1. Spirit Fanfics >
  2. Além da Esperança >
  3. VII - Insônia.

História Além da Esperança - VII - Insônia.


Escrita por: Vexus

Notas do Autor


Voltei! \o/
É, eu sei, eu demorei um pouco... mas calma! Eu não desisti! Apenas estava passando por um leve bloqueio de criatividade... Então vamos aproveitar que ele ele resolveu dar uma trégua e vamos seguir em frente.

Devo que as coisas a partir daqui tomarão um rumo diferente... Como eu disse no primeiro capítulo, essa fic será focada no desenvolvimento histórico e na ação, deixando de lado um pouco o romance.

Prometo trazer o próximo capítulo dentro do prazo!

Espero que gostem.

Boa leitura!

P.S.: Se vocês encontrarem algum erro de português, por favor, me avisem.

Capítulo 8 - VII - Insônia.


Lentamente seus olhos abriram e rapidamente a luz artificial atingiu o seu rosto. Franzindo o cenho, Kibum ergueu a cabeça e piscou algumas vezes tentando clarear seus pensamentos. Sua mesa estava uma completa bagunça enquanto a luminária lançava o brilho sobre sua superfície, papéis disputavam espaço com peças de metal e ferramentas.

Havia dormido e nem percebera. O cansaço, acumulado com a carga de estresse e a noite mal dormida fez com que ele adormecesse debruçado sobre a mesa, seu pescoço latejava e a dor se estendia até a altura da lombar. Tentou em vão alterar as configurações da coleira, mas o nível de complexidade era superior ao de seu conhecimento. Apenas uma equipe especializada conseguiria fazer as devidas alterações sem que fossem notadas pelo sistema de segurança.

Ele até conseguiria contatar essa equipe, se os funcionários não temessem ir contra as ordens de Heechul.

Estava de mãos atadas e não podia fazer nada para mudar isso. Passou as mãos pelos cabelos enquanto olhava o relógio digital que descansava sobre a mesa: passava das dezessete horas. Kibum respirou fundo e começou a organizar suas coisas; era o fim do seu expediente, mas não a de suas ações. Levaria aquele maquinário para sua casa e lá tentaria resolver esse problema, mesmo que isso custasse a sua segurança.

Jogou todas as peças dentro de sua bolsa e fechou a fivela. Tinha que se apressar, não era comum ficar nos interiores da Sede quando o horário de funcionamento havia se encerrado – principalmente com a situação governamental naquele estado – a não ser que o pretexto fosse o de uma hora extra. Com exceção de Heechul, apenas o laboratório possuía a autorização para transitar pelo prédio independente do horário.

Após recolher os aparatos, Kibum guardou os papéis na gaveta e desligou a luminária – a sala ficou mergulhada na penumbra. Saindo para o corredor, ele fechou a porta, passou a chave e seguiu caminho até o elevador.

Maldita hora que Jessica fora fugir. Pensou ele.

Os corredores estavam vazios e seus passos ecoavam pelas paredes reforçadas. Enquanto virava na esquina, ele teve o infortúnio de esbarrar em alguém. Mais precisamente, em Heechul.

– Olhe por onde anda... – ele resmungou enquanto ajeitava o paletó. – Kibum? O que faz aqui há essa hora?

Ele engoliu em seco e sentiu as mãos suarem. Não havia ninguém melhor para encontrar naqueles corredores?

– Estava assinando alguns papéis, pendências de outros assuntos, e acabei esquecendo a hora. – improvisou, tentando manter a voz firme.

– Assinando papéis? – Heechul franziu o cenho e balançou a cabeça. – Até agora?

– Eram várias clausuras para serem lidas e muitas delas tinham brechas que deveriam ser questionadas. – Kibum respondeu. – Sabe como essas pessoas são, e na situação em que nos encontramos, qualquer cuidado é necessário.

