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História Além da Razão - Especial: Tarde Demais


Escrita por: DesnecessauraMM

Notas do Autor


Olaaar

Como estão? Eu to beeim

Vou avisar: o capítulo tá enorme, mas tbm tá difícil de aguentar :v

Peço desculpa se to pegando pesado. Mas eu GARANTO: vai valer a pena!

Eu não queria que elas se separassem :c

Enfim, boa leituras e desculpem os erros!

Capítulo 39 - Especial: Tarde Demais


Quis, durante muito tempo, jogar tudo para o alto e chamar ela para vir comigo. E quando eu estava disposto a ficar com ela sem pensar em mais nada, vieram suas palavras.

Carregadas com tudo o que eu nunca tinha visto ou sentido por outra pessoa. Ela me amava e todo o peso dela não querer sentir isso caiu sobre minha cabeça. Principalmente, por doer me amar.

Então, eu paralisei e não consegui falar mais nada. Não era justo com Levy por várias coisas. Não era justo afastá-la da irmã, não era justo deixar ela me AMAR e ter alguém como eu ao seu lado que, há muito tempo, não sabia o que era isso.

Deixei ela ir embora e tentei colocar na minha cabeça que era o certo a se fazer. Fui até meu pai e ele me olhou como se eu tivesse cometido algum crime, como se fosse errado estar ali.

- O que foi? - Passei por ele e fui para dentro de casa.

- Gajeel. - Segurou meu braço. - Vá se arrumar, quero apresentá-lo para alguns amigos.

- Tsc, não estou afim.

- Isso não é um pedido. - Encarei ele. - Agora vá se arrumar, coloque o terno azul. Já que deixou esse cabelo chegar a esse tamanho ao menos o prenda, depois você terá que cortá-lo.

- Certo. - Puxei meu braço. - Mas não vou cortar nada.

- Pensei que aquela fosse a namorada de Rogue. - Respirei fundo. - Mas ao ver o tapa que você deixou ela te dar entendi que não seria um problema.

- O quer dizer, pai?

- Você é um Redfox, meu filho. Você não tem tempo para coisas desnecessárias. Ela é apenas uma garota de faculdade, provavelmente pobre, que vai arrumar outro para sugar. Você não pre -

- Pare. - Arqueou a sobrancelha. - Não fale nada dela, nem uma única palavra.

- Que tolice.

- Que seja, mas não abra a boca para opinar nessa parte da minha vida. Vou por o terno, cortar o cabelo, fazer sala para um monte de magnata e fingir que me importo com toda essa merda.

- Não fale assim comigo, Gajeel.

- Não fale assim dela, pai. - Coloquei as mãos no bolso, fui andando e imaginando se assim seria a minha vida dali para frente.

E depois, no maldito aeroporto, lá estava eu, esperando ela aparecer com alguma coisa referente ao universo que ela sempre amou e eu não suportava, mas quem se importava com isso quando o assunto era ela?

- Última chamada para o voo 2376-1, com destino para Lisboa, Portugal. - Rogue olhou para mim.

- Tem que fazer o chek-in agora. - Avisou e me ajudou com as malas, indo até o portão. - O pai disse que iria amanhã e avisou que já está tudo pronto no lugar que ele escolheu para você.

- Hm... - Chegamos ao portão.

- Então, é isso. - Sorriu e estendeu a mão para mim. - Boa sorte.

Fiquei um tempo encarando meu irmão e me dei conta que nós nunca nos despedimos para valer. Nunca estivemos em países diferentes por um longo e muito menos numa distância tão longa.

- Cuida dela por mim, certo? - Encostei no seu ombro. - Sei que ela vai acabar esquecendo isso.

- Você é mesmo tão idiota assim? - Tirou meu braço. - Você ainda continua sendo o babaca daquela festa, o mesmo que não sabia nada sobre ela, mesmo sabendo tudo.

- O que você - Ele me abraçou de repente e com força, dando aqueles 'tapinhas nas costas'. Retribuí o gesto e fechei os olhos por um tempo, mas quando abri vi o cabelo azul no meio da multidão.

