História Além de mim - Desculpa...

A manhã de terça passou estranha para todos, Maria tentava ignorar a todo custo os olhares indiscretos e as piadinhas maldosas, era difícil mas ela tinha amigos com quem contar. Carmen e Adriano não conseguiam se encarar e estavam agindo estranho o que chamou a atenção dos amigos mas eles resolveram não falar nada. Laura ainda estava zangada com Cah e nem olhava na cara da amiga, outros que também não se falavam era Marilina, Mário estava envergonhado e não sabia como pedir desculpas para a pequena. No fim da aula Valéria seguiu para a casa de Davi para fazer o trabalho, incrivelmente nenhum dos dois estavam desconfortáveis perto um do outro. Davi achava que esse trabalho iria ser difícil por conta dele ter que ficar quase uma tarde inteira com Valéria, mas o clima entre eles chegava a ser quase normal e ele estranhou acabou soltando um risinho que chamou a atenção da Ferreira.

- O que foi? - Perguntou levantando a cabeça do livro que lia.

- Nada é só que eu achei que essa situação seria bem mais estranha. - Falou apontando para os dois, ela acabou concordando com a cabeça sorrindo.

- Eu também, quando a profe sorteou nos dois eu pensei que nós iamos passar a tarde toda brigando.

- Também, mas acho que por mais afastados que estejamos nesse momento todos esses anos de amizade contam mais. Me desculpa. - Falou a encarando. 

- Pelo que exatamente? - Perguntou com o cenho franzido.

- Por tudo, por terminar e depois me arrepender e quase tentar sabotar o seu namoro, eu não tinha percebido que na verdade o que eu estava sentindo era só dor de cotovelo por você estar seguindo a sua vida sem mim. - Disse passando a mão nos cachos nervoso.

- Eu sofri muito quando você terminou comigo mas aprendi a viver sem você e quando eu finalmente encontrei alguém você vem e diz que ainda tava apaixonado por mim. Eu não sabia o que pensar mas vi que eu amo realmente o Jai mas até do que eu amei você, me desculpa. 

- Não você está sendo sincera, que tal nós recomerçarmos? Esquecer o passado e seguir em frente, eu tenho saudade de você maluquinha. - Disse estendendo a mão, Val o encarou sorrindo e o puxou para um abraço.

- Tá legal agora vamos terminar esse trabalho porque a gente mal começou ainda. - Enquanto eles dois se acertavam outra dupla estava numa situação complemente diferente.

- Caramba Laura quantas vezes eu vou ter que te pedir desculpas? - Perguntou cansado.

- Você pode pedir até a eternidade porque eu não vou desculpar, você não mudou nada continua um idiotinha como sempre e eu não vou deixar você machucar a Cah. - Disse irritada.

- Como assim? Eu nunca machucaria a Carmen. Você não tem ideia do quanto ela é importante pra mim. - Ela só deu uma risada falsa e o encarou.

- Faça-me o favor né Adriano, você só se preocupa consigo mesmo, e aquela maldita aposta é a prova.

- Eu me arrependi será que você não entende? E eu acho que você está trocando os papéis porque quem é egocêntrico aqui não sou eu. - Respondeu irritado.

- Isso joga a culpa pra cima de mim, é o que todos estão fazendo mesmo. Foi você que moldou a cabeça da Carmen contra mim. Tenho certeza. - Ele a olhou incrédulo e pegou sua mochila.

- Você tá se escutando? Mas que porra Laura você acha mesmo que a Cah é uma pessoa manipulável? Ela é uma das pessoas mais autênticas e resolvidas consigo mesma que eu conheço e você deveria repensar as suas ideias antes de perde-la, ela realmente se preocupa contigo larga de ser orgulhosa e para pra pensar que talvez quem esteja errada nessa história é você. - Falou saindo pela porta deixando Laura completamente irritada.

- Mas que merda Adriano. - Gritou jogando um jarro na parede o quebrando em vários pedaços. Ela pegou seu celular e ligou pra única pessoa que pensava no momento "Oi Davi será que você podia vim aqui agora?........ Fala sério né querido, depois vocês fazem esse trabalho......... Caralho Davi vai a merda você, esse trabalho e a Valéria, vê se me esquece." Desligou irritada e já começando a chorar. Não queria pensar que talvez ela estivesse errada porque isso seria admitir que estava fazendo uma tempestade em copo d'água e era orgulhosa o bastante para não admitir. Alana conversava com sua prima, ela estava lhe contando tudo o que tinha acontecido nos últimos tempos.

- Eu não acredito que você ainda tá correndo atrás desse garoto. - Falou incrédula.

- Fala sério né Camila, você acha mesmo que eu vou deixar ele escapar assim. - Disse revirando os olhos.

- É Lana só que você tem que entender que ele ama essa menina parte pra outra criatura. - Retrucou fazendo a prima bufar.

- O que você entendo de relacionamentos Mila? Encontra alguém pra você e depois a gente conversa.- Perguntou impaciente.