– É... Você tem razão. – Heechul reconheceu. – Mas deveria ter avisado que ficaria até tarde, sabe as regras desse prédio.

– Eu sei, mas... Fiquei tão concentrado que acabei me esquecendo.

– Tudo bem. – retrucou olhando o relógio de pulso. – Vá para casa, está muito tarde para ficarmos de conversa.

Heechul o tocou no ombro e seguiu caminho pelo corredor vazio. Kibum soltou o ar que estava prendendo e apoiou-se na parede. Não sabia se conseguira convencê-lo com aquela história, mas sinceramente não ficaria ali para descobrir.

Virando-se de costas, ele andou mais alguns metros e entrou no elevador. A descida até o térreo levaria alguns segundos e até lá ele se deixou imaginar o que Heechul fazia pelos corredores daquela área – principalmente naquele horário. Balançou a cabeça e saiu quando as portas do cubículo de metal se abriram. O hall de entrada estava vazio, com exceção do segurança que se encontrava parado ao lado das portas de vidro.

Ao vê-lo, o fardado se aproximou com a mão no cinto.

– Algum problema? – ele perguntou.

– Muito trabalho. – Kibum respondeu neutro. – Poderia abrir as portas para mim? Já está muito tarde.

O segurança assentiu e se aproximou com a chave em mãos. O som da fechadura sendo aberta ecoou pelo hall de entrada como o disparo de uma arma. Kibum respirou fundo, sentindo calafrios devido o vento noturno, e saiu para a rua.

O trajeto até sua casa fora rápido e sem problemas, os policiais que transitavam pelas calçadas pareciam não dar importância para sua presença. Ele lentamente subiu as escadas e abriu à porta, o apartamento continuava como fora deixado antes – praticamente intocado. A cama bagunçada era convidativa, mas ele a ignorou e colocou a bolsa no chão; o metal em seu interior tilintou levemente. Lá fora, na rua, o dirigível passou sobrevoando a região, lançando seu típico holofote em direção ao chão. A cada dia que passava, a quantidade de homens fardados nas ruas parecia aumentar.

Kibum se aproximou da janela e fechou as persianas, deixando o quarto mergulhado na penumbra – o único brilho vinha do abajur sobre a mesa de cabeceira. Caminhou em direção ao banheiro e se despiu, a água relaxou seu corpo e afastou minimamente o sono que persistia. Enxugou-se e vestiu algo limpo e confortável, voltou para o interior do quarto e seguiu até o computador.

A máquina demorou a ligar e enquanto isso ele começou a organizar as peças sobre a mesa. Seu conhecimento a respeito da mecânica daquele equipamento não era dos melhores, mas no fundo de sua memória havia lembranças de aulas da faculdade. O centro de inteligência era, além de um setor especializado em investigação e informação, um dos responsáveis dos projetos. E aquela coleira se encaixava em um daqueles projetos.

O maior problema era que a mão de obra que a construiu não ficava na Zona Comercial.

Revirando suas prateleiras e esvaziando as gavetas, ele encontrou uma pasta onde sempre mantinha algumas cópias das papeladas que passavam por sua sala. Lendo cada um com total atenção, Kibum encontrou o relatório a respeito da coleira. Nele continha o material utilizado na confecção e a assinatura do engenheiro responsável. Foleando de maneira apressada, ele leu que a remessa inicial fora encomendada dois anos atrás e que a Zona Industrial assinava a mão de obra.

De volta à estaca zero. Pensou colocando a pasta sobre a mesa.

Voltando para onde a coleira desmontada se encontrava, ele sentou na cadeira e começou a mexer em seu interior.

––XX––

Já passava das vinte e duas horas e nenhum progresso fora obtido. Todas as tentativas resultavam em falha do sistema ou inatividade do equipamento. A coleira fora projetada para nunca ser modificada, e caso isso ocorresse, ela própria notificava o sistema de rastreamento. Para sua sorte o código de desativação continuava fresco em sua mente.

