em voz alta. Ok, eu disse isso gritando. Mais ou menos assim: “VOCÊ NÃO É MEU NAMORADO PARA ME DIZER COM QUEM DEVO CONVERSAR OU NÃO. ALIÁS, NEM SE VOCÊ FOSSE MEU NAMORADO PODERIA ME DIZER COM QUEM CONVERSAR OU NÃO. VOCÊ É UM BABACA SEM MORAL, QUE PEGA QUALQUER COISA QUE PASSA NA SUA FRENTE, POR ISSO ESTÁ PREOCUPADO COM O QUE EU FAÇO. MAS EU NÃO SOU NEM UM POUCO COMO VOCÊ!”. É, foi isso.

O Marco não me respondeu, apenas ficou bem ofendido e saiu de casa batendo a porta. E eu vim chorar no quarto, até que ele voltou e eu saí pra comer alguma coisa com os meninos. Aí eu voltei e ele estava deitado, então não nos falamos. Até agora.

Eu fiquei chateado porque me dei conta de que eu quero algo sério com ele. Eu queria um namoro estável, queria dar um rótulo para esse relacionamento bom que nós temos. Ele me faz muito bem, me ajuda a ser um cara melhor e me aceita com os meus defeitos. Aliás, ele faz piadas e me faz rir dos meus defeitos, coisa que eu nunca consegui antes. Eu sempre tive complexo de inferioridade, mas agora me sinto vivo e... apaixonado. Eu sou louco por ele! Completamente louco, do jeito que nunca fui por nenhum cara antes. Eu consigo sorrir quando o ouço roncar, e isso já diz muito sobre o quão bobo eu sou por ele. Eu me sinto completo e feliz. Muito feliz. E eu queria dizer pra todo mundo que ele é meu namorado. Mas ele não é. E isso me deixa mal. Porque eu, mais uma vez, esperei mais do que as pessoas estavam dispostas a me oferecer.

“Você sabe que eu nunca mais saí com ninguém depois que nós nos beijamos pela primeira vez, não sabe?” – Ele sussurrou isso em meu ouvido, me despertando dos devaneios e me causando arrepios.

“Não?” – O que eu poderia dizer além disso?

“Não. Tem sido só você, desde o primeiro dia em que você deixou eu me aproximar.” – Ele acariciou a minha barriga e se aconchegou melhor na cama, para ficar grudado em mim. – “Eu não preciso de mais ninguém, só de você.”

Ele tem um poder muito grande sobre mim. Meu coração disparou ao ouvi-lo dizer essas palavras, e eu tenho plena certeza de que ele consegue sentir meu peito subindo e descendo mais rápido.

“Me desculpa pelo que eu disse mais cedo.” – Comentei, envergonhado pela minha atitude. Eu não consigo ficar bravo com o Marco por muito tempo. Ele tem alguns defeitos, óbvio, mas ele é fofo na maior parte do tempo. E ele me faz tão bem.

“Não...” – Ele sussurrou e se ergueu um pouco. – “Olha pra mim, preciso te dizer uma coisa séria.”

Senti as pernas amolecerem e engoli em seco. Ele vai terminar comigo, não vai?  Me virei na cama e fiquei de frente pra ele, deitado de lado. Prendi o fôlego e o encarei.

“O que você acha de parar de dizer por aí que somos só amigos?” – Hã? Não estou entendendo nada.

“Que?” – Minha apreensão passou e agora eu tenho certeza de que estou com uma das sobrancelhas erguida.

“Isso não saiu direito.” – Ele fechou os olhos e mordeu o lábio inferior. Eu queria beijá-lo agora. Muito. – “O que você acha de nos tornarmos oficiais?”

“Oficiais?” – Minha voz saiu rouca e falhou no final da palavra. Nice! Eu acho que entendi o que ele quis dizer, mas eu preciso que ele diga com todas as letras antes de eu esboçar qualquer reação.

“O que você acha de nós dois namorarmos?” – Ele abriu só um dos olhos e franziu o rosto, como se tivesse medo da minha resposta. Eu sorri. Sorri de um jeito bem assustador. E ele sorriu junto. – “Eu não sei se você já notou, mas eu sou bem apaixonado por você.” – Ele piscou e me puxou de encontro ao peito dele. – “Eu não sei mais viver sem você.” – Ele sussurrou.

“Achei que você nunca ia pedir, Marco Reus. Vou aceitar não porque sou perdidamente apaixonado por você, mas sim porque não quero te deixar desamparado, sabe?” – Ele riu e mordeu meu pescoço.

“Você é um grande idiota, Mario Götze. MEU grande idiota.”


Notas Finais


<3


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