- Eu posso nunca ter namorado mais isso não significa que eu seja nub em relação a este assunto. Se eu encontrar alguém ótimo se não ótimo também mas eu não vou passar os meus dias me martirizando por algo que eu não posso controlar. - Falou irritada.

- Sinceramente eu nem sei porque nós somos amigas, as meninas do colégio é que me entendem.

- Nós somos amigas porque eu me preocupo com você e você comigo. Caramba Lana você não era assim, mas um dia você se encontra e essas suas "amigas" não estão nem aí pra ti com o tempo você percebe. - Disse saindo do quarto, Alana só sorria debochada não deu ouvidos ao que Camila tinha falado e logo começou a conversar com os seus amigos que estavam chamando-a para uma festa.

 Na casa de Jorge eles já tinham terminado o trabalho e esperavam os Guerra para começar o desafio. Depois que eles chegaram todos se dirigiram para a sala onde Rosana se encontrava.

- Calma Jorgito. - Disse Marce sorrindo vendo o quão nervoso estava o amigo. - Além do mais nem pense em desistir, eu tô precisando dar umas risadas pra vê se alivia um pouco. - Falou cabisbaixa, o loiro a abraçou de lado.

- O que eu não faço por você baixinha, mas você tá me devendo essa viu? - Comentou sorrindo. Ele respirou fundo e entrou no personagem.

- Mãe será que a gente pode conversar um minuto. - Falou nervoso para Rosana que logo se preocupou.

- O que foi querido? Jorge eu espero que você não tenha aprontado nada.

- Defina aprontar. - Disse dando um sorrisinho forçado.

- Jorge Cavalieri o que você fez agora? - Perguntou lentamente com os braços cruzados. Os amigos que se encontravam no canto da sala já tentavam controlar o riso.

- Caramba assim até parece que eu apronto direto. - Começou vendo ela encara-lo sério. - Tá legal, talvez assim por acaso você seja avô.

- Como assim querido? - Perguntou tentando controlar a voz.

- Como assim mãe? Como se faz um filho a senhora sabe muito bem. - Comentou se desviando da almofada que ela lhe jogou.

- Mais respeito seu irresponsável que eu não te criei assim, quantas vezes eu te disse que não queria ser avô agora. - Falou completamente irritada. - E cadê a Margarida?

- Como assim a Marga?  - Perguntou confuso.

- Ela não é a mãe? Então ela deveria estar aqui com você. - Explicou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, Marcelina já estava quase no chão de tanto rir e Paulicia gravava tudo para mostrar a amiga.

- Mãe eu não tenho nada com a Marga, na verdade eu não sei nem o nome da mãe dessa criança. - Disse na maior cara de pau a fazendo ficar completamente vermelha.

- Jorge eu não sei nem o que dizer, como você vai pra cama com alguém que nem conhece e ainda por cima engravida a menina? - Perguntou se aproximando dele lentamente, o loiro já engolia seco de nervosismo. - Não precisa ter medo querido, eu só quero conversar com calma. - Falou vendo ele se afastar aos poucos.

- Tá-ta legal. - Disse deixando ela se aproximar, o que foi um erro já que ela puxou sua orelha e a torceu. - MAS QUE MERDA MÃE TÁ DOENDO. - Gritou tentando se soltar.

- É assim que eu estou me sentindo agora, eu podia te bater tanto mais tanto que você ficaria irreconhecível mas sou sua mãe e te amo. Que porra Jorge que raiva eu tô de você agora. - Falou soltando ele que massageava a orelha que estava completamente vermelha.

- Aff mãe é brincadeira.

- Como é? - Perguntou com os olhos cerrados fazendo todos os quatro estremesserem.

- É-é só foi uma brincadeirazinha, nada demais. - Respondeu nervoso.

- Nada demais? Eu quase tive um surto, que me matar do coração garoto? Eu não acredito que você me fez passar por esse stress a toa. - Gritou indignada. - Ta de castigo.

- Como? Porque? Fala sério né mãe. - Contestou inconformado.

- Sério mesmo que você quer que eu explique porque? Se questionar vai ser uma semana a mais. - Disse saindo irritada.

- Vocês me devem uma tão grande. - Falou se virando para os amigos que riam de tudo.

- Caralho eu tenho que mostrar pra Marga, ela quase foi mãe do seu filho. - Dizia Alicia entre risos.

- A minha mãe é louca, ela torce pra Marga ser minha namorada. - Comentou revirando os olhos.

- Ahh até a tia shippa Jorgerida, a Val tem que saber disso. - Falou Marcelina se recuperando dos risos.

- Vamos cara, a gente te paga um sorvete. - Disse o Guerra sorrindo abrindo a porta para as meninas que passaram cantando:

- Chegaste 

E ouvi da tua boca um: Te quero 

Pra se apaixonar sempre é tempo 

Necessitava um amor sincero

- Eu não acredito que vocês estão cantando Roberto Carlos.   - Falou gargalhando junto com Paulo enquanto as seguia fechando a porta atrás de si.