Eu. não poderia dizer que perdoei todas as mancadas do Natsu, afinal, ele não deixou claro como eu tinha chegado no seu apartamento, acordado sem calcinha e sutiã e ainda dormido sem transar com ele. Mas eu não poderia dizer que não estava adorando esse nosso rolo entre tapas e beijos, literalmente.
Acontece é que aquela manhã ele mostrou um lado que eu pensei que era inexistente nele, claro que eu nunca duvidei que ele tivesse sentimentos - até o Shrek tinha -, porém eu não achei que seria eu a pessoa a descobrir eles.
Aquela festa deixou muitas marcas, já que Levy estava apaixonada por um livro e estava quase transformando ele numa escultura. São Livrinho, que tal? Só que ela disse que ainda odiava festa, mas não era comparado á sua raiva pelo álcool. Le chegou a falar que se pensasse em beber novamente iria arracar as próprias mãos.
Era segunda e aquela aula parecia não terminar. Eu tinha que escrever um texto, no formato de minha escolha, sobre o que era estar estudando na UFM. A professora Minerva falava que você não pode querer ser jornalista e escrever sobre outra pessoa se não souber escrever sobre você mesmo.
Resolvi levar aquela folha para o quarto, talvez a inspiração viesse de lá. Mais um dia de aula vencido, agora só falta o resto da minha vida. Santo Bob Esponja, quanto exagero meu.
Estava andando tranquilamente até sentir um braço na minha cintura, eu ainda não estava totalmente confiante sobre ele e o maldito vem com esse cheiro delicioso, assim não dá produção!
- Bom dia, gorda. - Nossa, dá um prêmio pela comédia. - Como foram suas aulas?
- Sabe, ás vezes, eu duvido que você tenha amor á sua vida. Eu posso não aparentar, mas tive aulas de lutas de defesa pessoal, eu acabaria com você. - Falei confiante. - Foi normal, eu perguntaria como foram as suas, mas duvido que você tenha entrado na sala.
- Ei, eu sou um ótimo aluno. - Chegamos no corredor principal e eu encostei na parede para poder encará-lo. - Oh, acabaria comigo?
- Sem dúvidas. - Senti ele se aproximar, sorrindo sugestivo. - Lembre do nosso recomeço.
- Sabe... - Aproximou a boca do meu ouvido. - Quero ver você acabar comigo na cama.
- Você não presta. - Toquei sua nuca. - Precisa aprender a ficar com a boca fechada.
- Você pode fazer isso. Tanto com a boca quanto com a - Alguém esbarrou nele e continuou andando. Vi o cabelo loiro e lembrei que ele não tinha aparecido na festa e nem na aula.
- Filho da pu -
- Tenho que ir. - Falei para Natsu antes de correr atrás dele.
Desviei de algumas pessoas, tentando alcançar ele. Mesmo com os meus chamados ele não parava, se mantinha firme e irredutível, até que consegui segurar seu braço.
- Laxus. - Fiz ele virar, enquanto tentei recuperar o fôlego. - Faz tempo que não te vejo.
- Acabei tendo um imprevisto e não fui para festa, mas fiquei sabendo que você conseguiu ir. - Falou seco. - Não fui para a aula porque estava numa oficina de pintura, que abriu recentemente.
- Entendo. - Estranhei o jeito que ele estava. - Aconteceu alguma coisa?
- Sabe, Lucy, vamos parar por aqui, sim? - Ele disse sério. - Isso não vai dar certo.
Encarei ele, mais confusa do que o normal. Procurei um pingo de brincadeira no seu olhar e nas suas palavras. Mas ele parecia firme e certo de tudo que estava falando para mim. E tinha mais.
- Do que você está falando, Laxus?
- Daquele cara. - Apontou pro corredor. - Você sabe, eu sei, todos nós sabemos o tipo que ele é, das coisas que ele faz. Você mesma me contou isso.
- Eu sei, mas -
- Não, Lucy. - Me interrompeu. - Você sabe que ele não vai mudar. Vocês dois buscam coisas diferentes, mas você vai insistir nele e se machucar.
- Talvez não seja assim.
- Mas provavelmente vai ser. - Se preparou para ir embora. - Não me peça para ficar aqui vendo você se magoar por causa daquele babaca. Como seu amigo, vou estar aqui para o que você precisar, mas nunca vou ver você depositar sua confiança em alguém que não merece. Você é incrível demais para ele.
