1. Spirit Fanfics >
  2. Além da Esperança >
  3. XI - Reconhecimento.

História Além da Esperança - XI - Reconhecimento.


Escrita por: Vexus

Notas do Autor


Voltei, depois de muito tempo. \o/

Então... Eu sei que o capítulo tá pequeno e, se me permitem dizer, não é o melhor que eu já escrevi. Mas foi o que o tempo me permitiu. ;-; Peço um milhão de desculpas por isso e prometo do fundo do meu coração que isso não irá se repetir. Caso haja algum erro, por favor me avisem, eu revisei na pressa e posso ter deixado algo passar. >.> Quando minha rotina voltar ao normal, prometo edita-lo então ele ficará sujeito a mudanças daqui pra frente.

Espero que gostem.
Boa leitura.

Capítulo 12 - XI - Reconhecimento.


Kyuhyun sentiu uma pontada de dor quando seus dentes colidiram com a pele, havia roído todas as unhas e as pontas dos dedos estavam vermelhas com o sangue. Suspirou frustrado e passou uma das mãos pelos cabelos, os minutos mais pareciam horas. Os dados exibidos no monitor continuavam o mesmo, com um pequeno acréscimo que o deixou angustiado. Os batimentos de Bora permaneciam acelerados, mas a respiração de Ryeowook se tornou falha e dificultosa – como se alguém estivesse apertando seus pulmões com muita força.

Ele levantou e caminhou em direção à janela e analisou o interior. Esperaria mais cinco minutos e então invadiria aquela cela, sem dar importância se era a violação de alguma lei ou algo parecido. Jessica permanecia sentada em frente a um computador, Taeyeon e Hyoyeon andavam de um lado para o outro – aparentemente nervosas – e Shindong encontrava-se parado ao lado da porta da cela. Estava de olhos fechados e seu peito subia e descia cautelosamente, Kyuhyun não soube identificar se ele estava dormindo ou apenas fingindo.

– Encarar alguém por muito tempo é assustador. Sabia disso? – a voz dele saiu tão baixo quanto um sussurro.

– Desculpe. – Kyuhyun respondeu enquanto voltava sua atenção para o interior da sala. – Estou nervoso.

– Você mesmo falou que deveríamos esperar alguns minutos. – ele suspirou e então abriu os olhos, encarando o espaço a sua frente. – Além disso, estou aqui. Não precisa se preocupar se algo de ruim acontecer.

Kyuhyun sorriu de canto e cruzou os braços, mantendo sua atenção no interior da cela. Ryeowook e Bora permaneciam estáveis visualmente, enquanto Sungmin respirava de maneira acelerada. Não havia reparado nesse fato, dos três, o detento era o único que estava sem o sensor de batimentos cardíacos. Como fora tão cego?

Quando se preparava para virar de costas, algo prendeu sua atenção, o forçando a permanecer onde estava. De súbito, Sungmin jogou a cabeça para trás enquanto gritava a plenos pulmões, porém, devido a mascara de metal, o som se assemelhou a um grunhido animalesco. As veias no pescoço do rapaz saltaram e o suor começou a brilhar em sua testa. Não importava o que estava acontecendo, mas a hora de intervir era agora.

– Tem algo acontecendo. – ele falou dirigindo-se para a porta que dava acesso à cela.

– Não. – Jessica respondeu enquanto olhava os dados no computador. – Os dados estão normais.

– Sungmin é o único que não está usando o sensor de batimentos cardíacos. – falou apontando para a janela. – O que é exibido no computador é uma simulação do programa e não a projeção real.

Jessica levantou assustada e correu em direção a janela, ao ver que o cientista não estava mentindo, ela cobriu a boca com as mãos.

– Meu Deus...

– Abre essa porta!

Shindong piscou algumas vezes, parecia despertar de um transe, e então assentiu enquanto a destrancava. Kyuhyun correu para o interior e se aproximou de Sungmin, que havia parado de gritar e agora deixava sua cabeça pender para frente. Ao tocar de leve seu pescoço, o cientista percebeu que ainda havia batimentos cardíacos, mesmo eles sendo bem fracos.

Suspirou aliviado, percebendo que o detento permanecia vivo.

– Estava preocupado com ele? – a voz de Shindong chegou aos seus ouvidos.

– Temos que mantê-lo vivo, não sabemos o que pode acontecer a eles. – apontou para Ryeowook e Bora. – Além do mais, Sungmin tem o direito de viver assim como nós.

