História Além de mim - Padrinhos...

Era início de novembro e durante esse dois meses algumas coisas mudaram e outras continuaram as mesmas. Mário e Marcelina finalmente estão se dando bem, ele está mudando suas atitudes por ela e passou a aceitar a sua amizade com Jorge. Maria iria fazer um chá de revelação no fim do mês e nesse meio tempo voltou para casa e acabou descobrindo que vai ter uma irmã através de uma postagem de sua mãe que dizia "Bem-vinda minha princesa, finalmente vou ter a filha que sempre quis." Claro que isso gerou a maior confusão e por pouco Majo quase não saiu de casa de novo, só ficou por muita insistência de seu pai. Davi e Laura estavam mais unidos que nunca, por conta disso a turma descobriu da amizade colorida deles e não pouparam insinuações desde então. O grupo continua unido, mesmo com todos os dramas, brigas e desentendimentos eles ainda se apoiam, claro que com o tempo as pessoas mudam e os comportamentos também e com isso vem a distância, mas eles não vão deixar o tempo apagar essa amizade tão sincera e verdadeira.

- Amor sabe o ano está acabando e todos nós vamos tomar destinos diferentes, não sabemos quando vamos nos ver de novo, todo mundo reunido. - Disse Kokimoto abraçando a namorada, eles estavam em um sítio junto com a família da ruiva, resolveram passar o final de semana com eles.

- O que você quer dizer com isso darling? - Perguntou curiosa enquanto caminhavam ao redor de um pasto cheio de cavalos.

- E se eles não estiverem na nossa festa de noivado? Eu não quero que isso aconteça. - Respondeu suspirando.

- Me to. Já sei onde você quer chegar. - Disse se virando para encara-lo com um sorriso no rosto. - Mas agora não, que tal depois do fim das aulas? - Perguntou recebendo um selinho como resposta.

- Pode ser, mas precisamos da ajuda dos nossos padrinhos. - Disse a fazendo abrir a boca surpresa.

- Oh dear eu esqueci dos padrinhos. 

- Vamos pensar com calma, os meus já estão escolhidos. - Falou confiante.

- Desde o terceiro ano né honey. - Disse sorrindo o vendo confirmar com a cabeça. Maria estava deitada na sua cama encarando a barriga de três meses, e pensava no quanto a sua vida tinha mudado de um dia para o outro.

- É pequeno, você está crescendo rápido e vou te confessar, agora eu estou começando a ficar com medo. - Falou acariciando a barriga descoberta. - Quando escutei o seu coraçãozinho pela primeira vez não sabia o que pensar, só sentir, e é incrível como você já me tem por inteira antes mesmo de eu ver o seu rosto, sentir o seu toque, senti-lo nos meus braços,  e esse é o meu medo, você vai nascer tão pequeno, tão dependente que eu não quero decepciona-lo, não quero errar, deixa-lo na mão, por mais que tenhamos muitas pessoas maravilhosas na nossa vida e que estão sempre nos apoiando, neste momento, nesses próximos seis meses só vamos ser eu e você, sempre, e quando você sair para esse mundo novo e incompreensível eu quero estar sempre ao seu lado, lhe dar apoio e amor, não quero ser como ela, mas tenho medo de acabar me tornando. Me pedoa por qualquer coisa que eu fizer que vá machuca-lo , mas eu pretendo nunca fazer isso, viu meu amor? Vou sempre dar o meu melhor por você, sempre. - Terminou com os olhos marejados quando escutou alguém bater na porta.

- Entra. - Disse se sentando na cama e vendo seu pai entrar e se sentar ao seu lado.

- Como você está? Como vocês estão? - Perguntou acariciando a barriga da filha.

- Estamos bem. - Respondeu com um sorriso.

- Filha eu sei que aqui em casa está muito estressante para você e sei que infelizmente quando a sua irmã nascer vai ficar mais ainda. - Disse cansado segurando a mão de Maria que concordava triste.

- Você sabe que eu amo a Sofie, ela não tem culpa dos erros da nossa mãe, mas está sendo difícil ficar sob o mesmo teto que ela, caramba ela nem olha na minha cara e quando fala comigo é só pra me magoar. - Falou suspirando.

- Eu sei, já tentei falar com ela, mas não tem como parece que a cada dia ela fica mais e mais amarga, e agora com a chegada da Sofie é que ela está mais impossível. Por isso eu quero te propor algo. - Disse enquanto a filha lhe encarava confusa.

- O quê? - Perguntou curiosa.

- Quando as aulas terminarem eu vou te dar um apartamento de presente, não muito grande porque você vai ter que cuidar do bebê. Eu não queria que você saísse de perto de mim, mas não vejo outra solução. - Falou triste puxando a filha para um abraço.

- Obrigada pai, eu sei que você está fazendo o seu melhor por mim. Não se preocupe eu vou ficar bem, acho que já tá na hora de eu começar a seguir meu próprio caminho. - Disse dando um beijo em sua bochecha enquanto se separava do abraço.

- Você cresceu, já é mãe e está amadurecendo. Eu me lembro do tempo em que você era pequenininha e só dormia se eu cantasse pra você. - Disse a vendo sorrir. 

- Eu passava horas acordada esperando você chegar do trabalho, a mamãe brigava comigo mas desistia depois.

- E só podia ser uma música, tentava cantar outras porque já estava enjoando dela mas você não colaborava. É opiniosa desde pequena como diz sua vó. - Disse dando uma gargalhada.

- Sou mesmo. - Falou convicta.

- Agora você vai cantar pra esse pequeno aqui. Se lembra da letra? - Perguntou para ela que estava com um sorriso enorme.

- Agora eu era herói 

E o meu cavalo só falava inglês A noiva do caubói era você além das outras três

- Começou cantando junto com o seu pai, nem perceberam que alguém os olhava tentando segurar as lágrimas, Clara se distanciou do quarto da filha seguindo para o seu, se deitou na cama abraçando o travesseiro.

- Porque doi tanto? - Perguntava pra si mesma. Ficou um bom tempo ali tentando achar um meio de se encontrar primeiro, estava se sentindo perdida, precisavam de ajuda mas continuava muito orgulhosa para procurar. Jaime e Valéria se preparavam para sair quando a mãe dela os chamou.

- Filha você pode passar na casa da sua tia? Ela disse que tem algo pra você que sua vó mandou.

- Presente? Mas é claro que eu passo não se preocupe maizinha, só vamos passar na casa da Majo antes. - Falou puxando Jaime pela mão em direção a porta.

- É sogra ela disse que vai ser uma dinda presente pro Jorge não tomar o lugar dela. - Disse rindo junto com Rosa.

- Mas é claro, ele chegou agora como padrinho, meu anor eu já sou desde antes dessa criança sonhar aparecer. Beijo mãe.- Comentou abrindo a porta e saindo junto com o namorado enquanto a sua mãe só ria de tudo.