Afastei Rogue ao ouvir um grito com o meu nome meio abafado, então meu coração foi para a boca. Só que alguns passos a mais e eu logo vi a diferença. A cor mais forte, a voz mais suave e, principalmente, a altura.

Juvia saiu do meio da multidão e chorou ainda mais quando me viu. Rogue sorriu e deu um passo para trás, evitando o olhar furioso que eu recebi. Correu ainda mais e puxou a gola da minha camisa.

- Você vai embora e nem cogita falar comigo?!

- Foi mal, sei que você não curte muito despedidas e - Me abraçou. - Nem abraços.

- Maldito, eu não vim me despedir.

- Então, veio para quê? - Afastou um pouco e negou.

- Vim para chorar no ombro do meu melhor amigo. - Ri e  abracei ela. - Chorar porque você vai embora.

Depois de tudo aquilo ainda fiquei esperando meu avião pousar. Com alguns minutos de atraso nos embarcamos. Olhei para trás e vi os dois lá em cima, acenando para mim. Aquela foi a minha despedida de tudo que eu amava.

O idiota é pensar que aquele momento era o único que eu lembrava. Ficar sentado no meio da casa, cercado de bagunça, lembrando de Levy não ajudava, porém era tudo o que eu tinha ali.

Finalmente o horário da minha apresentação na filial chegou e eu me arrumei rapidamente, com toda a vontade de fazer isso dar certo. Deixei para cortar o cabelo no dia seguinte, primeiro eu tinha que ter uma noção do que eu teria que enfrentar.

Na porta da minha casa o carro preto me aguardava e vi o meu pai ali dentro quando o motorista abriu. Me joguei para perto da janela e suspirei, eu precisava suportar.

- Tudo certo, filho?

- Claro. - Encarei ele, que mexia no celular. - Quando chegou?

- Agora a pouco. Temos que fazer isso rapidamente, preciso ir para os Estados Unidos ainda hoje. - Me olhou de relance. - Recebeu a lista por email que eu mandei?

- Sim.

- Pedi para sua nova secretária o manter descente. Guarda-roupa, cabelo, barba, carro, casa. Isso precisa estar sempre em ordem.

- Sim. - Voltei a olhar para o vidro.

- Não faça nada sem me consultar de início, eles tentarão te influenciar graças a sua inexperiência, então não esqueça de me falar tudo. - Assenti.

- Como está Rogue?

- Sonhador, como sempre. Se eu soubesse que o meu segundo filho daria tão errado dessa maneira, eu teria torcido para ser uma menina, ao menos um casamento arranjado seria mais fácil de arrumar.

- O que? - Perguntei e o carro parou. - Pai?

- Vamos logo, Gajeel. - Saiu e eu o segui, tentando chamar sua atenção.

Nem prestei atenção no lugar, apenas chamava meu pai, vendo ele me ignorar totalmente. Parou e virou para mim, com todo o olhar carregado de impaciência.

- O que foi, Gajeel?

- Que história é essa de casamento arranjado?

- Ora, o meu casamento com sua mãe foi assim, você não deveria estranhar tanto. Ela é uma moça bonita, de família influente, apenas será para ganhar mais um alia -

- Eu não vou me casar com ninguém, pai.

- Você pode pedir o divórcio depoia de seis meses e -

- Eu não vou me casar com ninguém! - O interrompi, gritando e chamando a atenção de várias pessoas ali. - Isso não estava combinado!

- Vamos para a sua sala e conversamos como homens, seu moleque. - Voltou a andar e eu me mantive parado. - Vamos, Gajeel.

- Eu não -

- Eu estou mandando! - Gritou.

Olhei para os meus pés e depois para o meu corpo, eu estava tremendo. Mas não era de medo ou temor, era de raiva. Me senti ridículo ao perceber a merda que eu estava fazendo.

A minha vida era em Tóquio. O meu irmão, minha família de verdade, estava lá. Meus únicos amigos ficaram lá, os verdadeiros. O meu trabalho e a minha faculdade, tudo estava lá. Ela estava lá, a minha baixinha estava lá.

Levy já teria arrumado a minha casa, escolhido um terno melhor, me espancado caso eu ousasse pensar em cortar o cabelo, reprovado o carro que eu havia comprado. A minha vida estaria certa se eu estivesse com ela.