Jessica passou ao lado do fardado e se aproximou dos inumanos, ao tocar em seus pescoços ela constatou que os batimentos de ambos haviam retornado ao normal.

– O sensor está com defeito. – ela falou. – Como pudemos ser tão imprudentes?

– Isso podia acontecer. – Shindong franziu o cenho e balançou a cabeça enquanto saía da cela. – O equipamento estava sem uso há anos.

– Aonde vai? – Kyuhyun perguntou assistindo a saída do outro.

– Não sei, talvez esfriar a cabeça ou quem sabe tomar um ar fresco. – resmungou. – Essa súbita carga de adrenalina me deixou tonto.

– Mas...

– Eu volto em alguns instantes...

Kyuhyun e Jessica assentiram de maneira nervosa e Shindong se retirou da cela. O cientista engoliu em seco e encarou Sungmin por alguns segundos, sua respiração era curta e acelerada, mas parecia ter melhorado visualmente. Os passos ecoaram e Taeyeon surgiu na porta, ela parecia preocupada, mas ao mesmo tempo assustada.

– Jessica, acho melhor você ver os dados no computador. – Kyuhyun murmurou.

– Tudo bem. – a cientista respondeu dirigindo-se para fora dali.

Kyuhyun contornou as cadeiras e agachou-se em frente a Ryeowook enquanto tocava levemente sua mão esquerda. Estava quente, e a palma, suada, o primeiro sinal de que havia vida em seu corpo. Bem no fundo seu coração festejava, mesmo tendo ouvido o que Jessica dissera.

– O que aconteceu? – Taeyeon perguntou enquanto adentrava na cela.

– Os sensores estavam com defeito e os dados exibidos estavam errados. – Kyuhyun respondeu enquanto encarava seu irmão com pesar.

– Devíamos ter prestado atenção. – ela comentou enquanto agachava-se ao seu lado. – Eles estão melhor?

– Não faço ideia. – ele respondeu engolindo em seco. – Não confio mais naqueles números.

– Vou conversar com Jessica, esse acontecimento não faz nenhum sentido.

Taeyeon saiu da cela a passos firmes. Kyuhyun se preparou para fazer o mesmo, mas algo agarrou seu pulso. O aperto era forte e parecia aumentar conforme ele tentava puxar o braço para junto de si. Ao virar, percebeu que se tratava da mão de Ryeowook. Pelo que pode interpretar, eles estavam acordando.

 

A chuva parecia cair em cascata, deixando o chão no alto da muralha escorregadio. Os atiradores de elite concentravam-se em acertar qualquer um que tentasse se aproximar da construção, mas a baixa visibilidade apenas piorava. Noah mordeu o lábio e se aproximou de uma das guaritas, o inimigo não avançava, suas investidas se resumiam aos mísseis teleguiados que colidiam com a barreira. Sua origem, porém, era desconhecida.

– Qual a situação da barreira? – perguntou após entrar no cubículo.

– Ela está suportando, mas não sabemos dizer por quanto tempo. – um militar informou. – A energia ainda está baixa e a cada impacto que a barreira sofre, ela oscila.

– Mantenha-se de olhos abertos.

O militar assentiu e Noah se retirou. O relógio marcava vinte e três horas, se suas suposições estivessem certas, o inimigo recuaria ao nascer do sol. Mas para o seu azar faltavam mais de cinco horas para isso. Estava na metade do passadiço quando uma mulher trajada em uniformes militares veio ao seu encontro, ela tinha um telefone em mãos.

– O que foi? – Noah perguntou.

– Tenente Emma deseja falar-lhe urgentemente.

Noah suspirou e pegou o telefone. Apesar de estar encharcado, o aparelho ainda funcionava e para sua surpresa a qualidade do som era impecável. Ele se aproximou de uma coberta e lá procurou se abrigar da chuva – no meio de caixas e mesas de munição.

– Queria falar comigo?

Sim... Na verdade liguei para pedir sua autorização para sobrevoar o local com a esquadrilha. – Emma falou.

– Minha autorização? Você sabe que não precisa disso. – um trovão ecoou e Noah franziu o cenho. – Além disso, está chovendo.

Nossos caças foram projetados para não serem afetados com o clima. Ou esqueceu-se disso?

