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História Além da Esperança - XXXI - Transgressão.


Escrita por: Vexus

Notas do Autor


Voltei e trazendo esse que é o penúltimo capítulo. ;-;

Explicarei tudo quando o epílogo for postado então... se preparem pro textão. hehehehe
Mas saibam de antemão que é tudo questão de organização e conteúdo.


Enfim, espero que gostem.
Boa Leitura.

P.S.: Caso tenha algum erro, por favor, me avisem.

Capítulo 32 - XXXI - Transgressão.


Os olhos escuros encaravam o teto enquanto os raios matutinos do sol lentamente clareavam o espaço. Yesung estava deitado em um dos colchonetes cedidos por Tiffany na noite anterior. Deitara-se, na esperança de dormir tranquilamente, mas seu cérebro parecia pregar uma peça atrás de outra, forçando-o a passar a noite toda acordado. Virou para o lado e encarou o rosto de Krystal - uma mistura de paz e ternura - que estava deitada ao seu lado. Não soube ao certo o porquê de aceitar ajuda da cientista, não a conhecia direito, nunca a vira antes. Suspirou e apoiou a nuca com as mãos enquanto a claridade aumentava gradativamente. Dois dias haviam se passado desde que Tiffany prometera ajuda-lo, fornecendo transporte e um modo de sair da cidade.

Ele ergueu o olhar e encarou em silêncio a porta de metal que levava para as galerias do esgoto. A moça realmente o ajudara, contou-lhe no dia anterior quais providências seriam tomadas e que ele deveria esperar, pelo menos, até o dia seguinte – coisa que Yesung fizera pacientemente. Mas o dia em questão chegara e a ansiedade o estava consumindo por dentro, não aguentava mais esperar. Mordeu o lábio no mesmo instante que o som de passos dominou o recinto, ganhando sua atenção. Tiffany surgiu no seu campo de visão e gesticulou para que ele a seguisse em silêncio. Yesung obedeceu e foi guiado até a sala onde, dias antes, Kibum estava usando para monitorar as escutas na cidade. Tiffany fechou a porta de maneira cautelosa e voltou-se para o rapaz.

– Andrew já está verificando como a cidade está de policiais. – anunciou enquanto pegava uma mochila. – Só espero que as informações de Seunghyun sejam verdadeiras e que tudo ocorra bem.

Ela jogou a bolsa na direção de Yesung, que agarrou a alça imediatamente.

– O que tem aqui? – indagou abrindo o zíper.

– Água, algumas roupas e um pouco de dinheiro. Não é muito, mas vai ajuda-lo na viagem até a Zona Industrial.

Ele vasculhou, vendo que o que ela dizia era verdade. Fechou a mochila, sentindo-se estranhamente desconfortável por ir embora tão rapidamente. Sem ao menos despedir-se das pessoas das quais recebera ajuda.

– Não sei se o que estou fazendo é o correto. – revelou em um tom de voz baixo.

– Como assim? Não queria voltar para a Zona Industrial?

– Sim, mas sinto-me mal por abusar de sua solidariedade.

– Sem sentimentalismo, garoto. – Tiffany o censurou com o cenho franzido, afinal de contas, detestava aquilo. – O que estou fazendo por você, poderia ter feito com qualquer um que está aqui. Não sou um espirito caridoso, para falar a verdade estou bem longe disso, quero apenas cumprir com o que prometi. Agora vá se trocar, não podemos perder muito tempo.

Yesung assentiu e se retirou da saleta, atravessou todo o espaço onde os colchonetes se encontravam, entrando no depósito logo em seguida. Lá trocou de roupa, vestindo o que lhe fora dado na mochila – uma calça de lavagem escura, blusa de manga comprida, um par tênis e um casaco. Saiu do cômodo e encontrou Tiffany parada ao lado da porta de metal, segurando uma lanterna enquanto apoiava-se na parede. Ao vê-lo, a mulher ajeitou a postura.