Coloquei a mão no bolso e puxei a pequena peça. Eu havia refeito o colar com uma linha mais forte e usei várias fotos para colocar cada peça na ordem certa, com a ajuda de Rogue. Naquele momento eu entendi o motivo do colar ser tão importante. Ela usava para lembrar do que era mais importante e me fez lembrar o que realmente importava: Levy McGarden.

- Não, eu não vou para lugar algum.

- Como é que é, moleque?!

- É isso mesmo. Não vou abrir mão de mais nada da minha vida. Nunca mais. - Sorri satisfeito. - Estou indo para casa.

- Gajeel Redfox, vamos para a sua sala. - Veio até mim. - Agora.

- Não. - Dei as costas para ele e o ar invadiu meus pulmões, como se a minha vida se renovasse.

- Você é tão desprezível como sua mãe, ainda bem que ela morreu. - Parei de andar. - Devo ter sido uma péssima pessoa mesmo. Dois filhos inúteis, duas mulheres fracas.

- Realmente, você é desprezíveil. - Olhei uma última vez para ele. - Muito mais do que você pensa.

- Não pense em tocar no meu dinheiro novamente, não pense em voltar para a minha casa e muito menos em se considerar um Redfox.

- Não tem problema algum. Eu tenho dinheiro de herança da minha mãe, tenho um trabalho. Tenho o apartamento que ganhei dela também e o que ganhei do senhor faço questão de devolver. E sobre ser um Redfox, bem... - Sorri. - Sempre gostei mais do sobrenome dela.

- Nenhuma mulher de boa família se interessará por você ou vai querer aquele sobrenome fraco.

- Isso é ótimo. - Voltei a andar. - A mulher que eu amo não se importa com isso e, graças ao Batman, eu também não.

Andei sem olhar para trás, eu só precisava dela. Não importa se ela iria ou não abrir a porta para mim, eu só precisava correr e falar. Falar que não valia a pena ter o mundo e não tê-la ao meu lado. Para sempre.

(...)

Dois dias depois e desci do táxi e corri, com o maior sorriso no rosto que eu já havia dado. Ver o prédio do seu dormitório meu alegrou de maneira incomparável, apenas aumentei a velocidade.

As escadas foram facilmente subidas e eu bati na porta, desesperado para ver seus olhos novamente. Estranhei a demora e, impaciente, girei a maçaneta. O maior susto da minha vida.

Tudo revirado, tudo sem cor. Toquei na prateleira dela, não deveria estar vazia. O painel da sua cama não estava lotado de fotos e os ursinhos não estavam ali. O que tinha acontecido?

Fui até a pequena mesa e notei um envelope rasgado e folha jogada virada para a madeira. Peguei a folha e analisei, aquela era a letra dela.

"Lucy,

Não vou escrever muito, continuo péssima nisso.

Num breve resumo: consegui depor sobre o acidente da minha família e a audiência foi marcada, confirmando o que nos já tínhamos certeza: aquilo poderia ser evitado.

Eu, como maior vítima, recebi uma indenização enorme e nem sei por onde começar. Depositei metade dela para você e para tio Jude, em agradecimento por tudo que fizeram por mim.

Preciso de um tempo e preciso de distância desse lugar. Eu conheci um novo tipo de amor e foi a pior experiência da minha vida. Vivi dezoito anos sem saber que ele existia, agora preciso reaprender a viver sozinha.

É egoísmo, eu sei. Mas você vai ficar bem. Assim que eu tiver um lugar fixo irei te passar o endereço e pedir perdão quantas vezes forem necessárias. Eu amo você.

Com todo o amor do mundo, sua irmã, Levy."

(...)

- Gajeel?! - O sorriso de Juvia sumiu ao notar a minha expressão.

Coloquei as mãos no rosto e caí, ajoelhado. O meu choro era desesperado e demonstrava tudo o que eu fiz ela sofrer, agora eu sabia o quão cruel eu fui. Eu fiz ela ir.

- Céus, o que foi?! - Tirou as mãos do meu rosto e eu encostei no seu ombro.

- Eu vim chorar no ombro da minha melhor amiga. - Acariciou meu cabelo. - Porque eu não tenho mais nada, ela foi embora.