– Não, não esqueci. – um estampido foi ouvido ao seu lado, um dos atiradores havia disparado. – Não acha que é precipitado demais? O exército azul não está avançando, apenas mísseis são lançados.

E a defesa antiaérea?

– Foi ligada, mas o tempo de resposta muita vezes é demorado e o projétil nos atinge. A baixa visibilidade está afetando os radares. – falou encarando os soldados dentro da cidade que mais pareciam um enxame de abelhas perfeitamente alinhado lado a lado. – Teve alguma notícia das outras entradas?

Não. – Emma respondeu. – É como se o foco principal fosse a entrada norte, é estranho.

– Sim de fato... – Noah começou, mas logo foi interrompido.

Um militar, que coordenava os homens ali encima, apontou em direção do horizonte e gritou palavras de ordens. Noah abaixou o telefone e encarou a paisagem além da muralha, uma mancha aumentava gradativamente de tamanho. Parecia avançar em alta velocidade – coisa que pessoas a pé nunca conseguiriam fazer.

De repente o céu se iluminou com um raio e segundos depois a muralha tremeu com o trovão que se seguiu. Todos que lá se encontravam foram ao chão, assustados. Lentamente o som surgiu por sobre a chuva, primeiro fraco e longínquo, depois constante e próximo. Podiam ser os carros dentro da cidade, ou as motos dos militares em solo.

Não, a Zona Industrial está no mais completo silêncio. Noah pensou, enquanto saía da coberta. Esse barulho veio de fora.

– Você! – gritou em direção ao militar que os alertara. – Me dê seu binóculo.

O homem assentiu e pouco depois Noah analisava a mancha no horizonte. Demorou um pouco, mas quando o céu voltou a se iluminar, ele flagrou em um breve momento quatro veículos blindados se aproximando. Eram tão robustos e agressivos quanto um tanque de guerra, porém, com um a única diferença: suas munições eram três vezes mais destrutivas.

Outro raio e mais uma vez a muralha tremeu. Eles estavam usando a natureza como aliada, por isso Heechul adiou o ataque para o dia seguinte, assim teriam a chuva e os raios como silenciadores para suas armas. Noah engoliu em seco, prevendo que o próximo alvo a ser derrubado não era a barreira, mas sim a muralha.

Levou o telefone ao ouvido e falou acima do barulho da chuva:

– Emma?

Estou aqui. – ela respondeu. – O que houve?

– Pode começar a sobrevoar, a muralha não suportará muito tempo.

 

Ryeowook sentia a garganta seca e seus membros pareciam não responder. Lentamente abriu os olhos, sentindo a forte luz atingir seu rosto, irritando sua visão. Demorou um pouco para perceber que havia mais alguém ali, debruçada em sua direção, o encarando.

Kyuhyun.

Ele não mediu esforços quando o envolveu seu pescoço em abraço apertado. O outro retribuiu enquanto afagava calmamente as costas do rapaz. Estava feliz por vê-lo ali, no mundo real onde a imaginação de alguém não tentaria mata-lo a sangue frio. Soltou-o apenas quando percebeu que Bora também despertava do “sono”. Parecia absurdo, mas eles realmente haviam entrado na mente de alguém.

O som de passos anunciou a aproximação de mais duas pessoas.

– Acordaram? – era Hyoyeon. – Finalmente.

Bora piscou algumas vezes, acostumando-se com a súbita luminosidade. A dor na nuca persistia e o uso excessivo da habilidade cobrava o seu preço – lentamente a cabeça começava a latejar. Jessica, que até então permanecera em silêncio, se aproximou e começou a analisar a telepata.

– O que aconteceu? – Kyuhyun perguntou, encarando Ryeowook. – Os batimentos de Bora aceleraram de uma hora para outra.

Ryeowook abriu a boca, mas um súbito enjoo o atingiu, e ele se calou. Seu estômago parecia rodar e o desconforto se espalhava por todo o seu corpo. Fechando os olhos, procurou se acalmar e respirou fundo antes de começar a falar.

– De alguma forma que não sabemos explicar, a inteligência artificial conseguiu chegar até nós no subconsciente. – disse por fim.

– Ele deve ter usado uma das artérias para chegar ao hipocampo. – Jessica arriscou enquanto se afastava de Bora. – Está sentindo algo?

– Apenas uma leve dor de cabeça. – ela respondeu franzindo levemente o cenho. – É normal quando eu uso minha habilidade por tempo demais.