– Podemos ir? – perguntou, tocando a maçaneta.

– Sim.

– Esperem! – a exclamação foi baixa o suficiente para não acordar os que descansavam. Yesung virou-se e flagrou Luna se aproximando a passos rápidos.

– O que foi?

– Vai embora sem se despedir? – ela o envolveu em um abraço que o fez perder o ar. Luna estava tentada a acompanha-lo na viagem, mas algo em seu âmago dizia que ela deveria ficar.

– Um pouco forte demais. – ele falou, recobrando o oxigênio perdido.

– Desculpe, não sou uma pessoa que costuma abraçar. – justificou enquanto coçava a nuca. – Achei que iria se despedir de Krystal também.

– Gostaria, mas não posso perder muito tempo.

– Tudo bem. – ela sorriu e o tocou no ombro, em um gesto amistoso. – Explico sua situação a ela, com certeza Krystal entenderá.

Tiffany girou a trava e a porta de metal rangeu quando foi aberta, instantaneamente o cheiro do esgoto soprou para dentro. A mulher ligou a lanterna e tomou a dianteira, Yesung olhou uma última vez para a inumana antes de respirar fundo e adentrar nas galerias subterrâneas.

––XX––

Atravessar todos os corredores das galerias do esgoto foi extremamente fácil tendo Tiffany como guia. Ela mostrara atalhos e passagens paralelas, que economizara o tempo estimado até o local combinado. Um percurso que levaria, no mínimo, trinta minutos foi feito em quase dezoito minutos. Tiffany parou abaixo de uma das tampas e olhou o celular, esperou alguns minutos até Andrew enviar a confirmação por mensagem dizendo que o caminho estava livre. Ela subiu as escadas e empurrou o bloco de concreto, que deslizou como se não pesasse nada. Yesung a acompanhou, sentindo o sol matutino esquentar sua pele. Um outdoor, preso à parede de um edifício, exibia as imagens de uma loja em promoção para então ter a transmissão cortada pelo noticiário, que exibia em primeira mão o protesto que se iniciava na porta da Sede.

Tiffany estalou a língua e aumentou o passo, teria que se apressar caso quisesse chegar a tempo. Seguiu pela calçada, virou à direita na esquina e cortou caminho pelo beco que interligava os quarteirões. Atravessou a avenida, contornou o parque e passou em frente a uma rede de fast-food famosa. Durante todo o percurso, ela notara, não havia sinais de policiamento ou ronda de soldados nos quarteirões. Ao que tudo indicava, Seunghyun dissera a verdade quando se referiu ao fato de que toda a atenção das autoridades estaria focada na manifestação. Quando enfim chegou ao posto de gasolina, o relógio marcava sete e meia da manhã. As bombas estavam livres para uso, enquanto os frentistas descansavam sentados em uma cadeira de plástico branco.

– Então vamos esperar? – Yesung perguntou, apoiando-se na parede ao lado da entrada da loja de conveniência.

– Eu acho que sim. – falou olhando o relógio.

Ficaram por ali até as oito e dez, quando o barulho de motor chamou atenção. Um caminhão vermelho aproximava-se pela avenida, ele fez a manobra e parou em uma das bombas. Tiffany arqueou uma das sobrancelhas e aproximou-se da cabine, um homem abriu a porta e desceu. Usava uma calça jeans surrada, sapatos de couro grosso, camiseta e boné marrom. Ele estendeu o braço e cumprimentou a mulher com um aperto de mão.

– Imagino que você seja a Tiffany. – o sotaque era carregado.

– Sim, e você é...

– Sou Suwon. – sorriu. – Seunghyun me mandou para entregar a sua encomenda.

– Certo. – Tiffany gesticulou para Yesung se aproximar. – Consegue coloca-lo no caminho certo?

– Mas é claro que sim. – Suwon colocou as mãos nos bolsos.