Eu voltei, mas era tarde demais.

[…]

O líquido da garrafa acabou e eu me arrastei até a cozinha, pegando mais uma. Desviei dos corpos das mulheres deitadas no chão da minha sala e me joguei no sofá, olhando para a varanda.

Eu não estava errado, eu não podia estar. Se eu estivesse errado eu me sentiria mal e significaria que tudo o que eu fiz estaria errado, isso eu não podia permitir.

Uma das mulheres levantou e me olhou, como eu odiava essa situação. Acontece que eu estava procurando Lucy em cada uma delas, todas as noites, todos os dias. Eu chamava diferentes mulheres, alguém tinha que ser igual.

As mulheres da faculdade eram um caso perdido, eu tinha transado com muitas de cursos diferentes, mas a minha saudade não diminuía, mesmo com todo o esforço do mundo.

- Vamos embora? - Ela falou e eu neguei.

- Não. Acorde as outras, eu quero de novo.

E eu provei, novamente, que Lucy estava certa.

(...)

As ligações de Lisanna não paravam então eu joguei o celular pela janela e vi ele se estrasalhar no chão. Minha cabeça não parava de doer e o hálito de alcoól não estava saindo nem por um decreto.

As minhas aulas estavam uma bagunça enorme e eu estava pouco me fodendo para isso. Toda essa merda não parecia útil naquele momento. Eu apenas queria um tempo para tentar tirar essa culpa de cima dos ombros.

Não era medo de assumir um erro, era medo de não ter razão e não puder nem olhar na sua cara novamente. Eu falei tudo o que sentia e, mesmo assim, ela voltava.

Ela lutou por nosso namoro, esteve comigo e eu continuei irredutível em relação aquele assunto. Magoei ela de uma maneira irreparável e até acrescentei um ódio inexistente. Fui o maior dos covardes.

O pior de tudo foi o impulso de ferir ela fisicamente, algo que sempre desprezei. Os olhos dela ficaram tão firmes e sem nenhuma dúvida que eu realmente iria bater nela. Aquilo me destruiu por dentro.

A minha luta por não demostrar que eu não estava só apaixonado por ela parecia não acabar, já que eu a amava. Só que falar isso, depois de tudo, estava fora de questão.

Então eu precisava esquecer, seguir em frente. Contratei um serviço para remobilar meu apartamento e fiz uma geral em mim mesmo, aquilo significaria renovação.

Cortei o cabelo e o deixei bem menor do que o normal, tirei a barba e me inscrevi para o concurso interno de Gastronomia da UFM. Eu iria me esforçar para mudar e encontrar um novo estilo de vida.

Comecei a ajudar os times tecnicamente para nossa própria melhora, ou seja, eu recebia alguns novos jogadores para passar o que eu sabia em um ano de prática. Aquilo me fez sentir um homem de verdade.

O único problema era saber que era mais por ela do que por mim, já que eu não dava a mínima para aquele maldito. Eu queria apenas que ela aparecesse e pedisse para voltar. Até receber mais um soco parecia melhor do que não ver Lucy. Por isso, eu deixava as alianças sempre perto.

Naquela tarde, eu estava esperando mais três rapazes que iriam ver alguns vídeos com nosso estilo tático, mas congelei ao ouvir o modo daquela batida na porta. Por mais ridículo que aquilo parecesse, eu notei que até o modo como ela batia na porta era diferente.

Dei um pulo e peguei a caixinha, enfiando no bolso. Meu coração disparou de maneira sem igual ao imaginar a ideia dela ali, imaginar que, mesmo depois de tudo, ela voltou. Não precisava dizer nada, apenas aparecer só me confirmaria uma coisa que eu já desconfiava há muito tempo: ela também me amava.

Tudo parou. O mundo pareceu não rodar e o ar se recusou ao entrar no meu pulmão. A minha mão simplesmente não soltava a maçaneta e os meua olhos não se deixavam piscar.

Meu cérebro tentou fazer a ligação entre aquela menina e a jovem na minha frente, não parecia possível. Os olhos claros me analisaram de cima a baixo, as mãos apertaram mais o celular e o cabelo caiu sobre o rosto. Era ela.

