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História Aisuru gokakkei - Confuso


Escrita por: BeaTryz244

Notas do Autor


~Oiiii pessoaaaas!! Como estão?? :3
Olha, eu tenho que admitir que é meio desmotivante não encontrar nem um misero comentário, mas só pelos seus comentários anteriores e saber que tem gente que gostou já me motiva novamente ^^
Bom, então aqui vai outro capítulo!
Até as notas finais~

Capítulo 8 - Confuso


Eu me lembro... 

Eu me lembro de estar atravessando a rua quando uma forte luz veio em minha direção, e aí... 

Ela me salvou. 

Uma lembrança simples e curta. Eu era apenas um pequeno filhote, uma pequena criança sozinha num mundo cruel. Ela me salvou da morte, me adotou e agora estamos como estamos hoje. Simples, não é? Errado. 

Quando nasci, alguma coisa em mim fez a minha mãe me rejeitar. Mesmo pequeno, tive a sorte de conseguir sobreviver com a ajuda de poucos humanos que, vez ou outra, vinham trazer-me alimento, água e cuidar de mim. Até aí, tudo normal. Era difícil viver, mas eu conseguia aos poucos. Porém, um dia, eu lembro que tinha visto algo que pudesse ser comestível e, no mínimo, ter um gosto bom. Caminhei pela rua, mas aí, um carro - que parecia não ter me visto - estava prestes a me atropelar quando ela entrou na frente. Nós não nos machucamos, na verdade, o motorista conseguiu desviar e continuou seu percurso, mas antes, abriu a janela de seu veículo e falou algo que ficou irreconhecível pelo seu tom de voz embriagado. Nós atravessamos para o outro lado da rua. Ela, que estava me segurando nos braços, olhou para mim com um olhar indescritível - não era algo ruim - e disse: 

-Ufa, essa foi por pouco. - E soltou uma risada nervosa. - Podíamos ter nos ferido muito por causa daquele moço. Mas não se preocupe, você está bem agora. - Ela, que dava para perceber visivelmente que ainda estava em um pouco de choque pelo acontecido, sorriu para mim, e... Foi algo lindo. Por um momento eu não me senti mais sozinho, abandonado. Por um momento eu não senti medo da morte. Por causa de um único momento, eu me senti feliz como nunca tinha sentido antes. 

-O que foi aquilo?! Sabe o que poderia ter acontecido?! - Ouvi uma voz feminina e aí, uma mulher se aproximou junto de um homem. 

-O que deu em você?! Aquele carro poderia ter te pegado de jeito! - Disse o homem. 

-Contanto que eu pudesse salvar ele, por mim tudo bem. - Ela respondeu sincera. - Olha pai! Olha mãe! Posso ficar com ele? 

-Um... cachorro? Foi por isso que você saiu a toda velocidade pela rua? - O homem pergunta e ela consente. Ele solta um longo suspiro, e logo olha para a mulher ao seu lado. - O que você acha? 

-Depois disso tudo, imagino o que ela faria se negássemos. - A mulher responde. - Mas com uma condição, você ira cuidar dele? - Ela responde em um tom alegre, "sim!". - Por mim tudo bem então. 

-Muito obrigada pai e mãe! Amo vocês! - Ela diz e os abraça com um braço apenas pois no outro ela me segurava. - E você, seja bem vindo a família! - Uma família... 

E foi assim que nós conhecemos e somos oque somos hoje. Uma família, eu e ela. Sou seu cachorro e ela é minha adorável dona. E desde aquele dia eu jurei a mim mesmo que iria protegê-la a todo custo para todo o sempre, assim como ela fez comigo e continua fazendo a cada dia que passamos juntos. 

Poucos anos se passaram, e eu fui conhecendo mais e mais sobre ela, e sobre mim mesmo. Quando, um dia, sem nem perceber, eu havia me tornado humano. A primeira vista eu pensei em ir correndo para mostrar a ela, mas aí... 

E se ela não gostasse de mim? 

Ela poderia pensar que sou algo estranho, e me abandonar, ou me achar um monstro, ou... 

Então eu escondi. Várias dessas transformações foram ocorrendo mais e mais e, quando vi, já havia conseguido controlar e usar quando quisesse. As transformações ocorrem por meio de desejos do nosso subconsciente. Se desejamos algo na qual necessite da forma humana, nos transformamos, e vice-versa. Eu raramente me transformava em humano, afinal, quase nunca era necessário. Porém, com anos se passando, eu fui me sentindo meio... estranho. Um sentimento surgia em meu peito, e ia crescendo mais e mais. Não consigo descrever mais ou menos como era, mas eu tinha necessidades especiais por causa dele. Ela era uma delas. Quando percebi, precisava mais e mais dela e mais e mais de seu afeto e carinho, não conseguia viver sem. Apenas estar com ela não era suficiente, precisava de mais. Lembro de uma vez em que ela viajou no fim de semana... Eu quase fui a loucura. E antes, eu gostava da presença de pessoas como, por exemplo, o melhor amigo dela. Mas com um tempo, isso foi se tornando indesejável, desagradável. Mas eu me acostumei, mesmo que continue estranho ainda atualmente. Mesmo que continue esquisito ainda atualmente. E aí, um dia, sem nenhum aviso, ele chegou. E tudo se tornou pior. Aquele gato estúpido, idiota, ladrão de donas e... E... 

