História Além de mim - Ciúmes...

Então miga como vai esse bebezinho? - Perguntou Bibi para Maria que estava cansada.

- Tá dando um trabalhinho com esses enjoos, ai Bibi eu não sei mais o que fazer mas a tia Rosa me disse que é só durante os primeiros meses, eu espero.

- Mas e o Cirilo vem quando?

- Ele não vem tão cedo, as aulas estão muito puxadas, mas a gente se fala toda noite, é engraçado de ver a criança nem nasceu e ele já virou um pai babão. - Respondeu sorrindo.- Agora mudando um pouco de assunto e esse noivado? Sinceramente eu nunca pensei no Koki querendo compromisso. - Falou se sentando na cama rindo junto com Bibi.

- Eu também não mas agora parece que ele quer e eu também. - Disse brincando com o anel com um olhar apaixonado quando Valéria chegou cantando.

- É o amor que mexe com a minha cabeça e me deixa assim na na na na. Foi mal eu esqueci a letra. - Falou rindo e pulando do lado de Majo. - Oi bebê lindo da dinda, tá tudo bem principezinho? - Perguntou toda boba para a barriga da amiga.

- Como você tem tanta certeza de que é um menino? - Perguntou rindo.

- Pois eu acho que é uma menina. - Disse Bianca.

- Minha filha é um menino, ja ja eu acho um nome pra ele. - Disse Val decidida.

- It's a girl eu tenho certeza. Amanhã eu arranjo um nome pra ela. -  Falou Bianca sorrindo, Majo revirou os olhos ainda rindo.

- Gente eu só tô com quase um mês ainda, só vou saber daqui a uns dois ou três.

- Quer saber vamos fazer uma aposta. - Falou Valéria já pegando um caderninho.

- Vocês não vão apostar o meu filho. 

- Ah viu até você acha que é um menino, toma Bianca. - Disse fazendo uma dança estranha.

- É Bibi e ela não conta, vamo fazer essa aposta logo, eu tenho 20 reais. - Comentou tirando o dinheiro da bolsa.

- Tá legal mas nós precisamos de mais gente, eu falo com o povo amanhã, o lance vai ser de 20 reais. - Ela já anotava o seu nome e o da Bibi na agenda e guardava o dinheiro em um cofre que tinha. Maria só ria da situação. Na casa dos Guerra o jogo tinha chegado ao fim.

- EU GANHEI, SABIA eu sou a rainha do Uno. Bem na cara de vocês perdedores. - Falava Marce em uma dança da vitória.

- Tá bom Marce te senta que saco. - Reclamou Alicia bufando.

- Meu amor você só ta irritada porque perdeu de novo. Agora vamos aos castigos. - Disse dando um sorrisinho estranho que assustou a todos.

- Minha filha eu tenho até medo quando você fica assim, parece que baixa o teu irmão em você. - Comentou Jorge fazendo ela sorrir.

- Não se preocupem eu vou ser boazinha. - Falou coçando a garganta em seguida. - Primeiro vamos começar por Paulicia e sim vocês vão fazer o desafio juntos. - Disse vendo a cara de confusos deles. - Vocês vão ter que cantar uma música na hora do recreio pra toda a escola.

- Como? Eu não vou fazer isso. - Disse Aly irritada.

- Eu também não. - Concordou com a namorada.

- Ah então quer dizer que vocês vão desistir, que bonito heim as pessoas que se dizem as mais "corajosas" estão com medo de uma besteirinha dessa. - Falou dando um sorriso vitorioso quando eles cederam ainda irritados. - Agora Jorgito você vai falar pra sua mãe que engravidou uma menina numa festa ai. - Disse sorrindo quando viu a cara dele.

- Cê ta louca? Ela vai me matar, eu não vou fazer isso. - Falou assustado enquanto os três riam da cara dele. - Vocês tão rindo porque nunca a viram zangada, o pior medo dela é eu ser pai antes de terminar a faculdade, ela vai me bater tanto, na hora que eu tiver contando e depois quando descobrir que é trolagem, de qualquer jeito eu vou apanhar. - Disse desesperado enquanto Paulicia já passava mal de tanto rir e Marce tentava se controlar pra falar.

- Se preocupa não tenho certeza de que ela vai levar numa boa. Eai vai amarelar? - Perguntou desafiadora. Jorge a olhou respirando fundo e acabou concordando.

- Ahh mas tem que ser amanhã já que eu ia pra sua casa mesmo. - Disse Alicia.

- Eu também quero ver, quando for na hora vocês me mandam uma mensagem e eu vou com a Marce, né mana? - Perguntou para a irmã que concordou com a cabeça.

- George você esta pronto para o sermão mais longo da sua vida? - A baixinha perguntou o abraçando de lado.

- Vai a merda Marce. - Disse tentando controlar o riso inutilmente. Paulicia caiu na risada de novo dando um ataque de risos nos outros dois.