– Ótimo. – Ela contornou o caminhão e analisou o container. Era um do modelo Dry Box com seis metros de comprimento, por dois e quarenta de largura, e dois e cinquenta de altura. Estava tingido de cinza e possuía orifícios nas laterais, permitindo a respiração de quem decidisse viajar lá dentro. – E os frentistas?

– Foram subornados. – a resposta saiu o mais natural possível. – Não vão ver ou muito menos ouvir o que vai acontecer aqui.

Suwon abriu a trava e as portas deslizaram para fora de maneira ruidosa. Dentro do container, presa com amarras ao chão, estava uma motocicleta do modelo Ducati, de pneus largos e pintura fosca. Um veículo rápido, que não levantaria suspeitas, e que poderia concluir a viagem sem grandes problemas. Porém, aquela moto em específico recebera alterações no motor, permitindo um gasto reduzido de combustível. Ao ver o veículo, Yesung deixou escapar um assobio de surpresa.

– Seus contatos realmente sabem o que estão fazendo. – comentou impressionado.

– Seunghyun nunca decepciona. – ela sorriu e então olhou para o relógio, passava das oito e meia. – Acho melhor vocês se apressarem, acredito que a manifestação não vá durar muito tempo.

– Tudo bem. – Yesung assentiu e então saltou para dentro do container, acomodando-se ao lado da moto.

– Yesung! – Tiffany chamou, antes que Suwon fechasse as portas. – Se por acaso você encontrar Jessica, diga que ela está me devendo um favor.

O rapaz sorriu e assentiu. Suwon fechou as portas de metal com um enorme estrondo e então caminhou até a cabine, segundos depois o motor foi ligado e o caminhão começou o seu lento trajeto. Tiffany respirou fundo e olhou ao redor, as calçadas começavam a ganhar movimento, assim como as ruas. Aparentemente não houve testemunhas, tudo ocorrera no mais completo sigilo. Ela amarrou os cabelos e atravessou a rua, refazendo seu caminho até as galerias do esgoto. Dentro do container, Yesung sentia os movimentos que o caminhão fazia ao passar sobre os buracos no asfalto. Era a segunda vez que fugia da Zona Comercial, mas dessa vez seria diferente. Dessa vez ele faria de tudo para não retornar para aquela cidade.

Sentou-se no chão do container e apoiou as costas parede, deixando a mochila ao seu lado. Enquanto se deixava embalar pelo balanço do veículo, Yesung parou para pensar em como sua rotina mudara subitamente – não que ela fosse monótona, muito pelo contrário. Desde que conhecera Ryeowook e se oferecera para ajuda-lo a resgatar Kyuhyun, uma avalanche de memórias sobre seu passado retornara. Muitas delas ele queria enterrar bem fundo, mas como a mente gosta de pregar peças, isso não adiantava. Fechou olhos, sentindo o excesso de cansaço que a noite não dormida acumulara, e mergulhou em um sono profundo e agitado.

Sua mente vagou por lembranças do esconderijo e da sua infância. Subitamente elas mudaram, e ele agora assistia uma versão mais nova sentada na beirada de uma cama com lençóis brancos. O quarto estava perfeitamente decorado para se parecer com uma casa comum, com sofá, uma televisão e um espaço cheio de brinquedos. Yesung encarou a criança com o cenho franzido, não sabia o porquê de estar relembrando isso, mas ficou em silêncio para descobrir. Um rangido metálico foi ouvido e a única porta do recinto foi aberta por um guarda vestido com uma farda azul escura, tinha uma pistola no cinto e segurava um fuzil com a mão livre, o capacete cobria seu rosto deixando-lhe com uma presença assustadora. Ele adentrou e parou ao lado do portal – segundos depois outro entrou, repetindo a mesma atitude.

Não demorou muito para um homem vestido com um terno cinza e sapatos de couro entrar, ele avançou silenciosamente e sentou ao lado da criança. Ficou ali por alguns segundos até enfim começar a falar.