-Ai! - Eu sinto algo me acertar na cabeça. - Isso dói! - Era ele. 

-Eu sei, era pra doer mesmo. - Ele responde e ri. - Agora afasta que esse é meu território. - Ele me empurra da cama de Anna, e eu caio sentado no chão. Mesmo se tentasse o empurra também e brigar pelo espaço, ele é mais forte no quesito força... Ele, é irritante. Muito. Irritante. 

-Ainda não sei porque ela te deixou ficar aqui! - Eu falo. - Por quê você tinha que aparecer e roubar tudo?! Tudo estava perfeitamente bem até você chegar! - Meu peito arde, lembrando de como foi duro suportar tudo o que já passei e ainda ter que aturar ele aqui desde o início. - Tinha mesmo necessidade de tomar de mim tudo o que eu demorei anos para conquistar?! - Eu falo, ele se deita em minha direção, apoiado nos cotovelos, e me encara com uma expressão de tédio. 

-Você a ama? - Ele pergunta sério. 

-É claro! Ela é minha dona, afinal! - Por um momento, aquelas palavras que eu usei para o responder, doeram muito. 

-Retardado, estou perguntando se você a ama como mulher e não como dona. - Ele responde, ainda sério. 

-Como assim? De que outro jeito eu gostaria dela?! - Eu pergunto muito confuso. 

-Deixa pra lá, acho que você é estúpido de nascença mesmo. - Ele responde, voltando a falar de uma forma bem humorada. 

... 

-Snow? - Assim que ouço a voz de Anna, me levanto e corro até ela, me transformando na forma humana, e a abraço fortemente. - C-calma, Snow! Nós vamos cair assim! - Ela responde voltando a ter equilíbrio. - Pelo visto fiz falta. - Ela ri um pouco, me abraçando de leve. - Encontrei o Leo lá no andar de baixo e ele me disse que você estava aqui então... Tcharam! Vocês dois vão comer bem hoje! Quase o supermercado inteiro tava em promoção, então né, aproveitei. - Ela diz e ri, mas logo me olha preocupada. - Aconteceu alguma coisa? Você está sério. 

-Não é na- 

                                                                        "A ama como mulher e não como dona" 

-Snow? Sério, tá tudo bem? - Ela pergunta, me afastando para assim, poder me olhar nos olhos. É como se fosse um daqueles poderes que os heróis tem na TV, ela consegue ver através de qualquer um pelos olhos, pelo menos, comigo sempre. 

-Anna... O que... O que é amar? - Eu pergunto. 

-Oras, você estava desse jeito por causa disso? - Ela diz e ri. - Bem, do meu ponto de vista, amar alguém é você querer estar com essa pessoa a todo momento, protegê-la e vê-la sempre sorrindo. - Enquanto ela respondia, eu associava tudo oque ela dizia ao que eu sentia. Era o mesmo. 

                                                                            "como mulher e não como dona" 

-E-e existem diferentes tipos de amor? - Eu pergunto. 

- Sim, como um irmão ou irmã, como um pai ou mãe, como outro tipo de parente familiar, como um querido amigo, como namorados. Por quê a pergunta? - Ela me responde. 

                                                                                         "como namorados" 

-E-e-e como é amar alguém como namorados? - Eu senti que deveria perguntar isso. 

-Hum... Aí eu não sei pois nunca gostei de ninguém nesse sentido. - Ela fala. - Mas pelo que eu sei é algo mais forte, você não quer só estar ao lado dela, mas sim, tocá-la, abraçá-la, beijá-la, entre outra coisas. Meio que é como uma droga, pelo que eu ouvi falar, você precisa mais e mais dessa pessoa e quer ela só para você e para ninguém mais. Quer fazê-la feliz a qualquer custo. Quer passar o resto de seus dias com ela e apenas ela. -Ela responde. - E pensar que tudo isso eu aprendi com alguns filmes, livros e alguns animes e mangás que a Júlia me emprestou. - Ela ri. 

É claro... 

-E-e o-oque você faz quando você g-gosta de alguém como namorados? - Eu pergunto. 

-Normalmente, você se confessa para a pessoa e a pede em namoro. Isso é algo relativo pois, ao se confessar, se a pessoa também gostar de você nesse sentido, isso é bom, mas se a pessoa não o corresponder, geralmente se cria um certo desprezo e uma aura desagradável entre vocês dois e aí... De amigos podem passar a ser simples estranhos um para o outro. Isso em alguns casos. - Ela responde. - Mas enfim, por quê a pergunta?

