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História Akumanomachi - Capítulo dois: a cidade


Escrita por: MidoriShinji

Capítulo 2 - Capítulo dois: a cidade


Sasuke inclinou-se sobre a mesa. — Falando nisso, por que a cidade foi abandonada, como isso tudo aconteceu?

— Tudo o que se sabe é que a população de três mil habitantes entrou em declínio lá para 1907, e em 1910, já não havia mais ninguém morando lá. Akumanomachi costumava ser uma cidade turística da região por causa das fontes termais, que diziam ser curativas, mas entre sua fundação em 1880 e seu fim oficial em 1910, alguma coisa bizarra aconteceu para que toda a população minguasse até ser extinta. — Itachi respondeu.

— O que eu consegui desenterrar sobre isso é bem menos místico do que vocês podem pensar, e sim algo relativamente normal até. Akumanomachi era basicamente um ponto isolado de extração de ferro que foi descoberto ao acaso na década de 1870, e durante os anos seguintes, um vilarejo se formou no local. Descobriram que haviam fontes termais de águas muito quentes, e daí surgiu o nome: Akuma no machi, a "cidade do demônio", que mais tarde virou um nome só, escrito todo junto. Segundo os estudos geográficos, os lençóis freáticos e um lago são aquecidos por um vulcão inativo. Na década de 1880 se tornou cidade, e o esgotamento do ferro na virada do século, somado a uma epidemia pequena e que foi rapidamente controlada de tuberculose fez com que as pessoas ou morressem, ou abandonassem o lugar. — a garota de cabelos azuis esclareceu.

— Mas se fosse só isso, seria uma cidade abandonada como tantas outras que existem no Japão e no mundo. — Pain fez uma ressalva — Depois do fim oficial, com o fechamento da prefeitura de Akumanomachi em 1910, aquele lugar começou a atrair suicidas sem razão aparente. E os que sobreviviam às tentativas de suicídio, sempre diziam que "a cidade ouve as dores do seu coração e te chama até lá". Isto é, mesmo os que sobreviveram a uma primeira ou segunda tentativa de suicídio acabaram voltando lá, cedo ou tarde, para concluir o ato. A prefeitura mais próxima, de Nakashima, isolou a região e colocou policiais para fazer rondas, mas mesmo assim, não adiantou. Tudo isso só durou cinco anos, e o caso foi abafado na época, tendo poucos relatos que nós achamos na internet, fotos dos jornais... Depois disso, virou uma lenda urbana regional, e vez ou outra alguém desaparecia por lá, nada muito recorrente, a maioria das pessoas só via uma cidade abandonada e ia embora. Mas por causa da fama...

— E ainda tem policiais lá, dattebayo? — Naruto indagou.

— Não, nenhuma polícia das prefeituras locais se preocupa com isso mais. Se houvesse, bem, nós não estaríamos indo lá tão tranquilamente... — Hinata disse. Nesse momento, a senhora idosa veio até a mesa, trazendo a conta dos pedidos.

(...)

Depois de pagarem e saírem, eles estavam de volta à estrada. Não tardaram muito a chegar até a cidade abandonada de Akumanomachi. O sol erguia-se alto no céu, naquele dia insuportavelmente quente de julho em que as cigarras cantavam em uma repetição sem fim. Não querendo deixar para montar o acampamento no escuro, eles resolveram armar as barracas assim que chegaram: no centro da cidade, havia um descampado de brita e areia, uma praça muito rudimentar, que usaram para isso. Apesar de haverem muitas casas vazias e disponíveis para passar a noite, algumas possivelmente com móveis até, era melhor não arriscar. As construções eram feitas de madeira e, de tão antigas, poderiam estar mais frágeis do que pareciam. Além disso, não sabiam se havia animais escondendo-se ali, ou até mesmo pessoas. Mas, por trás de todas as legítimas explicações racionais que podiam oferecer, havia algo que os incomodava profundamente sobre aquele lugar, que trazia uma sensação desconfortável de estarem sendo observados o tempo todo, como se algo espreitasse por entre as árvores que rodeavam a clareira na qual se encontrava aquela pseudo-cidade.

Havia algo de errado com aquele lugar que não compreendiam. Seria o isolamento? O abandono? O estado decrépito em que se encontrava? Não sabiam apontar exatamente o que era, mas era certamente um ambiente hostil. Há certos traços de instinto que nem mesmo os anos na civilização que a humanidade construiu para proteger-se dos perigos pode apagar, e um deles era a detecção do perigo como um aroma no ar.

Já era perto das duas da tarde quando conseguiram terminar de montar as barracas e juntaram alguns galhos para acender uma fogueira. Durante o dia, acharam melhor deixá-la apagada: mesmo que desse um pouco de trabalho acendê-la ao cair da noite, era melhor do que atrair atenção indesejada. A polícia podia não fazer rondas naquele lugar há muitos anos, mas se chamassem a atenção demais, seriam certamente "convidados a se retirarem" e o pequeno programa de férias estaria acabado.

— Então onde nós vamos primeiro? — Sasuke questionou.

— Primeiro vamos pegar as lanternas, cada um trouxe uma, certo? De qualquer jeito, é melhor nos mantermos unidos... — Itachi disse, pegando uma das sacolas, que continha as lanternas e distribuindo-as para o grupo — Vamos até... A primeira casa da estrada? Ela parece ser a maior daqui.

Todos acabaram concordando com a proposta, parecia um bom jeito de começar, já que não tinham exatamente direções.

— Estranho como tem no máximo umas dez ou quinze casas... Já demoliram a maior parte delas, eu acho, os moradores quando saíram, ou a própria ação do tempo. Não sei por que as outras ainda estão aqui e a prefeitura não fez nada sobre. — a Hyuuga comentou.



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