Kibum suspirou e recostou-se na cadeira, jogou a cabeça para trás e encarou o teto. Já era tarde e o cansaço cobrava o seu preço, seus olhos piscavam de maneira preguiçosa e a respiração ficava cada vez mais lenta. O sono vinha acumulado e ele sabia que precisava dormir, caso contrário, suas atitudes começariam a levantar suspeitas. Ele organizou o objeto – o selando novamente – e então levantou.

Deixou seu corpo cair na cama e fechou os olhos. Amanhã ele teria que colocar a coleira em Yesung contra a vontade própria. Até considerou desobedecer a ordem dada, mas se o fizesse, não teria para onde correr ou se esconder. Ao contrário de Jessica, Kibum não tinha amigos ou contatos que pudessem ajuda-lo em uma situação como aquela. Ele respirou fundo, enquanto o sentimento de incapacidade dominava o seu corpo, e sem perceber, acabou adormecendo.

 

Fazia alguns minutos que Kyuhyun e os outros haviam saído e ele então decidira fazer o mesmo. Shindong ajeitou a fivela do cinto e entrou no carro, a noite já havia se iniciado e o céu se encontrava coberto por algumas nuvens. Pela temperatura do vento que atingia seu corpo, ele deduziu que mais cedo ou mais tarde começaria a chover. Fechando a porta, Shindong deu a partida no carro e acelerou pelas ruas desertas, indo em direção ao abrigo. Se estivesse certo, Taeyeon provavelmente fora levada para lá, já que um prédio fora dali seria um alvo fácil – mesmo se sua estrutura tiver sido projetada para isso.

Virou à esquerda, desviando de um buraco no asfalto, e sem querer subiu na calçada. O som do concreto arranhando a parte inferior do veículo causou-lhe arrepios e ele logo deixou que um palavrão escapasse. Estava sozinho, não precisava se preocupar com os bons modos. Seguiu alguns metros e então virou à direita, entrando nos domínios do abrigo. Estacionou o carro em uma das dezenas de vagas disponíveis e desceu, traçou caminho pelo espaço aberto e desceu a rampa até a entrada.

O som do falatório atingiu seus ouvidos de súbito, o deixando atordoado por alguns segundos. Seguiu pelos corredores até a sala de comando e lá encontrou Taeyeon sentada, comendo algo, enquanto alguns militares faziam a vigilância pelas câmeras da cidade.

– Imaginei que estivesse aqui. – Shindong comentou.

– Não é minha culpa, tentei protestar, mas ninguém me ouve. – ela falou enquanto limpava um dos cantos da boca. – Sou líder de uma Zona, mas minha voz não é ouvida. – completou jogando os braços para cima.

O guardanapo voou e caiu a alguns metros de distância, no chão. Shindong se aproximou e o pegou, sorrindo de leve.

– Por que está rindo? – ela perguntou com o cenho franzido. – Não contei nenhuma piada!

– Não, você não contou. – respondeu depositando o quadrado branco de pano de volta na mesa. – Mas não deixa de ser engraçado.

– Hum... – Taeyeon semicerrou os olhos e cruzou os braços. – O que quer comigo?

– Verdade, acabei me esquecendo. – Shindong contornou a mesa e sentou de modo que a mulher ficasse na sua frente. – As seis pessoas que chegaram a Zona Industrial são as do esconderijo.

– O quê?! – ela olhou de relance para os militares sentados em frente aos computadores e então abaixou a voz. – No corredor.

Eles levantaram e juntos saíram da sala de comando. O corredor estava vazio e as vozes do galpão ocupado ecoavam por suas paredes. Taeyeon andou alguns metros, para ter certeza de que estavam sozinhos, e então retornou para onde o fardado se encontrava.

– Como podem ser eles?

– Ao que parece o esconderijo possuía uma construção específica para suportar ataques. – ele começou. – Quando os aviões começaram a bombardear, todos os inumanos se abrigaram lá.