– Sabe quem eu sou? – seu tom era calmo e harmonioso. Queria deixar o jovem relaxado perante a sua presença.

– Woonjun, líder da Zona Comercial e... – o menino engoliu em seco antes de continuar. Estava nervoso e até mesmo assustado com a visita daquele homem. – meu pai.

– Muito bem.

Woonjun estalou a língua e ergueu-se da cama, estendendo o braço em seguida. Outra pessoa adentrou no cômodo, era um jovem alguns anos mais velho que Yesung e muito bem vestido. Ele respirou fundo e voltou seu olhar para a criança e cruzou os braços, sua expressão era uma mistura de raiva, nojo e desprezo.

– Exatamente. Ele é o líder e, por mais que você me dê nojo, também seu pai, o que faz de você o meu irmão. – o jovem trincou os dentes. – Agora me responda uma única pergunta: Como você a matou?!

– Heechul, não comece com isso. – Woonjun o censurou.

– Eu não matei ninguém... – a criança começou a responder, mas foi interrompida.

– Mentiroso! – Heechul estendeu o braço e usou as costas da mão para estapear o menino no rosto. Yesung assistiu calado enquanto sua versão mais jovem caía no chão, aos prantos. – Como ousa olhar na minha cara e contar isso?! Hein? Seu merda!

– Mas... Mas...

– Cale a boca! – outra tapa, o menino caiu para o outro lado.

– Já chega! – Woonjun gritou e então agarrou o braço de Heechul com força. – Querendo ou não você terá que conviver com ele! Yesung é seu irmão! Sangue do seu sangue!

– Nunca vou aceitar essa criatura como parte da minha família! – respondeu, desvencilhando-se do aperto. Heechul olhou uma última vez para Yesung e então se retirou do quarto.

Woonjun respirou fundo e então ajudou Yesung a sentar de volta na cama. O jovem garoto soluçava, enquanto enxugava as lágrimas que molhavam suas bochechas.

– Me desculpe. – Woonjun sussurrou e passou uma das mãos pelo cabelo.

O homem caminhou em silêncio e se retirou do quarto, segundos depois os guardas fizeram o mesmo, fechando a porta em seguida.  De início as visitas eram pacíficas e Woonjun parecia ser uma pessoa calma, os dois passavam horas conversando sobre os mais variados assuntos. Mas depois que Heechul passou a acompanha-lo, as visitas passaram a se tornar pesadelos. A porta voltou a ser aberta e uma dupla de pessoas entrou. Uma mulher de cabelos loiros e traços finos, e um homem de cabelos negros e barba rala. A versão mais jovem de Yesung correu e abraçou a cientista enquanto se entregava as lágrimas.

O melhor termo para definir as visitas de Heechul naquela época seria tortura psicológica. Aquela lembrança originara-se depois de uma série de exames terem sido feitos. Yesung conseguia sentir que a paciência de Woonjun diminuía conforme os resultados dos exames davam negativo, apesar de o homem nunca demonstrar. Não entendia naquela época – e ainda hoje não entende – como alguém poderia deixar uma criança ser tratada daquela forma.

Um baque ecoou pelo espaço confinado, fazendo-o despertar em um susto. O caminhão havia parado, e como o capacete não estava preso, ele acabou caindo próximo aos seus pés. Ouviu o barulho de passos no lado de fora e segundos depois a porta traseira do container foi aberta. Suwon encarou o interior e então sorriu, acenando como um movimento de cabeça.

– E então? Como foi a viagem?

– Um pouco agitada. – Yesung respondeu, massageando a nuca dolorida.

– Desculpe... É por que o asfalto está muito esburacado e os amortecedores não deram conta. – Suwon saltou para dentro do container. – Me ajuda a descer esse negócio?