- Bom eu acho que cheguei em uma boa hora né? - Perguntou Mário seco quando viu a namorada sentada ao lado de Jorge. O clima mudou rapidamente e Alicia percebendo trocou um olhar com Paulo que entendeu tudo.

- Então morena é melhor eu te levar logo em casa, sabe ta perigoso pra caramba pra você andar sozinha. - Disse já pegando na mão de Aly a levantando do chão.

- Bora lindo, érr Marce a gente se fala amanhã, vamo Jorge? - Chamou o amigo que levantou desconfortável e os seguiu em direção a porta. Mário esperou eles sairem e se virou para a pequena que estava com os braços cruzados e o encarava cética.

- Que porra foi que acabou de acontecer aqui? - Perguntou para ele.

- O que aconteceu? Eu é que tenho que perguntar isso, eu chego e vejo a minha namorada aos risos e com a cabeça no ombro de um ex ficante.

- Você é idiota ou se finge? Sinceramente quantas vezes eu vou ter que te dizer que ele é só meu amigo. - Falou já começando a se estressar.

- Bom a Majo também era só amiga do Cirilo e olha no que deu. - Disse zangado se arrependendo completamente depois só que era tarde demais. Ela o encarou furiosa.

- Eu não acredito que você tá insinuando isso?! Sai daqui.

- Marce foi mal, desculpa eu não queria ter falado isso. 

- Mas falou. Quantas vezes eu vou ter que dizer que eu te amo? Quantas vezes vou ter que pedir pra você confiar em mim? Nós namoramos a mais de um mês mas nos conhecemos a praticamente uma vida inteira e eu sempre me importei com você, sempre fui honesta e continuo sendo mas você não consegue acreditar. Eu confio em você porque eu te amo mas também não vou dar uma de cega e fingir que não vejo esses seus ataques. Se você me ama deixa seu orgulho de lado e mude se não eu não vou conseguir seguir com isso. - Desabafou abrindo a porta para que ele saísse. Mário a olhou arrependido mas entendeu que ela precisava de um tempo e ele também. Marcelina fechou a porta e sentou no sofá chorando. Carmen se encontrava na exposição com Adriano, ela estava meio distraida e isso não passou despercebido pelo amigo.

- O que ta acontecendo Cah? E nem adianta dizer que não é nada porque eu te conheço e sei quando você ta mentindo. - Ela o encarou cansada e deu um suspiro.

- É que eu discuti com a Laura, por mais que ela seja meio egocêntrica ela é uma das minhas melhores amigas e eu detesto ta brigada com ela.

- Eu te entendo, mas não se preocupa uma hora ela abre os olhos, agora vamos colocar um sorriso nesse rosto porque eu detesto te ver assim. - Comentou a abraçando de lado fazendo cócegas nela. Que se afastou tentando controlar o riso.

- Para ta cheio de gente aqui. - Disse ainda sorrindo. Eles andaram por toda a exposição, tiraram fotos e quando chegaram do lado de fora viram que chovia forte.

- Caramba como a gente vai pra casa agora? - Perguntou preocupada.

- Eu ja tô mandando mensagem pro meu pai ele disse que chega daqui a pouco. - Comentou levantando os olhos do celular e olhando a chuva que caia. - Eu amo chuva sabe, eu adoro ver as gotas caindo e sentir o vento frio no rosto. - Falava sorrindo perdido e nem percebeu que Carmen o olhava com um sorriso no rosto que nem ela mesma percebia.

- Pois vamos? - Perguntou animada. Ele a encarou confuso.

- Vamos pra onde? - Ela só deu um sorrisinho e pegou em sua mão o puxando para um patio em frente a exposição. Adriano correu sorrindo junto com ela pulando nas poças que tinham se formado, pareciam duas crianças mas estavam tão leves e se sentiam tão livres que nem ligavam para o estado em que se encontravam, Adriano a puxou para um abraço girando-a no ar enquanto Carmen gargalhava. Ele a colocou no chão devagar, eles não tinham percebido o quanto estavam próximos e quando deram por si já estavam com os rostos quase colados, ela o encarava nos olhos e percebeu que ele alternava o olhar entre os seus olhos e a boca e instantaneamente fez a mesma coisa, a chuva caia e escorria pelo rosto, o frio já não era mais perceptível e as respirações começavam a se misturar, mas eles foram despertados da bolha em que encontravam pelo barulho da buzina do carro do pai dele. Se separaram envergonhados e seguriram em direção as suas casas sem trocar uma palavra e sem nem se olharem nos olhos. Carmen chegou em casa toda ensopada e correu para o seu quarto ignorando os gritos de sua mãe, chegando lá jogou a bolsa na cama e entrou em baixo do chuveiro de roupa e tudo, esperava que a água quente a acalmasse e limpasse a sua mente. Não fazia ideia do que tinha acabado de acontecer e estava em duvida se o que sentia naquele momento era certo ou se na verdade estava confundindo tudo e mal imaginava que Adriano se encontrava na mesma situação.