– Um abrigo dentro de um abrigo? – Taeyeon franziu a testa. – Sinceramente é impossível que não haja um dedo de planejamento militar naquele esconderijo. Um cidadão comum não seria capaz de construir algo parecido.

– Quer que eu investigue?

– Não, isso não tem tanta importância no momento. – ela respondeu gesticulando com uma das mãos. – Não vamos perder tempo com isso.

– Tudo bem. – Shindong apoiou-se na parede e cruzou os braços. O assunto tratado com Kyuhyun fervilhava em sua mente e ele se viu na obrigação de falar. – Há algo que eu quero dizer.

– O que foi?

 – É sobre Sungmin.

 

– É, eu ainda estou vivo. – Kangin falou sorrindo de leve. – Não são algumas bombas que vão me derrubar.

Hyoyeon recuou alguns passos, escondendo a boca com as mãos, assustada. Mais atrás, ela conseguiu ver Sunny, Taemin, Minho e mais uma pessoa que não conhecia. Era um sonho. Aquilo só poderia ser um sonho. Parecia absurdo que eles estivessem vivos, tinha visto através da televisão que o esconderijo fora completamente destruído, sem chances de haver algum sobrevivente. E para o sua descrença, Kangin se encontrava ali, parado e respirando.

– Como? – falou tão baixo quanto um sussurro. – Eu vi a destruição do esconderijo.

– Esqueceu que tinha um abrigo antibombas? – respondeu de maneira casual. – Estávamos nos escondendo lá desde então.

A garota então avançou alguns passos, ficando a alguns centímetros de distância. No calor do momento, todos aguardavam que Hyoyeon o abraçasse ou fizesse algo parecido, mas o que realmente aconteceu foi impressionante. Ela ergueu o braço e desferiu um tapa no rosto do rapaz, que devido a surpresa, ficou imóvel.

– Meu Deus! – Jessica exclamou levando uma das mãos à boca.

– Nunca mais faça isso! – Hyoyeon falou enquanto envolvia o tronco do rapaz em um abraço apertado. – Por que não nos avisou?

– Não consegui. – ele justificou enquanto afagava sua cabeça. – Nossos equipamentos de comunicação foram severamente danificados.

– Além disso, temíamos que nosso sinal fosse rastreado. – Sunny completou.

Hyoyeon afastou-se enquanto enxugava os cantos dos olhos molhados. Ela respirou fundo, torcendo mentalmente para que aquele momento não fosse um sonho. Que aquelas pessoas realmente estivessem vivas.

– Onde estão os outros? – Kangin indagou.

Subitamente os pesos dos acontecimentos retornaram. Kyuhyun olhou para Hyoyeon com a testa franzida, seria difícil explicar que Yesung fora sequestrado e que Donghae encontrava-se inconsciente em uma cama de hospital. A combatente suspirou, procurando a voz para falar.

– Me sigam, tenho muita coisa para explicar.

––XX––

O choque inicial de vê-los parado diante da porta perdurara por longos minutos. Ryeowook continuava sem acreditar que aquelas pessoas eram a mesmas do esconderijo, principalmente quando se acreditava que estavam mortas. Hyoyeon foi a primeira a falar, explicando tudo o que acontecera quando chegaram a Zona Industrial e a confusão na Torre – deixando de citar o nome de Sungmin. Sunny encontrava-se parada ao lado da cama, olhando com pesar o amigo inconsciente, enquanto o mesmo respirava lentamente.

Kyuhyun contou a decisão tomada por Taeyeon a respeito da mudança para a Zona Agricultora e acrescentou que a chegada do grupo deveria ser informada.

– Provavelmente Shindong fará isso. – Ryeowook comentou.