- Er... - Respirou fundo e estendeu a mão para mim. - E - Eu sou a Wen - dy, não sei se... Se você se lem - bra de mim, apenas consegui um con - contato com você agora, mesmo eu tenta - Abracei ela.

As minhas mãos tremiam de maneira assustadora e o ar pareceu não ser tão necessário, muito menos as palavras. Alisei o cabelo azul e ri, despejando toda a felicidade do mundo ali.

- Céus. - Afastei seu rosto e distribuí diversos beijos na pele branca, que ficava mais úmida a cada lágrima derramada. - Você está linda.

- Você não me esqueceu... - Sussurou e eu neguei. - Eu não lembrava como era ouvir a sua voz.

- Vai ouvir muito ela daqui para frente, irmã. - Falei e notei o quão bom era o som dessa palavra. - Irmã.

Não desgrudei dela nem por um segundo, apenas abraçando o seu corpo e querendo fazer aquele momento durar eternamente.

Fiquei observando ela a cada segundo, até o modo de pegar no garfo não havia mudado. Enchi ela de perguntas, mas tentando evitar o nosso pai ao máximo.

Só que ela contou o que fez em todo esse tempo, o que ele fazia ela fazer. Aulas de seis idiomas, aulas de etiqueta, cursos em diversos países e a emancipação, tudo o que ele a obrigou a fazer.

- Papai falou que foi uma exigência de mamãe que ele fosse embora, que não tinha mais paciência para criar mais uma criança. - Neguei e a puxei para baixo da minha asa, de onde ela não deveria ter saído. - Foi horrível.

- Nossa mãe lutou por você até onde conseguiu, ela nunca desistiu de te encontrar. Já eu, tinha tudo e não lutei por você. Você me encontrou sozinha e -

- Não, eu não te encontrei. Ela me encontrou. Eu não fazia ideia por onde começar e o medo de ser rejeitada era enorme, mal tentei. Mas então, uma tal de Lisanna começou a me procurar por todo o canto. - Abri a boca, com a maior surpresa da minha vida.

- Foi ela que te trouxe? - Negou.

- Ela ligava sempre, mas quem estava me caçando era uma... Eu esqueci o nome, mas é um nome bonito. Luna, Luana...

- Lucy Heartfilia? - Assentiu. - Tem certeza de que o nome era esse?

- Sim, foi Lucy Heartfilia que me encontrou. - Olhou para mim com dúvida. - Quem é ela?

- É a Lucy. - Olhei para a minha mão e senti falta daquele anel de prata ali, eu me sentiria alguém de verdade se aquela merda estivesse ali. - Merda, eu preciso ir atrás dela!

- Natsu... - Puxei o braço dela, peguei a jaqueta e as chaves. - Natsu!

- Eu sei que você acabou de chegar, mas eu tive uma briga muito feia com ela e preciso me desculpar. - Ajoelhei na sua frente. - Você entende?

- Sim, mas você poderia me levar até lá antes? Eu só queria ver ela, preciso ter a confirmação dos seus lábios, sei que pode parecer frescura, só que eu -

- Nada disso. - Alisei seu rosto e levantei. - Vamos ver a nossa mãe, Wendy.

Eu estava encantado com a minha irmã dentro daquele carro. Me encheu de perguntas sobre tudo e, principalmente, sobre Lucy. Todas as minhas respostas eram resumidas em um simples: é a minha namorada.

Assim que descemos do carro ela agarrou a minha mão e nós entramos no lugar. A nossa liberação demorou um pouco mais graças ao dia incompatível de visitas, mas nada que o dinheiro não resolvesse.

Wendy me pediu para entrar primeiro, já que ela estava incerta sobre o que viria. Resolvi não bater na porta, apenas abri e vi ela do mesmo jeito de sempre, como sempre doía vê-la.

- Mãe.

- Eu já falei uma vez, vou precisar repetir quantas mais, Natsu Dragneel? Você não é bem-vindo aqui! - Virou nervosa.

- E eu sou? - Ela apareceu atrás de mim, segurando a minha camisa. - Oi, mamãe.