Yesung assentiu e então começou a soltar as amarras que prendiam a motocicleta, uma a uma. Após isso Suwon desceu e puxou uma rampa que mantinha escondido abaixo do container. A chapa de metal deslizou e a ponta bateu no chão, riscando o asfalto e causando um leve estrondo que afugentou os pássaros nas árvores.

– Como conseguiu passar pela segurança? – Yesung indagou enquanto manobrava o veículo para fora, com mochila no ombro.

– Contei uma pequena mentira. – Suwon piscou. – Disse que o container estava cheio de produtos orgânicos, que deveriam ser transportados com urgência. Perguntaram-me o porquê dos buracos e eu respondi que a mercadoria deveria ficar em contato com o ar fresco.

– Eles acreditaram?

– Por incrível que pareça, sim. – continuou. – Ou sou um bom mentiroso, ou eles são muito burros.

– Não se sente mal por ter desrespeitado uma lei? – questionou de maneira tímida. – Está ajudando um inumano.

– É preciso mais que um papel escrito para me impedir. – retrucou. – Não vou deixar de fazer o que é certo só por que um homem falou na televisão que é proibido.

Yesung sorriu e então encarou o ambiente ao redor da rodovia. Não via nada além de plantas e a enorme faixa de asfalto que se estendia por quilômetros.

– Onde estamos?

– Fora dos limites da Zona Comercial. – Suwon falou enquanto recolhia a rampa e fechava as portas do container. – Aqui nenhum radar consegue nos captar.

– Interessante. – Yesung cabeceou impressionado. – Então eu devo seguir por essa estrada?

– Sim. – o homem esfregou as mãos. – Não tem erro, é só seguir direto e não pegar as saídas, aí você chega na Zona Industrial.

– Certo.

– Mas antes que você vá, eu quero lhe perguntar uma coisa: Por que quer ir para a Zona Industrial? A cidade foi completamente destruída, quem morou lá certamente já deve ter fugido.

– Existem pessoas que eu quero encontrar e, se eles realmente fugiram, a Zona Industrial terá pistas do paradeiro deles.

– Muita coragem a sua. – Suwon deu tapinhas no ombro de Yesung. – Preciso seguir viagem.

– Foi um prazer conhecer você, Suwon. – Yesung despediu-se com um aperto de mão e então colocou o capacete. – E obrigado pela ajuda.

– De nada parceiro. – o caminhoneiro sorriu e entrou na cabine. – Boa sorte nessa sua viagem.

Yesung ajeitou a mochila nas costas, subiu na moto e ligou o motor. A Ducati rugiu e ele acelerou, ganhando velocidade enquanto avançava pela rodovia deserta. O vento forte sacudia sua roupa, trazendo consigo o cheiro de terra molhada e plantas, mas Yesung não se importava, ele só queria chegar à Zona Industrial.

 

Ele respirou fundo e se controlou por alguns segundos até deixar as emoções dominarem. O que acabara de ouvir era absurdo, mesmo que no fundo ele suspeitava que isso iria acontecer.

– Como assim ele não foi encontrado?! – Kyuhyun repetiu a frase, incrédulo.

O ônibus ainda seguia pela estrada, levariam algumas horas a mais para chegarem a Zona Agricultora por pedido de Jessica. A cientista recomendara que eles devessem fazer uma pausa de algumas horas, para ter a chance de encontrar algo nos radares. A atitude era arriscada, mas os militares acabaram concordando. O veículo parou por cerca de duas horas e então retomou a viagem, durante o percurso, o grupo de busca fez contato, informando que Shindong fora encontrado. Quando Kyuhyun soube que seu irmão continuava desaparecido, não conseguiu conter a própria raiva. Após isso, o comboio no qual Katarina estava fez um rápido contato, explicando que a líder da Zona Industrial havia chegado com segurança ao destino.

– Achei que um grupo de busca tivesse essa função, não é mesmo? Deveria encontrar as pessoas.

– Kyuhyun... – Jessica tocou-lhe nos ombros, procurando acalmar o rapaz.