Hyoyeon apresentou Bora e discorreu sobre a habilidade da garota – e em como ela seria útil em confrontos futuros. O grupo ficou conversando por longos minutos, sempre abordando os mais diversos assuntos. Ryeowook enfim conheceu Jessica pessoalmente e ela apresentou Key, o homem que a ajudara mantê-la escondida na Zona Comercial. Ele possuía um olhar atento e feroz – semelhante à de um predador – como de uma pessoa treinada. Bem diferente do que se via na maioria dos cidadãos que lá viviam.

Um momento de silêncio se instaurou, mas que logo foi quebrado por Kangin.

– Então Yesung foi levado? – seu tom era grave.

Hyoyeon concordou com um movimento de cabeça.

– Não tivemos chance de resgatá-lo. – ela explicou. – Pouco tempo depois o ataque começou e a cidade ficou em pânico.

– Não restam dúvidas que ele foi levado para a Zona Comercial. – Jessica comentou. – Heechul não deixaria que um número considerável de presos fosse mantido em acampamentos improvisados perto daqui.

– Porém algo nessa história não faz sentido. – Key interrompeu. – Por que ele levaria essas pessoas se o principal objetivo é mata-las? Pelo que eu entendi, apenas os inumanos são os alvos disso tudo.

– Tentamos encontrar uma resposta para isso. – Kyuhyun respondeu. – Mas todas giram em torno de situações absurdas e impossíveis.

– O mais importante, no momento, é nos mantermos vivos. – Hyoyeon disse. – Depois nos organizamos para um contra-ataque.

Batidas na porta despertaram a atenção de todos; Sunny se aproximou e então a abriu, revelando Shindong. Ele olhou para o interior do quarto com o cenho franzido, buscando rostos, e então apontou para Hyoyeon, Kyuhyun, Jessica, Ryeowook e Bora.

– Me sigam, agora.

– Aconteceu algo? – Kyuhyun indagou, preocupado.

– Não temos muito tempo. – o fardado falou. – Taeyeon deixou que vocês entrassem na mente dele.

––XX––

Shindong guiou o grupo pelos lados externos do esconderijo, por uma região onde as oportunidades de fuga caso algo acontecesse fossem altas. Uma trilha de concreto seguia entre o asfalto e parava em frente a um prédio baixo e de formato retangular. Eles atravessaram hall de entrada e desceram um vão de escadas até o subsolo, Shindong seguiu por um extenso corredor repleto de guardas até um elevador.

– Esse prédio é usado como cadeia provisória. – ele respondeu enquanto apertava um botão. – Sungmin está sendo mantido aqui.

O grupo entrou e o elevador desceu alguns metros até uma região silenciosa e bem iluminada. A sala retangular estava ocupada por guardas – homens e mulheres – que guardavam uma única cela onde um único homem encontrava-se. Ao vê-lo atrás da parede de vidro, Bora engoliu em seco.

– Vocês farão isso aqui, onde o monitoramento é possível. – Shindong falou.

– Decidimos que essa seria a melhor forma. – Taeyeon surgiu, vinda de um dos cantos. – Quero que saibam que o fato de eu aprovar essa decisão pode manchar a minha imagem. Já que para muitos entrar na cabeça de alguém é praticamente impossível.

– Jessica e eu fomos dois dos responsáveis por criar a L23. – Kyuhyun falou. – Saberemos informar caso algo de ruim aconteça.

Jessica abaixou o olhar, não conseguia sentir orgulho de si mesma sobre aquele fato.

– Jessica... – Taeyeon repetiu o nome de forma pensativa. – Heechul sempre se gabava de seu laboratório e de como seus funcionários eram instruídos por uma excelente mulher. É uma surpresa vê-la aqui.

– Aquele homem já me enganou demais. – a cientista sussurrou. – Cansei de ser tratada como um simples peão de um jogo de xadrez.

– Antes de começarmos – Shindong falou, rompendo aquele momento de tensão. – há algo que precisamos saber?

– Para que possamos acessar as memórias dele, é preciso que uma pessoa venha comigo. – Bora explicou. – O subconsciente dele pode interpretar que tudo o que está acontecendo deve ser atacado imediatamente.