- Laxus, por favor.
- Sabe onde me encontrar, até mais.
Fiquei parada, vendo Laxus se afastar e uma incessável vontande de chorar.
(...)
Eu estava sozinha no quarto, já que Levy tinha um imenso castigo para cumprir, fora o time de natação que ela ficou como uma das protagonistas. E o meu pensamento não saía de Laxus e suas palavras.
"Não me peça para ficar aqui vendo você se magoar por causa daquele babaca." Aquilo ficava martelando na minha cabeça e o meu texto não tinha nem uma única palavra.
Alguém bateu na porta, olhei o horário e estranhei. Fui até lá, abrindo e encontrando Lisanna com um sorriso fraco no rosto. Estendeu um pano para mim, sorrindo amarelo.
- Pode entregar para Natsu por mim? Ele deixou comigo. Obrigado. - Saiu andando e eu joguei a roupa dentro do quarto, correndo atrás dela.
- Lisanna! - Olhou para trás. - Espera.
- Sim? - Um olhar confuso caiu sobre mim.
- Porquê você mesma não entrega?
- Bem... Estava no meu quarto, mas você verá ele com mais frequência, é claro. - Sorriu. - Não se preocupe, sei que vocês estão juntos.
- Sabe? - Assentiu.
- Ele terminou comigo. - Engoli o seco. - Lucy, certo? - Concordei. - Sei que você não tem motivos para acreditar em mim, mas acredite nisso: não se entregue totalmente aos encantos dele.
- O que? - Eu estava perdida.
- Eu sempre gostei dele, desde que éramos pequenos, por isso não pude evitar de me apaixonar por ele. Mas eu também sempre soube que ele não me fazia bem.
- Porquê está me falando isso?
- Porque eu gostaria que alguém me falasse isso antes de me apaixonar por ele. Evitaria muitas lágrimas, tristezas e um bocado de problemas emocionais. - Sorriu docemente. - Enfim, se cuida.
O que fazer quando todos falam para se afastar, mas você não consegue? Eu podia estar entrando num barco furado, sem chance de conseguir um bote. Aquele era o caminho certo a seguir?
[…]
A minha ficha ainda não tinha caído e, sinceramente, eu esperava que ela não caísse. Qualquer coisa era melhor do que ter plena certeza de que eu fiz tudo o que o saco de músculos falou.
Tudo bem que o álcool mexe com nossa cabeça e tal, mas eu demoraria muito tempo para acreditar que nas palavras dele. Mesmo não sendo de confiança ele não inventaria algo assim, eu queria acreditar nisso.
Aquela maldita substância tomou o lugar de coisas mais odiadas por mim e eu acho que tudo que tivesse qualquer mínimo milímetro do maldito deveria ter um aviso previo: "Cuidado, risco de fazer merda e falar merda, incluindo oferecer boquete ao seu inimigo".
Claro que eu tinha que admitir que foi graças a Lucy, aos irmãos, a bebida e aquela festa que os pesadelos simplesmente sumiram. Uma decisão foi tomada por mim: esquecer, jamais; superar, sempre.
Fora a dúvida sobre realmente ter oferecido a minha linda boquinha para o senhor melhor amigo do capiroto, eu estava bem. E o que dizer do livro que Rogue me deu? Era simplesmente perfeito.
O nome da obra era Helena, escrito por Machado de Assis e fazia parte da literatura brasileira. A história girava em torno de Helena, uma jovem que descobriu ser filha de um homem importante numa cidadizinha depois de sua morte. A trama da introdução dela na família e um romance proibido faziam daquele livro algo indescritível.
Tudo o que vinha de Rogue parecia perfeito, mas eu tinha que manter alerta a esse detalhe. Tudo que eu não preciso é de falsas esperanças ou esse tal de amor por pessoas além do necessário, sendo amigo ou sendo o cumpadre do coisa ruim. Nem preciso citar nomes, não é?
Eu estava evitando me encontrar com o jegue, já que eu não duvidava das coisas que ele podia fazer comigo quando me encontrasse. Eu fugiria o quanto pudesse.
Eu cheguei na biblioteca meio incerta, olhando para os lados e checando se não havia um futuro assassino em série esperando a sua primeira vítima. Fui direto para a parte onde eu tinha parado no outro dia, voltando a limpar.