– Senhor, eu peço que entenda. – o militar continuou. O rádio ainda chiava em suas mãos. – Nossas unidades fizeram o possível, mas seu irmão não foi encontrado.

– Então pare a droga desse ônibus, eu mesmo vou procura-lo. – anunciou irritado.

– Ficou maluco? – o fardado balançou a cabeça. – Estamos no meio de uma rodovia e o local onde o carro desapareceu fica a quilômetros daqui. Nem em sonho você chega lá.

Kyuhyun bufou irritado e deixou-se cair sentado em uma cadeira acolchoada, passou as mãos no rosto, respirou fundo. Aquilo não podia estar acontecendo, seu irmão não poderia ter desaparecido daquela forma, no meio de uma floresta completamente desconhecida. Lutara tanto para mantê-lo seguro, mas no fim mostrara ser uma completa falha. Fechou a mão em punho e golpeou a mesa com força, fazendo com que alguns aparatos mais leves saltassem. Instantaneamente a dor se espalhou, distraindo sua mente do verdadeiro problema que se desenvolvera.

– Quer conversar? – Jessica indagou de maneira suave.

– E o que eu teria para conversar? – retrucou. – Meu problema não teria solução.

– Não diga isso, você não sabe o que realmente aconteceu.

– Meu irmão desapareceu e eu não posso sair daqui para tentar procura-lo. – ele a encarou. – Foi isso que aconteceu, Jessica.

– Mas não perca as esperanças. – Jessica continuou. – Não foi apenas ele que desapareceu, Sungmin também não foi encontrado.

Kyuhyun franziu a testa, não havia parado para pensar naquilo. Se Ryeowook ainda estiver vagando pela floresta, certamente estará com Sungmin. Porém, uma grande dúvida ainda o consumia por dentro: Aquilo era bom ou ruim?

– Acha que Ryeowook possa estar com ele?

– É uma possibilidade. – ela inclinou a cabeça. – Taeyeon não permitirá que duas pessoas, sendo que uma delas é carga preciosa, desapareçam sem explicação.

– Sei que é tolice continuar acreditando...

– Não é tolice. – ela o censurou. – Você conhece seu irmão e sabe que ele não desistiria assim tão facilmente.

– Mas o maior problema é que não sabemos onde ele está e Ryeowook nunca entrou sozinho em uma floresta. – falou, suspirando de maneira cansada. – Sabe-se lá o que pode estar acontecendo lá dentro.

Jessica lhe deu um sorriso solidário e esfregou suas mãos. Apesar de parecer confiante, a cientista ainda tinha suas dúvidas.

– Tenha um pouco de fé. – disse por fim. – Ele vai aparecer.

O militar caminhou para a parte dianteira do ônibus onde conversou alguns segundos com o motorista e seu acompanhante, depois voltou para a área dos computadores onde ficou de guarda. No bolso de sua farda, o comunicador chiou e ele o pegou de maneira preguiçosa, apertando o botão lateral em seguida. Instantaneamente uma voz masculina começou a falar, levou alguns minutos até a mensagem ser compreendida.

– Estou ouvindo. – o soldado falou, após sintonizar o sinal.

Havia uma viatura blindada que seguia alguns metros na frente do ônibus, não que segurança fosse extremamente necessária, mas aquele carro em específico servia como apoio caso algum maquinário fosse danificado. E era com essa viatura que o militar estava falando.

Mensagem não compreendida.

– Estou na escuta. – ele repetiu, irritando-se com o aparelho.

Entendido. Contato visual com o objetivo sendo feito.

– Aguardarei novas informações.

Kyuhyun permitiu-se afundar por completo na cadeira. Sabia o que aquilo significava, a partir dali não teria como voltar, sua única esperança encontrava-se nas mãos de outras pessoas. Alguns minutos se passaram até a voz masculina retornar.

Estamos entrando nos domínios da Zona Agricultora.


Notas Finais


E ai? O que acharam?
Comentem!


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