Ela arregalou os olhos e tampou a boca, chamando minha irmã para perto. Não falou nada, apenas abraçou a pequena e comecou a chorar, sussurando diversas coisas.

Virei as costas com a sensação de dever cumprido, pronto para arrumar a outra parte importante da minha vida, pronto para me render e aceitar o meu destino: aquela loira.

- Filho? - Parei e olhei para trás, vendo a minha mãe abrir um espaço naquele abraço para mim. - Não vai abraçar sua mãe?

Assenti e corri até lá. A mão da minha mãe passou na minha cabeça e eu chorei, com tanta alegria que não dava para segurar. Beijei o rosto das duas e me afastei.

- Agradeça a Lucy Heartfilia por mim, querido. - Minha mãe pediu.

- E por mim também, irmão. - As duas sorriram e eu corri. Corri na direção que eu nem deveria ter cogitado sair, corri para a minha mulher, para a minha vida.

(...)

A chuva começou a cair quando eu estava na metade do caminho de volta. Parei em dois postos de gasolina para tentar ligar com ela, sem sucesso.

Eu iria agradecer a Lisanna, mas encontrar Lucy era a prioridade. Dar toda a razão a ela e pedir perdão milhares de vezes, sem nunca parar até ela me perdoar, não importava quantas vezes ela me negasse.

O estacionamento pareceu longe demais, então deixei o carro na frente da faculdade. Eu só precisava achar Lucy. E o destino pareceu querer que aquilo ocorresse, já que eu vi ela correr para a entrada que eu tinha acabado de atravessar.

- Lucy!

- Não fale comigo, não toque em mim. - Passou por mim e eu puxei seu braço, ela apenas começou a se debater com força. - Isso já é assédio, me solta!

- Por que fez tudo aquilo por mim?! - Gritei e vi o abatimento marcado nos olhos. - Eu tenho tudo o que sempre quis e foi tudo graças a você, Lucy!

- Ótimo para você,  Dragneel. - Puxou o braço e eu notei sua voz embarganhada devido ao choro. - Mas eu me arrependo de tudo que eu fiz!

- Eu não -

- Me ligaram agora, meu pai teve outro ataque! - Tentei tocar ela. - Eu estava pensando em deixar tudo por sua causa, nem pensei na minha irmã! E olha a ironia: ela foi embora!

- Lucy, eu não sabia -

- É claro que não sabia, são tantas putas, não é?! - Gritou e voltou a andar. - Eu tenho nojo de mim mesma ao pensar que eu amo alguém como você.

Correu e eu fui atrás, aquilo não podia acontecer. Ao vê-la atravessar a rua eu soube que não podia deixar Lucy ir daquela maneira, não sem dizer que eu a amava também.

- Lucy!

Os próximos segundos pareceram miléssimos, não vi nada. Apenas o seu último olhar e depois a cor vermelha do carro se chorar contra o preto da roupa dela. Foi arremessada alguns metros a frente e eu corri.

- Lucy! - Toquei seu rosto e o sangue dela se misturava com a chuva. - Amor, fica comigo.

- Na - Natsu? - Sussurou e eu vi os dentes cobertos pela cor vermelha. - Tá doendo.

- Olhe dentro dos meus olhos. - Abriu apenas um, também manchados pelo sangue. - Vou te tirar daqui, não vai acontecer nada.

- Acho que e - eu vou mor -rer. - Disse chorando e a respiração acelerada começou a diminuir. - Eu menti.

- Shiu, não fale. - Olhei para as pessoas ao redor, ligando sem parar. - Todos estão aqui por você.

- E - Eu... - Sorriu fraca e fechou os olhos. - Eu amo amar você, Natsu Dragneel.

- Lucy? - Abri os olhos dela e não recebi nenhum reflexo, então comecei a fazer a massagem cardíaca. - Você não vai me deixar, não vai morrer, eu não vou deixar! - Gritei em desespero. - LUCY!

Eu lutei, mas era tarde demais.


Notas Finais


Chega :v

Me amem ainda, ok?!

Já é a terceira vez que escrevo isso hoje: estou pensando em fazer um grupo de whats pata interagir entre, topam?!

Calma!

Comenta aí se gostou, beijão!


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