- Quanto tempo pretendia fugir, baixinha? - Demorei um pouco para conseguir me recuperar do susto. - Essa brincadeira acaba aqui.
- Hum, oi. - Tentei parecer o mais normal possível quando vi ele vir em minha direção. - Eu não estava fu -
- Não adianta fugir e muito menos negar. Eu te avisei, aqui mesmo, para ficar longe. E o que você fez? Tudo ao contrário.
- Eu não sei do que voce est -
- Oh, você sabe. - Ficou na minha frente. - Você sabe muito bem.
Sem nenhuma dificuldade ele me deu uma rasteira e bati minhas costas no chão. Caiu sobre mim, apoiou-se no antebraço e ficou me olhando.
- Foi uma péssima escolha sua ter saído sozinha na noite dos trotes. - Senti sua mão abrindo o zíper do meu short jeans. - Foi uma péssima escolha sua não ter entendido o recado.
- Saia. - Falei, tentando parecer firme.
- Mas é claro, você continuou me provocando. Tirou a blusa na minha frente, agarrou meu irmão na minha frente e ainda me deixou com uma puta vontade de experimentar cada centímetro do seu corpo. Você também quer. - Colocou a mão dentro do pano, mexendo um único dedo.
- E - Eu não que - ro. - Fechei os olhos com força.
- Veremos.
Ele fazia movimentos simples sobre minha calcinha, era até doloroso sentir um contato daquele e não ter como aliviar de uma maneira maior. Abri a perna e permiti uma passagem maior dele.
- Fala que não quer, anã. - Sua respiração bateu contra meu pescoço. - Fala que não quer gozar.
Trinquei os dentes, sem querer dar o braço a torcer para aquele babaca. Apertei o pano da minha sua camisa, sem falar uma única palavra. Ele aumentou a velocidade e não tirou os olhos de mim durante nenhum segundo.
- Não vai falar nada? - Questinou divertido. - Ou sua calcinha molhada fala por você?
Abri a boca sem deixar um gemido necessitado sair. Seu nariz raspou na pele sensível do meu pescoço e ele distribuio beijos molhado ali, eu arfei baixinho.
- Todas suas tentativas serão frustradas, McGarden. Você não pode dizer que não quer se o seu corpo fala outra coisa. Está toda derretida e eu nem comecei. - Ele forçou um dedo na minha entrada ainda sobre a calcinha. - Eu quero ouvir você gemer.
- Mais... - Foi simplesmente o que eu disse.
- Oh, resolveu pedir? - Pressionou com mais força. - Assim? - Concordei nervosa. - Você está adorando.
Senti uma forte vontade de fechar as pernas, mas ele não deixou. Um arrepio correu no meu ventre e parou no meio das minhas pernas, me obrigando a gemer sobre as investidas dos seus dedos.
- Essa foi a primeira e última vez que eu fiz você gozar por vontade própria. - Eu continuei de olhos fechados. Se voce quiser sentir isso de novo vai ter que pedir com todas as letras. Você vai pedir, eu tenho certeza.
Senti ele se afastar e foi só depois que eu consegui abrir os olhos, tentando entender em que merda de situação eu estava e como chegamos aquele ponto.
(...)
Fiquei observando os documentos na pasta, junto com todas as formalidades que eu tive que providenciar. Mas o que realmente ficava na minha cabeça era o que tinha acontecido mais cedo.
Eu duvidava que iria pedir qualquer coisa para ele, porém assim que eu lembrava que eu não resisti de forma alguma e ele me fez ter um orgasmo no chão de uma biblioteca, eu não me sentia tão controlada assim.
Meu celular vibrou em cima da cama e eu li a mensagem ali, pensando seriamente sobre a proposta. Eu nunca iria me dar por vencida, não para ele.
Respondi com uma frase bem decidida. Não importa o que Gajeel achava que iria fazer comigo, eu aceitei o desafio. Quem será que vai chegar ao seu limite primeiro?
"Com certeza! Eu estou morrendo de fome, talvez possamos comer uma pizza e ficar jogando conversa fora. Foi a melhor proposta do dia, Rogue.".
Você acabou de começar uma guerra, Redfox. Só que uma pergunta ainda me pertuva. Aquele era o caminho certo a seguir?
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