A cientista assentiu e então saiu da cela. Hyoyeon se aproximou, encarando Sungmin com o cenho franzido. Ele parecia estar dormindo, mas os espasmos que seus braços sofriam eram preocupantes.

– Ele está bem? – ela não parecia preocupada, apenas temerosa.

– Eu não sei. – Kyuhyun falou, sentia-se estranho por não saber a resposta. – Tem pulsação, mas parece não acordar.

– Conseguiram descobrir algo? – Hyoyeon perguntou, tentando mudar de assunto.

– Sim... – Ryeowook desviou o olhar, encarando Jessica. – Por que injetou a IA na cabeça de Sungmin?

– Então você descobriu. – a cientista concluiu, sem se preocupar em esconder a frustração.

– O quê? – Hyoyeon indagou, incrédula.

– Heechul me manipulou e me fez acreditar que aquilo era o melhor pra Sungmin. – ela argumentou. – Disse que ele sofria com as memórias do acidente e que adormecer a consciência era a melhor solução.

– Não acho isso suspeito? Principalmente vindo de Heechul?

– Acredite, o poder de persuasão dele é superior ao de qualquer outra pessoa. – Kyuhyun comentou em defesa da cientista. – Não é hora para gerarmos desconfiança, se ela está aqui, é porque provou que quer nos ajudar.

Ryeowook meneou cabeça, concordando com o que seu irmão dissera. Uma leve sineta tocou e em seguida passos foram ouvidos. Shindong havia retornado, estava molhado e a roupa colava no corpo, ele encarou Sungmin pelo canto do olho e respirou fundo antes de falar.

– Que bom que acordaram. – comentou de maneira neutra. – Estão sentindo algo?

– Não, apenas enjoos e dores de cabeça. – Ryeowook respondeu, reparando nas roupas molhadas. – O que houve com você?

– Precisamos voltar para o abrigo. – respondeu de imediato. – Não sabemos quanto tempo o ataque durará e ficar aqui não é uma boa opção.

– Tudo bem. – Hyoyeon concordou com um movimento de cabeça e então olhou para Sungmin. – O que faremos com ele?

– Vamos leva-lo conosco, esse desmaio foi suspeito, colocaremos em um dos leitos sob vigia.

– Tem certeza? – Taeyeon perguntou, após entrar na sala.

– Sim. – falou e respirou fundo. – Meu objetivo quando me tornei um agente do governo, foi de ajudar as pessoas. Mesmo que essa pessoa tenha tentado nos matar.

– Mas não sabemos o que vai acontecer quando ele acordar.

– O importante, agora, é ficarmos em segurança. – Shindong respondeu contornando a mesa onde o rapaz era mantido.

Agachando-se, ele digitou uma sequência de números em um painel e então pressionou seu polegar em um leitor. Houve click seco quando as travas de metal que seguravam os braços, as pernas e o tronco de Sungmin se abriram – automaticamente seu corpo pendeu para frente. Shindong levantou, caminhou até ficar de frente para ele, e retirou da cadeira.

– Alguém quer me ajudar? – perguntou, sem um alvo específico.

– Eu.

Kyuhyun afastou-se de Ryeowook e avançou em direção do fardado; com um único movimento, eles ergueram Sungmin – que permanecia inconsciente.

– Podem andar? – Jessica perguntou para a dupla sentada nas cadeiras.

– Sim.

Ryeowook foi o primeiro a levantar, seguido por Bora.  Após avançarem alguns passos, a telepata sentiu sua cabeça rodar e ela cambaleou para o lado – apoiando-se na parede.

– Está tudo bem? – Hyoyeon perguntou, aproximando-se.

– Sim, eu... Eu estou apenas cansada. – respondeu aprumando a postura. – Podemos continuar.

A inumana assentiu e grupo começou a sair da cela improvisada. Hyoyeon ia à frente tendo o total cuidado de olhar ao redor, seguida por Jessica, Bora e Ryeowook, mais atrás – carregando Sungmin – estavam Kyuhyun e Shindong. Taeyeon caminhava distraidamente ao lado do trio de homens, seu semblante era de preocupação, mas ao mesmo tempo de curiosidade. Queria saber o que havia acontecido com os inumanos dentro da cabeça do combatente, mas para sua tristeza, ela teria que esperar até o dia seguinte.


Notas Finais


E ai? O que acharam?
Comentem.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...