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História Ain't no sunshine - Ten


Escrita por: 0hmygloria

Notas do Autor


oi corujas

Capítulo 10 - Ten


Vera permanecia sem palavras, parada como um iceberg e sentindo suas mãos tão frias como tal ela apenas encarava o homem a sua frente que ainda esperava uma resposta sobre sua declaração, mas cada palavra do homem era como uma faca cortando sua garganta qual nenhuma palavra era possível sair.

- Diz alguma coisa, me xinga, me bate - ele dizia sentindo seu rosto queimar - preciso que você tenha qualquer reação, eu segurei durante meses mas eu precisava que você soubesse que eu sinto sua falta todos os dias.

A mulher levou ambas as mãos aos rosto quando sentiu o homem se aproximar deu um passo para trás e ergueu as mãos em direção dele, sinalizando que ele ficasse onde estava naquele momento enquanto sentia sua cabeça girar e cada gota de seu sangue queimar por suas veias.

- Isso tudo é um erro Patrick, você não devia... não devia... falar... estar aqui - ela dizia gaguejando sem conseguir formular uma frase completamente coerente enquanto levou até seus fios e começou a mexer neles pela raiz - Tudo que você disse é um grande erro.

- Meu erro foi parar de falar como você ficava perfeita usando aquela camisola azul que combinava com seus olhos, de como eu amava que seu cheiro ficava na minha pele e eu ficava embriagado dele, que você é a dona do sorriso mais bonito que eu já vi na minha vida - ele suspirou ainda vendo a mulher chorando a sua frente - eu fui um filho da puta por ter focado mais no meu trabalho e não em você, parar de te chamar de meu sol, de falar todos os dias que você era o motivo pelo qual eu queria voltar para casa todos os dias.

- Palavras não bastam Patrick - ela secou as lágrimas que caiam novamente sobre seu rosto - e você não errou sozinho, nós dois erramos - ela suspirou fundo sentindo as lágrimas pesadas novamente pelo seu rosto - não adianta a gente bater novamente nessa tecla, não adianta eu ouvir suas declarações, não adianta mais nada, falhamos como casal, nosso único acerto foi a Violet e por ela precisamos conviver.

- Erramos, mas nunca deixou de existir amor - ele disse tentando novamente se aproximar da mulher que dera um passo na direção oposta, agora batendo contra a parede.

- Amor não é o suficiente - ela ergueu o queixo - é melhor você ir embora - a mulher apontou em direção a porta - você já falou coisas demais, eu preciso ficar sozinha - as lágrimas já eram incontroláveis, a confusão de sentimentos dentro de si eram tantas que sua única válvula de escape foram suas lágrimas, como uma panela de pressão.

Patrick chegou mais próximo da mulher que o encarava nos olhos, suas respirações estavam pesadas pela quantidade de lágrimas, suas mãos e lábios trêmulos enquanto a mulher sentia todos os seus sentidos mais aflorados, uma onda de calor percorria seu corpo quando a raiva lhe tomou.

- Você não tinha o direito de vir falar essas coisas depois de tudo - alguns golpes foram dados no peitoral do homem, ela precisava extravasar o temporal de sentimentos que estavam seus peitos, golpes seguidos de golpes, em vão pôs sabia que era bem mais fraca que o seu ex marido mas o golpeava até o sentir segurar seus pulsos e a prender contra a parede e seu corpo.

- Eu te odeio - ela gritou a plenos pulmões - eu odeio tudo que você me faz sentir - ela o encarou enquanto o sentia apertar mais seus pulsos e seu corpo a pressionar contra a parede, o choro tomava a mulher que sentia o cheiro do perfume amadeirado entrando por suas narinas. - eu te odeio - ela disse mais baixo sentindo ele soltar seus pulsos e descer as mãos até seu pescoço, deixando seus rostos tão próximos que ambos sentiam as respirações alheias.

Com os polegares ele secou as lágrimas enquanto fitava os olhos azuis oceânicos da mulher, que mesmos avermelhados e inchados pelo choro em excesso ainda eram os mais belos que ele tivera a sorte de apreciar.

- Eu sei - ele sussurrou ainda a encarando, seu hálito tinha o cheiro do chiclete de hortelã que ele sempre mascava após fumar um cigarro, todo aroma que vinha do seu corpo era familiar para a loira, todos lhe traziam lembranças boas e ruins ao extremo, quando suas testas se colaram outra lembrança lhe percorreu, lembrança do sabor do seu beijo, qual não poderia provar pos sabia que seria como uma gota de álcool para um alcoólatra.

- Sai, por favor - ela fechou os olhos e empurrou o homem, saindo novamente de seus braços enquanto seu corpo inteiro queimava - vai embora, por favor - as lágrimas eram presentes novamente enquanto o homem não falará mais nada, sentia-se exausto mas ao mesmo tempo aliviado por conseguir dizer um pouco do que estava guardado no seu coração a tempos.

- Eu não vou desistir de você - ele disse antes de caminhar em direção a porta e deixar a mulher no mesmo lugar.

Com o barulho da porta batendo a loira deixou seu corpo cair pela parede, sentando no chão ela chorava audível sentindo o cheiro do homem tão presente em todos os cantos que a deixava ainda mais embriagada e naquele momento ela mediu todas as forças possíveis para se arrastar até sua cozinha e se agarrar na primeira garrafa de vodka alcançou e começou a tomar grandes goles diretamente do gargalo.

Com as mãos apoiadas no grande corredor a mulher cambaleava com as pernas bambas em direção da enorme porta de madeira, sua cabeça estava girando e todo álcool que percorria sua corrente sanguínea a deixava anestesiada, não lembrava quanto tinha pagado ao taxista para levar-la até o endereço ou como havia finalmente tomado coragem para tal ato, mas seu corpo queimava e precisava colocar seus hormônios e sentimentos em ordem.

O longo corredor de paredes brancas e alguns quadros pendurados parecia interminável, suas pernas não obedeciam seus comandos e colocar o seu salto tinha sido uma decisão estúpida, mas naquele momento qualquer decisão seria uma péssima escolha, confusão com vodka não era a mistura recomendada pelos especialista mas era o que a guiava naquele momento.

As grande porta de madeira estava a poucos sentimentos de distância, qual o braço fraco e trêmulo da mulher se ergueu pra alcançar e com toda a força que conseguiu em seu pulso bateu, alto e impaciente, seguidamente por quase um minuto, até sentir o vento e quase desequilibrar quando a grande porta se moveu e abriu juntamente com um sorriso da loira que cheirava fortemente a vodka.

- Vera? 


Notas Finais


bjs...


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