– ‘Tá querendo dizer que a cabeça dele vai atacar quem for entrar? – Hyoyeon indagou com o cenho franzido.

– Sim... Já tentei fazer isso. – ela continuou, mostrando certo conhecimento a respeito do assunto. – É como se todas as situações fossem traduzidas em perigos reais.

– Você pode levar duas pessoas? – Hyoyeon perguntou cruzando os braços.

– Posso, mas ficarei cansada mais rapidamente.

– Então isso terá que ser rápido. – Shindong comentou. – Quem vai com Bora?

– Eu vou. – Ryeowook respondeu enquanto encarava o interior da cela.

Sungmin mantinha-se imóvel sentado na cadeira, havia uma espécie de máscara de metal que imobilizava seu maxilar. Mesmo de longe, Ryeowook era capaz de vez a raiz escura do cabelo.

– Quando estiverem prontos, mas devo relembrá-los que não temos muito tempo.

Uma porta de metal deslizou e duas estantes de metal lotadas de equipamentos foram empurradas para o interior da cela, deixadas alguns metros longe de Sungmin. Logo em seguida duas cadeiras reclináveis foram acrescentadas. Ryeowook olhou para Bora, que parecia mergulhada em um transe.

– O que são aquelas máquinas? – Hyoyeon perguntou.

– Elas monitorarão tudo o que irá acontecer com os envolvidos. – Shindong explicou. – Podem entrar.

Ryeowook assentiu e tocou levemente no ombro da garota, que piscou algumas vezes. Eles entraram, sendo acompanhados por Kyuhyun e Jessica. Após sentarem nas cadeiras reclináveis, os cientistas se aproximaram e colaram pequenos eletrodos na cabeça dos voluntários. Ryeowook assistiu a tudo com o cenho franzido.

– Por que tudo isso? – perguntou por fim.

– Analisaremos as atividades cerebrais de vocês, e caso algo de ruim aconteça, poderemos interromper o processo.

Ryeowook encarou Bora por alguns segundos, a garota passava as mãos nas pernas de maneira frenética. Kyuhyun contornou as cadeiras e se aproximou de Sungmin, colando os eletrodos em sua testa.

– Está com medo? – Ryeowook perguntou.

– Talvez um pouco. – Bora confiou olhando de relance para onde Sungmin estava.

– Sabe que não precisa fazer isso, não é?

– Sim, mas eu sinto que devo. – respondeu. – Vocês me salvaram. Sabe-se lá o que aconteceu com o hospital.

Kyuhyun se afastou e então se retirou da sala sendo seguido por Jessica. A cela estava silenciosa, com exceção dos barulhos das máquinas e o som da respiração acelerada de Sungmin. Ryeowook virou o rosto e o encarou por alguns segundos, ele mudava o foco de visão de um pra o outro. Seu peito subia e descia rapidamente, pelo modo como as veias de seu pescoço estavam saltadas e pelas gotas de suor na testa, Sungmin sentia raiva.

Bora encarava o chão, estática.

– Bora, não olhe para ele. – Ryeowook recomendou. – Ele não pode fazer nada contra nós. Afinal de contas, está preso.

Bora ergueu a cabeça e fechou os olhos, pouco depois respirou fundo. Houve um chiado e a voz de Shindong foi ouvida através dos amplificadores.

Estamos prontos, podem começar.

– Tenta esvaziar a mente. – Bora instruiu, nervosa. – Assim será melhor de conseguir transportar nós dois.

Ryeowook recostou-se na cadeira e fechou os olhos, não sabia o que iria acontecer a partir dali e o que veria, mas pouco importava. Lentamente seu corpo foi relaxando e a respiração foi ficando mais calma. Era como cair no sono, apenas com uma única diferença: as imagens que surgiriam não eram sonhos.


Notas Finais


E ai? O que acharam?

Comentem!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...