-Por nada... - Eu falo e sinto seu olhar sobre mim, procurando por alguma dica que a pudesse ter uma mínima ideia do que está passando pela minha mente no momento. Ela se levanta e põe uma de suas mãos em minha cabeça, a afagando.

-Se você não quiser me contar, vou respeitar a sua decisão, mas saiba que você pode conversar comigo sobre o que quiser que eu não irei te julgar, e, se precisar, posso tentar te aconselhar. - Ela diz e sorri. - Bem, vou indo então. Vou preparar o nosso almoço. Já que meus pais só vão voltar mais tarde, pode ficar nessa forma se quiser. - Ela estava prestes a sair pela porta quando, por instinto, segurei sua mão fortemente, a impedindo de sair dali. - O que foi?

Eu poderia conversar com ela sobre isso. Ela iria respeitar o que sinto, não é? Ela não iria me julgar não é? Então, porque eu sinto tanto medo?

-Snow?

-Anna, e-eu-

Eu quero falar, por quê não consigo? Isso é algo novo para mim, mas tenho certeza do que sinto após ouvir a explicação dela. Mas por quê tanto medo?! Eu quero falar! Eu quero!

-t-te a-

"se a pessoa não o corresponder, geralmente se cria um certo desprezo e uma aura desagradável entre vocês dois e aí... De amigos podem passar a ser simples estranhos um para o outro."

Exato... Ela... Ela vai me odiar, não é? E se ela me abandonar, o que eu irei fazer? Vou voltar a ficar sozinho, abandonado, passando necessidades, mas nada seria pior do que acordar... e não poder vê-la. Eu não a teria ao meu lado toda manhã. Eu não poderia escutar a sua voz. Passar o resto dos meus dias de vida sem ela... seria pior que a morte.

-Snow?! Você tá chorando? O que houve? - Ela se agacha perto de mim enquanto enxuga as lágrimas na qual eu nem fazia ideia de que estavam ali.

-D-desculpa e-eu

-Olha, me diga se estou certa, mas se você está assim por causa da chegada do Leo aqui em casa, já vou avisando que é besteira porque, eu te amo Snow. - Ela diz, virando meu rosto carinhosamente em sua direção, para assim, poder olhar-me nos olhos.

-M-m-me a-am-ma?! - Eu perguntei surpresa.

-Claro, você é meu cachorro, e um grande amigo meu. - Ela diz.

Certo... E-eu estava imaginando coisas apenas... Não teria como ela também...? Por mim...? Seria impossível... Mas, ter ouvido ela dizer isso, mesmo que não seja com o mesmo sentimento na qual eu gostaria, me deixa feliz. Ela está aqui, e não vai ir embora. Eu sorrio pra ela, um sorriso genuíno, mesmo que haja um pouco de tristeza por trás.

-Viu? Não tem motivo pra você ficar assim. - Ela fala e beija a minha testa. - Quer saber de uma coisa? Hoje você vai me ajudar com o almoço, vai sim senhor! Vamos. - Ela se levanta, estendendo a mão para mim, na qual a agarro e me levanto também.

E daí se sou apenas seu "cachorro amigo", contanto que eu posso ficar junto dela, eu não me importo em continuarmos assim. Afinal, mesmo que eu fizesse algo quanto a isso, seria impossível. Por mais que doa um monte, contanto que continuemos próximos assim, eu não ligo.

~/~/~/~/~/~/~/~/~/~

Eu me desencosto da parede, ao notar que a conversa havia tido um fim, indo direto para o primeiro andar. Então ele finalmente percebeu que gosta dela? Bem, não é como se eu fosse desistir. O que seria de uma luta sem oponentes?

 


Notas Finais


Ficou longo e, para alguns, pode até estar meloso demais, mas pra mim, ficou perfeito, sem acrescentar nem tirar nada. Achei que só faltava o POV do Snow pra completar tudo kkkk Devem estar se perguntando, "mas e a do Leo?", bem, digamos que o POV dele é... especial. Enfim, vocês não vão saber agora dele. Mas eaí? Entre o do Daniel, o do Gabriel e o do Snow, qual vocês gostaram mais? De certa forma, se parar pra pensar, a Anna teve um grande impacto na vida de todos eles. Então, mudando a pergunta, o que vocês acharam de cada um? Comentem por favor, um comentário, por menor que seja, me dá mais motivação para tentar continuar o mais rápido possível (e até impossível :v kk) e me dá muita alegria. Muita mesmo!
Olha gente, desculpa se ficou longo as notas finais desse cap, mas tudo o que eu falei foi essencial. U.U kkk
Ficou longuinho, mas eu gostei :3
~Bye byeee ;*


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